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  • Estágios curriculares no Curso de Conservação e Restauro

    O estágio curricular no Curso de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis do ICH/UFPEL tem sua fundamentação na concepção pedagógica do curso, articulado aos princípios da lei 11.788/2008, que pontua o estágio obrigatório como “aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma” e o estágio não obrigatório como aquele que é “desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória”. A realização de estágios obrigatórios e não obrigatórios também está baseada nas Resoluções n° 03 e nº 4 de 08 de junho de 2009 da Universidade Federal de Pelotas.

    Os alunos do curso podem realizar os dois tipos de estágio, desde que voltados para o exercício da Conservação e do Restauro de Bens Culturais Móveis ou Integrados ou com atividades diretamente relacionadas. A jornada de atividade em estágio deve ser definida de comum acordo entre o Curso, a parte concedente e o aluno estagiário, devendo constar em termo de compromisso específico todo o planejamento das atividades, de acordo com a regulação vigente.

    Nestes estágios o aluno irá utilizar o conhecimento adquirido em seus estudos, de forma que possa exercer a atividade de conservador-restaurador de bens culturais e vivenciar a realidade do mundo do trabalho, ainda durante o seu processo de formação. O aluno poderá escolher o lugar onde pretende realizar seu estágio, podendo o mesmo acontecer em organizações públicas, privadas, comunitárias, governamentais ou não governamentais, com ou sem fins lucrativos.

    Diversos alunos do Curso têm realizado estágios em empresas e instituições culturais. A estudante Juliana Corrêa Vergara, por exemplo, é estagiária junto a Marsou Engenharia, na restauração do popularmente conhecido “Casarão oito”, um dos exemplares mais significativos do eclétismo arquitetônico da cidade de Pelotas. Juliana relata vários aspectos positivos junto a experiência que está tendo no seu estágio curricular não-obrigatório. Para ela é importante “poder exercer na prática o que aprendemos ao longo do curso, ter acesso ao patrimônio e aos materiais de trabalho, e principalmente, trocar informações com profissionais que já atuam na área de conservação e restauração de estuques e escaiolas há alguns anos no estado do Rio Grande do Sul”. Apesar de reconhecer que a profissão de conservador-restaurador ainda enfrenta resistências e precisa de mais reconhecimento, ela fala que já ocorrem negociações visando a permanência e a efetivação dos estagiários. Juliana também comenta que o ingresso do primeiro estagiário no primeiro semestre de 2011 junto a restauração do “Casarão nº 8” abriu portas para mais cinco estagiários, todos estudantes no curso de Conservação e Restauro, o que “evidencia que estamos cada vez mais conquistando nosso espaço”.

    Fabiane Rodrigues Moraes também desenvolveu atividades importantes em seu estágio, neste caso, junto ao Museu Municipal Parque da Baronesa, da cidade de Pelotas. Fabiane relata que trabalhou com a higienização do acervo que está na reserva técnica do museu, efetuando também pequenos restauros, o diagnóstico de peças que devem ser restauradas em projetos maiores, assim como ações voltadas para o controle de agentes biológicos de deterioração. Fabiane vê como positiva a sua experiência: “o aprendizado dentro do museu como um todo foi um exercício muito bom, pois tenho como colegas os estagiários do curso de museologia, e tivemos que aprender a  trabalhar juntos ”. Fabiane também observa a importância do estágio, pois melhor prepara o estudante para o competitivo mercado de trabalho.

    Eduardo Nobre Medeiros faz parte do grupo de estudantes da primeira turma formada pelo curso de Conservação e Restauro da UFPEL e realizou estágio durante a sua graduação, também junto ao Museu Municipal Parque da Baronesa. Eduardo explica que “todos os cômodos do museu, assim como os objetos, reagem de maneira diferenciada, por influência do clima da temperatura, da umidade, da poluição ou das agressões causadas pelo homem. Pensando nestas variações, é que estiveram centradas nossas atividades durante o estágio, como tentativa de prolongar a vida dos objetos e de minimizar ou estancar o processo de deterioração do acervo e da edificação”. As atividades desenvolvidas por Eduardo estiveram focadas no campo da conservação, entretanto, também foram realizadas algumas intervenções no campo da restauração em alguns objetos.

