Escolinha de Trânsito na 31ª Fenadoce reforça educação e mudança geracional no trânsito
Secretaria Municipal de Trânsito e Brigada Militar unem forças e promovem escolinha de conscientização viária na 31ª edição da Fenadoce.
Por Bárbara Beatriz A. Carvalho

Atividades lúdicas introduzem noções básicas de trânsito para as crianças. Elas recebem materiais para pintar e aprender sobre sinalização. Foto: Bárbara Beatriz
Com mais de cinco anos de atuação na Fenadoce, a Escolinha de Trânsito segue como uma das iniciativas de educação para o trânsito mais consolidadas da feira. O espaço é resultado da parceria entre a Secretaria Municipal de Trânsito e o Comando Rodoviário da Brigada Militar, que unem materiais e equipes para montar a estrutura e conduzir as atividades com o público infantil.

Equipamentos utilizados nas atividades fornecidas pela Brigada Militar e SMT. A escolinha é resultado da cooperação entre as duas instituições. Foto: Bárbara Beatriz
Durante a feira, as crianças participam de simulações que envolvem faixas de pedestres, sinais de trânsito e pequenas vias, recebendo orientações sobre circulação segura. Além de aprender regras básicas, elas são estimuladas a pensar sobre responsabilidade e cidadania no espaço público. Os agentes acompanham os pequenos enquanto experimentam, de forma lúdica, o papel de pedestres e condutores. Mas os efeitos vão além da diversão: o projeto revela uma mudança geracional na forma como as crianças e suas famílias enxergam o trânsito.
“Eles já chegam com alguma conscientização, principalmente na questão do semáforo. A gente pergunta: ‘Qual cor pode passar?’, e eles respondem: ‘Verde’. ‘E agora, tá vermelho?’ — ‘Então tem que esperar, né?’ Eles já conseguem identificar isso. Os maiores, que já leem, também têm noção de mais coisas. Eles sabem da importância do cinto, que é pra não bater o rosto. Antes, respondiam que era pra não tomar multa. Agora, entendem mesmo. É uma nova geração de pais que já vem mudando, trazendo essa conscientização. Lentamente, vai mudando essa visão”, explica o agente Recondo.

Faixa de pedestres e sinalização reforçam orientações da escolinha. Placa alerta para o risco do uso do celular no trânsito. Foto: Bárbara Beatriz
Um momento marcante desta edição da feira ocorreu durante o trajeto da escolinha, conta o agente, quando um menino, segurando o celular enquanto “dirigia” um carrinho, leu uma das placas educativas do percurso, parou para refletir e entregou o aparelho para os agentes, dizendo que não podia continuar com o celular na mão — pois havia entendido que isso representava risco.
A campanha Maio Amarelo, promovida nacionalmente pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, teve como tema em 2025 “Desacelere, seu bem maior é a vida”, e buscou sensibilizar condutores e pedestres sobre comportamentos responsáveis no trânsito. A ação é parte das metas do Plano Nacional de Redução de Mortes no Trânsito, que visa diminuir em 50% os óbitos até 2030.
Segundo o agente Recondo, que acompanha as ações, a atuação da escolinha vai além da Fenadoce. “Levamos a escolinha às escolas ao longo do ano, especialmente no Maio Amarelo. Para os menores, é atividade lúdica; já a partir do quinto ou sexto ano, promovemos palestras com óculos que simulam embriaguez, uso de drogas e sono. A proposta é mostrar como a percepção se altera nessas condições e alertar para os riscos” explica.
Mais do que uma atração da feira, a Escolinha de Trânsito é uma ferramenta contínua de formação cidadã que conecta aprendizado, vivência prática e transformação de atitudes desde cedo.


