Whiplash
Sinopse:
“Andrew (Miles Teller) é um jovem baterista que sonha em ser o melhor de sua geração e marcar seu nome na música americana como fez Buddy Rich, seu maior ídolo na bateria. Após chamar a atenção do reverenciado e impiedoso mestre do jazz Terence Fletcher (J.K Simmons), Andrew entra para a orquestra principal do conservatório de Shaffer, a melhor escola de música dos Estados Unidos. Entretanto, a convivência com o abusivo maestro fará Andrew transformar seu sonho em obsessão, fazendo de tudo para chegar a um novo nível como músico, mesmo que isso coloque em risco seus relacionamentos com sua namorada e sua saúde física e mental.”
Não tem como não se empolgar assistindo Whiplash! Saí do Cineflix do Shopping Pelotas agora e precisava demais falar sobre isso. É forte e vigoroso. Muitos, assim como eu, bateram palmas no final. E que final.
Andrew é um rapaz comum, sem amigos e de pouca conversa. Ele está na melhor escola de música dos EUA, mas quer mais. E logo o melhor professor o enxerga, ou melhor, o ouve tocando bateria.
Terence é um professor e maestro incomum. Ele não pede. Ele manda. Ele não se contenta com pouco, sempre quer mais. E muito mais. É temido por todos os componentes da orquestra principal de Shaffer.
E esse não é um drama, nem um filme só para amantes do jazz. É um filme para quem ama música. Com um orçamento modesto para o cinema americano, $ 3.300.000, Whiplash foi o grande vencedor do Festival de Sundance em 2014.
Não por acaso o ator Miles Teller foi escolhido, afinal ele toca bateria desde os 15 anos de idade. Mas o grande momento é dividido com o americano J.K.Simmons, mais conhecido por seu trabalho em Oz na HBO, no papel do neonazista Vernon Schillinger. Atualmente pode ser visto na TV em The Closer, da TNT.
J.K.Simmons, 60 anos, já ganhou o Globo de Ouro 2014 de Melhor Ator Coadjuvante. Venceu na mesma categoria o Oscar 2015. E Whiplash ainda levou as estatuetas de Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição.
É difícil explicar porque o filme é muito bom sem adiantar alguma coisa. Se bem que o subtítulo em português já antecipa que o filme seja sobre superação. Mas é muito mais do que isso.
Diferente de Invencível, em que sofremos com o personagem, nesse nos empolgamos com ele. Queremos que ele siga em frente e prove do que é capaz. Porque quando o vemos treinando sabemos que ele é ótimo no que faz.
Andrew, que sonha ser uma lenda do jazz, terá que enfrentar não só os treinos, mas as exigências cada vez mais torturantes de Terence. E não só terá que provar que é bom, mas tem que ser melhor que bom. E isso tudo sob os insultos viscerais do maestro. Insultos não só morais, mas também físicos. Tal qual um treinamento pra a guerra.
Miles, até hoje, era para mim um garoto de 27 anos, meio inexpressivo, que sempre faz papeis secundários, em filmes como: Divergente, Namoro ou Liberdade, Two Night Stand e este ano em Insurgente. Mas a partir de Whiplash eu tenho outra visão sobre ele.
Suas mãos ficaram com bolhas devido ao vigor necessário para as cenas em que toca bateria. E é dele o sangue que ficou nas baquetas e no instrumento. E embora já tocasse bem teve aulas adicionais de quatro horas por dia, durante três dias por semana para melhorar seu desempenho.
Whiplash foi feito em 20 dias e no Festival de Sundance levou os prêmios de Melhor Filme, pelo público, e Melhor Diretor. Damien Chazelle, diretor e roteirista, também foi integrante de uma banda no ensino médio e parte da história do filme é sua história também.
Mas nem assim conseguiu financiamento para o filme. Teve que lançá-lo, inicialmente, como um curta, e só após o ter ganho o Prêmio do Júri para Curta-Metragens em Sundance no ano de 2013, conseguiu financiá-lo.
Whisplash é uma canção do filme. É tido como um quadro temporal, uma peça com tempo não convencional. Mas a peça marcante e inesquecível, e só posso dizer isso e nada mais, é “Caravan” de Duke Ellington, 1937. Um jazz que fez muito sucesso nos anos 60.
Filme ótimo, com momentos inesquecíveis, cortes tensos, muita pressão, direção impecável. Com uma trilha sonora fantástica, esse é um filme que exige de você muito mais do que visão. Você tem que ouvir. E se encantar.
Nota 10 com louvor. E é por filmes como esse que eu amo o cinema!
Link para o trailer:
Link para conhecer Caravan:
