Grêmio inicia mais uma etapa na busca do tetra da Libertadores da América

Renato Portaluppi, cercado por jogadores do Grêmio, tentará levar o Tricolor às semifinais da Libertadores. Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Por Luís Artur Janes Silva

Nesta terça, 18, o Grêmio começa a disputa da fase de quartas de final da Copa Libertadores da América. Depois de passar com enormes dificuldades pelo Estudiantes nas oitavas de final, o Tricolor gaúcho terá outro adversário argentino pela frente. Desta vez, o Grêmio enfrentará o surpreendente Clube Atlético Tucumán, que vive o melhor momento de sua história.

Mas esta fase da Libertadores terá outros três confrontos, que movimentaram a metade meridional da América do Sul. Brasil, Argentina e Chile são os países que ainda sonham com a conquista do troféu mais cobiçado do continente. Assim, além do Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro defendem as cores do Brasil nesta etapa da Libertadores.

Enquanto isso, a Argentina tem a zebra Tucumán, mas também conta com três gigantes, que tem uma história vitoriosa no torneio sul-americano, Boca Juniors, River Plate e Independiente tem o respeito dos adversários. Já o Colo-Colo é o solitário representante chileno, que luta para desbancar os favoritos do Brasil e Argentina.

Assim, apresentaremos aqui cada um dos confrontos das quartas de final da Libertadores, destacando pontos positivos e negativos das equipes envolvidas nas disputas.

GRÊMIO X TUCUMÁN (18/09 e 02/10)

O Grêmio continua vivo na tentativa de defender o título da Libertadores, conquistado no ano passado, mesmo depois de ter sofrido na disputa de oitavas de final contra o Estudiantes, na qual a equipe gaúcha esteve fora da competição até os 46 minutos da etapa final e foi salva pelo gol de Alisson. A suada classificação obtida nas cobranças de pênaltis contra os argentinos de La Plata, combinada à desclassificação nas semifinais da Copa do Brasil diante do Flamengo, fizeram acender a luz amarela pelos lados do Tricolor.

Passado o susto, o Grêmio tenta voltar a mostrar o futebol que encantou o Brasil entre os meses de abril e maio de 2018. É com este objetivo traçado que o time gaúcho enfrentará o Atlético Tucumán, outro clube argentino, mas sem a tradição do adversário anterior, quatro vezes campeão continental.

O Tucumán está disputando a sua segunda Libertadores da América. No ano passado foi eliminado na fase de grupos, mas nesta temporada se supera, pois conseguiu a segunda colocação no Grupo 3 da competição, eliminando o tradicional campeão Peñarol e o boliviano The Strongest, dono de muitas participações no torneio sul-americano.

Os argentinos ocupam a liderança do certame nacional e fazem uma temporada bastante positiva, tendo conquistado 14 vitórias e 13 empates nas 35 partidas que disputaram no ano de 2018. Os artilheiros e destaques da equipe do interior da Argentina são Pulga Rodríguez e Leandro Díaz, ambos marcaram 7 gols. Assim, embalados pela campanha histórica, com direito a eliminar o colombiano Atlético Nacional, campeão da Libertadores de 2016, na fase anterior, os argentinos sonham com a possibilidade de derrubar outro time tradicional da América do Sul.

Enquanto isso, o Grêmio tenta voltar aos seus melhores momentos, para continuar sonhando com o quarto caneco da Libertadores. Sofrendo com a longa má fase de Luan e com a queda de rendimento de Geromel, que após a saída de Artur não consegue jogar em nível tão alto quanto antes, o torcedor gremista também anda preocupado com a ineficiência do centroavante André e com a lesão de Jael, ou seja, confia mais no passado recente do que no momento atual de sua equipe.

Após a eliminação nas semifinais da Copa do Brasil e a campanha apenas regular no Brasileirão, a direção do Grêmio aposta as fichas na Libertadores, mas precisará superar todos os percalços citados anteriormente e confia na maior tradição do Tricolor para desclassificar a surpresa argentina.

Sem mostrar um futebol empolgante, o Grêmio relembra os sucessos recentes contra os argentinos na Libertadores para motivar-se contra o Tucumán. Nos últimos três mata-matas contra os hermanos, o Tricolor dos Pampas saiu vitorioso em todos. A torcida gremista deseja que o tabu continue.

BOCA JUNIORS X CRUZEIRO (19/09 e 04/10)

Um clássico que já decidiu Libertadores, vai movimentar duas das maiores torcidas do continente. Cruzeiro e Boca Juniors, que disputaram a final da competição no distante ano de 1977 (vencida pelo Boca Juniors), farão um dos confrontos mais equilibrados desta fase.

