“Noites Alienígenas”: o ser humano e a fuga da realidade

O grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2022 chegou recentemente no catálogo da Netflix       

Por Jaime Lucas Mattos         

                                      Filme conquistou cinco kikitos no ano passado                               Imagem: Divulgação/Vitrine Filmes

Vencedor de diversos prêmios no 50º Festival de Gramado (2022), na Mostra Competitiva do Festival Guarnicê de Cinema (2022) e na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2022), “Noites Alienígenas” é um filme produzido no estado do Acre que retrata as sensibilidades de uma região pouco explorada pelo audiovisual brasileiro.

O longa-metragem conta a história de um grupo de personagens, em especial três jovens – Rivelino (Gabriel Knoxx), Sandra (Gleici Damasceno) e Paulo (Adanilo) –, que levam a vida na periferia de Rio Branco, e são impactados pelo conflito entre facções criminosas e pela violência urbana, que, nos últimos dez anos, quase triplicou o assassinato de crianças e jovens no Estado do Acre.

A vitória deste filme em diferentes festivais e mostras de cinema deu luz a uma produção que representa um enriquecimento cultural de uma região pouco explorada e conhecida pelo restante do País.

O Acre tem uma história muito rica. Depois de muitas disputas pelo domínio da área, travadas entre os bolivianos, peruanos e os brasileiros que viviam no território do Acre, o Brasil adquiriu a região em 1903, através de um tratado assinado com a Bolívia.

Por ser uma região agregada ao território nacional “recentemente” (e que foi elevada à categoria de estado apenas em 1962), tem sofrido um apagamento na memória popular e sofre muito preconceito, ganhando um espaço praticamente nulo para contar suas histórias no contexto nacional.

Gabriel Knoxx e Gleici Damasceno em cena     Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

“Noites Alienígenas” apresenta uma história que se distancia do eixo Rio-São Paulo, mas que explora e retrata uma realidade que dialoga com as realidades de outras regiões do País. A criminalidade é retratada no filme como pano de fundo para a narrativa, atravessando a vida dos personagens de maneiras distintas.

Os jovens representados no longa-metragem não têm muita perspectiva de futuro, mas sentem que a vida que levam é desconfortável e incômoda. Essa necessidade de fugir de seus espaços é explorada pela narrativa de diferentes maneiras. Há personagens que “encontram” a fuga nas drogas, no tráfico, na religião, nos sonhos de estudo. Mas essa fuga ainda não é suficiente, pois mesmo assim estão em lugares desconfortáveis e incômodos. Então, que fuga eles estariam buscando?

Questão da dependência química é tratada através do personagem de Adalino  Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

A proposta de fuga para o desconhecido dialoga com o título do filme, usando o “alienígena” como metáfora para a fuga e para o desconhecido. Ninguém sabe se o “alienígena” vem para o bem ou para o mal, mas ele muda tudo na sua visão do que é a vida. Esse paralelo dialoga com a vida desses jovens, que estão perdidos em uma vida e em uma localidade que não projeta alguma perspectiva além da criminalidade.

Para acompanhar o título e dar múltiplos significados à narrativa, “Noites Alienígenas” insere o realismo mágico como parte da trama, explorando-o nos diálogos, nas alucinações, nos rituais indígenas e no jogo de luzes. O realismo mágico pode parecer deslocado na trama, pois ele não faz parte do cerne da narrativa, mas do seu entorno. No entanto, apesar disso, ele tem a sua função significativa na história.

A filmagem contrasta com o realismo mágico e transmite a ideia de realidade da vida, com o uso da câmera em movimento, não apenas fixa, como é feito na maioria dos filmes mainstream.

Chico Diaz e Gabriel Knoxx em uma das primeiras cenas       Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

O elenco caminha muito bem com a narrativa. O grande destaque vai para Chico Diaz, que atua muito bem e entrega um diálogo magistral em uma das primeiras cenas, o qual resume a ideia por trás dessa história. Outros destaques no promissor elenco jovem vão para Gabriel Knoxx, Adalino e Kika Sena. Gleici Damasceno também está muito bem para o seu primeiro trabalho no cinema.

O maior destaque talvez seja para o diretor Sérgio Carvalho, que consegue apresentar, em apenas uma hora e meia, uma narrativa que discute uma problemática social – a criminalidade – e que pensa e repensa os motivos, os sonhos e os desejos de uma juventude que se sente perdida em um local incômodo – seja ele físico ou sentimental.

Equipe de “Noites Alienígenas” no palco do 50º Festival de Gramado           Foto: Divulgação/Edison Vara

 

Vale lembrar que “Noites Alienígenas” ganhou cinco prêmios no Festival de Cinema de Gramado do ano passado, nas seguintes categorias: Melhor Filme; Melhor Filme pelo Júri da Crítica; Melhor Ator, com Gabriel Knoxx; Melhor Atriz Coadjuvante, com Joana Gatis; e Melhor Ator Coadjuvante, com Chico Diaz.

Se ficou interessado em conferir, o filme está disponível no catálogo da Netflix.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Banda Jota Quest realiza show em Pelotas no dia 19 de setembro

Grupo mineiro estará presente na capital do doce com sua tour em comemoração aos 25 anos de carreira na véspera do feriado do Dia do Gaúcho        

                                                   Por João Victor Fagundes e Renan Ferreira        

 

Banner promocional da tour “Jota25”                                          Imagem: Divulgação

 

A banda Jota Quest anunciou em fevereiro deste ano sua tour em alusão aos 25 anos de carreira, que contará com apresentações por diversas cidades do Brasil, incluindo Pelotas. A banda passará pela Princesa do Sul no dia 19 de setembro, véspera do feriado do Dia do Gaúcho. O show será realizado no Centro de Eventos da Fenadoce (Av. Pinheiro Machado 3390), com abertura às 20h.

Formada em meados de 1993 em Belo Horizonte (MG), a banda originalmente chamava-se “J. Quest”, uma abreviação de um famoso cartum chamado Jonny Quest, criado na década de 60 e popularmente conhecido até os dias de hoje. No entanto, em entrevista ao programa Faustão na Band, o vocalista Rogério Flausino explicou o motivo da mudança na grafia e na pronúncia do nome da banda, que antes usara a fonética inglesa quando referiam-se a banda (Jay Quest). Segundo Rogério, logo no início da carreira, eles planejavam regravar a música de Tim Maia “Dance enquanto é tempo”, entretanto precisaria da autorização de Tim, que detestava falar com qualquer gravadora que tentasse contatá-lo. Foi aí que Rogério conseguiu o número particular de Tim a fim de pedir a autorização, e, ao realizar a ligação, o grande astro da música nacional, além de permitir a gravação, “abrasileirou” o nome da banda, sugerindo que  o grupo se chamasse Jota Quest daquele momento em diante.