    Consuelo Vaz Robe é outra estudante que relata as suas experiências. Ela realizou estágio curricular não obrigatório junto ao Museu Histórico Farroupilha, na cidade de Piratini. As principais atividades desenvolvidas ao longo do período foram a higienização e a limpeza do acervo, documentação, diagnósticos, pequenos reparos e aplicação de técnicas de conservação do acervo. Consuelo relata que encontrou algumas dificuldades no estágio realizado, decorrentes das escassas verbas necessárias para a compra de materiais adequados para a realização dos procedimentos de conservação que estavam previstos. Porém, ressalta a importância do conhecimento da real situação enfrentada por instituições públicas, e que, através das dificuldades, buscou encontrar soluções e adequar técnicas e materiais para uma correta conservação das obras. Além disso, destaca também a forma gentil como foi acolhida pela instituição.

    Os estágios são atividades que ocorrem de forma contínua junto ao curso. É de interesse de professores, estudantes, e das instituições que recebem os estudantes, a realização de estágios bem sucedidos. Nesta perspectiva, o Curso de Conservação e Restauro vê com bons olhos a práticas qualificadas desempenhadas por seus estudantes.

    Eduardo Nobre Medeiros

    Consuelo Vaz Robe

    Fabiane Rodrigues Moraes

    Juliana Corrêa Vergara

  • Defesa dos trabalhos de conclusão de Curso da turma 2008-2011.

    Nos dia 13 e 14 de dezembro foram realizadas as defesas dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs) dos alunos da turma que ingressou em 2008 e conclui suas atividades acadêmicas em fevereiro de 2012.
    É a primeira defesa de TCCs realizada pelos alunos do curso. Portanto, esse foi um momento importante no processo de consolidação de nossa graduação, que demonstrou o amadurecimento dos estudantes e o resultado do trabalho qualificado de orientação desenvolvido pelos professores orientadores e avaliadores.
    Além disso, a defesa também evidenciou o trabalho da professora Francisca Ferreira Michelon, coordenadora das atividades e responsável pelas disciplinas de Metodologia da Pesquisa e de Seminário de orientação, que são disciplinas que congregam todas as etapas de trabalho dos TCCs – da gênese a defesa dos trabalhos – em conjunto com os professores orientadores.
    Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos foram apresentados para as bancas. Após a apresentação os estudantes foram avaliados e orientados de modo a ajustarem aspectos considerados necessários para a qualificação do texto final de cada uma das monografias.
    As monografias já estão disponíveis para consulta junto à secretaria do curso de Conservação e Restauro. Além disso, serão também disponibilizadas via internet, por meio do repositório digital da biblioteca da UFPEL.
    Os trabalhos apresentam uma grande e importante diversidade de temas no campo da Conservação e do Restauro dos Bens Culturais. Essa diversidade evidência o fato de o curso ter potencializado nos estudantes a realização de itinerários formativos de pesquisa bastante individuais.

    Janaína Mesquita e os professores Roberto e Jaime

    Abaixo segue a relação dos trabalhos desenvolvidos, com os respectivos professores orientadores e os membros das bancas de avaliação.

    1º- Discente: Ricardo Jaekel dos Santos.
    Título do trabalho: Estratégias para iluminação dos Bens Culturais e os dilemas do Conservador-restaurador: a conciliação entre a visualização e a preservação.
    Professor orientador: Prof. Me Roberto Heiden
    Banca: Prof. Me Roberto Heiden e Prof. Me Silvana Bojanoski.

