“Pobre da bola…”

Foto que dá a ilusão que ocorreu um jogo no último domingo (Foto: Tales Leal/AI ECP)

Por João Antônio Ferreira e Marco Gavião

A frase que nomeia essa crônica foi proferida por um torcedor do Pelotas, após um ridículo balão de um jogador de seu time, que naquele momento, já havia sofrido o único tento da partida, realizado por Adriano Chuva, jogador com passagens destacadas por Grêmio e Palmeiras (não fez gol por nenhum dos dois times).

Antes de continuar falando sobre o jogo, é necessário abrir um parêntese sobre a história do oponente do Pelotas nestas duas partidas (parêntese este que torna ainda mais humilhante a eliminação). O Real Sport Club, clube de Capão da Canoa, mas que manda seus jogos em Tramandaí; foi fundado em 2005, mas só se profissionalizou dez anos depois, sendo apenas sua segunda participação na Copa Wianey Carlet (a primeira foi em 2017).

A derrota no primeiro jogo nos surpreendeu, pois esperávamos que o campeão da Segundona Gaúcha conseguisse impor superioridade a uma equipe com três anos de profissionalização, e cujo jogador de maior expressão é o Adriano Chuva. Nos enganamos. Porém, com a expectativa de que o resultado tivesse sido atípico e que o Pelotas conseguiria o placar para reverter a desvantagem, fomos até a Boca do Lobo.

Chegamos no estádio praticamente na mesma hora que o juiz apitou o início de jogo. E no primeiro tempo, a coisa mais bonita que se via em campo era o muito bem cuidado gramado da Boca do Lobo (meus parabéns a quem cuida dele, em certos momentos parecia melhor que o da Arena do Grêmio). Visto que o jogo estava péssimo, passamos a falar sobre anedotas de nossas vidas pessoais; combinar rolês e lembrar histórias do Grêmio, que inicialmente eram sobre Chuva (que exibia em campo talento semelhante ao que mostrou no Estádio Olímpico), mas que rapidamente passou para outros momentos da história tricolor. Enquanto isso, no gramado, um time não queria jogar, pois tinha a vantagem; e o outro não conseguia, pois faltava talento. Ausência essa, simbolizada por Jéfferson Luís, que recebeu o carinhoso apelido de “Rei Momo” por um dos torcedores, devido a sua apatia em campo.

O segundo tempo parecia que ia contar com a mesma morosidade do primeiro, até ocorrer o gol de Adriano Chuva (quem diria?), que praticamente decidiu a vaga. Dali em diante o que se viu foi uma atuação medonha do Pelotas, que não conseguia chegar com perigo ao gol de Gabriel, e nas poucas vezes que chegava, cometia erros bisonhos. E assim o time áureo-cerúleo aceitava passivamente sua eliminação da Copa Wianey Carlet, praticamente encerrando o calendário do clube no ano de 2018. Após a partida, o técnico do Pelotas, Paulo Porto, pediu desligamento do seu cargo, encerrando de maneira melancólica sua passagem vencedora pelo clube. Já o Real enfrenta o Ypiranga pelo primeiro jogo das quartas de final, na próxima quarta-feira (07) às 15h, em Tramandaí.

Passamos o segundo tempo discutindo como faríamos a matéria, já que havíamos visto que uma nos moldes comuns (explicando como havia sido o jogo, passando as informações e a ficha técnica), seria curta e desinteressante (como o jogo). Acabamos concordando que uma crônica agregaria mais conteúdo e valor de entretenimento a quem lia; e saímos da Boca do Lobo com a convicção de que escrever esse texto seria bem mais divertido que os 90 minutos de Pelotas e Real.

Ficha Técnica:

C. Pelotas: Mateus Claus; Adriano Lara, Dão, Felipe Chaves e Germano; Reinaldo Silva (Reinaldo Dutra), Parrudo, Jarro (Giovane Gomes) e Rubinho (John Lennon); Cléverson e Jéfferson Luís (Erick).

Real Sport Club: Gabriel Oliveira; Patrick Mengue, Victor Caetano, Jorlan Lopes e Taygor Gonçalves; Daniel Baloy, Giordano Piffero, Wagner Libano (Danrley Ulisses) e Wagner Dias (Andriw Boaventura); Dennys Diniz (Marquinhos) e Adriano Chuva (Diego Arismendi).

Gol: Adriano Chuva – Real SC (34/2ºT)

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