Reunião de talentos

O Jota Quest é composto por um grupo talentoso de músicos que contribuíram para a rica tapeçaria musical da banda. Rogério Flausino, vocalista e um dos membros fundadores, traz uma voz cativante e versátil para as músicas da banda. Além dele, a habilidade do guitarrista Marco Túlio Lara em criar riffs memoráveis e solos envolventes é fundamental para o som característico do grupo. O tecladista Márcio Buzelin adiciona camadas melódicas e atmosféricas às músicas, enquanto PJ, o baixista, e Paulinho Fonseca, o baterista, formam a base rítmica sólida que sustenta as composições. A jornada musical do Jota Quest é uma história de sucesso, perseverança e reinvenção constante. Com sua mistura única de gêneros musicais, hits inesquecíveis e integrantes talentosos, continua a ser uma força influente na música brasileira.

 

Repertório do show reúne “músicas para cantar junto”, ou seja, os grandes hits da banda  Imagem: Instagram / Ique Esteves

 

Diversidade sonora e estilo único

O som do Jota Quest é notável por sua habilidade de transcender fronteiras musicais. A banda mistura elementos de pop, rock, funk e música eletrônica, criando um estilo que é simultaneamente enérgico e envolvente. Essa diversidade sonora não apenas tornou o Jota Quest um nome familiar, mas também permitiu que eles se reinventassem a cada álbum, mantendo sua música fresca e relevante ao longo dos anos.

Explorando os maiores hits

Os maiores sucessos do Jota Quest traçam um mapa musical que captura a diversidade de influências que a banda incorpora. Entre esses sucessos está “Dias Melhores”, uma canção que se tornou um hino otimista e que, desde o lançamento, se mantém presente em playlists de todos os cantos do país. “Na Moral” é outro hit notável que explora as raízes do funk e do groove, adicionando uma camada de modernidade à mistura. E quem não se lembra de “O Vento”? Faixa que cativou os ouvidos de várias gerações com sua pegada envolvente e contagiante.

 

                           Faixas como “Dias Melhores”, “Amor Maior” e “Dentro de Um Abraço” são hits populares da banda              Imagem: Instagram / Jp Sofranz

 

 Jornada musical marcada por hits e diversidade sonora

No cenário musical brasileiro, poucas bandas conseguiram deixar uma marca tão duradoura e eclética quanto o Jota Quest. Desde sua formação nos anos 90, o grupo mineiro conquistou fãs e espaço nas paradas com uma mistura única de pop, rock e elementos eletrônicos, tornando-se uma verdadeira referência na cena musical nacional. Com uma carreira que abrange décadas e uma coleção impressionante de hits, o Jota Quest continua a fazer história e a atrair novas gerações de ouvintes.

Ingressos para a Tour de 25 anos da banda em Pelotas

Os ingressos podem ser adquiridos através do site Blue Ticket com preços a partir de R$160,00.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Participação dos alunos da UFPel destaca-se no 51º Festival de Cinema de Gramado

Na edição ocorrida em agosto, diversos curtas-metragens de alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Pelotas se fizeram presentes em um dos maiores eventos cinematográficos do Estado e do País       

Por Felipe Boettge e Jaime Lucas Mattos   

 

                   Ana Ambrosano e Denis Souza com o prêmio de melhor desenho de som pelo curta Carcinização                               Foto: Divulgação/Edison Vara/Agência Pressphoto

 

Em sua 51ª edição, o Festival de Cinema de Gramado apresentou em sua programação quatro curtas-metragens dirigidos e realizados por estudantes e egressos de dois cursos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação. Os filmes exibidos, e que concorreram a prêmios, foram “Aurora”, de Bruna Ueno; “Carcinização”, de Denis Souza, “Combustão Espontânea”, de João Werlang e Pedro Bournoukian; e “Tremendo Trovão”, de Rubens Anzolin. Com a presença dos filmes no festival, a universidade também disponibilizou transporte para levar os alunos, membros das produções e outros estudantes até a cidade de Gramado durante o festival.

A exibição dos curtas no festival aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto, nos primeiros dias do evento. A premiação do Troféu Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas foi realizada no dia 13 para condecorar os curtas-metragens gaúchos. Dos quatro filmes realizados por alunos ou ex-alunos da UFPel, um deles foi premiado.

“Carcinização”, dirigido por Denis Souza, recebeu o prêmio de melhor desenho de som. Responsáveis pelo desenho de som no filme, foram destacados Ana Ambrosano e Mariana do Prado. Ana Ambrosano, que estava no festival, disse que não esperava ser premiada: “Foi uma surpresa muito feliz, a sensação é indescritível, eu não lembro dos cinco minutos que se passaram ali depois de ouvir o meu nome, dá vontade de sentir de novo”. O diretor contou que também ficou surpreso, mas feliz porque se destacaram justamente na parte da produção em que eles tiveram bastante cuidado.

Em formato de animação, “Carcinização” fala sobre um trio de amigos – Liz, Mari e P1 – e as mudanças que estão acontecendo em suas vidas, especialmente na de P1, que decide virar um caranguejo – situação que dá nome ao curta. “Eles conversam sobre esse sentimento de tentar se adequar, e seguir seu próprio caminho enquanto apoiam o P1 nessa jornada de participar do processo de carcinização”, resume o diretor Denis Souza.

 

                                         Denis Souza, diretor de Carcinização, apresentando o curta no palco do festival                                   Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

Dentre os outros três filmes pelotenses que disputaram os diversos prêmios do Troféu Mostra Gaúcha de Curtas, “Tremendo Trovão” trata de lembranças de um acidente sofrido pelo diretor Rubens Fabricio Anzolin e os impactos causados em sua vida. Já o curta “Aurora”, dirigido por Bruna Ueno, é uma animação de uma patinação artística ao som de uma música no piano. “Havia muito tempo, antes mesmo do início do projeto, que pensava em fazer algo contemplativo, que despertasse um lado mais emocional. Acredito que a combinação da dança com a música abre brecha para isso, então foi o caminho que escolhi, buscando desenvolver e capturar a expressividade desse cenário”, conta a diretora.

