Professor da UFPel Leandro Maia faz campanha para seu quarto disco

Cantor e compositor tem financiamento coletivo “Tudo ou Nada”, com prazo de participação até terça-feira, na plataforma Catarse para realizar o trabalho inédito em vinil

    Capa do Disco “Guaipeca: uma ilusão autobiográfica” que fala com humor de amor e política Imagem: Lucas Bibi de Mello e Patrick Tedesco

Dentro de alguns meses, deverá ser lançado “Guaipeca: uma ilusão autobiográfica”, quarto disco de Leandro Maia. Duas das canções, inclusive a que dá título ao trabalho, já estão disponíveis nas plataformas digitais desde fevereiro, quando o cantor e compositor abriu um financiamento coletivo para o álbum. Ele é professor do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), junto aos Cursos de Bacharelado em Música e Especialização em Artes.

Leandro possui três discos autorais: “Palavreio” (2008, produzido por Pedrinho Figueiredo), “Mandinho” (2012, produzido por Leandro e Luiz Ribeiro) e “Suíte Maria Bonita e Outras Veredas” (2014, produzido por André Mehmari). Recebeu o 1º Prémio Ibermúsicas de Composición de Canción Popular, concedido pela Organização dos Estados Ibero-Americanos. Conquistou o Troféu Brasil-Sul de Música como intérprete, melhor projeto visual e melhor disco infantil (para “Mandinho”). Possui cinco Prêmios Açorianos de Música (Grupo MPB, Revelação, Intérprete, Disco Infantil), um Troféu RBS Cultura e diversas indicações como compositor e melhor espetáculo. Em 2020, lançou o filme “Paisagens”, dirigido por Juliano Ambrosini e Nando Rossa.

Para custear o disco em vinil, o autor oferece recompensas e recebe contribuições em campanha na plataforma Catarse, que fica aberta até às 23:59 de terça-feira dia 4 de abril de 2023. Em menos de dois meses de adesão, Leandro Maia e equipe já arrecadaram 89% da meta de R$ 25 mil. Porém, é necessário atingir o valor total para o registro em vinil sair, pois a campanha é na modalidade “Tudo ou Nada”.

A faixa 10 do álbum, “Minha Barba é Meu Blush”, foi lançada nas plataformas como single, no início de março. E a próxima canção do disco a chegar ao público será “quem já viu” (faixa 8), parceria de Leandro Maia com Ronald Augusto (letra), no dia 1º de abril.

Guaipeca é como se chama o cachorro vira-lata. Uma palavra de origem indígena, muito utilizada no Sul do país para o “cachorro de rua”, “bicho solto”. Conforme o memorável escritor da fronteira Brasil-Uruguai, Aldyr Schlee, em seu “Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Riograndense” (2019), o Guaipeca é um “cusco, cachorrinho, cachorro de pequeno tamanho e de raça indefinida”.

Nesta nova produção musical de Leandro Maia, Guaipeca é um avatar, o alter ego que ele escolheu para contar a sua “ilusão autobiográfica”, que se desenvolve em três eixos narrativos interligados: o amor, o humor e a política (crítica social). Neste caso, “Guaipeca” não tem complexo de vira-lata. A “vira-latinice” guaipeca descoloniza, ao mesmo tempo em que problematiza identidades e estereótipos. Para o “vira-latino”, fronteiras não são barreiras ou divisórias, mas superfícies de contato.

“Guaipeca” integra um álbum composto de 12  canções autorais que serão lançadas a seguir. As músicas “Milagres do Barão de Itararé”, “Infinito e Além (Ia)” e “Perto de Você” foram compostas com apoio do 1° Concurso Ibero-Americano de Composición de Canción Popular Ibermúsicas.

O disco é inspirado na vida e nas obras de Aparício Torelly, Aldyr Garcia Schlee, Walter Ferguson, Zé da Terreira, George Orwell, Dona Conceição Rosa Teixeira, Rita Lee, David Bowie, Stevie Wonder, Henfil, Quino, Renato Russo e Tom Zé.

                    Leandro Maia: “vira-latinice guaipeca descoloniza e  problematiza identidades e estereótipos”                      Foto: Patrick Tedesco  

Serviço

Campanha de financiamento do álbum Guaipeca: uma ilusão autobiográfica até dia 4 de abril.

Faixas do disco:

1) Guaipeca   

2) Perto de Você

3) Raining in Cahuita (para Walter Ferguson)

4) Infinito e Além (Ia)

5) On the same side

6) Deus na Laje – parceria com Pablo Lanzoni (música)

7) Feito São Thomé – parceria com Jerônimo Jardim (letra)

8) quem já viu – parceria com Ronald Augusto (letra)

9) Milagres do Barão de Itararé

10) Minha Barba é Meu Blush          

11) Lurdes e o Esquerdomacho       

12) As Vaca Ouvindo Mozart

Ficha Técnica:

Produzido por Luciano Mello

Masterizado por Marcos Abreu

Gravado por Leandro Maia e Luciano Mello no Téu Téu Studio, Laranjal (Pelotas), entre julho e setembro de 2022

Editado e Mixado por Luciano Mello

Mixado por Luciano Mello no Quatro

Edição de vozes: Rodrigo Esmute Farias

Capa e Encarte, Arte e Fotografias: Patrick Tedesco

Guaipeca da Capa e Encarte: Rei Lucas Bibi de Mello e Tedesco

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“O Auto da Compadecida 2” chegará aos cinemas 10 anos após a morte de Ariano Suassuna

Anúncio foi feito nas redes sociais de Selton Mello e Matheus Nachtergaele, os atores que imortalizaram os personagens Chicó e João Grilo   

Por Douglas Rafael Duarte   

Suassuna (1927-2014) foi escritor, dramaturgo, romancista, poeta, artista plástico, professor e advogado

 

Os atores Selton Mello e Matheus Nachtergaele, intérpretes dos divertidos Chicó e João Grilo respectivamente, usaram as suas redes sociais no dia 12 de março para anunciar a produção de “O Auto da Compadecida 2”. A sequência do clássico filme dos anos 90, baseado na obra de Ariano Suassuna, deverá entrar em cartaz em 2024 somente nos cinemas. A produção deverá lembrar os dez anos da morte do poeta, escritor e intelectual que inspirou a produção e revive as tradições da cultura popular nordestina em suas obras, vindo a falecer no dia 23 de julho de 2014.