O Boca, que correu sério risco de não passar da fase inicial, cresceu nas oitavas de final, quando conseguiu bater o ascendente Libertad do Paraguai, vencendo os dois jogos, com direito a vitória por 2×4 no estádio do adversário. E este renascimento preocupa os outros postulantes ao título, pois é uma novela que já foi vista em edições anteriores da Libertadores, nas quais o Boca começou mal e abocanhou o caneco na decisão.

Assim, a mística é a principal arma do time argentino, que não conta com um excepcional grupo de jogadores para assustar os adversários. O veterano Tévez ainda reina entre os xeneizes. Outra motivação do Boca Juniors é que se vencer a Libertadores deste ano, a equipe de La Bombonera conquistará o seu sétimo título continental, igualando-se ao Independiente.

Já o Cruzeiro, dirigido pelo técnico Mano Menezes, ainda tenta consagrar-se em duas competições eliminatórias, pois disputa as semifinais da Copa do Brasil, tendo vencido o Palmeiras no jogo de ida, por 1 a 0, na Arena do Verdão. Na Libertadores e contra o tradicional Boca Juniors, o Cruzeiro pretende continuar vivo e sonhando com o terceiro título da competição.

A equipe comandada por Arrascaeta e pelo excepcional goleiro Fábio, que vive um dos melhores momentos de sua carreira, preocupa seus torcedores porque passou de fase na Libertadores e na Copa do Brasil perdendo os jogos decisivos, ambos realizados no Mineirão. Assim, o que poderia ser o grande trunfo da Raposa no duelo contra os argentinos (decidir no Mineirão), acabou virando uma incógnita.

PALMEIRAS X COLO-COLO (20/09 e 03/10)

O Palmeiras de Luiz Felipe Scolari entrará em campo contra o Colo-Colo com a marca do favoritismo de um clube que tem o elenco mais valorizado do futebol mais rico da América do Sul. Mas o Verdão não terá facilidades para eliminar os chilenos, que desclassificaram o Corinthians em pleno Itaquerão.

Além do perigoso adversário, que é comandado por dois ex-palmeirenses, Valdívia e o atacante Lucas Barrios, que fez o gol da classificação contra o Timão, a equipe de Felipão precisará exorcizar o fantasma da classificação surpreendentemente sofrida contra o Cerro Porteño. Para lembrar, o Palmeiras triunfou em Assunção, 0x2, mas foi derrotado na sua Arena, 0x1, prejudicado pela expulsão do instável Felipe Melo.

Ainda sonhando com o título brasileiro e semifinalista da Copa do Brasil, o Palmeiras pode conquistar a Tríplice Coroa, caso tenha sucesso em todas as frentes nas quais está batalhando. Assim, o torcedor palmeirense espera que seu time faça valer seu maior status técnico e derrote a equipe chilena, se classifique e enfrente Cruzeiro ou Boca Juniors nas semis. Procurando fazer história, o Palmeiras precisará mais do que nunca da força do artilheiro Borja, que marcou seis gols na fase de grupos e anotou os dois tentos na partida contra o Cerro Porteño, realizada em Assunção.

RIVER PLATE X INDEPENDIENTE (19/09 e 02/10)

Um encontro de gigantes, que reunirá dez títulos da Libertadores, este é o mote de River Plate e Independiente, confronto que sairá o adversário do Tucumán ou Grêmio nas semifinais da competição.

O River, ainda mordido pela traumática eliminação nas semifinais da Libertadores de 2017, diante do modesto Lanús, luta para voltar a vencer a competição, que conquistou em 2015. Embalado por ser o único invicto da competição e por ter eliminado pela primeira vez o Racing (grande adversário do Independiente) num mata-mata de Libertadores, o River de Lucas Pratto carrega um certo favoritismo no clássico argentino.

Enquanto isso, o Independiente, atual campeão da Copa Sul-Americana, chegou às quartas da Libertadores aos trancos e barrancos. Na fase inicial, o time de Avellaneda fez apenas dez pontos, perdendo a liderança de sua chave para o Corinthians.

Nas oitavas de final, o Independiente fez duelos equilibrados com o Santos dentro de campo, nos quais os dois jogos acabaram com empates sem gols, mas a classificação ficou com os argentinos porque o Santos foi punido por ter escalado um atleta de forma irregular, na partida realizada na Argentina. No tapetão, este jogo foi 3 a 0 para o Independiente.

Irregular, o claudicante heptacampeão da Libertadores, que está há 34 anos sem levantar o caneco continental, tentará barrar a consistente equipe que manda seus jogos no Monumental de Nuñez e que nos confrontos históricos na Libertadores leva enorme vantagem, pois conquistou sete vitórias em 17 jogos, contra dois triunfos da equipe de Avellaneda.

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