Que mal eu fiz a Deus?

                                                                                     por Graça Vignolo de Siqueira

Sinopse:

“O casal Verneuils tem quatro filhas. Tradicionais, conservadores, católicos e um pouco preconceituosos, eles não estão felizes, pois três de suas filhas se casaram com homens de diferentes nacionalidades e religiões. Quando a caçula anuncia o seu casamento com um católico, o casal fica nas nuvens e toda a família vai se reunir. Mas logo descobrirão que nem tudo é como sonharam.”

Imagem: Divulgação

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Muito bem dirigido por Philippe de Chauveron, a comédia francesa é uma delícia. Tão boa quanto eu esperava, desde que assisti ao trailer em junho, no Festival Varilux de Cinema Francês.

Claude (Christian Clavier) e Marie (Chantal Lauby) formam um casal de meia idade, com a vida estabilizada e quatro filhas lindas: Isabelle, Odile, Ségoléne e Laure (Elodie Fontan). As três primeiras casam logo no início do filme, com intervalos de um ano cada. Infelizmente nenhuma casa com um católico.

Os genros do casal são o advogado argelino muçulmano Rachid, o empresário judeu David e o bancário chinês Chao. É perceptível que nas reuniões familiares não há paz alguma. Todos implicam com todos, com piadinhas e atos preconceituosos.

Até que um dia as irmãs conversam e os três cunhados resolvem fazer um pacto de paz e a partir dali começam a se relacionar muito melhor. Ao mesmo tempo, Marie conversa sério com Claude e tenta fazê-lo entender que uma família unida vale muito mais. Que é necessário conviver com filhas, genros e, principalmente, com os netos.

Então o natal se aproxima e Marie resolve reunir toda a família em sua casa para a ceia. Claude promete conter-se, mas ao mesmo tempo fica louco de vontade de dizer o que pensa.

A comedia fez muito sucesso na França e levou mais de 12 milhões de pessoas aos cinemas. Tem situações bem engraçadas, dentro de um contexto muito atual, a globalização.

Tudo vai bem no jantar e a família ainda vai unida à missa de natal. Todos cantam hinos e surpreendem até ao padre. Cenas como essa são comuns no filme e se tornam inusitadas. Conseguem imaginar um chinês, um judeu e um muçulmano entoando hinos de natal juntos?

E é quando as irmãs se despedem que Laure fica a sós com os pais e conta a novidade: ela vai se casar. Claude e Marie já nem sabem o que esperar, mas a primeira pergunta é se o noivo é católico, pois é o sonho do casal ver, pelo menos a caçula, casada com um jovem católico.

Laure responde que sim, o noivo é católico e ator, mas esconde dos pais o que poderia chocá-los: ele é de origem africana! Marie fica feliz com a notícia e já quer iniciar os preparativos. Claude também está alegre. Até que conhecem pessoalmente Charles (Noom Diawara).

As piadinhas são ditas até pelos vizinhos: “Olhem só quem chegou, a família Benetton!”  Ou pelo próprio Charles: ” Você não me disse que seus pais eram brancos!” Ou do cunhado David quando compara a situação ao filme “O Resgate do Soldado Ryan”.

A partir desse momento teremos motivos para rir mais um pouco. As famílias, que são contra o casamento, irão se conhecer, os pais de Laure vão querer se divorciar, a noiva vai desistir do casamento e claro, o preconceito poderá atrapalhar, mesmo nos dias atuais.

Num dos momentos de briga de Claude e Marie, ele reclama que agora ela só quer saber de zumba. E então vemos as mulheres se exercitando com um personal.

O filme está em cartaz no Cineflix do Shopping Pelotas e vale a pena ser assistido. Até porque temos que aceitar, respeitar e conviver com o diferente em nosso dia a dia. Diferenças de raça, de cor, de preferência sexual, política e de personalidades. Um bom exercício de sapiência.

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Assista ao trailer:

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