Selton e Matheus publicaram conjuntamente em suas contas no Instagram um “carrossel”, post com várias imagens. Os atores comemoram a retomada da produção abraçados nas imagens e são disponibilizadas informações sobre a produção. Um pouco mais tarde, os intérpretes da irreverente dupla de sertanejos imortalizada nas telas, “postaram” na mesma rede social um vídeo em que rememoram falas dos personagens e fazem alguns comentários sobre o longa-metragem.

        Flávia Lacerda e Guel Arraes dirigem a nova versão com a dupla de atores Matheus Nachtergale e Selton Mello            Fotos: Divulgação

 

“A trupe é divina”, afirma Nachtergaele referindo-se ao elenco. Mello por sua vez acrescenta: “Durmam com essa informação, ‘O Auto da Compadecida 2’ vem aí. Vem muito aí”, confirma.

Apesar de ainda não terem sido oficializados detalhes como a data de lançamento e o elenco, sabe-se que a obra cinematográfica será dirigida por Flávia Lacerda (“Amorteamo” e “Belíssima”) e – assim como no primeiro filme da, agora, franquia – pelo cineasta Guel Arraes (“Caramuru – A Invenção do Brasil” e “Lisbela e o Prisioneiro”). Já a produção de “O Auto da Compadecida 2” ficará por conta da Conspiração Filmes e da H2O films.

Atores Matheus Nachtergaele e Selton Mello retomam grande sucesso de suas carreiras

 

Familiares de Suassuna foram consultados

Conforme revelado por Manuel Dantas Suassuna (filho de Ariano) em entrevista concedida ao portal G1, uma continuação já havia sido debatida entre Arraes e seu pai. No entanto, o autor morreu em 2014 sem que a ideia fosse tirada do papel. Segundo Manuel, a retomada do projeto contou com o aval e o acompanhamento dos familiares de Suassuna.

“Todo esse processo passou pela família. Desde que Guel propôs a ideia, ele conversou com a família para saber o que nós achamos, e foi um processo que passou por nós há cerca de dois anos”, afirmou Manuel.

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Frutas e açúcar: A tradição dos doces coloniais pelotenses

Nova reportagem com Museu do Doce traz contribuição dos imigrantes europeus para culinária de Pelotas   

Por Isabella Barcellos   

          Primeiro rótulo usado em  1920. quando a Quinta Pastorello inaugurou nova era na indústria dos doces coloniais           Foto: Arquivo Museu do Doce

 

Receitas açucaradas criadas a partir da travessia entre uma Europa castigada por crises econômicas em direção a uma terra com promessas e novas oportunidades. Os doces coloniais fazem parte do patrimônio imaterial pelotense desde a fundação da cidade e foram responsáveis por um amplo desenvolvimento industrial local na primeira metade do século XX. Conhecer mais sobre essa história é garantir a sobrevivência de um legado. Esta é uma parte do que pode ser visto nas exposições do Museu do Doce, na Praça Coronel Pedro Osório, Casarão 8 – bairro Centro, em Pelotas, aberto à visitação de terça-feira a sábado, das 13h às 18h.

 

                              O pêssego tornou-se parte da identidade pelotense, movendo a economia e a memória coletiva                  Foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pelotas/2021

Estabelecer raízes

Para os imigrantes europeus em meados do século XIX, a chegada ao sul do Rio Grande do Sul veio acompanhada da necessidade de garantir moradia e sustento. Famílias vindas em sua maioria de países como Portugal, Alemanha, Espanha, França e Itália estabeleceram raízes na Antiga Pelotas através do espaço rural. O trabalho desempenhado na agricultura e pecuária tinha seus produtos direcionados às elites charqueadoras e a crescente população urbana pelotense. Com os conhecimentos herdados de seus antepassados e os recursos locais, os colonos passaram a cultivar pomares e desenvolver doces a partir de cada safra.

Os doces coloniais nada mais são do que frutas conservadas em caldas de açúcar e água. Sejam cristalizados, em massa ou compota, os conhecidos doces de tacho (por conta de seu preparo em tachos de cobre) surgiram inicialmente para o consumo familiar. Em toda a região os pomares predominantes eram os de pêssego, figo, goiaba, laranja, maçã, pera e marmelo. Gradativamente, os preparos passaram a ser comercializados em espaços urbanos e ganharam muita popularidade. Segundo o pesquisador e historiador Alcir Bach, os primeiros passos da industrialização na fruticultura colonial foram dados pelo francês Amadêo Gustavo Gastal, em 1874.

No atual distrito de Monte Bonito, Gastal abriu o Bruyères, estabelecimento da região que “fabricou as primeiras compotas artesanais de pêssego em calda, além de vinhos e aguardentes de uvas finas, cultivadas por ele mesmo no local”. Os doces em conserva eram comercializados em vidros esverdeados e se tornaram símbolo de qualidade e modernização. A Colônia Santo Antônio passou a se desenvolver economicamente em volta da fruticultura, dando origem à Quinta Pastorello, a primeira indústria de compotas de pêssego fundada na década de 1920.

 

       Atividades museológicas cumprem com papel de  registrar e divulgar contribuições dos imigrantes para Pelotas      Foto: Fábio Vergara/2015

A subjetividade do que é imaterial

A tradição dos doces coloniais, ao lado da tradição dos doces finos, mistura-se com a história e o desenvolvimento de Pelotas. Entretanto, os doces coloniais se relacionam mais especificamente ao cotidiano das famílias moradoras da zona rural. O professor e diretor do Museu do Doce, Roberto Heiden afirma que saber sobre “a história dos doces [coloniais] é também conhecer o processo de urbanização local e a importância da agricultura familiar para o desenvolvimento da região sul do Estado”.