    2º- Discente: Consuelo Vaz Robe.
    Título do trabalho: Conservação de pinturas em Ambientes Inadequados: estudo da Pintura “Alegoria do Sentido e Espírito da Revolução farroupilha” de Hélios Seelinger.
    Professor orientador: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini
    Banca: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini e Prof. Me Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho

    3º-Discente: Geanine Vargas Escobar.
    Título do trabalho: O conservador em conflito: A iluminação em Museus com proposta para inclusão de deficientes visuais.
    Professor orientador: Prof. Dr. Francisca Michelon
    Banca: Prof. Dr. Francisca Ferreira Michelon e Prof. Me Tatiana Lebedeff

    4°- Discente: Isabel Halfen da Costa Torino.
    Título do trabalho: Restauro de um Leque Mandarim pertencente ao Museu Municipal da Baronesa, Pelotas- RS.
    Professor Orientador: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini
    Banca: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini e Prof. Me Silvana Bojanoski.

    5°- Discente: Fábio Galli Alves.
    Título do trabalho: Termos e modos de fazer relacionados ao estuque denominado de escaiola nos revestimentos de paredes no sec. XIX.
    Professor Orientador: Prof. Dr. Pedro Luis Machado Sanches
    Banca: Prof. Dr. Pedro Luis Machado Sanches e Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini.

    6° – Discente : Verônica Coffy Bilhalba dos Santos;
    Título do trabalho: Decorações aplicadas em Pastiglio: Análise da viabilidade de uma nova técnica de restauro.
    Professor Orientador: Prof. Dr. Pedro Luis Machado Sanches
    Banca: Prof. Dr. Pedro Luis Machado Sanches e Prof. Dr. Margarete Regina Freitas Gonçalves.

    7°- Discente: Silvana Salazar Aranibar.
    Título do trabalho: Terminologia de conservação de papel: uma ferramenta necessária.
    Professor orientador: Prof. Me Silvana Bojanoski.
    Banca: Prof. Me Silvana Bojanoski e Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini.

    Isabel Torino e as professoras Andréa e Silvana

    8°- Discente: Fabiana Batista Alfonsin.
    Título do trabalho: Levantamento histórico e iconográfico do Monumento Funerário “Adalgisa, Amelinha e Octacianinho.
    Professor orientador: Prof. Me Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho
    Banca: Prof. Me Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho e Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini.

    9°- Discente: Karen Velleda Caldas.
    Título do trabalho: Reversibilidade ou Retratabilidade? Discutindo o Critério na teoria da conservação-Restauração em brandi e Muños Vinãs.
    Professor orientador: Prof. Dr. Maria Letícia Mazzucchi Ferreira
    Banca: Prof. Dr. Maria Letícia Mazzucchi Ferreira e Prof. Me Daniele Baltz da Fonseca

    10°- Discente: Mara Lúcia Carret de Vasconcelos.
    Título do trabalho: O conservador na gestão de acervos arqueológicos: um estudo de caso do sítio Guarani OS-03 Totó (RS-Brasil).
    Professor orientador: Prof. Dr. Jaime Mujica Sallés
    Banca: Prof. Dr. Jaime Mujica Sallés; Prof. Dr. Pedro Luis Sanches; Prof. Me Diego Ribeiro

    11°-Discente: Janaína Huth Mesquita.
    Título do trabalho: Avaliação de materiais para reentelamento em regiões com alta porcentagem de umidade.
    Professor orientador: Prof. Dr. Jaime Mujica Sallés
    Banca: Prof. Dr. Jaime Mujica Sallés e Prof. Me Roberto Heiden

    12°- Discente: João Eduardo Abduch Rodrigues
    Título do trabalho: A conservação e restauração de metais: o caso do acervo do Esporte Clube Pelotas.
    Professor Orientador: Prof. Me Roberto Heiden
    Banca: Prof. Me Roberto Heiden e Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini.

    13°- Discente: Eduardo Nobre Medeiros.
    Título do trabalho: Redescobrindo as pinturas florais da plateia do Theatro Guarany: Um laboratório para a conservação e restauro- Pelotas, RS.
    Professor orientador: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini
    Banca: Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini e Prof. Me Roberto Heiden

    14°- Discente: Luciane Pacífico dos Santos.
    Título do trabalho: Iconografia Maçônica nas Carruagens Fúnebres de Pelotas.
    Professor orientador: Prof. Me Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho
    Banca: Prof. Me Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho e Prof. Me Andrea Lacerda Bachettini

    Fabiana Alfonsin e as professoras Andréa e Luiza

     
     
  • 1º Semana Acadêmica Integrada.

