Órfã 2: A Origem
Treze anos depois de seu lançamento, Órfã e Isabelle Fuhrman retornam para um segundo filme disposto a contar a origem da clássica personagem que finge ser uma criança Dessa vez, se passando pela filha desaparecida a anos de uma família já sem esperanças de a encontrar.
Por Felipe Boettge
Nos cinemas desde o dia 15 de Setembro no Brasil, Órfã 2: A Origem é dirigido por William Brent Bell, responsável pelos dois filmes do Boneco do Mal e tem de volta Isabelle Fuhrman, que agora sim é uma mulher mais velha fingindo ser uma criança. Dessa forma, treze anos depois, o filme traz de volta às telonas a personagem que tanto marcou em sua primeira história.
Nesse filme, sem grandes spoilers, nos encontramos com a protagonista presa em um hospital psiquiátrico no leste europeu através do olhar de uma recém empregada mulher, interpretada por Gwendolyn Collins. Com o corpo de uma criança, a Órfã é uma mulher adulta de mais de 30 anos, possuindo essa deficiência que a faz aparentar nunca ter envelhecido e usa desse contexto para enganar e roubar famílias, um dos motivos para ela ter parado no hospital.
Provavelmente a melhor coisa do filme, o curto início possui uma energia misteriosa e quase aterrorizante, carregando o telespectador por dentro da fuga de Esther e apresentando rapidamente as suas capacidades de manipulação. A partir desse momento, o filme não encontra a mesma energia que a sequência inicial apresenta, deixando um gosto do quanto mais poderíamos ter visto esse contexto.
Então, o filme nos leva até Esther em busca de uma família para fazer de vítima e é em um site de crianças desaparecidas em que ela encontra o nome que viria a usar e a menina que ela se passará por. É quando ela se encontra com os “pais” que o filme se torna mais do mesmo e dando pouco tempo para que ela exercesse essas capacidades de manipulação que já vimos que ela tem, de controle das pessoas. Porém, o filme prefere apostar em uma grande subversão de expectativa, que é muito bem executada e surpreende devidamente. Mas mesmo assim, ela não consegue se manter além da surpresa, já que o filme parece não valorizar a tensão que ela causa por tempo o suficiente correndo com os acontecimentos em prol da ação.
Aproveitar mais dos momentos de calma do filme para desenvolver uma relação de controle com os membros da família poderia ser uma solução boa para um desfecho e ação mais instigantes, já que um Órfã contra todos não consegue carregar carga emocional nenhuma. Entretanto, se um dos familiares tivesse sido manipulado por ela e se visse tendo que efetivamente escolher entre a “pequena menina” e os outros poderia trazer um nível mais sólido de tensão e acrescentar alguma discussão ao filme. Sendo assim, mas o filme não deixa de ser divertido, já que as cenas em que abraça a breguice ao mesmo tempo em que te tiram do clima do filme, podem proporcionar algumas risadas.
Dessa maneira, o filme poderia até ter uma execução tranquila e que aceitasse sua simplicidade. Mas o final vai além do limite, trazendo uma cena brega que até poderia ser consciente, aceitando o nível de suspensão de descrença que o momento pede. E nem isso consegue, trazendo um grande encerramento que chega quase a ser constrangedor. impressão que o filme dá é desse quase, ele quase consegue ser bom e até quando consegue acertar, como em sua reviravolta, quase consegue fazer ela salvar o fim. Só quase mesmo.