Enquanto diretor, Roberto testemunha os mais diversos relatos de quem passa pelo Museu. “A reação de cada visitante é subjetiva, geralmente relacionada ao passado dela com estes doces”, relata. “Temos uma exposição sobre as fábricas de doces enlatados. Muitas pessoas que passaram décadas trabalhando em fábricas da região vêm ao museu e se emocionam relatando passagens da própria vida”. Há também aqueles que se lembram da infância, da receita passada por um familiar já falecido ou de outros episódios guardados na memória.

Legado em metamorfose

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define o patrimônio imaterial como “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. “Os saberes envolvendo os doces coloniais são parte fundamental do patrimônio imaterial pelotense. Além de envolver estes recortes históricos em registros, pesquisas acadêmicas e educação do público (tarefas desempenhadas tanto pelo Museu do Doce quanto por outros órgãos ligados à Universidade Federal de Pelotas), é necessário também analisar possíveis transformações nesse legado.

“Um desafio dos dias atuais é a proibição da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] quanto ao uso de tachos de cobre para preparar as receitas”, conta o professor Heiden. “Os tachos de cobre são proibidos pela vigilância sanitária porque é alegado não serem 100% seguros para o preparo dos doces. No entanto, quem prepara essas receitas diz que só as panelas em liga de cobre garantem o ‘ponto’ certo”. Segundo especialistas, o cobre em contato com as altas temperaturas dos preparos pode desencadear nos seres humanos desordens neurológicas, psiquiátricas, renais e ósseas. E, atualmente, só estão aprovados os modelos com revestimento de ouro, prata, níquel ou bronze. Além disso, frutas como o marmelo não têm a mesma popularidade atualmente, o que prejudica produções em maior escala. 

Toda a tradição passa por transformações com o surgimento das novas gerações. Mas ainda é notável a presença de feiras de agricultura familiar, doces em conservas e receitas familiares no cotidiano local. Valorizar esses saberes é, por consequência, valorizar uma história que muitas vezes parece estar esquecida.

Veja outras reportagens sobre o Museu do Doce:

Museu do Doce celebra Patrimônio Imaterial

Visita ao Museu do Doce em Vídeo

Novos Hábitos Colocam em Questão a Tradição Doceira

 

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Festimar promove 1ª Mostra de Dança

As apresentações acontecem no Teatro Municipal de Rio Grande com a participação de 12 grupos selecionados e inscrições encerram nesta quarta-feira        

Escolas, academias e grupos de dança podem participar            Foto: Hugo Lobi

As inscrições para a 1ª Mostra de Dança do Festival do Mar, que acontece em Rio Grande, estão abertas até esta quarta-feira, dia 15 de março. Devem ser feitas através do site do Festimar. As escolas, academias e grupos de dança das cidades do Rio Grande e São José do Norte podem participar.

O evento promete promover muita arte, cultura, dança e música, como afirma Renato Silveira, Coordenador do Festimar. “Será uma honra receber e aprender toda a riqueza cultural dos grupos de dança rio-grandinos. É a primeira vez que desenvolvemos um projeto que valoriza a dança local”, afirma Renato Silveira.

A 1ª Mostra de Dança acontece nos dias 3, 4, 5 e 6 de abril. Será um evento beneficente e gratuito para o público, com o ingresso simbólico da doação de um quilo de alimento não perecível. Haverá apresentações de 12 grupos no Teatro Municipal de Rio Grande, sempre das 20h às 22h. Cada grupo participante receberá uma ajuda de custos no valor de R$ 500,00.

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Raízes da cultura negra tomam conta das ruas de Pelotas

Festival Cabobu acontece entre os dias 21 a 23 de abril mobilizando diversas atrações culturais e atividades comunitárias   

Por Maria Clara Morais Sousa e Stéfane Costa   

Tambor é símbolo da resistência cultural e da luta pela preservação das tradições ancestrais     Foto:  Luis Ferreirah

    

Retornando após 23 anos desde sua última edição, o Festival Cabobu promete trazer apresentações, oficinas e debates para Pelotas, nos dias 21 a 23 de abril, de sexta a domingo, tendo como palco dos shows o Largo Edmar Fetter, ao lado do Mercado Central de Pelotas. Idealizado pelo mestre e guardião do Sopapo, Giba Giba, o festival estreou em 1999 e faz homenagem aos mestres Cacaio, Boto e Bucha.

A retomada do evento veio da iniciativa da MS2 Produtora e hoje conta com patrocínio da Natura Musical. Nesta edição, Edu Nascimento, filho de Giba Giba, atua como coordenador honorário, junto com José Baptista, filho do Mestre Baptista.

José Baptista é um dos coordenadores do evento que movimentará Centro de Pelotas       Foto: Luis Ferreirah

 

Sopapo: um instrumento de resistência

O sopapo é um tambor de grandes dimensões (1,5 m de altura por 60 cm de diâmetro) encontrado nas cidades de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Inicialmente era feito de tronco de árvores e tocado pelos escravizados nas Charqueadas do Rio Grande do Sul. E hoje é o instrumento de destaque no festival. Chamado de atabaque-rei, pela sua grandiosidade e imponência, o sopapo foi por muito tempo esquecido devido a um processo de “carioquização” do Carnaval de Pelotas.

Recheado de ancestralidade, a teoria mais provável é que nasceu no Rio Grande do Sul. José Batista, filho do Mestre Baptista, conta que o sopapo é sinônimo de intimidade pessoal, um elo atípico. “Pra mim ele é um ser vivo,” diz.

 

        Giba Giba nasceu em Pelotas, e lutou pela preservação da arte musical do tambor                Foto: Diego Coiro

 

O guardião do sopapo

Gilberto Amaro de Nascimento, ou Giba Giba (1940-2014), nasceu em Pelotas, mas foi naturalizado em Porto Alegre, onde fez grandes feitos. Na sua vida, passou por conjuntos musicais, fez parte de espetáculos, fundou uma escola de samba e ganhou diversos prêmios, entre eles a Medalha da Cidade de Porto Alegre e o Prêmio Quilombo dos Palmares (2003).

O filho de Ogum começou fazendo shows em barzinhos ao mesmo tempo em que trabalhava no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Em toda sua carreira fez apenas um disco individual – “Outro Um” -, o qual ganhou Prêmio Açorianos de Melhor CD em 1994.