Por ser uma animação em rotoscopia, técnica que consiste em criar sequências animadas desenhando as imagens quadro a quadro, tanto facilidades quanto dificuldades poderiam ser encontradas no caminho. “As facilidades surgiram ao escolher trabalhar com animação tradicional, utilizando papel, grafite e giz pastel. Isso me proporcionou conforto, além de ter sido um processo muito proveitoso! Por outro lado, enfrentei um desafio ao lidar com várias pilhas de papel que precisavam ser escaneadas, cortadas e montadas, especialmente considerando que estava realizando esse processo por conta própria”, contou a diretora Bruna Ueno.

Dividido em três pequenos atos e com uma grande equipe envolvida na sua realização, o filme “Combustão Espontânea”, dirigido por João Werlang e Pedro Bournoukian, conta a história de três pessoas que estão presas aos seus cotidianos extremamente repetitivos e que alimentam um desejo de se libertar dessas realidades, mesmo que de formas inusitadas.

O diretor Pedro Bournoukian relata que a equipe usou principalmente locações internas para gravar o filme, e que elas tiveram uma função especial, que é a de usar “esses ambientes claustrofóbicos, buscando enclausurar os personagens em suas rotinas, algo que é essencial para o entendimento do filme”. Segundo Werlang, as locações utilizadas em Pelotas foram um apartamento, o Parque Tecnológico e a Igreja Cabeluda, como é popularmente conhecida, além do Calçadão da cidade.

 

 Pedro Bournoukian e João Werlang, diretores de Combustão Espontânea, no palco do Festival de Gramado                  Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

O diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”, Matheus Tozeto, falando sobre sua função no filme, contou que fez um storyboard com os diretores para ordenar a composição das cenas, e que, a partir disso, pode guiar-se nas gravações. “Foi o período da produção no qual fiquei encarregado por operar a câmera e por tomar decisões quanto à iluminação das cenas, sempre junto dos diretores João e Pedro”, recorda Matheus.

Enquanto a maior parte da equipe do filme é do curso de Cinema e Audiovisual, alguns atores são do curso de Teatro. Eles vivenciaram novas experiências com o audiovisual, criando uma conexão que engrandece e agrega á experiência e à passagem dos alunos dos dois cursos pela Universidade, algo que é apoiado e incentivado pelos professores. ”Já tive uma professora que me liberou de uma aula que eu tive à tarde para eu poder gravar. Eles são bem compreensivos em relação a isso, porque é muito importante que a gente tenha o intercâmbio entre os cursos de Teatro e Cinema”, relata a aluna Cândida Canielas.

No entanto, o apoio da Universidade não se limita a esse tipo de situação, uma vez que se reconhece o valor não só na execução e participação dos projetos, mas também na presença nos festivais e premiações, como é o caso do Festival de Cinema de Gramado. Para auxiliar os estudantes, a UFPel disponibilizou transporte para eles e os membros das equipes das produções envolvidas se fazerem presentes no evento, algo que foi essencial para que eles tivessem não só a experiência da viagem, mas pudessem estar juntos de suas produções no maior palco do cinema brasileiro. “[O transporte] facilitou a vida de muitos de nós, pois para muitos seria inviável estar presente se não fosse esse apoio. Essa também é uma forma de incentivar os alunos”, relata Milena de Castro, atriz de “Combustão Espontânea”.

 

          Milena Vaz, Cândida Canielas e Kelvin Marum Machado, do elenco de “Combustão Espontânea”             Foto: Acervo pessoal/Milena Vaz

 

A importância do festival para o cinema gaúcho é grande, tendo em vista os holofotes que o festival está proporcionando tanto para a divulgação, quanto para o reconhecimento do que é produzido em escopo local e universitário.

 

“No caso do cinema gaúcho, o festival oferece uma oportunidade para exibir e celebrar o trabalho local, permitindo que nós possamos compartilhar nossos trabalhos e perspectivas regionais com um público mais amplo” (Bruna Ueno, diretora de “Aurora”).

 

“Acho que é um festival muito importante, principalmente quando se trata de difundir o cinema gaúcho. Ele aproveita esse status de um dos festivais mais famosos do Brasil, ao qual pessoas de todos os cantos do Brasil vêm para apreciar os filmes, e abre espaço para exibição de produções feitas aqui no Estado” (João Werlang, um dos diretores de “Combustão Espontânea”).

 

O espaço que o festival oferece proporciona um encontro e debate entre produtores gaúchos com o de todas as outras praças do Brasil, criando conexões e servindo como um berço de novas ideias e inspirações que terão impacto nas carreiras dos cineastas e também em toda a indústria de uma forma geral. Essa promoção de encontros entre produtores se faz muito importante para as obras locais, e também em relação à autoestima e à confiança que cercam essas equipes, que, muitas vezes, podem sentir-se menosprezadas e deixadas de lado, uma vez que estão deslocadas dos centros de maior produção audiovisual, o eixo Rio de Janeiro-São Paulo.

Dessa maneira, a existência do Festival de Gramado, das amostras gaúchas e da presença dos produtores locais, “é uma forma de nós, gaúchos, mostrarmos que, mesmo não estando no centro das produções audiovisuais, estamos criando e trabalhando em cima de obras incríveis”, reforça Milena Vaz. Além disso, é um espaço para a troca de conhecimentos e de receber reconhecimento pelos seus trabalhos, como relatou Denis Souza: “Conheci muita gente da área e é bem gratificante ver o nosso trabalho sendo reconhecido num festival desta escala”.

 

“O Festival de Gramado, ao apresentar categorias específicas voltadas ao cinema gaúcho, valoriza e incentiva a produção audiovisual no Estado” (Matheus Tozeto, diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”).

