Semana dos Museus se inicia com reinauguração do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter
Por Jessica Alves e Jéssica Lopes
Nesta segunda-feira (13), ocorreu a tão esperada reinauguração do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, promovida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o qual exibe um acervo de animais taxidermizados e a maior coleção de aves existente no Brasil, a maioria pertencente à coleção particular do naturalista autodidata Carlos Ritter enquanto era vivo.
O Museu abriu ao público em 1970 e faz parte do Instituto de Biologia desde 1991. Além das coleções de Carlos Ritter, o acervo conta ainda com uma coleção entomológica do pesquisador Ceslau Maria Biezanko, uma reserva técnica para estudo e pesquisa e de coleções mais recentes produzidas por professores, pesquisadores e estudantes, principalmente do Instituto de Biologia. Dentre as exposições, são abordados os temas Bioma Pampa, A Evolução das Aves e uma sessão interativa sobre a Envergadura das Aves.
“Aqui contamos com o Grupo de Reabilitação da Fauna Silvestre, que recebe animais que estavam em cativeiro ilegal, acidentados ou traficados, os recuperando, mas alguns animais vem a óbito durante o processo de reabilitação, então curtimos e pele e fazemos o restauro desse animal usando a taxidermia”, afirma Mauro Mascarenhas, técnico em anatomia e taxidermista. “A função da taxidermia artística é a que procura deixar o animal como se fosse quando ele estava vivo”, complementa.
Foi realizado um cerimonial para a reabertura do museu, no qual foi comemorado o novo espaço, que agora encontra-se mais centralizado e de fácil acesso a comunidade Pelotense, compondo o núcleo cultural e histórico da cidade. Algumas figuras fizeram-se presentes no evento para celebrar essa nova fase no Museu, dentre elas a pró reitora de extensão e cultura, Francisca Ferreira Michelon, o diretor de biologia, professor Luis Fernando Minello e o chefe do Museu, João Ricardo Iganci.
O processo de mudança do museus foi longo e exigiu um grande apoio e parceria de alunos e professores voluntários que se dispusessem em abraçar a causa e tornar real o sonho de dar ao museu o seu devido espaço, que respeitasse e valorizasse a bela exposição que ali se encontra.
Vitor Rodrigues, monitor e estudante de Biologia, conta que acompanhou o processo de transição do Museu, que foi de início muito complicado, pois muitas aves ficaram fungadas durante o processo de deslocamento até o local atual.
Carolina Silveira foi nomeada em 2015 para trabalhar no museu como assistente administrativa, a mesma comenta que o museu se encontrava em uma garagem e que não havia estrutura para abrigar um acervo taxidermizado. “Foi uma grande luta pra conseguir um espaço melhor, o processo foi lento e o João (chefe do museu) se reuniu com o reitor da UFPEL , colocando à mesa todas as dificuldades que o museu enfrentava”, acrescenta Carolina, realçando que o projeto Rede de Museus foi de grande importância para a conquista do espaço do Carlos Ritter, cuidando de toda parte burocrática e lutando para que tudo saísse da melhor forma possível.
“Com esse novo espaço, irá atrair um público mais diversificado, e acompanhar todo esse processo me emociona”, afirma Silvana Bojanoski, Coordenadora de Patrimônio Cultural e Comunidade e do projeto de extensão Rede de Museus, um órgão suplementar da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que tem por missão unir as instituições, projetos museológicos, acervos e coleções existentes na universidade, visando a implantação e manutenção de uma política para a área, de forma a desenvolver ações de gestão, valorização do patrimônio museológico e de aproximação com a comunidade.
O Museu Carlos Ritter desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, aproximando ainda mais a UFPel da comunidade de Pelotas e região. João Iganci acrescenta que o museu estará de portas abertas para receber a comunidade pelotense.
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