Seu filho, Edu Nascimento, diz que “ele deu sempre valor ao negro e sua existência, como sua história, ponto de originalidade e pertencente ao mundo”. E desse ponto nasceu o Cabobu, Giba veio para Pelotas para se apresentar com sua banda e ficou surpreso ao perceber que o sopapo não estava presente no Carnaval de rua. A ideia inicial era a construção de 40 sopapos para serem distribuídos para blocos de carnaval, junto com aulas sobre o instrumento.

Atualmente o Festival Cabobu transcendeu sua raiz, virou semente e hoje ele serve para revelar a presença negra na cultura e música gaúcha E como Edu enfatiza, “o Cabobu veio para mostrar as diversidades culturais do nosso estado”.

É graças a esse enraizamento do festival que o babalorixá Juliano Silva de Oxum, diretor espiritual do Ilê Axé Reino de Oxum epandá e Xapanã Jubeteí, uma das personalidades que integra a programação do evento, ressalta a presença da ancestralidade. “Ressignificar a história do povo negro e de terreiro através do Festival Cabobu é manter viva a chama da ancestralidade. Essa ancestralidade que é imaterial, que é imortal, que sobrevive a tudo e a todos, está na luta do combate ao racismo e no fortalecimento de combate à intolerância. O sopapo é uma ferramenta que reconstrói um pouco da nossa história”, comenta.

Ele também conta sua ligação com o sopapo e o convite para participar da abertura do festival. “Minha passagem pelo Cabobu se dá através de Zé Batista, Edu Nascimento e Sandra Narcizo, que fizeram o convite pela luta contra a intolerância, pela luta contra a discriminação na cidade de Pelotas e também levando um pouco desse ser religioso que luta, desbravando contra todo tipo de intolerância, seja ela racial, religiosa ou até mesmo de gênero”.

Silva vai iniciar o ritual de abertura do Festival Cabobu no dia 21 de abril, a partir das 15h. “Sopapo, Cabobu, Festival Natura Cultural é o momento de celebrar a cultura negra, a religiosidade e a vida. Passamos por momentos difíceis na história da cidade de Pelotas. Da sua construção, negros e negras, reis e rainhas, príncipes e princesas que vieram escravizados, trouxeram na sua bagagem a cultura, a culinária, a dança, a oralidade e também a musicalidade, que por muito tempo foi silenciada. Hoje festejamos, com o grande festival as portas se abrem, e os palcos, as cortinas se descerram para que a ancestralidade faça seu desfile”, comemora.

Por fim, o babalorixá comenta a importância do retrato cultural plural para a cidade. “Pelotas do samba, do pop, do rock, do choro, Pelotas de alegria. Pelotas do charque, do doce e das gostosuras. Esta é Pelotas que estará representada nos dias 21,22 e 23 com a sua pluralidade, com a sua diversidade de ações, de pessoas, religiões, e também da área musical. Pelotas que permanece viva, e não morta e açoitada, Pelotas que é raiz ancestral do Rio Grande do Sul. Construídos casarões a ferro e a fogo, mas deixou marca milenar, deixou marca ancestral da África Mãe, mãe que abraça o mundo, mãe que abraça a Terra, mãe que abraça todos. Esta é Pelotas que estará representada no Festival Cabobu”, finaliza. 

Expectativa do Festival

Para a produtora Sandra Narcizo, a expectativa em torno do festival é grande, principalmente após mais de duas décadas de espera. “Acredito que o fato deste festival ter um hiato de 23 anos, para quem conhece e espera há tanto tempo a expectativa seja muito grande, para a nova geração que ouviu falar e aos que agora estão se inteirando do evento, cria-se uma expectativa muito maior, ao mesmo tempo em que estamos tendo o maior cuidado para entregar todos os aspectos das áreas da cultura preta”, pontua.

Ela também detalha que o evento vai muito além do eixo musical, tendo espaços até mesmo para o empreendedorismo. “Não é um festival comum, já que a programação envolve shows musicais, dança, mesas redondas, oficinas, e uma feira do empreendedorismo do povo preto, que envolve alimentação, vestuário, artesanato, projetos ecológicos, projetos da educação, da música, porque esta feira é feita pelos próprios construtores deste evento, então, a população determina o que quer mostrar neste espaço cultural e social”, detalha.

Nesta edição, o projeto concorreu a um edital lançado pela Natura, que hoje apoia o evento. “Quando abriu o Edital da Natura em 2021, submeti o projeto, que foi selecionado entre os 3720 projetos enviados por todos os estados brasileiros, e, entre os 33 selecionados, estávamos entre os sete festivais brasileiros. A partir disso, submeti à Pró Cultura no sistema da Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul e também fomos contemplados, com o mérito de ser considerado prioritário para o RS”, explica.

Sandra também faz seu agradecimento especial à Pró Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pela parceria que abraçou o evento. “Muito felizes com essa parceria que não pode faltar”, diz.

Cerca de 50 mil pessoas são esperadas em toda a instalação do parque cultural Cabobu, que mobilizará o Centro Histórico de Pelotas.

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Informações extremamente necessárias, pois contribuem para a ampliação e esclarecimentos sobre as vivências dos povos africanos e suas respectivas obras de arte, constituídas no saber histórico.

Elizabeth Morais

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Vai ter grupo organizado partindo de Porto Alegre para o evento?

Joana

Resposta:

A organização está fazendo contatos para conseguir descontos  para quem vir de outras cidades. As  novidades serão divulgadas nas redes sociais e este é o link para a página do Facebook do evento: Festival Cabobu.

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A programação de shows já está definida? Seria possível adiantar nomes já confirmados?

Roberto

Resposta:

Deveremos publicar uma nova reportagem com os destaques da programação em datas mais próximas do evento! Muito obrigado pela sua leitura do site Arte no Sul!

A volta do Carnaval de rua de São Lourenço do Sul

Após dois anos, a maior festa popular brasileira voltou a acontecer na passarela do samba e na Praia das Nereidas    

Por Larissa Schneid Bueno         

Escola de Samba XV de Novembro brilhou nos desfiles carnavalescos da cidade    Fotos: Larissa Schneid Bueno

 

No mês de fevereiro, o município de São Lourenço do Sul foi contemplado com a retomada do Carnaval de rua, após dois anos em pausa devido à pandemia de Covid-19. A maior festa popular brasileira contou com uma programação diversa tanto na Praia das Nereidas, quanto na passarela do samba no Centro da cidade.