    Público presente prestigiou as atividades da Semana Acadêmica.

    Em ação conjunta do Grupo PET do Curso de Conservação e Restauro e o DA do Curso de Museologia do Instituto de Ciências Humanas da UFPel foi realizada dos dias 21 a 25 de novembro a 1º Semana Acadêmica Integrada. O tema deste primeiro evento foi a “Preservação e Conservação do Patrimônio Cultural”, que conjugou interesses da comunidade acadêmica e da comunidade de Pelotas. O evento contou com diversas oficinas, minicursos e mesas temáticas que discutiram amplamente as questões pertinentes as áreas de museologia e da conservação e restauro dos bens culturais, assim como da grande área do patrimônio cultural.
    A conferência de abertura foi ministrada pelo Senhor Altino Mayrink, Gestor da Informação do IPHAN – RS. A solenidade de abertura do evento contou com a presença dos coordenadores dos cursos envolvidos no evento, da Diretora do Instituto de Ciências Humanas, professora Doutora Lorena Almeida Gill e dos representantes dos discentes envolvidos na organização.
    O evento apresentou grande qualidade na forma como foi desenhado, conduzido e nos resultados obtidos. Os participantes tiveram a oportunidade de participar de espaços diversificados de discussão e troca de experiências que contribuíram para a formação acadêmica de todos.
    Os grupos PET-Conservação e Restauro e o diretório acadêmico do Curso de Museologia, coordenados pela Professora Doutora Francisca Ferreira Michelon, estão todos de parabéns pelo sucesso da 1º Semana Acadêmica Integrada e por todas as atividades desenvolvidas!

    Mesa de abertura da Semana Acadêmica com as autoridades presentes

     
  • Alunos de Conservação e Restauro participam de mini-curso sobre vidros arqueológicos.

         No dia 11 de outubro, alunos do curso de Conservação e Restauro participaram, juntamente com discentes dos cursos de História e Arqueologia, de um mini-curso sobre classificação de vidros arqueológicos, com o professor Gabino La Rosa Corzo, da Universidade de Havana, em Cuba. Na ocasião, foram também analisados alguns materiais vítreos encontrados no Levantamento Arqueológico da Charqueada do Arroio Santa Bárbara, Pelotas-RS, promovida pelo Laboratório Multidisciplinar de Investigação Arqueológica (LÂMINA), do ICH/UFPEL.

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  • Primeira turma de formandos de C&R escolhem os docentes homenageados

          Os alunos da primeira turma divulgaram, no dia 11 de outubro, os nomes dos docentes homenageados na colação de grau, que acontece dia 11 de fevereiro de 2012. Para fazer o anúncio, os alunos “sequestraram” os professores de suas aulas, colocando em cada um uma faixa com um título que corresponde a sua área de trabalho. Após a brincadeira, a turma ofereceu um coquetel e confraternizou com os professores.

    Patrono

    Prof. Roberto Heiden (Mister Memória da Arte Contemporânea)

    Paraninfo

    Prof. Andréa Bachettini (Miss Restauração)

    Professores homenageados

    Prof Letícia Mazucchi Ferreira (Rainha da Memória Social e Patrimônio Cultural)

    Prof. Pedro Sanches (Rei da Atribuição da Obra a Partir de um só Pintor)

    Prof. Jaime Mujica Salles (Mister Interdisciplinaridade na Gestão do Patrimônio Arqueológico)

    Prof. Silvana Bojanovski (Musa da Conservação e Restauração de Livros e Encadernações)

    Funcionário homenageado

    Jeferson Salaberry (Rei das Restaurações de Bens Culturais Integrados)