 

Espera-se que as produções nascidas na UFPel continuem ganhando holofotes no festival em todas as futuras edições, tendo em vista que é um grande evento para que os alunos ganhem notoriedade no ramo da sétima arte. A próxima edição do Festival de Gramado acontecerá entre os dias 9 e 17 de agosto de 2024.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Banda Misto Quente cativa público com tributo aos Mamonas Assassinas

Show aconteceu quarta-feira no bar Johnnnie Jack e trouxe lembranças bem-humoradas       

Por Yan Freitas e Yasser Hassan        

 

A banda Misto Quente divertiu o público recordando dos sucessos do grupo paulista

 

O palco do bar Johnnie Jack, em Pelotas, foi tomado por palhaçadas, nostalgia e música de qualidade na noite desta quarta-feira, dia 30 de agosto. Em uma performance de tributo ao grupo Mamonas Assassinas, a banda Misto Quente surpreendeu a todos com um show irreverente, bem-humorado e quase beirando o absurdo, feito justamente para demonstrar a fidelidade ao show original da banda que fez história no Brasil.

A energia contagiante do vocalista Moisa foi acompanhada por arranjos perfeitos da banda, com Matheus Bastos na guitarra, Giuliano Cardoso no teclado, Mateus Dilelio na bateria e Junior Barboza no baixo. Além disso, a segunda voz de Giuliano que, por vezes, formava uma dupla com Moisa, funcionava perfeitamente. Ainda mais na performance da música “Vira-Vira”, na qual o tecladista imitava com perfeição a voz estridente de “Maria”, enquanto o vocalista fazia a voz grave de Manoel, em uma fantasia típica de português.

 

Grupo se fantasia com os mesmos figurinos dos Mamonas Assassinas

 

Aos fãs de carteirinha, a apresentação foi um prato cheio, mas o grupo não parava por aí. Com covers de outros artistas, partindo de Chitãozinho e Xororó até Michael Jackson, a banda apresentou um repertório extenso e diversificado, que nunca perdia aquela pitada de humor.

Entre sentimentos de alegria e saudades que a banda Misto Quente aflorou no público do Johnnie Jack, o principal, sem dúvidas, foi a nostalgia. Tanto para aqueles que buscavam reviver a sensação de ver os Mamonas Assassinas, como para aqueles que já nasceram sem essa chance.

“Eu escuto Mamonas desde que me conheço por gente. A primeira música que eu ouvi na vida foi do Mamonas, eu os via nos programas de TV quando já tinham morrido”, disse Kauê Duarte, fã de carteirinha da banda, que nasceu no mesmo ano do acidente fatal com o grupo.

 

O vocalista Moisa teve a ideia de fazer um tributo aos Mamonas

 

A ideia da Banda Misto Quente, de trazer de volta Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Sérgio e Samuel Reoli, partiu de uma iniciativa do vocalista Moisa em seus tempos de faculdade. “Ele era fã desde moleque, até que encontrou na faculdade de Música um doido que topou montar um tributo com ele”, disse o tecladista Giuliano Cardoso.

 

Show é voltado tanto para quem curtiu como para quem ainda não era nascido na época dos Mamonas

 

Acima de tudo, a aproximação da banda com o público provém de um mesmo sentimento, a saudade. Ao incorporar os queridos “Mamonas”, o grupo transpõe a sensação de se sentir vivo, e mostra que a morte nunca será capaz de apagar a história.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

“Rolê Daora”, o novo evento da Prefeitura de Pelotas

Primeira edição trouxe atrações musicais e faz parte do Programa de Convivência Urbana      

Por Aline Souza e Brenda Leal       

    Prefeita quer  mobilizar as pessoas e conscientizar para uma melhor convivência urbana       Foto: Rodrigo Chagas

 

No dia 21 de agosto, a Prefeitura de Pelotas anunciou a criação de um novo evento de lazer para o público da cidade. Atrelado à aprovação da Lei do Silêncio, sancionada pela prefeita Paula Mascarenhas no dia 18 de agosto, que determina normas gerais de preservação e garantia ao sossego público, foi lançado o “Rolê Daora”. Sua primeira edição ocorreu no dia 23, com a intenção de dar continuidade em diversas partes do município.

“Nós vamos constituir, organizar e lançar o Programa de Convivência Urbana, porque é mais do que simplesmente coibir a perturbação do sossego público. Trata-se de mobilizar as pessoas, sensibilizá-las e conscientizá-las para uma convivência urbana mais saudável”, disse a prefeita, em matéria publicada no site oficial da Prefeitura.

O novo evento visa propiciar atrações de entretenimento aos jovens em um horário que não perturbe os moradores da cidade. A primeira edição ocorreu no dia 23, trazendo atrações musicais como o pocket show de Henry Oppelt, que ocorreu na esquina da rua Dom Pedro II e Gonçalves Chaves.

Henry é um artista local, de 33 anos, que atua com shows e produção de eventos na cidade há mais de 20 anos. O seu endereço no Instagram  conta com mais de 12 mil seguidores e ele é sucesso não só em Pelotas, mas também nas cidades vizinhas.

 

Entre as atrações musicais da primeira edição esteve o pocket show de Henry Oppelt      Foto: Rodrigo Chagas

 

“Pelotas é uma cidade que se orgulha da nossa vida noturna e da cultura de movimentação de pessoas vindas de todos os lugares do país. Obviamente, essas pessoas costumam se encontrar na noite em busca de diversão e festa e isso é muito bacana. Mas, tem local e hora para tudo, e a ideia é que a gente possa unir a diversão ao respeito, pois a cidade precisa ser um lugar para todos, tanto àqueles que gostam de festa e quanto aos que gostam de descanso. Com flexibilizações, criamos uma cidade inclusiva, mais alegre, segura, equilibrada e saudável”, destacou a prefeita Paula.

O local do evento no dia 23 é simbólico: é onde se concentram os principais e mais frequentados bares da cidade, no entorno da Universidade Católica de Pelotas. Nesta parte, os jovens costumam ocupar as ruas, principalmente nas quartas-feiras, um dos motivos para a Lei do Sossego ter começado a ser discutida pela Câmara de Vereadores.

No Instagram Oficial da Prefeitura, foi publicado que a rua Gonçalves Chaves trata-se só da primeira região contemplada com o “Rolê”, dando a ideia de que o projeto pode se expandir para outros locais e seguir acontecendo periodicamente.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

UFPel sedia Mostra Itinerante de Filmes Etnográficos Prêmio Pierre Verger

Produções de curta e longa-metragem podem ser vistas no Cine UFPel ou nos canais do Youtube do Leppais e do Labome       

Por Larissa Schneid Bueno   

 

 

Até esta quinta-feira (31 de agosto), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estará sediando a Mostra Itinerante de Filmes Etnográficos Prêmio Pierre Verger (edição 2022), com organização do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Produção em Antropologia da Imagem (Leppais), em parceria com o Laboratório das Memórias e das Práticas Cotidianas (Labome).

