RESSURREIÇÃO
“Às vésperas de um levante em Jerusalém surgem rumores de que o Messias judeu ressuscitou. Um centurião romano agnóstico e cético (Joseph Fiennes) é enviado por Pôncio Pilatos para investigar a ressurreição e localizar o corpo desaparecido do já falecido e crucificado Jesus de Nazaré, a fim de subjugar a revolta eminente. Conforme ele apura os fatos e ouve depoimentos, suas dúvidas sobre o evento milagroso começam a sumir.”
Esta é a história da morte de Jesus Cristo retratada por uma testemunha, que não tem fé e nem é apóstolo. No ano de 33 d.C. Jesus já foi julgado e condenado. Mas o imperador Pôncio Pilatos ainda tem dúvidas quanto à morte, pois os fieis proclamam que ele ressuscitará.
O exército romano, comandado pelo tribuno Clavius, faz o que pode para afastar a ideia de que Jesus seja um ser especial. E para que seu corpo não seja roubado colocam dois guardas na frente de sua tumba amarrada com cordas e com o selo do imperador.
Mas o que acontece já sabemos. Pilatos então se desespera e pede ao tribuno Clavius que encontre o corpo do nazareno e cale aqueles que o idolatram.
Dirigido por Kevin Reynolds, a história é bem contada, o filme é sério e tenta se diferenciar de outros tantos. O elenco tem boas presenças, Lucius (Tom Felton), Pilatos (Peter Firth), Madalena (Maria Botto) e o ator neozelandês Cliff Curtis, que interpreta Yeshua (Jesus Cristo).
O figurino e os cenários são de ótima qualidade, embora não seja uma mega produção, pelo contrário, é até bem simples. O filme é para todos os cristãos, mas não tenta influenciar ninguém.
O gênero é bíblico, mas tem suspense e investigação policial na trama. E é interessante por fugir do tema comum e narrar uma passagem bíblica pouco explorada, que são as três aparições de Cristo após sua crucificação.
Temos a discussão sobre fé e perdão e a incredulidade de Clavius sendo colocada à prova. Afinal ele foi responsável pelo grupo que matou Jesus Cristo. E a parte mais bonita é quando ele se depara com o morto que viu ser enterrado, tão vivo quanto ele.
Embora não tenha as características de Jesus mostradas no cinema, o ator Cliff Curtis, acostumado a personificar vilões, se preparou para viver intensamente o personagem.
Em entrevista à UOL, ele confessou que tentou viver como Cristo. “Meditei muito e fiz um voto de silêncio. Fiquei vivendo sozinho por um mês, não falei com o diretor, nem com os outros atores. Foi lindo. Eu falo demais normalmente”, disse.
Já Finnes ao ser perguntado o que diria a Jesus se pudesse encontrá-lo, respondeu: “O que eu gosto neste filme é que Clavius confronta este homem de um forma muito humilde. Ele não sabe o que perguntar… Acho que comigo seria mais ou menos o mesmo. Eu adoraria encontrá-lo, mas no momento do encontro eu ficaria tão estupefato que não saberia o que dizer”.
Um bom entretenimento para o período de Páscoa que se aproxima. Em cartaz no Cineflix do Shopping Pelotas.
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Link para o trailer: https://youtu.be/lG7O4UZzTjA
Graça Vignolo de Siqueira