O som das crianças alegres
Crônica de Vanessa Centeno Ferreira
Manhã quente de quinta- feira É o nosso pequeno verão de Pelotas, eu não digo grande porque vamos falar sério, o verão na Princesa do Sul é escasso e quando faz calor é muito abafado.
Mas há quem diga tu tá louca mulher, o calor está tinhoso!
Mais tinhosa eu sou e digo: os dias de calor são poucos e passam muito rápido. Mas concordo contigo. Esse calor está tenebroso.
É, mas eu não troco o verão pelas folhas do outono que caem no chão. E muito menos pela chuva que cai no telhado que faz um som maravilhoso no inverno.
E foi nessa manhã que na rua Lobo da Costa, várias vozes me chamaram a atenção. Vozes que eu não conseguia decifrar mas eu sabia que era algo muito bom. Não me contive em mim, de agitação e de curiosidade de saber que som era esse.
Eram vozes de crianças alegres andando de balanço na Praça Coronel Pedro Osório. Eu ainda consigo ouvir o som do balanço e a felicidade dessas crianças elas estavam acompanhada de seus responsáveis.
A alegria desses pequeninos no balanço se divertindo na Praça Coronel Pedro Osório merecia muito mais que um registro desses.
Em tempos que o que importa é estar bem conectado e saber a senha do Wifi, eles não; só queriam brincar e ser criança.
Então eu aprendi no mesmo momento que há esperança para quem acha que não tem mais jeito. Para a mulher acolher a violentada, a criança rejeitada ou abusada, para combater o racismo e o preconceito, para evitar o bulling, para consolar a mulher abandonada.
Por que nesse mesmo momento que ouvi o som das crianças alegres eu tive a certeza que todos podem vencer; até mesmo o mendigo que dorme na praça.
Ouvi o som das crianças alegres