Os filmes etnográficos representam olhares sobre o mundo e têm como definição clássica a documentação fílmica das ações humanas, para que as atitudes das pessoas e suas características culturais sejam ali representadas e interpretadas.

As obras podem ser acompanhadas gratuitamente a partir das 14h por todos os públicos no Cine UFPel, localizado na Rua Lobo da Costa, 477, em Pelotas/RS, ou pelos canais do Youtube do Leppais e do Labome por meio de uma transmissão online.

A mostra, trazida pela professora de Antropologia da UFPel e organizadora da itinerância, Claudia Turra Magni, começou no dia 3 de agosto e, ao todo, conta com quatro sessões compostas por filmes de curta e longa-metragem. Entre os destaques, estão as obras “Auto de Resistência” (2018), “Nossas mãos sagradas” (2021), “Alagbedé” (2021), além do “Canto de Família” (2020), “Carlos Caps Drag Dance” (2022) e “Cybershota” (2022), que ainda serão exibidas.

Para o professor de Cinema da UFPel e coordenador do Cine UFPel, Roberto Cotta, é fundamental que existam iniciativas que tragam à comunidade filmes etnográficos inéditos ou poucos exibidos na cidade, proporcionando uma diversidade de experiências culturais ao público que, muitas vezes, vê o seu reflexo nas telas através desses filmes.

“Através do contato com as obras, o espectador pode refletir a respeito da realidade mostrada, bem como criar relações com suas próprias experiências. Além disso, o debate virtual promovido após as sessões permite um diálogo estreito com os cineastas que realizaram os filmes”, pontuou.

 

Prêmio faz homenagem a  Pierre Verger, que eternizou a cultura baiana em suas fotos Foto: Mário Cravo Neto/UFBA

 

Prêmio Pierre Verger

O prêmio surgiu em 1996, no ano da morte do fotógrafo, etnólogo, antropólogo, escritor e pesquisador francês, Pierre Fatumbi Verger, nascido em 1902. Pierre viajou por cinco continentes realizando um trabalho fotográfico baseado no cotidiano e nas culturas populares, até chegar a Salvador (BA), onde viveu grande parte de sua história.

“Lá, ele construiu uma história significativa, não apenas de pesquisa em antropologia, mas também de envolvimento com as comunidades de religiões de matriz africana. Na Bahia, existe a Fundação Pierre Verger Galeria, localizada no Centro de Salvador, cidade em que o artista morou por muitos anos. A fundação possui uma coleção com mais de 60 mil fotografias de Pierre Verger e também organiza mostras e eventos”, disse Claudia.

No campo das pesquisas antropológicas na América Latina, o Prêmio Pierre Verger, promovido pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA), é um dos principais festivais competitivos de obras fílmicas, fotográficas e gráficas, que acontece a cada dois anos durante a Reunião Brasileira de Antropologia.

“Por ocasião da primeira edição do concurso de filmes etnográficos, que ocorreu em 1996, justamente em Salvador, Bahia, durante a reunião de antropologia, foi decidido nomear esse concurso em homenagem a Pierre Verger. A partir de 2012, começou-se a possibilitar que essas obras premiadas circulassem, itinerando por outras regiões do país, tanto no âmbito acadêmico quanto em centros culturais, galerias e, desde a última edição, também em outros países além do Brasil”, conta Turra.

A mostra também possibilita a formação dos estudantes e estimula a realização de trabalhos finais, na articulação entre ensino, pesquisa e extensão, sendo uma vitrine da produção antropológica brasileira em termos de filmes, fotografias, desenhos e outras formas de imagens.

“O concurso não apenas retrata o que está sendo feito de mais novo e recente no âmbito acadêmico, mas também estimula a produção dentro das universidades e dialoga com a produção fora desse ambiente. Por exemplo, neste ano, temos obras produzidas por cineastas indígenas em colaboração com pesquisadores da antropologia”, destaca a professora.

Em todas as edições do concurso, existe uma comissão organizadora composta por especialistas do campo, além de uma comissão julgadora que convoca cineastas, fotógrafos, e outras pessoas ligadas à área da antropologia. O resultado dessa produção expressa todo o interesse da antropologia em termos de diversidade cultural através de obras que percorrem diferentes culturas e comunidades identitárias dentro e fora do Brasil.

Impacto Cultural

Ao falar sobre o impacto cultural que a mostra causa nos alunos e professores da UFPel, e na comunidade, a antropóloga destaca o quão importante é que a universidade seja mais plural, estando aberta a novas perspectivas e indo além do que já demonstra.

“Ela deve dialogar com outros saberes tradicionais e outras formas de compreender o mundo. Por isso, é importante que os filmes não sejam apenas veículos de divulgação do conhecimento, mas também que incorporem processos de conhecimento das diversas culturas. Acredito que isso é o que temos visto por meio de produções apresentadas nessa mostra. Acho que ela contribui para a compreensão da diversidade cultural, não apenas da sociedade brasileira, que é extremamente rica, mas também para harmonizar diferentes perspectivas de mundo”, enfatizou.

Entre os alunos que participam do processo de exibição dos filmes está o estudante de Cinema e Audiovisual da UFPel e editor de vídeos, Maycol Paixão Bastos, que através da sua atuação como bolsista no projeto de extensão do Cine UFPel teve essa oportunidade.

Maycol relata que o processo está sendo proveitoso e inovador, visto que a mostra acontece no espaço físico da universidade e no espaço virtual, agregando “resistência para o patrimônio cultural de nosso país”. Na sua perspectiva, esse tipo de ação faz com que a comunidade dê mais atenção às obras selecionadas, ampliando o destaque das obras independentes nacionais.

Além disso, ele abordou a defasagem do cinema brasileiro em relação à distribuição e exibição de filmes, que, muitas vezes, não são assistidos e, por consequência, não são comentados nem percebidos pelo público.