  • Restauro e exposição de objetos históricos do Curso de Odontologia

    O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo inaugurou exposição que conta parte da história da Faculdade de Odontologia da UFPEL. Esta exposição está ligada ao Projeto “O Museu do Saber e do Fazer: arte e ciência em ações educativas no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo”, aprovado no Edital Proext 2010 e coordenado pela professora do Curso de Conservação e Restauro Dra Francisca Michelon. Trata-se do resultado de uma busca por objetos, fotografias e documentos que indicam o percurso da Faculdade de Odontologia nesta cidade, de sua fundação, em 21 de setembro até seu ingresso na UFPel.
    Vários colaboradores contribuíram com doações e empréstimo de material. Uma parte dos objetos recolhidos foi restaurada por alunos do Curso de Conservação e Restauro, coordenados pelo técnico em restauração Fábio Galli, também aluno do curso de Conservação e restauro, e será incorporada ao futuro Museu da UFPel. Alunos do Curso de Museologia também contribuíram para a montagem da exposição, que também inclui um Ciclo de Palestras, oficina de formação de professores, recepção a escolas, mediação e produção de material didático. “O principal objetivo é fomentar a curiosidade dos jovens estudantes pelas áreas de conhecimento que definem a UFPel, cativar público de crianças e adolescentes para os museus da Universidade e, claro, contribuir com as muitas comemorações que estão marcando os 100 anos da Faculdade de Odontologia”, explica a coordenadora do projeto, professora Francisca Michelon.
    A história da Faculdade de Odontologia de Pelotas tanto acompanha a história da odontologia no país, como a história de Pelotas no séc. XX.
    O trabalho filantrópico que marcou o percurso desta instituição na cidade está ligado a sua origem, mas, sobretudo às especialidades que foram definindo os rumos desta ciência jovem (se considerarmos que o primeiro curso superior só surgiu em 1840, nos Estados Unidos). A Faculdade de Pharmácia e Odontologia de Pelotas enfrentou a gripe espanhola que assolou a cidade em 1918, atendia os mais pobres e foi a primeira cidade no país a ter uma clínica dentária específica para atendimento às crianças. Clínicos e homens da ciência atuaram nesta instituição desenvolvendo métodos de tratamento aprimorados para a sua época. Afirmavam, de muitas formas, o caráter humanitário que a definia. Houve um momento difícil – o início até a municipalização, houve um momento áureo – a federalização até o final dos anos 1960 e há o momento atual – que se inicia quando a Faculdade de Odontologia passa a congregar a Universidade Federal de Pelotas. E cabe lembrar que em sua centenária existência, mais de 40 anos foram vividos nesta Universidade.
    Mas, como em toda a ciência na qual a tecnologia acompanha e, simultaneamente, determina os seus avanços, certo desligamento com o passado é conseqüência recorrente. Assim, sob a égide de um necessário desejo de modernização, equipamentos, materiais, recursos didáticos, mobiliário e documentos de diversas naturezas foram sendo descartados para dar lugar aos novos. Pouco sobrou. Mas este pouco sobrevivente é capaz de apontar para muitos aspectos da história: como eram os locais, quem era o público atendido, com que recursos de estrutura a Faculdade contava, como se ensinava, como se atendia nas clínicas.
    O curioso é que desde o início a Faculdade tinha um Museu de História Natural. O Professor Eurico Kramer de Oliveira escreveu um manuscrito no qual relata memórias e fatos históricos ocorridos na Faculdade de Odontologia, dentre esses menciona a existência de um Museu que, segundo suas palavras fazem entrever, existiu de fato. Nele havia um modelo da cadeira odontológica SS White, marca que produziu nos Estados Unidos a famosa cadeira Wilkerson, a primeira a ter o sistema hidráulico para elevação. Diz o professor ter aprendido a odontologia nessas cadeiras. O Museu da FOP sempre foi um projeto,ora existente, ora uma aposta. Ou seja, com uma longa história, sempre houve o que contar através dos objetos.
    Para esta exposição foi possível conseguir por empréstimo um modelo da Peerless Harvard, cadeira dentária fabricada nos Estados Unidos com recursos aprimorados como o assento para atendimento infantil. Essa marca produziu bastante de 1915 a 1930. O modelo que estará em exposição pode ser de 1917-18. É um modelo que já apresenta o acionamento dos movimentos da cadeira por alavanca e inclinação de 180º. Assim como a cadeira, outra peça obtida com um particular é o trépano a pedal que foi inventado em 1871, mas que como idéia existia desde meados do séc. XVIII. O dentista acionava o pedal que gerava rotação em uma ponteira, suportada por uma caneta. Esse mecanismo retirava do dente por desgaste a porção cariada. Foi usado até as primeiras décadas do séc. XX e suplantado, totalmente, pelo motor de alta rotação, essencialmente elétrico.
    Também é intensa e envolvente a história da confecção de peças anatômicas para o ensino da anatomia da cabeça. Há muitas destas peças ainda em uso no Departamento de Morfologia do Instituto de Biologia. Duas destas e um crânio com os ossos desarticulados foram emprestados para a exposição.
    Também intensa e comovente é a história da confecção de próteses faciais, que se fazia no Departamento de Cirurgia e Prótese, hoje separados. As pessoas mutiladas contavam com este importante serviço da Faculdade. Na exposição há modelos de cabeças com base de gesso e moldagem em cera de rostos que apresentam mutilações. Essas moldagens faziam parte do processo de confecção das próteses. No mesmo Departamento os alunos estudavam em manequins as amarrias mandibulares e maxilares também em modelos, nos quais alguns estarão expostos.
    O CDDB (Centro de Diagnóstico de Doenças da Boca) da FOP emprestou, dentre outros equipamentos já históricos, um projetor de lâminas histopatológicas, que foi usado por muitas décadas pelos professores em suas aulas de patologia.
    E as fotografias atestam as mudanças: como era o prédio que alojou a FOP até a construção do atual. Esse prédio continha laboratórios, auditório, salas de aula, clínicas. Foi derrubado para a construção do novo, cujo projeto não se concluiu. As fotos mostram como eram as clínicas, como os clínicos atendiam, como eram as aulas práticas e isso ao longo de muitas décadas.
    Então, é uma longa história. Não se pode contá-la toda em tão pouco espaço, com tão poucos objetos e recursos. Mas é muito bom saber que ela existe e que esta cidade tem o privilégio de sediá-la. Afinal são poucas Faculdades de Odontologia no Rio Grande do Sul. Esta é a segunda mais antiga, a primeira é a da UFRGS, fundada em 1898 e que, no entanto, esteve fechada por dez anos, entre 1922 e 1932. A FOP nunca esteve fechada. E é a única na região sul do Estado. Causa respeito pela sua longevidade, admiração pelo seu percurso e interesse pelo seu desenvolvimento. Também é uma história que conta a história de muitas pessoas: professores, funcionários, alunos, pacientes. Sem dúvida, é uma boa história. Vale à pena redescobri-la!

