Resenha | Doutor sono
Por Graça Vignolo de Siqueira
Sinopse:
“Na infância, Danny Torrance (Ewan McGregor) conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos do Hotel Overlook. Danny cresceu e agora é um adulto traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospital local. Mas a paz de Danny está com os dias contados a partir de quando cria um vínculo telepático com Abra (Kyliegh Curran), uma menina com poderes tão fortes quanto aqueles que ele bloqueia dentro de si.”
Não é segredo que Stephen King não gostou da adaptação de Stanley Kubrik para O Iluminado. Lógico que para fazer essa sequência, o diretor Mike Flanagan teve que conseguir uma autorização.
O 61º livro do autor, lançado em 2013, talvez não tenha sido sucesso como O Iluminado, que ficou conhecido mundialmente através do filme. Então Mike mostrou em primeira mão a obra ao autor. “O filme terminou, e os créditos apareceram, e ele se inclinou, colocou a mão no meu ombro e disse: ‘Você fez um belo trabalho’. E então eu apenas morri”, conta o diretor.
A primeira parte do filme serve para mostrar trechos do ocorrido no hotel, com Danny criança. Resgata, com todos os detalhes, as principais cenas. Na segunda parte vemos as histórias paralelas que estão acontecendo com Rose (Rebecca Ferguson) e seu grupo.
Bem, importante dizer que assisti ao filme, acompanhada pelo marido, que lá pelas tantas deu uma saída. Somente nós os dois na sala do cinema. Com uma trilha sonora alta e angustiante, além de tensa, e um coração que bate insistentemente ao fundo, tentei não me envolver muito. Afinal, terror não é meu gênero preferido.
Caso alguém tenha dito que o filme não é bom, avaliou mal. É muito interessante dentro do gênero a que se propõe. O filme á ambientado 30 anos após as ocorrências no Hotel Overlook, que na realidade são já 39 anos.
Algumas crianças estão desaparecendo em cidades dos Estados Unidos e não deixam vestígios. Enquanto isso, Danny sai da cidade onde mora e vai para mais longe, na intenção de não ser encontrado mesmo. Quer recomeçar. Quer deixar sua “iluminação” adormecida. Afinal, existem seres capazes de sentir essa presença.
De repente, se vê envolvido com uma menina também iluminada, Abra Stone, que sente quando um menino é assassinado pelo grupo “Nó” de Rose The Hat. Abra se comunica com Danny, vai procurá-lo e precisa de sua ajuda para desvendar o mistério.
O filme pouco recorre aos jumpscares (recurso utilizado para dar sustos), pois sua trilha sonora já assusta bastante. Os atores estão em ótimo desempenho, sendo Kyliegh Curran uma surpresa agradável. Ewan está sério como exige o personagem e Rebecca dá um show de beleza.
A parte final do filme é totalmente referencial ao O Iluminado, o que torna tudo mais tenso e assustador ainda. Cenas totalmente copiadas e inclusive trazendo atores extremamente parecidos fisicamente, para que fique mais autêntico ainda.
O filme é longo, tem 2h32, mas compensa para quem gosta do gênero e tenha visto ou não o primeiro.
Nota: 9,5.