Pró-Bicho Pelotas: solidariedade integrada à universidade
Projeto de Extensão Pró-Bicho Pelotas encaminha animais sem teto para adoção
por Amanda Mattos e Gislene Farion
O abandono animal é um crime que parte de todas as classes sociais e por diversos motivos. Esse ato ainda é bastante frequente e os amantes de animais lutam contra as estatísticas.
O Pró-Bicho Pelotas é um projeto de extensão desenvolvido pela professora Juliana Angeli do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A intenção é encaminhar os animais para novos lares.
Inspirado no projeto Cão em Quadrinhos, de Porto Alegre, uniu-se a paixão por animais à disciplina de fotografia, dentro da universidade. A proposta incentiva a adoção através da produção fotográfica e completou três anos em março deste ano. Juliana falou sobre o projeto e seu desenvolvimento.
– Sempre fui acostumada a resgatar e tratar animais abandonados. Virei muitas noites dando mamadeira para gatinhos junto da minha mãe. Assim, acreditei que poderia unir tudo isto: foto, auxílio e amor – conta a professora.
Com um equipamento apropriado, um cenário infinito, iluminação correta, produção para o embelezamento dos animais – com direito a lacinhos e gravatas – e um trabalho feito com muito amor, os resultados são positivos e tem como consequência adoções em grande número e a felicidade dos bichinhos.
São realizadas sessões de fotos dos animais e uma breve entrevista com cada responsável, para a coleta de informações e telefones para contato. Na sequência são selecionadas as dez melhores fotos que, depois de tratadas, são publicadas para dar início ao processo de divulgação.
A proposta é desenvolvida na página do Facebook Pró-Bicho Pelotas, que já ultrapassa sete mil curtidas e, além de compartilhar suas produções, compartilham casos de desaparecimentos e qualquer suporte relacionado aos animais.
Em junho a equipe Pró-Bicho deslocou-se até a cidade de Arroio Grande para auxiliar o canil municipal. Dos 45 cães divulgados, alguns já foram adotados. Foi o caso de Bully. Resgatado já idoso, viveu durante três anos no canil e, após posar para o projeto, foi adotado cerca de 10 dias depois.
Resgatado já idoso, viveu durante três anos no canil e, após posar para o projeto, foi adotado cerca de 10 dias depois.
Até julho de 2014 foram fotografados 750 animais e cerca de 50% conseguiram um lar. Em 2015 ainda não há estatísticas, mas Juliana acredita que irá girar em torno de 60%, já que muitos foram adotados esse ano.
– Fico feliz em ajudar e ver que dá resultado – afirma Juliana.
Helena Izabel de Mattos, 46 anos, é técnica em contabilidade e protetora dos animais. Faz resgates há um ano e conta como foi a experiência com o projeto.
– Em meu último resgate, peguei quatro filhotes de gato para cuidar e dispor à adoção. Foi quando fiquei sabendo do Pró-bicho e entrei em contato. Marquei horário para as fotos e, quando publicadas, em exatamente sete dias, encaminhei os quatro bebês para seus novos lares – disse Helena.
A técnica em contabilidade elogiou o Pró-bicho.
– O projeto é maravilhoso, além de auxiliar os bichinhos, auxilia quem é protetor. Com a agilidade em que são doados, facilita para que cada casa de passagem possa acolher mais. Que todos possam passar pelo projeto e se beneficiarem, destinando os quatro patas à lares felizes como os meus.
A ação contribui ao desenvolver uma ponte entre os que estão motivados a adoção e os animais, diminuindo o processo. Quando adotados, o responsável informa a equipe Pró-Bicho para que o álbum seja atualizado para o status de “adotado” – com a intenção de encaminhar os próximos interessados aos animais que ainda necessitam de um lar.
O projeto é realizado aos sábados no Centro de Artes da UFPel e não tem custo algum. Para agendar sessões de fotos, basta entrar em contato através do e-mail probichopelotas@gmail.com.