Nadal bate Djokovic e conquista o Masters 1000 de Roma
Neste domingo (19), tivemos a final do Masters 1000 de Roma, o quinto campeonato desta série na temporada e o terceiro disputado nas quadras de saibro. A final antagonizou os dois melhores tenistas da atualidade e acabou vencida por Rafael Nadal, segundo melhor do mundo, que bateu Novak Djokovic por dois sets a um, com parciais de 6-0, 4-6 e 6-1. O espanhol conquistou o seu nono troféu na capital italiana e o 34º Masters de sua carreira, deixando para trás o sérvio Djokovic, que tem 33 taças neste tipo de certame.
DESTAQUES DO MASTERS 1000 DE ROMA
O Masters 1000 de Roma é disputado desde 1930 sob diferentes denominações. O grande vencedor do torneio é o espanhol Rafael Nadal, campeão em 2005, 06, 07, 09, 10, 12, 13, 18 e 19. Além disso, Nadal tem dois vice-campeonatos em Roma. O segundo maior vencedor do campeonato é o sérvio Novak Djokovic, quatro títulos no currículo (2008, 11, 14 e 15) e 5 vice-campeonatos, contando a decisão deste ano.
Numa competição que nunca foi vencida por Roger Federer, os espanhóis dominam a premiação máxima do naipe masculino. Foram 15 canecos conquistados desde 1972, quando Manuel Orantes tornou-se o primeiro compatriota de Nadal a vencer este torneio. Roma também se destaca por ser um campeonato que privilegia o tênis da América do Sul. São oito títulos do nosso continente, que já viu a consagração do argentino Guillermo Vilas, do chileno Marcelo Rios e do brasileiro Gustavo Kuerten.
Guga foi campeão em solo romano no ano de 1999, vencendo o australiano Patrick Rafter. Em 2000 e 2001, Kuerten foi vice-campeão, sendo batido pelo sueco Magnus Norman (2000) e pelo espanhol Juan Carlos Ferrero (2001).
Na edição de 2019, oito tenistas ganharam o privilégio de entrar apenas na segunda rodada do Masters 1000 de Roma. Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer, Alexander Zverev, Juan Martin Del Potro, Dominic Thiem, Kei Nishikori e Stefanos Tsitsipas foram agraciados com esta honraria.
Na rodada inicial, o canadense Félix Auger-Aliassime, o espanhol Pablo Carreño Busta e os franceses Gael Monfils e Jo-Wilfried Tsonga caíram respectivamente diante de Borna Coric (CRO), Denis Shapovalov (CAN), Albert Ramos-Vinolas (ESP) e Fabio Fognini (ITA). Mas o grande duelo desta fase envolveu o belga David Goffin e o suíço Stanislas Wawrinka, que foi vencido pelo primeiro. O jogo acabou dois sets a um para Goffin (4-6, 6-0 e 6-2).
A segunda rodada do Masters foi interrompida após as fortes chuvas que aconteceram na capital italiana na quarta-feira (15). Por causa disso, o complemento desta rodada e as oitavas de final do torneio foram realizadas no dia seguinte. Dominic Thiem foi derrotado pelo espanhol Fernando Verdasco por dois sets a um, com parciais de 4-6, 6-4 e 7-5. O austríaco perdeu e vociferou contra a organização do Masters que comunicou que o jogo de Thiem seria às dez horas da manhã apenas doze horas antes da partida.
Além disso, Roger Federer não teve forças para enfrentar o seu jogo de quartas de final, após atuar duas vezes na quinta-feira, incluindo um duelo vencido de virada contra Borna Coric.
Fernando Verdasco, que venceu Thiem pela manhã nesta quinta-feira cheia de jogos, ainda teve forças para bater o russo Karen Khachanov por dois sets a um, anotando 7-5, 3-6, 6-3. O espanhol entrou em quadra nas quartas de final, mas não conseguiu parar Rafael Nadal.
Ainda pela segunda rodada, o alemão Alexander Zverev, que fez um 2018 fantástico (defendia o vice-campeonato em Roma), foi vencido pelo local Matteo Berrettini, com um duplo 7-5. Mas o fato mais inusitado do campeonato ocorreu nesta rodada e foi protagonizado pelo australiano Nick Kyrgios, que enfrentava Casper Ruud, da Noruega. Kyrgios joga um tênis de Top 10, mas suas atitudes intempestivas fazem com que não consiga deslanchar. Desta vez, o australiano atirou uma cadeira na quadra e foi desclassificado.
Após a agitada quinta-feira, as quartas de final aconteceram sem sobressaltos. Stefanos Tsitsipas não jogou contra Roger Federer, que sequer entrou em quadra. Além disso, o argentino Diego Schwartzman, o pequeno gigante de aproximadamente 1m60cm, ganhou em sets diretos do japonês Kei Nishikori (6-4, 6-2). Mas o grande duelo das quartas de final teve a presença de Novak Djokovic e Juan Martin Del Potro, finalistas do Aberto dos Estados Unidos de 2018. Fizeram uma partida digna de uma decisão, ganha de virada por Djokovic (4-6, 7-6, 6-4).
Nas semifinais, Rafael Nadal enfrentou o grego Stefanos Tsitsipas e quebrou a série de três derrotas em semifinais de torneios disputados no saibro. O espanhol venceu em sets diretos (6-3, 6-4), mas sentiu o talento do grego, que vinha de duas finais na terra batida e foi o único tenista que não levou “pneu” de Nadal (não foi derrotado por 6-0 em algum set). Na outra semifinal, Djokovic enfrentou outro argentino e teve enormes dificuldades para superar Diego Schwartzman, que foi derrotado por dois sets a um (6-3, 6-7, 6-3).