  • Calourada 2011 do Curso de Conservação e Restauro

    A Calourada 2011 do Curso de Conservação e Restauro aconteceu no dia 18/08/2011. A recepção aos calouros contou com uma série de informações que lhes auxiliará a compreender a dinâmica administrativa da Universidade, do ambiente acadêmico no Curso de Conservação e Restauro, bem como as exigências do próprio Curso e as possibilidades de ingresso em projetos de ensino, pesquisa e extensão da área.
    As atividades se desenvolveram da seguinte maneira: Das 14hs às18hs ocorreu a apresentação do corpo docente com exposição de seus projetos em andamento (projetos de ensino, pesquisa e extensão). Das 18hs às 19hs foi realizada uma exposição de banners dos projetos em andamento. Logo após o Professor Roberto Heiden apresentou o Departamento de Museologia, Conservação e Restauro e a estrutura administrativa da UFPEL, além disso, apresentou também o Projeto Pedagógico do curso de Bacharelado em Conservação e Restauro. O Grupo PET Conservação e Restauro também falou sobre o Programa de Educação Tutorial e o planejamento de suas atividades para o ano de 2011.
    Por fim, ocorreu uma confraternização alegre e organizada pelos alunos do Grupo PET Conservação e Restauro e por alunos de outras turmas mais antigas do curso.

