Histórias de imigração em Pelotas

Conheça a História de Bathie, imigrante senegalês que começou como vendedor ambulante e hoje é empresário

Loja de roupas de imigrante senegalês em Pelotas

Vanessa Centeno/ Em Pauta

 

Da África para o Brasil. Senegal é um País da África Ocidental localizada no ponto mais Ocidental do continente, com uma população com mais de 17 milhões habitantes segundo Dados do IBGE Países 2022. Devido a sua posição geográfica, Senegal é conhecido como o Portal da África. A rua da Marechal Floriano é um dos pontos de trabalho dos jovens vendedores ambulantes Senegaleses no centro de Pelotas. São jovens de boa aparência, bem vestidos, educados e trabalhadores. Eles saíram de seu país em busca de melhoria de vida em busca de oportunidades.

E foi assim que o jovem Bathie Fall, um senegalês de 30 anos, chegou ao Brasil em 2014. Residente na cidade de Pelotas há 8 anos, ele veio sozinho aos 21 anos, em busca de uma vida melhor para a sua família.
Bathie comenta que sua chegada não foi fácil pois tudo era novo para ele, não falava o português e a cultura é diferente de seu país natal. Logo em sua chegada em Pelotas enfrentou sua maior dificuldade: o preconceito. Mas isso não desanimou. Começou como vendedor ambulante nas ruas mas suas mercadorias eram sempre aprendidas pela guarda municipal

– Era uma luta muita grande – comenta Bathie.

Com muita determinação de fazer a diferença e vencer Bathie não esmoreceu. Conseguiu montar a sua própria loja e não desistiu.

– Tem pessoas com preconceito sim, mas têm pessoas boas também que mesmo nós sendo imigrantes éramos sempre bem vindos – afirma o senegalês..

Saudade de Senegal

Vivendo longe de seu país, Bathie afirma que ama tudo em Senegal, pois é a sua terra natal. O imigrante conta que a motivação em sair de seu país foi para buscar uma vida melhor e ajudar sua família. Ele comentou que fala com seus familiares direto via WhatsApp e outros meio pela Internet. Bathie ainda consegue viajar para o Senegal esporadicamente e visitar seus familiares.

Bathie, relata que em Pelotas já viveram muitos imigrantes Senegaleses mas a maioria foi embora por causa das dificuldades que viveram aqui, pois não há muito emprego e o comércio na rua tem fiscalização.

– Em Pelotas somos nós imigrantes que alugamos nossa casa não temos um auxílio público por nós neste sentido, somos nós mesmo que lutamos para que a nossa vida seja melhor aqui – acrescenta ele.

Bathie diz que o dia da Consciência Negra é um dia muito importante para eles.

– É um dia que nós Negros temos que sempre levantar mostrar para o mundo que existe este dia porque aqui o Brasil é uma terra Negra.

Bathie trabalha com moda unissex e também com roupas Africanas. Já participou de um documentário (https://youtu.be/1SU-e6rds6U?si=4QAd-jkG4dL9SMZs) no YouTube sobre sua história de vida e suas conquistas.

A sua loja de roupas de Barthie está localizada na Marechal Floriano, 62. E aqui você acompanha a página dele de roupas Africanas no Instagram (https://instagram.com/kanimambo_oficial?igshid=YzAwZjE1ZTI0Zg==)

Mesmo existindo conflitos e preconceitos, também existem história de amor. Thais Gonçalves é vendedora ambulante há 15 anos e ela afirma que os rapazes senegaleses são gente boa, pois eles são trabalhadores e determinados. Thais é casada com um senegalês há seis anos, seu marido foi trabalhar no Canadá. Thais optou não sair do país pois sua família é daqui de Pelotas. Eles se comunicam via WhatsApp. E Thais segue trabalhando diariamente como vendedora ambulante em Pelotas.

Thais argumenta que o número de imigrantes em Pelotas diminuiu por causa dos fiscais, pois eles não tinham lugar certo para trabalhar, não liberavam ponto certo para eles venderem.

– A maioria deles foram trabalhar fora do País, foram para o Canadá e Estados Unidos argumenta ela. Foram para lá legalmente com passaporte para trabalhar de vendedores ambulantes – afirma Thais.

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