“As discussões geradas sobre os filmes geram reconhecimento sobre as subjetividades envolvidas e, por conseguinte, fortalecem sua existência e memória. A mostra significa uma grande oportunidade para que esses filmes venham a ser recebidos pela comunidade e possam ser mais esmiuçados pelos debates promovidos em seguida das exibições. Cada um deles tem suas peculiaridades, mas há de se perceber que são olhares cuidadosos que se lançam sobre diferentes nuances da humanidade. Para mim, eles significam memória, afeto, política e existência”, finalizou.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Destaques da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado

Realizada entre os dias 11 e 19 de agosto, a edição deste ano contou com a tradicional premiação e homenagens a vários artistas, incluindo a atriz Léa Garcia, falecida no dia 15, às vésperas de ser homenageada    

Por Felipe Boettge e Jaime Lucas Mattos         

                “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane recebe prêmio de Melhor Longa-metragem brasileiro no dia 19 de agosto           Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

 

Em sua 51ª edição, o Festival de Cinema de Gramado, realizado ao longo de nove dias, é uma vitrine de divulgação para diversos filmes, de diferentes formatos e lugares do Brasil. Na edição deste ano, muitos filmes e profissionais foram celebrados na grande festa do cinema.

Os longa-metragens brasileiros

A premiação do festival, realizada no último dia do evento, destacou o êxito do filme “Mussum: O Filmis”, que foi o maior premiado da noite, levando seis Kikitos. O longa-metragem é uma biografia de um dos maiores nomes da comédia brasileira, Mussum (1941-1994), que fez parte do quarteto Os Trapalhões. A repercussão positiva sobre o filme após a exibição exclusiva no festival chama a atenção para a produção, que entrará para o circuito de exibições nos cinemas apenas no dia 2 de novembro.

A cinebiografia dirigida por Sérgio Guindane levou seis Kikitos nas seguintes categorias: melhor filme; melhor ator, para Aílton Graça; melhor trilha musical, para Max de Castro; melhor atriz coadjuvante, para Neusa Borges; melhor ator coadjuvante; para Yuri Marçal; e o prêmio do júri popular; além de uma menção honrosa a Martín Macías Trujillo, por seu trabalho desenvolvido na caracterização.

                            Aílton Graça vence Kikito de Melhor Ator e Vera Holtz conquista prêmio de Melhor Atriz, por “Tia Virgínia”             Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

 

Outro destaque dentre os longas-metragens foi para “Tia Virgínia”. O filme narra a história de uma mulher de 70 anos que vive sozinha e é convencida pelas irmãs a se mudar para cuidar dos pais. A trama se passa em um único dia e acompanha a preparação de Virgínia para receber as irmãs no Natal. “Tia Virgínia” levou cinco Kikitos nas categorias de: melhor atriz, para Vera Holtz; melhor roteiro, para Fábio Meira; melhor direção de arte, para Ana Mara Abreu; melhor desenho de som, para Rubem Valdés; e o prêmio do júri da crítica; além de uma menção honrosa a Vera Valdez.

O outro destaque da noite foi “Mais Pesado é o Céu”, que levou quatro Kikitos nas categorias de: melhor direção e melhor fotografia, ambas pelo trabalho de Petrus Cariry; melhor montagem, para Firmino Holanda e Petrus Cariry; e um prêmio especial do júri para Ana Luiza Rios. O filme, que será lançado em 2024, tem Matheus Nachtergaele e Ana Luiza Rios como protagonistas. Os personagens atravessam paisagens marcantes do território cearense em busca de fazer as pazes com o passado e de construir um novo futuro.

Os longas-metragens “O Barulho da Noite”, de Eva Pereira, “Angela”, de Hugo Prata, e “Uma Família Feliz”, de José Eduardo Belmonte, não receberam nenhum prêmio.

 

Zeca Brito recebe o prêmio de Melhor Longa-metragem Gaúcho      Foto: Divulgação/Edison Vara/Pressphoto

 

Os longa-metragens gaúchos

Dentre os longas gaúchos, os destaques vão para “Hamlet”, dirigido por Zeca Brito, e “O Acidente”, dirigido por Bruno Carboni. Com uma metáfora à tragédia de William Shakespeare, o primeiro conta a história do Jovem Hamlet (Fredericco Restori), que, em meio ao caos político no Brasil de 2016, tem de enfrentar seus maiores fantasmas, sua transformação em adulto e seu lugar na sociedade, em meio aos protestos dos estudantes e de movimentos sociais. O filme recebeu cinco Kikitos, nas categorias de: melhor filme; melhor direção, para Zeca Brito; melhor ator, para Fredericco Restori; melhor fotografia, para Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito; e melhor montagem, para Jardel Machado Hermes.

“O Acidente”, que chegou aos cinemas em 24 de agosto, narra a história de duas famílias que criam um laço inesperado após um atropelamento. A história se inicia após a ciclista Joana ser vítima de um atropelamento e decidir não denunciar, temendo que isso estragasse os planos que tem com sua namorada, Cecília. No entanto, quando um vídeo da situação se torna viral, ela é forçada a prestar queixa na polícia e sua vida se entrelaça com a da motorista e sua família. O filme recebeu três Kikitos nas categorias de: melhor atriz, para Carol Martins; melhor roteiro, para Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni; e melhor direção de arte, para Richard Tavares.

Outros longas gaúchos premiados foram “Céu Aberto”, em duas categorias, e “Sobreviventes do Pampa”, em uma categoria.

Outros destaques da premiação

Vale mencionar como destaques o documentário “Anhangabaú”, de Lufe Bollini, que levou um prêmio de melhor filme documental, e o curta “Mãri-Hi – A árvore do Sonho”, que ganhou prêmios em duas categorias de curtas-metragens, e foi dirigido por Morzaniel Ɨramari, considerado como o primeiro cineasta Yanomami.

Para a lista completa de vencedores da premiação ao longo dos anos, desde 1973, acesse o site do festival.

 

                              Laura Cardoso, Alice Braga, Ingrid Guimarães e Lucy Barreto foram homenageadas no festival                                       Foto: Divulgação/Dilson Silva/AgNews

Homenagens

Além da entrega de diversos Kikitos a diferentes filmes gaúchos e brasileiros, o festival também foi palco de homenagens a grandes nomes do cinema nacional.