A FINAL
Na final, Nadal não deu chances a um extenuado Djokovic, que enfrentou a super-quinta, na qual atuou duas vezes, e teve dois jogos demorados contra Del Potro e Schwartzman. No primeiro set, o espanhol quebrou três vezes o serviço do sérvio e aplicou 6-0 no número um do mundo. Este foi o primeiro “pneu” da história dos confrontos entre Nadal e Djokovic.
O segundo set foi mais equilibrado, mas no único momento em que Nadal vacilou em todo o campeonato, Djokovic aproveitou e quebrou o serviço do espanhol, justamente no game que fechou a parcial em 6-4. No terceiro e último set, Nadal quebrou o saque de Novak no game inicial, fazendo o sérvio entregar-se moralmente, já que a parte física tinha abandonado o tenista desde o set inicial.
Após a quebra no game de abertura do terceiro set, Nadal ainda triunfou outras duas vezes sobre o saque do sérvio e fechou a parcial em 6-1, garantindo o prêmio maior do Masters da capital italiana, entregue pelo brasileiro Gustavo Kuerten. Este foi o 26º triunfo de Nadal sobre Djokovic em 54 jogos, mas nas quadras de saibro, o espanhol venceu 17 vezes, contra sete jogos ganhos pelo sérvio. Em Roma, Rafa tem cinco vitórias nos oito jogos contra Novak.
Esta foi a 81ª conquista da carreira de Nadal, que espera o começo de Roland Garros, o Grand Slam do saibro, no qual o espanhol tem 11 títulos, para ratificar o seu posto de melhor tenista nas quadras de terra batida de todos os tempos.
MASTERS 1000 DE ROMA PARA OS BRASILEIROS
A participação brasileira em Roma terminou nas semifinais do torneio. Contando com a participação de Bruno Soares e de Marcelo Melo, o Brasil não conseguiu igualar os seus dois melhores resultados em terras italianas, que foram os vice-campeonatos de 1989 e 1965, conquistados pelas duplas nacionais formadas por Danilo Marcelino/Mauro Menezes e Ronald Barnes/Thomas Koch, respectivamente. Marcelino/Menezes caíram diante de Jim Courier e Pete Sampras, enquanto Barnes e Koch foram vencidos pelos australianos Tony Roche e John Newcombe.
Em 2019, Bruno Soares e seu parceiro, o britânico Jamie Murray, foram derrotados na estreia, pela dupla formada por Jérémy Chardy e David Goffin. O jogo acabou em dois sets, com duplo 6-4. Já o tenista Marcelo Melo, junto com o polonês Lukasz Kubot, venceu os seus três primeiros compromissos, mas os duplistas foram batidos na fase semifinal, quando acabaram derrotados pelos colombianos Robert Farah e Juan Sebastián Cabal, que aplicaram dois sets a um, com parciais de 2-6, 7-6, 10-8.
Os colombianos Farah e Cabal, que já haviam passado pelos irmãos Bryan, os maiores campeões de Roma na Era Moderna, junto com o canadense Daniel Nestor (4 títulos), bateram na decisão o australiano Michael Venus, que jogou ao lado de Raven Klaasen, da África do Sul. A partida acabou dois sets a zero para a dupla sul-americana (6-1, 6-3), que conquistou o segundo caneco consecutivo em Roma.
MASTERS 1000 DE ROMA – FEMININO
A chave feminina de Roma já consagrou inúmeras tenistas e tem como suas maiores campeãs a argentina Gabriela Sabatini, que conquistou o título em 1988, 1989, 1990 e 1991, a espanhola Conchita Martinez, vencedora entre 1993 e 1996, e Serena Williams, que abocanhou o caneco em 2002, 13, 14 e 16. O Brasil também já triunfou no naipe feminino do importante torneio italiano. A eterna Maria Esther Bueno ficou com o título em 1958, 61 e 65. Além disso, teve dois vice-campeonatos (1962 e 1967).
Em 2019, o torneio de Roma foi vencido pela tcheca Karolina Pliskova, número sete do mundo. Na final, Pliskova venceu a britânica Johanna Konta por 6-3 e 6-4. A tcheca foi consistente durante o campeonato, mas não enfrentou tenistas do Top 30 do ranking mundial, embora tenha encontrado a bielorrussa Victoria Azarenka, que foi número um do mundo em 2012, mas atualmente ocupa a posição 51 no ranking.
Contando com as eliminações precoces da ucraniana Elina Svitolina (campeã em 2017 e 2018), da romena Simona Halep (vice-campeã em 2017 e 2018) e da estadunidense Serena Williams (todas caíram na segunda rodada) e, também, com o abandono de Naomi Osaka, número um do mundo, que foi outra vítima da super-quinta e não entrou em quadra nas quartas de final, Pliskova não teve adversárias à altura até a decisão do torneio.
Enquanto isso, nas duplas femininas, Roma já viu um título da brasileira Maria Esther Bueno (1962) e um vice-campeonato (1959). Mas a edição de 2019 teve uma decisão sem envolvimento verde e amarelo. As campeãs de 2018, a australiana Ashleigh Barty e a holandesa Demi Schuurs chegaram à final do campeonato, mas estiveram em campos opostos. Barty conquistou o bicampeonato ao lado da bielorrussa Victoria Azarenka, derrotando Schuurs e a alemã Anna-Lena Grönefeld por dois sets a um, com parciais de 4-6, 6-0, 10-3.