Diversas apresentações artístico-culturais foram realizadas, contando com o desfile da corte oficial da edição, e com a participação do Esporte Clube São Lourenço, a Escola de Samba XV de Novembro, Bloco Filhos de Orfeu e Bloco Arrastão, entre os trios elétricos, grupos carnavalescos, carros humorísticos e carros alegóricos.

As cores neon que decoraram os principais pontos da realização da festa uniram-se à alegria do verão com a participação popular.  Não houve cobrança de ingressos para quem prestigiou o desfile, sendo que o evento é marcado principalmente pela tradição dos carros humorísticos.

Todos os preparativos do evento foram feitos pela Prefeitura Municipal através da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio (SMTIC) e conforme informações da secretária Fernanda Krumreich Helms, o repertório musical foi escolhido de acordo com a preferência de cada bloco, trio, escola de samba, etc.

Ao falar sobre o impacto da retomada, Helms aborda a importância do evento para a cidade e destaca que ele sempre foi relevante dentro do aspecto cultural e sociocultural, movimentando âmbitos diferentes.

Segundo a secretária, nos últimos anos, o Carnaval tem fomentado bastante a economia. Além do aspecto sociocultural, ele é essencial para quem vive de turismo. Favorece, principalmente, os serviços de hospedagem, hotéis, pousadas e as casas de aluguel das imobiliárias, que estiveram lotadas. “E foi importante, até mesmo, para quem executa atividades relacionadas ao evento, como as costureiras, as lojas de maquiagem e de aviamento de roupas”, disse.

O  Carnaval contou com diversas apresentações artístico-culturais através do desfile da corte oficial, dos trios elétricos, dos grupos carnavalescos, dos carros humorísticos, dos carros alegóricos e escola de samba

 

Emoção e dores nos pés

Para a primeira princesa da corte do Carnaval, Maria Eduarda Ferreira, 20, a experiência de fazer parte da corte foi emocionante e dolorosa, além de envolver muita responsabilidade e dedicação. A princesa e técnica em comunicação visual pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense (IFSul), salienta que o Carnaval da cidade “move multidões, atenua discórdias políticas e abre espaço à alegria e à criatividade popular”.

“Só quem participa da corte sabe a responsabilidade que é representar o Carnaval da cidade, bem como as emoções e o cansaço físico que vêm à tona durante os quatro dias de folia. Entretanto, a exaustão e os pés absurdamente machucados ficam esquecidos perante a energia que se estabelece nas passarelas, ao som da bateria e à saudação de tanta gente”, evidencia.

Ao falar sobre o impacto cultural que o Carnaval tem em sua vida, Ferreira lembra o período da pandemia de Covid-19 e destaca que o acesso à cultura através da música, da leitura e dos ambientes culturais reduziu as consequências psicológicas do momento.

“Por conta disso, estimular que eventos presenciais como o Carnaval sejam realizados nos municípios, é também oferecer um ‘respiro’ a quem é constantemente massacrado pelo sistema, é fazer a economia girar e oportunizar uma fonte de renda àqueles que enfrentam a fila do desemprego. O incentivo à cultura para todos é uma das formas de impulsionar o crescimento do país e garantir saúde e esperança de dias melhores à população.”

A organização do evento foi realizada pela Prefeitura Municipal através da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio (SMTIC)

 

O canto da alegria

As vozes por trás das letras das músicas dos blocos carnavalescos também fazem parte da cultura do Carnaval, como a do músico Jairo Luiz Santos Rosa, 64, que há anos é um dos responsáveis por levar animação para os prestigiadores da passarela do samba através do Bloco Arrastão.

Jairo conta que o bloco, composto por um grupo de amigos, é como uma família, a qual anualmente ensaia junto com o objetivo de levar o melhor para a comunidade durante os dias de folia. Na sua percepção, fazer parte da cultura do Carnaval através da sua voz é ter o compromisso de levar a tradição da festa para a rua. Envolve muita satisfação e alegria, pois são dias para descontrair e esquecer dos problemas do dia a dia.

“Então eu acho que a música tem essa função, como toda a arte, de levar alegria para as pessoas. O melhor Carnaval do mundo é no Brasil. A gente só faz isso por prazer mesmo, para levar felicidade para as pessoas. Acho muito válida para o país inteiro essa diversão e também durante os quatro dias no nosso município”, finaliza.

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Comédia teatral “Antes do Ano Que Vem”, com Mariana Xavier, estreia em Pelotas

Espetáculo será apresentado no Theatro Guarany amanhã às 20h e comemora Dia Internacional da Mulher         

Por Beatriz Gomes          

                  História transcorre no dia do Ano Novo e personagens transmitem ensinamentos valiosos sobre a vida            Foto: Divulgação

É noite de Ano Novo quando Dizuíte, a faxineira que trabalha na Central de Atendimento aos Desesperados (CAD) – uma espécie de Centro de Valorização da Vida (CVV) – está se preparando para terminar seu serviço e ir passar o réveillon com a família. De repente, ela se vê obrigada a assumir a posição da psicóloga que não aparece para trabalhar. A demanda de ligações em noites como essa é grande, já que a virada de ano costuma ser aquele momento de fazer reflexões e planos para o futuro, o que pode despertar conflitos internos. Enquanto aconselha as pessoas desesperadas com sua sabedoria popular, Dizuíte transmite ensinamentos valiosos sobre a vida. Esse é o pano de fundo da comédia teatral “Antes do Ano Que Vem”, estrelada pela atriz Mariana Xavier, que estreia amanhã (dia 8 de março) no Theatro Guarany em Pelotas.

Mariana Xavier se desdobra no palco para dar vida a sete mulheres totalmente diferentes entre si nesta produção dirigida por Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos. Esse é o primeiro monólogo da carreira da atriz. Ela interpreta a faxineira Dizuíte e as outras “desesperadas” que ligam pedindo ajuda ao CAD. “O maior desafio na hora de interpretar sete personagens é conseguir fazer com que o público enxergue essas sete mulheres, sendo que não tem troca de cenário, não tem troca de figurino, não tem adereço, não tem nada. É tudo só no corpo e na voz. (…) É muito legal porque o público costuma sair muito bem impressionado sobre isso, falam: ‘Meu Deus, eu realmente enxerguei sete pessoas’ ”, conta.