  • Escudo Azul – Comitê Gaúcho

    No dia 04 de agosto foi realizado o I ENCONTRO SOBRE AÇÕES DE RESGATE DE ACERVOS CULTURAIS: Implantação do Comitê Regional do Escudo Azul. Esse evento, promovido pelo Departamento de Museologia e Conservação e Restauro, sob a coordenação das Professoras Andréa Bachettini e Silvana Bojanoski, marcou a implantação do Comitê Gaúcho do Escudo Azul.

    O Escudo Azul é um organismo internacional que funciona como uma espécie de Cruz Vermelha, que congrega pessoas para trabalharem voluntariamente quando existe uma situação de risco ao patrimônio cultural. A ação desse organismo se concretiza na elaboração de planos de emergência e de resgate, na avaliação de riscos e em ações de prevenção implementadas dentro de cada instituição que faz parte do Comitê.

    Estiveram presentes na mesa de abertura do I Encontro sobre ações de Resgate de Acervos Culturais as seguintes autoridades: Professor Alencar Mello Proença, Reitor da Universidade Católica; Professor Antonio Cesar Borges, Reitor da UFPel; Sr. Fabrício Tavares, Vice-Prefeito de Pelotas e Presidente da Defesa Civil de Pelotas; Sr. Mogar Pagana Xavier, Superintendente de Cultura da Secretaria de Cultura de Pelotas, Professor Sebastião Perez, representante do Instituto de Ciências Humanas da UFPel; Sra. Andréa Bachettini, presidente da Associação dos Conservadores-restauradores do Rio Grande do Sul, Sra. Silvana Bojanoski, representante da Comissão Organizadora do evento.

    Ainda na abertura, em um momento de beleza e solenidade, o Hino Nacional foi interpretado pela diretora do Conservatório de Música da UFPEl, a Professora Izabel Nogueira e pelo violonista Pedro Di Azz.

    Após as palavras iniciais dos componentes da mesa, tiveram início as palestra proferidas pelos conferencistas convidados. O Sr. Antonio Mirabile, consultor internacional da UNESCO, falou sobre a atuação do Comitê Francês do Escudo Azul. Em seguida a Sra. Gina Machado, consultora e gestora de projetos culturais, discorreu sobre a formação do Comitê Brasileiro do Escudo Azul e sobre a atuação do Comitê Paulista do Escudo Azul. A parte da tarde iniciou com a palestra da Sra. Jussara Vitória Freitas, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, que mostrou as atividades que vem sendo desenvolvidas pelo Comitê Mineiro do Escudo Azul.
    Também fez parte da programação a exibição do filme Per Firenze, um documentário do diretor Franco Zeffirelli, sobre a grande enchente que atingiu a cidade de Florença em 1966. O outro filme, exibido e comentado pelo Sr. Antonio Mirabile, foi Défenseurs du patrimoine culturel, que mostra um treinamento com a simulação de incêndio do Castelo Chantilly na França.

    Na parte final da tarde foi realizada uma reunião de trabalho com a presença de todos os presentes no evento. Nesse momento foi aprovada uma carta que será encaminhada ao Comitê Brasileiro do Escudo Azul, oficializando-se assim a criação do Comitê Regional Gaúcho do Escudo Azul. Também foram discutidos outros pontos, como a composição da equipe responsável pelo Comitê Regional, definindo-se que a coordenação será feita pelas professoras da UFPel Andréa Bachettini e Silvana Bojanoski, e pelo Diretor do Museu Júlio de Castilhos, Sr. Joel Santana. Também foram definidas que as Sras. Maria úcia Ricardo Souto e Karine Dias Sehn, respectivamente do Arquivo do Estado do Rio Grande do Sul e Movimento Moinho Vive, desempenharão as atividades de Secretaría. Os outros pontos discutidos foram a definição da data de uma próxima reunião, a elaboração de uma página na internet e organização de um próximo evento.

    A representatividade e repercussão do evento se traduzem nos números de inscritos. O público foi de aproximadamente 200 pessoas, formado por representantes de instituições, profissionais, estudantes e demais interessados em estabelecer uma proposta de trabalho efetiva e eficiente para concretizar importantes ações de preservação dos patrimônios culturais.

