Food trucks: além do fast food
Primeiro food truck da região Sul, Molho y Pasta inova ao apresentar a chamada baixa gastronomia em novo formato.
por Diego Krüger
O músico Zé Ricardo sempre teve paixão pela gastronomia. Há oito anos, teve um pub em Pelotas onde servia petiscos. O desejo, no entanto, sempre foi de ter o próprio restaurante: queria que a música fosse apenas um hobby.
Há um ano começou uma pesquisa de mercado. O cenário econômico do país – já em mudança – e os altos preços dos aluguéis não foram, entretanto, grandes incentivadores na empreitada.
Em São Paulo, empresários começavam a trazer de Nova Iorque uma nova forma de comercializar a tradicional comida de rua. A novidade – pelo menos no Brasil – encontrou na primeira década deste século os primeiros estusiastas.
– Comecei a acompanhar pela internet e pela televisão o lance dos food trucks surgindo em São Paulo e depois em Porto Alegre – conta Zé Ricardo enquanto prepara um hambúrguer no food truck de onde concedeu a entrevista para esta matéria. Foi quando tudo começou.
O projeto
Convencido de que o restaurante era inviável devido aos altos custos e à concorrência já consolidada, a proposta de um pequeno veículo com uma cozinha compacta parecia ainda mais interessante: não há aluguel nem funcionários, apenas encargos relacionados ao veículo.
Zé Ricardo foi então à São Paulo ver de perto a realidade do segmento.
– Trouxe o projeto do interior da minha kombi de lá – relembra. Dentro do Molho y Pasta, em funcionamento há três meses, tudo fica ao alcance das mãos.
O cardápio
– Queria um cardápio diferente do que já temos em Pelotas. Ao mesmo tempo, precisava ser algo passível de assimilação pela população a cidade – afirma.
A bordo do Molho y Pasta, Zé Ricardo participa de eventos gastronômicos nos quais serve massas acompanhadas de diversas opções de molhos.
Com o aumento da temperatura, as massas ficaram restritas ao eventos e deram espaço a hambúrgueres e panchos.
– Tive que fugir do tradicional para não fazer o que os trailers já fazem há muitos anos e muito bem – comenta.
Zé Ricardo propõe temperos e combinações diferentes – possui, inclusive, opções veganas, como o hambúrguer de soja que leva manjericão.
– Alguns clientes gostam de inovar, de chegar e encontrar um cardápio diferente. Essa é minha proposta – diz Zé.
Sempre estacionado no entorno da Praça Cel. Pedro Osório, Zé afirma que, apesar de rápida, a comida servida em um food truck não é, necessariamente, fast food.
– Chamamos de baixa gastronomia: é uma comida rápida, mas não deixa de ser elaborada.
Trailer x food truck
O atendimento e o cardápio, para ele, são o principal diferencial: além de mais próximo do cliente, Zé Ricardo acredita que o food truck tem a possibilidade de servir refeições mais elaboradas, apesar de rápidas. “O cardápio é mais flexível que o dos trailers”, diz.
O futuro
Segundo Zé Ricardo, o Molho y Pasta é o único food truck da zona Sul do Estado. Seguindo a tendência, no entanto, não permanecerá assim por muito tempo.
– Acho que não há outros investimentos nessa área em Pelotas em função da crise econômica. Assim que estabilizar, tenho certeza que surgirão outros. Para mim e para a cidade será ótimo.