Nessa breve temporada no sul do país, a atriz já passou por Porto Alegre e chega a Pelotas com a expectativa ainda mais alta, já que o público gaúcho a surpreendeu na adesão e carinho. “Foram apresentações lindas e emocionantes e eu espero que seja assim também em Pelotas e em Caxias do Sul”, diz.

Visitando pela primeira vez a cidade, Mariana conta o que conhece sobre Pelotas: “Eu escuto coisas lindas. Me disseram que a cidade é muito bonita, que eu preciso experimentar os doces de Pelotas e que é um povo muito acolhedor. Inclusive me falaram sobre uma expressão que eu acho que só se fala aí: ‘Merece’. Quando a gente diz ‘obrigada’, aí a pessoa fala ‘merece’! Eu achei muito bonitinho isso.”

Mariana Xavier apresentou seu espetáculo no Theatro São Pedro em Porto Alegre
Foto: Reprodução/Instagram @marianaxavieroficial

A atriz explica que estrear uma peça solo é um grande desafio. Mariana faz teatro desde os nove anos de idade e teve sua própria companhia. Ela afirma gostar muito da troca com outros atores e que chegou a ter dúvidas se de fato gostaria de fazer um monólogo. “[Tive dúvidas] do quanto eu ia ter prazer com isso, se eu ia me sentir muito solitária… Mas como são sete personagens, não parece que eu estou solitária em cena. É um espetáculo que tem uma conexão muito bonita e muito profunda com o público, então eu não me sinto sozinha em nenhum momento. Mas é realmente um grande desafio, porque você fica: ‘Meu Deus, se eu esquecer o texto, não tem ninguém pra me lembrar. Se acontecer alguma coisa de errado, sou eu sozinha ali no palco para resolver.’ Mas depois de um ano fazendo a peça, a gente já fica com um pouco mais de jogo de cintura para driblar as aventuras no teatro. Porque tudo pode acontecer sempre”, observa.

Mariana: “Nós, mulheres, somos empurradas socialmente para dar conta de tudo, para sermos infalíveis”    Foto: Divulgação

Estreando em Pelotas justamente no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Xavier ressalta que a comédia fala sobre a importância da escuta e do acolhimento, de olhar para as pessoas com mais amor e mais empatia, focando mais no que nos une do que no que nos separa. “E, principalmente, eu acho que fala sobre deixar de lado o uniforme de ‘Mulher Maravilha’. Porque nós, mulheres, somos empurradas socialmente para dar conta de tudo, para sermos infalíveis, para cuidarmos sempre dos outros. E, muitas vezes, a gente acaba esquecendo da gente. (…) Quando a gente divide as coisas, elas ficam mais leves”, conclui.

Fazer arte e promover a cultura no Brasil, principalmente no teatro, é quase sempre desafiador para a maioria dos artistas. Quando o assunto é a importância de receber o apoio e prestígio do público, principalmente em cidades do interior como Pelotas, a atriz ressalta: “Eu tenho dito que isso é uma via de mão dupla. Eu recebo muitas mensagens de pessoas do Brasil inteiro falando: ‘Ai, vem para tal cidade’, como se dependesse só da minha vontade, só da vontade dos artistas levar [os espetáculos]. E não é, é muito difícil, é tudo muito caro. As passagens e toda a estrutura são muito caras. Então não dá mesmo para ir a todos os lugares. Quando a gente chega numa cidade de interior como Pelotas é muito importante que as pessoas ajudem a gente a fazer valer essa empreitada, porque quando o público prestigia, essa fama da cidade se espalha e outros espetáculos acabam se sentindo estimulados a fazer essa viagem também, a encarar, ficam mais otimistas em relação a esse retorno. Então, quanto mais as pessoas vão, mais espetáculos vêm e mais as pessoas vão… É um sistema que vai se alimentando e que acaba sendo bom para todo mundo.”

Os ingressos ainda estão disponíveis no site Blue Ticket  e os valores variam de acordo com os setores. A classificação é de 12 anos, mas jovens de até 16 anos terão acesso somente acompanhados por um responsável legal.

Mariana Xavier finaliza fazendo um convite ao público pelotense: “Estou esperando vocês para uma noite inesquecível. Única apresentação, então aproveitem essa oportunidade, porque senão, depois, vocês vão ficar na vontade. (…) Vamos fazer dessa quarta-feira, desse Dia Internacional da Mulher, uma noite linda, cheia de arte, amor, alegria e reflexão. Estou muito feliz de me apresentar aí e eu tenho dito que o objetivo dessa peça é a gente sair do teatro se sentindo melhor do que quando a gente entrou. E eu espero poder proporcionar isso para vocês.”

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A que horas começa e quanto é o  valor do ingresso?

Renato Zanotta

Resposta: O espetáculo começa às 20h, mas o Theatro Guarany abre as suas portas a partir das 19h. Os ingressos custam de R$ 33,60  a R$ 89,60. Podem ser adquiridos no link do site Blue Ticket disponível acima no texto.

4ª edição do Anima Soul tem sucesso de público no Horto Municipal do Cassino

Mais de três mil pessoas passaram pelo evento no dia 5 de março        

Por Daniel Costa        

O concurso de cosplay recebeu mais de 40 inscrições             Fotos: Richard Furtado/Prefeitura Municipal do Rio Grande

 

Os amantes do universo geek e da cultura oriental tiveram encontro marcado no Horto Municipal do Cassino, no domingo, dia 5 de março. A 4ª edição do Anima Soul recebeu mais de três mil pessoas e contou com músicas, animações e gastronomia para proporcionar uma experiência imersiva capaz de trazer as diferentes culturas do outro lado do mundo para serem vivenciadas aqui.