O Troféu Oscarito, que é a mais antiga homenagem entregue pelo festival e leva o nome de um dos principais nomes do cinema brasileiro, estava planejado para ser entregue a duas grandes artistas brasileiras, Laura Cardoso e Léa Garcia.

Aos 95 anos, a atriz Laura Cardoso recebeu homenagem no palco do Palácio dos Festivais, ao lado de outras homenageadas da noite. A atriz Léa Garcia, que também estava programada para receber o Troféu Oscarito, faleceu, aos 90 anos, dias antes da cerimônia. A atriz estava em Gramado para acompanhar o festival e ser homenageada no último dia. Devido ao falecimento da atriz, o troféu foi entregue ao filho, Marcelo Garcia.

 

O filho de Léa Garcia recebe a homenagem em nome da atriz          Foto: Divulgação/AgNews

Léa tinha uma extensa e célebre carreira no cinema, na televisão e no teatro, tendo ganhado, ao longo de sua jornada, quatro Kikitos no Festival de Gramado, além de prêmios em outros festivais, incluindo o prestigiado Festival de Cinema de Cannes. Um dos seus últimos trabalhos foi na série “Arcanjo Renegado”, do serviço de streaming Globoplay.

Outras homenageadas da noite foram a produtora Lucy Barreto – com o Troféu Eduardo Abelin – e as atrizes Ingrid Guimarães – com o Troféu Cidade de Gramado – e Alice Braga – com o Troféu Kikito de Cristal.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Rio Grande celebra a Semana do Patrimônio 2023 com diferentes atividades culturais

O evento aconteceu de 15 a 20 de agosto e contou com conferências, mostras, oficinas e visitas guiadas em pontos históricos da cidade       

Por Marianna Bertoldi e Victória Silva        

 

Palestras e exposições resgataram a história do município      Foto: Richard Furtado/Prefeitura do Rio Grande

            

Valorizar o patrimônio histórico e cultural e fomentar o turismo são os princípios que guiaram a programação da Semana do Patrimônio no município do Rio Grande, na zona sul do Estado. O evento, que teve início em 15 de agosto e estendeu-se até o dia 20, contou com palestras, exposições, oficinas e visitas guiadas em pontos representativos da história da cidade, como é o caso do prédio da antiga Alfândega e o do Mercado Público Municipal, localizados no coração do Centro Histórico. 

São 286 anos de história, refletidos nos patrimônios materiais e imateriais do município. Neste ano, o evento adotou o tema “Rio Grande — Das Águas ao Cais de Pedra”, em referência à descoberta de um cais de pedra com mais de 150 anos em meio aos trabalhos de restauro da Rua Riachuelo, no Porto Histórico. O tema também se refere ao título de Capital Nacional das Águas, concedido a Rio Grande em junho deste ano.

Uma iniciativa da Prefeitura do Rio Grande, com o apoio da Receita Federal e o patrocínio da empresa pública Portos RS, a Semana do Patrimônio uniu conhecimento e lazer em uma experiência única de reconhecimento à herança cultural da cidade. O evento veio ao encontro das políticas existentes para locais históricos, as mesmas políticas que viabilizaram a realização da Noite do Centro Histórico em maio.

Artesanato local

A produção artesanal local também recebeu reconhecimento durante o período. Os expositores tiveram a oportunidade de exibir suas habilidades e criações artísticas na antiga Alfândega. É o caso da artesã Marta de Carli, que atua no ramo do trabalho manual há mais de 25 anos.

 

 Marta de Carli trouxe souvenirs do Rio Grande na Semana do Patrimônio   Foto: Maria Clara Goulart/Prefeitura do Rio Grande

Marta relata que iniciou a produção de artigos de lembrança da cidade litorânea em resposta à procura dos turistas que veraneavam no Balneário Cassino. Ela retrata locais emblemáticos como a Catedral de São Pedro, os Molhes da Barra e a Estação Ecológica do Taim.

Para a artesã, a Semana do Patrimônio tem um papel essencial na promoção da cultura local, dando visibilidade ao legado histórico do município. “Eu acho importantíssima, porque é uma forma de pertencimento, de preservar a nossa história e o patrimônio humano dos nossos antepassados”.

 

Katia e Roberta Mello exibiram suas criações durante o evento       Foto: Richard Furtado/Prefeitura do Rio Grande

 

Idealizadoras do Estúdio Tal, a ilustradora Katia Mello e sua filha Roberta, que é designer, realizaram um trabalho de ilustração com caneta de nanquim e pintura digital voltado aos pontos históricos do Rio Grande, incluindo um mapa do Centro Histórico.

Elas reconhecem que o povo rio-grandino está mais sensível para o tema da cultura. “Como estão surgindo essas propostas que a Prefeitura está promovendo, as pessoas estão aproveitando”, disse Katia.

Fábrica Rheingantz

A Fábrica Rheingantz, ou como é conhecida, a Antiga Rheingantz, foi um dos patrimônios centrais do evento.

 

Fachada do prédio da antiga fábrica Rheingantz localizada junto à Vila Operária          Foto: Marianna Bertoldi

Lá, os visitantes puderam conhecer o museu que expõe peças de roupas fabricadas na fábrica que tinha grande prestígio pela qualidade dos casacos, tapetes e outros artigos feitos em lã. Para entender ainda mais sobre a história, atrizes encenaram situações do cotidiano relatadas por antigas trabalhadoras da fábrica.

 

Peças em exposição no museu da Antiga Rheingantz durante a Semana do Patrimônio 2023    Foto: Marianna Bertoldi

 

A Rheingantz foi uma fábrica têxtil, a primeira empresa do Rio Grande do Sul, estabelecida em Rio Grande no ano de 1873. Grande parte dos funcionários eram mulheres, que trabalhavam com o tear e teciam a lã para a confecção de roupas, tapetes e tecidos.

De acordo com o Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho (LEHMT), “em 1879, a empresa do imigrante alemão Carlos Guilherme Rheingantz já contava com 900 operárias(os) e 100 costureiras que trabalhavam em suas residências. Em 1907, estava entre as 100 maiores indústrias do Brasil com 1.008 trabalhadoras(es)”.

Depois de mais de 100 anos, as atividades da fábrica foram encerradas nos anos 1990 devido à má administração financeira. Hoje em dia, o prédio tombado é considerado patrimônio cultural da cidade. Na Semana do Patrimônio 2023, também foram realizadas visitas guiadas em que os visitantes puderam conhecer as instalações do prédio, os maquinários e suas repartições.

