F1 Academy: entenda como funciona a nova categoria feminina do automobilismo

Com sua temporada inaugural realizada em 2023, o campeonato criado pela F1 é a chance de quinze mulheres mostrarem suas habilidades nos monopostos.

Por Sara Lopes da Silva / Em Pauta

O primeiro grid da nova categoria. / Foto: F1 Academy via Twitter (@f1academy)

Anunciada ainda em 2022, a temporada inaugural do campeonato aconteceu somente no ano seguinte. A categoria é uma forma de acesso à Fórmula 3, Fórmula 2 e à própria Fórmula 1. 

As cinco equipes participantes durante a primeira temporada da categoria foram: ART Grand Prix, equipe francesa onde correram Léna Bühler, Carrie Schreiner e Chloe Grant; Campos Racing, provinda da Espanha, com Nerea Martí, Lola Lovinfosse e Maite Cáceres; MP Motorsport, equipe neerlandesa, com as irmãs Amna e Hamda Al Qubaisi e Emely De Heus; PREMA Racing, equipe italiana, casa da atual campeã, Marta García, Chloe Chong e Bianca Bustamante; e, por fim, Rodin Carlin, equipe inglesa que contou com a presença de Megan Gilkes, Abbi Pulling e Jessica Edgar. Os carros utilizados portavam um chassi parecido ao das demais categorias de base, com um motor de 165 cavalos de potência, alcançando os 240 km/h. Cada atleta recebeu um subsídio de 150 mil euros da própria Fórmula 1, além de um investimento de 2.25 milhões de euros na categoria. O fim de semana possuiu dois treinos livres de 40 minutos, duas classificações de 15 minutos e três corridas de diferente duração.

A primeira etapa foi realizada durante os dias 28 e 29 de abril, em Spielberg, na Áustria: durante o sábado foram realizadas duas corridas, onde a primeira classificação define o grid de largada da primeira prova, com duração de 30 minutos + 1 volta. A segunda classificação define as posições de largada da terceira corrida, realizada no domingo, com as mesmas regras da primeira. Já a segunda corrida é realizada com grid invertido, ou seja as oito primeiras classificadas durante a primeira qualificação correm de forma invertida, em uma prova de 20 minutos + 1 volta. As provas 1 e 3 entregam pontos da primeira à décima colocada, seguindo o sistema da própria Fórmula 1, já a segunda entrega pontos até a oitava colocada.

Ao total, foram realizadas vinte e uma corridas, durante sete finais de semana, conforme a tabela a seguir:

Cronograma completo das corridas realizadas em 2023 pela F1 Academy.

Para Maria Clara Castro, estudante de Jornalismo e responsável por cobrir as categorias de base para diversos veículos de imprensa, a nova categoria é a chance de vermos um crescimento da presença feminina em posições profissionais, seja dentro das equipes como as próprias pilotas, engenheiras, mecânicas e chefes de equipe, ou seja no paddock, como jornalistas ou auxiliando nas pistas.

“Ver uma mulher fazendo parte do grid é ver uma extensão de você mesma na pista. No caso da F1 Academy, a iniciativa é bem interessante, de modo a trazer uma certa reflexão de que tipo de automobilismo queremos construir. Precisamos de mulheres no automobilismo, mas não só a branca padrão. Acredito que este seja o objetivo da categoria: encontrar mulheres — no sentido mais amplo que este ser subentende  — talentosas, e, aos poucos, moldar esse automobilismo padrão normativo que vemos hoje”, finalizou. 

Ao final da temporada, grandes evoluções foram comemoradas pelos fãs: Marta García, a campeã, correrá na categoria FRECA, em 2024, pela equipe PREMA Racing e Bianca Bustamante foi anunciada como parte do Programa de Desenvolvimento de Pilotos da McLaren, equipe de Fórmula 1. Além disso, o próximo ano será recheado de novidades, em especial, o fato de que cada equipe de F1 apoiará uma pilota dentro da Academy, e cada um dos dez times estampará sua identidade visual nos carros que participarão das corridas. As cinco jovens restantes serão apoiadas por outros pilotos, a serem anunciados ao longo dos próximos meses. 

As equipes responsáveis pelo anúncio de suas representantes foram: Aston Martin, que indicou a suíça Tina Hausmann correndo pela PREMA, Lia Block correndo pela ART Grand Prix e representando a histórica Williams e, por fim, Bianca Bustamante, também correndo pela ART Grand Prix, apoiada pela McLaren.

Tina Hausmann em anúncio nas redes sociais. / Foto: Aston Martin via Instagram (@astonmartinf1).

O calendário de 2024 também foi divulgado, com corridas em sete países diferentes, seguindo o modelo adotado pela Fórmula 1, de viajar entre os continentes. 

Revelado antes do encerramento da temporada, o cronograma de 2024 trouxe novas pistas para seu calendário.
/ Foto: F1 Academy via Twitter (@f1academy).

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