O Anima é um evento gratuito que movimenta o comércio e o turismo, trazendo caravanas de fãs de outras cidades da região para Rio Grande. A edição contou com a tradicional Feira Geek, composta por mais de 10 lojas e expositores, Concursos Cosplay e Kpop (dança coreana) e shows regionais. A Ala Indie foi mais uma atração, com oficinas teóricas, práticas de desenho e dança, Arena Gamer, Random Play Dance no Espaço Pop The K, Arco e Flecha, área de Swordplay e três Salas Temáticas (Harry Potter, Kpop, e sagas literárias pop).

Adriana Falcão, organizadora do Anima Soul, falou sobre a importância desta realização para a cidade do Rio Grande. “O nosso evento é uma alternativa de lazer para crianças, adolescentes e famílias. E mais que isso, o Anima vai além, nós movimentamos o comércio local. Cada vez mais comerciantes da cidade têm participado, movimentando a economia através das vendas dos expositores e lojistas, além de ser uma porta de entrada ao turismo, já que muitas caravanas vêm de outras cidades para prestigiar o evento”, salienta.

Os personagens de Dragon Ball Z são um dos mais procurados pelo público

“Nosso objetivo é trazer essa cultura de longe para cá. A parte majoritária do nosso público são os adolescentes, aquele público que normalmente fica mais no seu quarto em casa, e ver eles se planejando e estarem extremamente felizes por estarem lá é muito gratificante”, concluiu Adriana.

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Freedom Cia. de Dança é destaque no Prêmio Desterro em Florianópolis

Grupo rio-grandino conquistou duas vitórias e dois terceiro lugares na competição     

Por Tais Carolina e Joanna Manhago    

Coreografia “Akash Lord Ganesha” conquista primeiro lugar em Danças Populares Conjunto Adulto        Fotos: Divulgação

 

A Freedom Cia. de Dança foi destaque no Prêmio Desterro que ocorreu na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, de 28 de janeiro a 5 de fevereiro. O grupo rio-grandino foi classificado para o evento com oito coreografias. Quatro foram premiadas, duas com a primeira colocação e duas com o terceiro lugar. As vitórias foram conquistadas nas categorias de Danças Populares e Danças Urbanas.

O diretor da Cia., Giovane Mackmillann, falou sobre esta conquista e sobre os desafios encontrados ao longo do caminho. A Freedom existe há mais de 11 anos e não conta com nenhum tipo de patrocínio para sobreviver. Os membros pagam uma mensalidade simbólica que é utilizada para a realização dos figurinos, cenários e outros gastos.

Mackmillann explica que o principal apoio financeiro, e quase único, que o grupo recebe é da comunidade rio-grandina, que se faz presente tanto no momento de prestigiar espetáculos, auxiliando na compra de ingressos, como na compra de rifas e contribuição nos “pedágios” realizados pelos membros da equipe. Mesmo com as dificuldades financeiras, o grupo representou a cidade e região em um espetáculo reconhecido que conta com a participação de grupos de todo o País.

“Nossa jornada nunca foi tranquila, mas saber que temos o nosso público é a garantia que estamos vivos. E esse sopro de vida nos trouxe cinco troféus de Santa Catarina. Estamos com o nosso nome em destaque lá para cima, nosso grupo e nossa cidade são reconhecidos em cada lugar por onde passamos. Ainda que não tivéssemos vencido, isso não importa, nossa caminhada responde por nós”, afirma o diretor.

As oito coreografias que a Freedom levou para a competição foram apresentadas em diferentes dias, mas foi no dia 5 de fevereiro que a vitória veio. A Cia. conquistou o primeiro lugar nas Danças Populares Júnior (coreógrafos Giovane Mackmillann e Andrius Mieres); primeiro lugar na categoria Danças Populares Adulto (coreógrafo Giovane Mackmillann); terceiro lugar nas Danças Urbanas Júnior (coreógrafo Rogério Seven); e terceiro lugar nas Danças Populares Duo (coreógrafo Giovane Mackmillann). Além disso, o grupo foi indicado ao destaque pelo desempenho nas Danças Populares e eleito o melhor conjunto nesta categoria.

O terceiro lugar de Danças Populares Duo Adulto ficou para “Saraswati”

Esta foi a primeira vez que o dançarino Rogério Seven atuou como coreógrafo em um evento desse porte. Ele produziu duas coreografias na modalidade Jazz Funk. Mesmo que uma delas não tenha conquistado o pódio, os dançarinos atuaram com uma excelente performance. Ao ser questionado sobre como se sente com a vitória na categoria juvenil, Seven frisa: “É um sentimento de dever cumprido, sendo a primeira vez como coreógrafo num evento tão grande”.

“Foi a primeira vez que o grupo atuou em Danças Urbanas fora do Estado do Rio Grande do Sul. Primeira vez que enviei coreografias para serem avaliadas e as duas sendo selecionadas para o Palco Competitivo. A vitória já veio antes, o que chegou depois foi mais uma recompensa pelo nosso esforço”, conclui Rogério Seven.

“Axé De um Grito de Dor à Religiâo do Amor” venceu o  primeiro lugar em Danças Populares Conjunto Juvenil

Trajetória

A vitória no Prêmio Desterro tem um significado imenso para a Freedom, foi nesta competição que o grupo se lançou fora do Rio Grande do Sul, em 2017. Na ocasião, não ganhou premiação, mas foi o começo. “Foram tantas dificuldades, entre elas, percebemos o quão preparados são os grupos de fora, a grande maioria patrocinados ou com ajuda das suas prefeituras, e nós lá, com a cara e a coragem. Não pegamos pódio, mas ali se plantava a sementinha do querer mais”, diz o diretor Giovane.

Em 2018, a Cia. participou do maior festival de dança do mundo, em Joinville. Lá também não teve pódio, mas a participação foi importante para que o grupo percebesse como era a movimentação no cenário nacional. Em 2019, a Freedom voltou a participar do Prêmio Desterro, em Floripa, alcançando a segunda colocação em Danças Populares. “Uma vitória gigante para um grupo de garagem”, frisa o diretor.