 

Máquina de tear utilizada para tecer tapetes: confecção podia levar mais de seis meses     Foto: Marianna Bertoldi

 

Resultados do evento

Sobre a edição deste ano, a primeira-dama e secretária de Desenvolvimento, Inovação e Turismo do Rio Grande, Lu Compiani, comentou que a missão do evento foi cumprida, fazendo com que a comunidade conheça mais sobre a história da cidade.

 

                             Palestra com primeira-dama e secretária de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, Lu Compiani                                        Foto: Richard Furtado/Prefeitura do Rio Grande

“A ideia foi trazer para a comunidade um evento aberto para que conhecessem um pouco mais sobre o patrimônio da cidade do Rio Grande. Então, todo o contexto do evento foi para que isso acontecesse”, compartilhou Lu Compiani.

A secretária ainda explicou que aconteceram eventos paralelos, com oficinas para as crianças das escolas municipais, em que elas puderam conhecer um pouco mais sobre arqueologia e o que significa “patrimônio”. Para ela, sem conhecer sua história, não há como construir um futuro. “Nós acreditamos que um povo que não conhece a sua história, o seu passado, não consegue construir o seu futuro”, ressalta.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Unindo arte e esporte, o evento Ruas de Lazer acontece neste domingo

Evento ao ar livre promove a saúde com atividades  para todas as idades em Pelotas e próxima edição será no bairro Navegantes       

Por Brenda Leal e Aline Souza      

 

 

Projetado em 2019, o evento Ruas de Lazer só teve sua primeira edição em abril de 2022. O evento ao ar livre tem por objetivo promover a saúde e o lazer à população pelotense com atividades para todas as idades. Inicialmente, em 2022, o evento foi estabelecido na rua Juscelino Kubitschek. Porém, ao longo das edições, surgiu a necessidade de abranger um público maior e, por isso, o evento se tornou itinerante  tendo realizações em diversos bairros. “A gente já teve atrações com público estimado, de acordo com fiscais de trânsito, de cerca de até quatro mil pessoas, até encontros que tiveram menor adesão do público,” diz Inácio Crochemore, um dos idealizadores do projeto. Neste domingo, dia 27 de agosto, acontece , na rua Lázaro Zamenhof 10, entre Artur Souza Costa e Salvador Balrreira, no bairro Navegantes, das 13h às 18h.

O projeto é uma iniciativa desenvolvida entre a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Prefeitura de Pelotas. Crochemore contou que a ideia do Ruas de Lazer surgiu através de uma conversa no programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFPel. A ideia teve o apoio da Prefeitura, que colocou à disposição algumas secretarias municipais.

Ao mesmo tempo que o evento incentiva o esporte, através de atividades como a Taça das Favelas, que aconteceu na última edição, o Ruas de Lazer também tem por objetivo divulgar e incentivar a cultura na cidade de Pelotas. Todas as edições contam com shows, apresentações artísticas, feira de artesanato local, feira de alimentação, projetos da UFPel e projetos da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), disponíveis para toda a população pelotense. Uma característica do Projeto Ruas de Lazer é o incentivo à cultura local, buscando trazer sempre atrações originárias do bairro onde acontece o evento.

A edição deste domingo contará com diversas atrações. Um diferencial dessa edição, que ocorre no bairro Navegantes, é o grupo de capoeira Povo Que Ginga Jarrão e a Oficina Skate na Quebrada e ambas as atrações são de grupos originários do bairro. Além disso, a edição conta com uma diversidade de artistas musicais para animar o público durante todo o dia. Acompanhe as atividades do projeto pela página do Instagram do evento.

CONFIRA AS ATRAÇÕES MUSICAIS DO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 27:

Povo que Ginga Jarrão

DJ Vagner Borges

Khronos MC

Banda Swing Entre Nós

Oficina Projeto Skate na Quebrada

Serginho MC

 

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Cine Repulsa apresenta “A Hora do Pesadelo”

Clube  de filmes de horror faz sessão nesta sexta-feira, dia 25 de agosto, às 16h30min

O Cine Repulsa, projeto idealizado por estudantes de cinema da UFPel que foi inaugurado em julho, irá realizar sua terceira sessão nesta sexta-feira (dia 25 de junho). Desta vez, a escolha do filme foi feita através de uma enquete no perfil oficial do Instagram, em que os seguidores puderam optar entre os títulos “Uma Noite Alucinante” (1987) e “A Hora do Pesadelo” (1984). O grande vencedor foi “A Hora do Pesadelo”, do diretor Wes Craven. O clássico “Pânico” (1996) também já está confirmado no cineclube para uma exibição no dia 22 de setembro. Após as sessões, acontecerão ainda sorteios de pôsteres dos filmes. O Repulsa acontece no Cine UFPel localizado na Rua Álvaro Chaves, esquina com a Rua Lôbo da Costa, no Centro de Pelotas.

 

Sessão de “A Hora do Pesadelo” será dia 25 de agosto, às  16:30

 

O filme estadunidense “A Hora do Pesadelo” deu início a uma franquia após o seu lançamento. Em sua estreia no cinema, traz no elenco Heather Langenkamp (Nancy Thompson), John Saxon (tenente a polícia local Donald Thompson e pai de Nancy), Ronee Blakley (Marge Thompson, mãe amorosa e alcoólatra de Nancy), Robert Englund (Freddy Krueger) e Johnny Depp (Glen Lantz, namorado de Nancy).

A história se passa na cidade fictícia de Springwood, Ohio, e o enredo gira em torno de um grupo de jovens que são aterrorizados em seus pesadelos pelo fantasma de Freddy Krueger, um psicopata assassino de crianças. O filme foi recebido com elogios e teve um impacto significativo sobre o gênero horror, gerando uma franquia que consiste em uma linha de sequências e uma série de televisão, além de várias outras obras de imitação. Um remake do mesmo nome foi lançado em 2010. Críticos afirmam que a ideia principal do filme é a luta para definir a distinção entre sonho e realidade, que se manifesta pela vida e os sonhos dos adolescentes. Destacam a capacidade do filme de transgredir “as fronteiras entre o imaginário e o real”, e brincar com as percepções do público.

 

 “Pânico” será apresentado no dia 22 de setembro, às 14h

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS