Mortandade causada por vírus de gripe aviária aumenta nas praias
Número de animais mamíferos aquáticos que morreram por conta do vírus já chega a 600 e fez com que fosse prorrogada por mais 180 dias a declaração de emergência zoossanitária no Brasil do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade. Autoridades alertam para os cuidados ao frequentar as praias, especialmente no verão
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Autoridades sanitárias recomendam não se aproximar dos animais infectados e encontrados na praia. Foto: Divulgação Seapi/Em Pauta
Por João Pedro Goulart e Priscila Fagundes / Em Pauta
Com quatro focos de gripe aviária, o Rio Grande do Sul registrou no último mês de outubro uma alta mortalidade de mamíferos aquáticos. O vírus que circula pelo estado, vírus da influenza aviária H5N1, causa um alerta, pois inúmeros animais silvestres, como aves, leões e lobos-marinhos estão aparecendo constantemente doentes ou mortos nas praias gaúchas. Segundo o Governo do Estado RS, foram contabilizados 608 mamíferos aquáticos mortos por conta da influenza no estado.
No Cassino, em Rio Grande, que é uma região de foco da Gripe Aviária, diversos casos já foram registrados em lobos-marinhos e também leões-marinhos. Esses animais doentes e mortos que estão aparecendo na praia, causam ainda mais preocupações nesta época do ano. O verão está cada vez mais próximo e as temperaturas altas, já despertam a vontade dos moradores da região e dos turistas, para irem à praia com suas famílias e animais de estimação. E no Cassino, isso não é diferente. Para Roquecelen Oliveira, que é Coordenadora Pedagógica e residente na cidade de Piratini, ir à praia do Cassino neste verão enquanto a situação não estiver controlada, é algo que não lhe passa segurança. “Eu gosto muito do Cassino. Vou, pelo menos, uma vez a cada verão lá. Mas, neste ano, não me sinto totalmente segura para frequentar o local e acho que irei esperar a situação voltar ao normal para aproveitar a praia”, contou a piratiniense.
Segundo a Coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Rio Grande (CRAM), Paula Lima Cardoso, a orientação que está sendo passada à população é que ao encontrar um animal morto ou doente na praia, as pessoas não se aproximem. “Até o presente momento, ainda não há nenhuma restrição para frequentar as praias. A população pode aproveitar o local mas deve avisar os órgãos competentes na ocasião de encontrar algum animal suspeito de estar com a Gripe Aviária. Mas, não há necessidade de pânico”, afirma a Coordenadora. Ela salientou que também é importante não levar animais domésticos para a localidade.
As linhas de enfrentamento à influenza estão sendo coordenadas pelo Ministério da Agricultura e o Serviço Veterinário Estadual. “Além dos órgãos responsáveis , várias instituições estão colaborando no enfrentamento dessa crise, como, as Prefeituras Municipais da região, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Patrulha Ambiental (Patram), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o próprio Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema) e outras diversas instituições que atuam na região do Litoral Sul”, informa a Coordenadora.
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Animais aquáticos como lobos e leões marinhos tem grande número de mortes no litoral do RS Foto: Divulgação Ministério da Agricultura/ Em Pauta
Emergência Zoossanitária
Nesta terça-feira (7), foi publicada no Diário Oficial da União a declaração do Ministério da Agricultura e Pecuária que foi prorrogado por mais 180 dias a declaração de emergência zoossanitária, em todo o território nacional, por causa da identificação de focos do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade, principalmente em aves silvestres. Essa medida permite a adoção de políticas preventivas para evitar que aves comerciais sejam contaminadas pela doença, também conhecida como gripe aviária.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o Brasil mantém o seu status de país livre da H5N1, por não haver casos de aves comerciais infectadas. A questão comercial mais uma vez está diante da questão ambiental.
Quem acionar
Recentemente, o Governo do RS publicou em nota os contatos que devem ser acionados no caso de encontrar animais mortos ou doentes nas praias:
Serviço Veterinário Oficial – (51) 984452033 (funciona sete dias por semana, 24h por dia);
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura – (51) 985931288;
Patrulha Ambiental – Rio Grande (53) 984287279.