Durante a pandemia da Covid-19, a Freedom deu uma pausa nas atividades. Ela retornou em 2021 e participou novamente do Festival de Dança Joinville, lá, conquistou o tão sonhado primeiro lugar. “Ninguém acreditava, uma mistura de risos e choros tomou conta de todos, lembranças que me arrepiam até hoje. Entramos em 2022 com a responsabilidade maior ainda, em defender o título do ano anterior, mas não deu, foi por pouco, levamos o vice-campeonato. E tão logo chega 2023 e, de novo, o Prêmio Desterro, aquele mesmo que nos lançou para a cena nacional da dança”, finaliza.

A criação coreografada de  “Na Frequência” foi o terceiro lugar de Dancas Urbanas Conjunto Juvenil

Prêmio Desterro

O Prêmio Desterro – 12º Festival de Dança de Florianópolis, foi realizado de 28 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023. O respeito ao artista e o bem-estar de cada participante são os pilares do Festival. A missão é fomentar a excelência com a alta competitividade, com a Mostra Comentada e com os workshops, além do incentivo através de diversos prêmios.

O Festival possui algumas formatações próprias que incentivam a competição em si (beneficiando a plateia), mas com foco no desenvolvimento e plasticidade de bailarinos que possivelmente estarão no mercado da dança. Outra novidade nesta edição foI a Cena Comentada, realizada no mesmo palco onde ocorreu a competição.

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Escolas de Samba e Blocos no Carnaval de Pelotas

Prefeitura e Associação das Entidades Carnavalescas promovem desfiles entre 24 e 26 de fevereiro, 17 de março, e os blocos de rua animam a cidade com programação em várias datas

Por Kaique Cangirana       

A Prefeitura Municipal de Pelotas, junto à Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) divulgaram as datas para o Carnaval na Cidade. O evento tradicional vai ocorrer nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro.  As escolas do Grupo Especial não irão desfilar nestes dias, quando se apresentarão na Passarela do Samba as bandas, blocos burlescos e escolas de samba mirim. O Grupo Especial realizará um desfile único em 17 de março

Os ingressos para o desfile que ocorre na Passarela da Rua Conde de Porto Alegre nos dias 24, 25 e 26, podem ser adquiridos na Banca 37 do Mercado Central de segunda a sexta das 9h às 17h30min. Os ingressos estão à venda desde o dia 14 e estão limitados a 2.600 lugares. O ingresso individual custa 13,00 reais por noite, enquanto o passaporte para as três noites custa 28,00 reais.

O Grupo Especial fará um desfile único na Passarela no dia 17 de março. A Prefeitura custeia 50 por cento do valor para montagem das passarelas e fica ao encargo das entidades carnavalescas contribuir com o restante. A montagem da estrutura para o Carnaval está prevista entre as ruas Doutor Cassiano e Barão de Butuí, segundo André Muller, diretor de Manifestações Culturais da Secretaria de Cultura. A Prefeitura disponibilizará 350 mil reais para organização. O desfile das campeãs acontece na mesma data na noite do dia 17 de março e seu ingresso será solidário. 

Os desfiles estão com datas marcadas para entre os dias 24 e 26 de fevereiro e dia 17 de março em Pelotas

 

Blocos de Rua

Os blocos que já haviam iniciado a folia desde o início de fevereiro, também terão sua programação estendida desde o sábado dia 18 de fevereiro até o início de março. Confira as datas:

Sábado 18 de fevereiro

Cordão do Ponto Chic – Rua 7 de Setembro,309  – 13:00 às 18:30

Jacaré da Lagoa – Segue da Rua 15 de Novembro,602 até a Av. Bento Gonçalves – 14:00 às 17:00

Língua Maldita –  Segue da Rua 15 de Novembro,602 até o Mercado Público – 14:00 às 16:30

Bloco Saca Rolha – Segue da Rua 15 de Novembro,602 até o Mercado Público – 16:00 às 19:00

 

Domingo 19 de fevereiro

Bloco dos Lunáticos – Em frente ao Food Hall Quartier – 17:00 às 22:00

Banda Jardim Av. Amazonas até a Praça Aratiba – 16:30 às 19:30

Bloco do Mapa Segue da Rua 15 de Novembro,602 até a Av. Bento Gonçalves 13:30 às 18:30

Batucantada – Rua Coronel Alberto Rosa (Quadrado) – 18:00 às 20:00

 

Terça 21 de fevereiro

Bloco do Bonde – Em volta da Praça Coronel Pedro Osório – 11:00 às 15:00

 

Sábado 4 de março

Tira Corda do meu Bloco – Segue da esquina da Rua 15 de Novembro com a Praça Coronel Pedro Osório até o largo do Mercado Público – 18:00 às 20:00

 

Domingo 12 de março

100 limites dos Simões – Esquina da Rua 7 de Abril com a Rua Barão de Iguatemi – 17:00 às 21:00

 

Mobilidade Urbana e Segurança

O transporte público será desviado somente nos pontos em que os blocos estiverem passando e o monitoramento será feito pela Prefeitura. O secretário de Transportes e Trânsito, Flávio Al-Alam, afirmou que a Secretaria vai sinalizar os pontos de bloqueio e auxiliará no percurso seguro durante a passagem dos blocos nas ruas. Os horários dos ônibus não serão alterados de acordo com o site do Prati Pelotas.

Respeito e Ação Humanitária

Em suas redes sociais, a Prefeitura de Pelotas publicou normas de boa convivência entre os participantes deste Carnaval. A medida tem como objetivo a diminuição e prevenção da poluição urbana, brigas, acidentes, assédio sexual e manifestação de preconceitos.

A Prefeitura também divulgou a campanha “Bloco do Sangue Bom” como projeto humanitário para doação de sangue promovido pelo Hemocentro de Pelotas (HemoPel) na avenida Bento Gonçalves, 4569. As doações podem ser feitas de segunda a sexta das 7:30 às 17:30, mas nos dias 20 e 21 de fevereiro, o HemoPel não funcionará. 

Economia e comércio

A Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana definiu que os vendedores ambulantes podem se cadastrar até amanhã, dia 17 de fevereiro, para comercializar durante o desfile na passarela do Carnaval de Pelotas. A Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), divulgou um formulário com regras e informações para as instalações dos espaços de comercialização. A falta de patrocinadores dificultou a organização, forçando a Assecap a solicitar parte do custeamento do evento pela Prefeitura.  

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