Resenha: Canino, SRD,macho, 10 anos
Necropsia: O animal veio a óbito e foi encaminhado para necropsia, onde foram observados vários nódulos que variavam de alguns milímetros até 10 centímetros de diâmetro. Possuíam superfície lisa, eram esbranquiçados e firmes e estavam disseminados pelos peritônios parietal e visceral dos órgãos abdominais e pelo diafragma.
Histopatologia: Histologicamente observaram-se células mesoteliais neoplásicas fusiformes e epiteliódes com citoplasma vacuolizado, núcleo oval, com cromatina frouxa e nucléolo evidente. Havia grande quantidade de estroma de tecido conjuntivo. As células mesoteliais neoplásicas expressaram marcação positiva para citoqueratina e negativa para vimentina.
Comentário: Os mesoteliomas são neoplasias que surgem das células multipotenciais mesodérmicas das superfícies pleural, peritoneal e pericárdica. São incomuns nos animais domésticos. No cão, esse tumor ocorre com maior freqüência na pleura e no pericárdio, e raramente no peritônio. Aparentemente não há predisposição de raça ou de sexo. A maior parte dos casos ocorre em animais adultos ou velhos, com exceção de alguns relatos em bezerro com 10 dias de vida e em cão com sete semanas de idade. Apesar de a etiologia do mesotelioma ainda não ter sido elucidada, especula-se que a inalação crônica de partículas de amianto possa ser responsabilizada pela gênese do mesotelioma pleural no homem. No entanto, o mesotelioma peritoneal está relacionado a irritações crônicas e laparotomias freqüentes. Embora também não haja comprovação de que esses fatores estejam envolvidos na etiopatogenia do mesotelioma nos animais domésticos, existem suspeitas de que esse neoplasma possa ser congênita naqueles casos em que animais jovens são acometidos.
Autores: Márcia Feltrin Dias, Tatiane Camacho Mendes, Josiane Bonel