    A realização do evento somente foi possível com a colaboração e parceria das seguintes pessoas e instituições:
    – Professora Letícia Mazzuchi Ferreira, do curso de Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural da UFPEL,
    – Professores Sidnei Gonçalves e Lorena Gill, respectivamente diretor e vice-diretora do Instituto de Ciências Humanas da UFPel;
    – Professora Francisca Michelon, Coordenadora do Grupo PET Conservação e Restauro e os alunos Juliana Vergara, Fabiane Moraes, Veronica Coffy Bilhalba dos Santos e Micheli Afonso;
    – Jeferson Salaberry e Keli Scolari, os técnicos de apoio do curso de Conservação e Restauro.
    – Sr. Mogar Pagana, Xavier Superintendente de Cultura da Secretaria de Cultura de Pelotas
    – Sr. Jose Carlos Bachettini, Vice-Reitor da UCPel;
    – Sr. Cleiton Bierhals Decker, da Assessoria de Comunicação da UCPel;
    – Sra. Lorete Matos, da Associação dos Conservadores e Restauradores do Rio Grande do Sul;
    – Sra. Isabel Nogueira, Diretora do Conservatório de Música do UFPel e ao violonista Pedro Di Azz.
    – Sr. Paulo Roberto Fonseca, da empresa de ônibus Expresso Embaixador;
    – Sr. Junior Bertoldi, da empresa Doçuras de Pelotas.

    Numero público prestigiou o evento

     

     

    Gina Machado

    Mirable

    Izabel Nogueira e Pedro Di Azz

  • Professora Andréa Bachettini assume presidência da ACOR-RS

    Professora do Departamento de Museologia e Conservação e Restauro do Instituto de Ciências Humanas da UFPel, Andréa Lacerda Bachettini, foi eleita presidente da Associação dos Conservadores e Restauradores de Bens Culturais do Rio Grande do Sul (ACOR-RS), para o biênio 2011-2013.
    A Associação de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais do Rio Grande do Sul (ACOR-RS) foi fundada em 08 de julho de 2003, é uma sociedade civil, sem fins lucrativos. É um espaço de discussão alicerçado na ética e na construção de propostas para dignificar a prática da conservação e restauração e proteger, como órgão da categoria, os profissionais Conservadores e Restauradores de Bens Culturais do Rio Grande do Sul como está previsto no seu estatuto.
    A eleição aconteceu nesta última sexta-feira, dia 15 de agosto de 2011, durante Assembleia Geral da ACOR-RS realizada no auditório do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Ado Malagoli – MARGS, em Porto Alegre.
    A assembléia foi conduzida pela presidente do biênio 2009-2011 Lorete Mattos (Restauradora de obras raras da Biblioteca da UFRGS) e pela secretária Loreni de Paula (Restauradora de MARGS), foram apresentados o relatório de atividades e a prestação de contas da última gestão, a posse está prevista para 30 dias após a eleição.
    A nova diretoria da ACOR-RS biênio 2011-2013:
    Presidente: Andréa Lacerda Bachettini, DMCOR/ICH/UFPel; Vice- Presidente: Naida Maria Vieira Corrêa, MARGS, SEDAC, RS/Restauratus; 1° Secretária: Loreni Pereira de Paula, MARGS/SEDAC,RS; 2° Secretária: Ângela Macalossi; Mestranda/UFPel; Tesoureiro: Fellippe de Moraes, Autônomo. Conselho Consultivo: Mariana Gaelzer Werthaimer, Autônoma; Daniele Baltz da Fonseca, DMCR/ICH/UFPel; Silvana Bojanoski, DMCR/ICH/UFPel; Denise Stumvoll, MCS/ SEDAC, RS; Roberto Luiz Sawiztki, IPHAE/ SEDAC, RS. Conselho Fiscal: Vera Zugno, Autônoma; Luis Fernado Rhoden, IPHAN,RS; Keli Cristina Scolari, DMCR/ICH/UFPel. Conselho Técnico: Lorete Mattos, UFRGS.

    Foto: Denise Stumvoll

    Loreni, Andréa e Lorete