“À Luz da Memória” celebra o patrimônio cultural de Pelotas e além

Por Fabiano Stéphano Roux Cordeiro Lautenschläger      

Projeto com apresentação audiovisual em fachadas históricas ocorreu também em Porto Alegre, Rio Grande e Bagé        

              Prédio icônico do Theatro Sete de Abril foi escolhido para receber projeções que descrevem a história                       Fotos: Divulgação

 

Pelotas, uma cidade rica em história, cultura e tradição, teve a oportunidade de vivenciar uma experiência única e envolvente através do projeto “À Luz da Memória: Patrimônio em Evidência”, ocorrido nos dias 9 e 10 de julho de 2023. Esse projeto inovador, patrocinado pela CEEE Grupo Equatorial Energia, teve como objetivo promover a valorização do patrimônio histórico e cultural de Pelotas, assim como de outras três cidades gaúchas: Porto Alegre, Rio Grande e Bagé.

A iniciativa “À Luz da Memória” é um verdadeiro mergulho no passado, uma viagem através dos séculos para descobrir os momentos e símbolos que moldaram a identidade dessas localidades. Utilizando projeções mapeadas em prédios emblemáticos, o projeto transforma essas construções em verdadeiras telas vivas, contando histórias e transmitindo mensagens de maneira lúdica e informativa.

No caso de Pelotas, o prédio escolhido para receber as projeções foi o icônico Theatro Sete de Abril, um tesouro arquitetônico e cultural da cidade. Com mais de um século de existência, esse teatro é o mais antigo do Estado e desempenhou um papel fundamental na vida cultural da região. Segundo a prefeita Paula Mascarenhas, o projeto é de fundamental importância. “Conta um pouco da nossa história, do nosso patrimônio e fazem parte das comemorações dos 211 anos da nossa Princesa do Sul”, explicou.

As projeções mapeadas na fachada do Theatro Sete de Abril transportam o público através do tempo, revelando as fascinantes histórias e personagens que marcaram a trajetória de Pelotas. Através de imagens e efeitos visuais impressionantes, o público é levado a uma viagem pelos séculos, desde os tempos em que os indígenas habitavam essas terras alagadiças até a chegada dos europeus e o desenvolvimento da indústria do charque no século XIX.

O roteiro das projeções abrange diferentes aspectos da história e cultura de Pelotas. Além de destacar a importância do Theatro Sete de Abril como um símbolo da cidade, a narrativa aborda temas como a dura realidade da escravidão e a luta pela liberdade, o florescimento das expressões artísticas e a formação de uma identidade cultural única.

 

Prefeita Paula Mascarenhas destaca que projeto também comemora os 211 anos de Pelotas

 

Um dos momentos mais marcantes das projeções foi a homenagem aos famosos doces de Pelotas, reconhecidos como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Através de imagens vibrantes e cores vivas, as projeções retrataram a delicadeza e a riqueza dessas iguarias, celebrando a tradição gastronômica da cidade e seu legado na cultura local.

Para Maureen Cordeiro, uma das inúmeras pessoas presentes no evento, às imagens refletem a cultura pelotense. “É muito lindo ver a nossa história sendo contada através de imagens, ainda mais em um local tão icônico quanto o Theatro Sete de Abril”, disse.

O projeto “À Luz da Memória” vai além das projeções em si. Ele também busca envolver a comunidade local através de ações de Educação Patrimonial. Oficinas nos prédios relacionados ao projeto, murais colaborativos e exposições fazem parte das atividades desenvolvidas em parceria com a população, incentivando a apropriação cultural e cidadã.

Muito além de apenas imagens

Em Pelotas, por exemplo, foram realizadas oficinas no Instituto Hélio D’Angola, envolvendo crianças e pré-adolescentes. Os participantes tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada ao Museu do Doce, onde puderam conhecer a história do famoso Doce de Pelotas e sua importância para a cultura local. Em seguida, eles participaram de uma oficina lúdica, utilizando desenhos e pinturas para criar mapas afetivos relacionados à Praça Coronel Pedro Osório, localizada no Centro Histórico da cidade. Essa atividade permitiu que os participantes expressassem suas conexões emocionais com o entorno.

Os produtos gerados por essas atividades de Educação Patrimonial, como os mapas afetivos, legendas e ingressos, foram selecionados e analisados pela equipe responsável e serviram como material para uma exposição “devolutiva”. Essa exposição foi apresentada, em formato de lambe-lambe, no tapume em frente ao Theatro Sete de Abril, durante os dias das projeções, permitindo que a comunidade apreciasse o resultado dessas ações educativas e se sentisse parte integrante do projeto.  A proponente e uma das produtoras executivas do projeto, Simone Neutzling, explica: “Acreditamos que essa união entre a tecnologia e o antigo, por meio da experiência virtual, contribui à fruição da obra concreta, atraindo públicos que, de outra forma, não se interessariam pelo tema da preservação. A intervenção efêmera instiga a percepção do bem de forma diferente, transmitindo informações de maneira poética e lúdica a um público diverso”, afirmou em entrevista ao Jornal do Comércio.

“À Luz da Memória” representa muito mais do que um simples espetáculo de projeções. É uma celebração do patrimônio cultural e da identidade das cidades gaúchas. Por meio dessa iniciativa, o projeto busca fortalecer os laços entre as gerações, valorizar as heranças do passado e inspirar as comunidades a se conectarem com suas raízes.

A cidade de Pelotas, com sua rica história e seu patrimônio cultural diversificado, foi um dos cenários perfeitos para o projeto “À Luz da Memória”. Essa iniciativa oferece à comunidade a oportunidade de desvendar as histórias fascinantes relacionadas ao Theatro Sete de Abril e à cultura da cidade. É uma experiência imersiva que conecta diferentes tempos e culturas, valorizando as memórias compartilhadas e as contribuições das gerações passadas.

O projeto “À Luz da Memória” continuará a iluminar e encantar as cidades gaúchas, promovendo um mergulho na história e na cultura dessas localidades. Pelotas, com sua riqueza cultural e seu público acolhedor, é uma das paradas mais especiais desse percurso. Foi um momento para todos se juntarem e apreciarem essa celebração do patrimônio cultural que nos conecta e nos define como comunidade.

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