Empate com sabor de vitória
Domingo, dia 17 de fevereiro, o Brasil voltou a campo para mais um compromisso pelo Campeonato Gaúcho de 2019. Depois da derrota para o Aimoré, que provocou a demissão de Paulo Roberto Santos e o empate sem gols contra o Tubarão, que garantiu o Xavante na segunda fase da Copa do Brasil, o rubro-negro terminou este período de sete dias com um confronto contra o Grêmio, melhor time do campeonato. O Bento Freitas acolheu um bom público, que viu os comandados do técnico interino Gustavo Papa na sua melhor atuação. O empate sem gols acabou sendo um bom resultado diante do gigantismo do adversário.
PRIMEIRA ETAPA
O Brasil começou partindo para cima do Grêmio, que mandou um time misto à cidade de Pelotas, com alguns titulares, mas que vinha de bons resultados no Estadual. Logo aos 4 minutos, o lateral Ricardo Luz cobrou escanteio da direita e Leandro Camilo cumprimentou de cabeça e de frente para o goleiro Júlio César. A bola passou por cima da trave.
Após este início promissor, o Brasil foi recuando e o Grêmio conseguiu aumentar sua posse de bola, mas a surpresa boa para o torcedor rubro-negro era que seu time não dava espaços para o Tricolor. Quando a equipe da capital tinha a bola, o Brasil chegava a se defender com uma linha de cinco jogadores no meio campo. Até mesmo o contestado centroavante Luiz Eduardo, aposta de Papa, fechava a meia cancha.
Outro destaque do Brasil foi o zagueiro Bruno Aguiar, que atuando no lado direito da defesa, deu segurança a última linha de contenção do Xavante. Pará, que entrou na lateral esquerda, no lugar de Bruno Santos, deu mais segurança ao setor e aventurou-se ao ataque. Enquanto isso, o forte e às vezes desengonçado atacante Daniel Cruz incomodava a defesa Tricolor, quando o Brasil partia no contra-ataque.
Sem contar com a criatividade de Jean Pyerre, destaque nos primeiros jogos do time alternativo do Grêmio, a equipe da capital teve dificuldades para chegar com força na meta xavante. A primeira conclusão do Grêmio aconteceu aos 17 minutos, quando Jean Pyerre chutou de fora da área e por cima do gol. Aos 21 minutos, Felipe Vizeu passa para Pepê (melhor jogador Tricolor na partida), que aciona Michel. O volante chuta forte e a bola balança a rede pelo lado de fora.
Mas, dois minutos mais tarde, o Brasil provou que não estava morto. Pará saiu tabelando da defesa, a bola foi de pé em pé, rolando rasteira. O lateral foi para o meio e na intermediária de ataque lançou Daniel Cruz, que recebeu a bola na direita e da entrada da grande área chutou cruzado. O balão passou raspando a trave.
Assustado pela resistência do Brasil, o Grêmio só levou perigo depois da meia hora de jogo. Em dois lances tivemos o maior duelo da partida. De um lado Pepê e do outro, o goleiro Carlos Eduardo. Aos 33 minutos, o atacante recebe na área, gira sobre a zaga e chuta para grande defesa do arqueiro rubro-negro. Um minuto mais tarde, Pepê recebe no corredor esquerdo de ataque do Grêmio, chuta rasteiro, mas Carlos Eduardo defende com os pés.
No apagar das luzes da etapa inicial, mais precisamente aos 42 minutos, Branquinho cruza da esquerda, mas com o pé direito, Daniel Cruz tenta desviar de cabeça, na frente de Júlio César. O atacante erra o alvo e a bola fica com o goleiro.
SEGUNDA ETAPA
No segundo tempo, o jogo não teve a mesma qualidade técnica da etapa inicial, pois o Grêmio continuou sem criatividade e não teve força para fugir do bloqueio defensivo do Brasil. Para se ter uma ideia da pouca qualidade gremista no jogo, basta dizer que nos primeiros cinco minutos do segundo tempo, o Tricolor foi obrigado a alçar duas bolas na área.
Enquanto isso, o Brasil que já estava bem postado no sistema defensivo, adiantou suas linhas ofensivas e incomodou os jogadores de contenção do Grêmio. É verdade que faltou criatividade a meia cancha do Brasil, mas assim mesmo, o rubro-negro partiu para o ataque. Aproveitando-se de bolas paradas e de levantamentos na área, que precisam ser aprimorados, o Brasil teve mais tempo próximo a meta do Grêmio, mas sem criar grandes chances.
Mesmo contido, o Grêmio levou perigo em duas oportunidades. Aos 17 minutos, tivemos o último ato do duelo entre Pepê e Carlos Eduardo. O atacante entrou na área e ficou de frente para o goleiro, que abafou a conclusão do jogador do Tricolor. Finalmente, aos 28 minutos da etapa final, Éverton, que substituiu Montoya, chuta colocado da entrada da área rubro-negra, a bola vai no canto esquerdo de Carlos Eduardo, que espalma para o lado.
Quando o Grêmio ameaçava tomar conta das ações da partida, valendo-se do seu preparo físico, perdeu o lateral Juninho Capixaba, que recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. A partir deste momento, o Tricolor recuou suas peças. Felipe Vizeu deu lugar ao lateral Marcelo Oliveira, que entrou para recompor o sistema defensivo. O Brasil tentou pressionar o time da Capital, mas não conseguiu o gol que garantiria a primeira vitória de 2019.
Assim, o jogo encaminhou-se para o empate sem gols, que foi comemorado pelos jogadores e pela torcida do Brasil, que aplaudiu seus atletas. Para Daniel Cruz, que saiu antes do término da partida, absolutamente extenuado, a classificação na Copa do Brasil deu confiança ao grupo de jogadores para o enfrentamento contra o Grêmio. Além disso, o atacante afirmou que nada (até mesmo o futebol ruim apresentado pelo Xavante nos jogos anteriores) resiste ao trabalho. Enquanto isso, segundo Carlos Eduardo, o resultado obtido diante do Grêmio dava força ao time para o prosseguimento do campeonato.
Após este bom resultado, combinado com a derrota do Veranópolis diante do Juventude, o Brasil deixa a última posição da tabela de classificação do Gauchão, embora o rubro-negro continue na Zona de Rebaixamento da competição. O Xavante chegou aos quatro pontos no Estadual e volta a campo no próximo dia 26 de fevereiro, quando enfrenta o São José de Porto Alegre, na capital dos gaúchos. A partida está marcada para começar às 19:15 horas.
CURTAS SOBRE O JOGO BRASIL 0X0 GRÊMIO
O Brasil completou onze partidas sem vitórias no Gauchão. Além dos sete jogos deste ano, o rubro-negro empatou os dois enfrentamentos da semifinal de 2018 contra o São José e, também, não triunfou sobre o Grêmio, na decisão do mesmo certame. A última vez que o Brasil venceu no Estadual foi no segundo jogo das quartas de final do Gauchão do ano passado, quando o rubro-negro bateu o São Luiz (2×1).
O Grêmio não teve uma boa atuação, pois o Xavante conseguiu parar o cérebro do time alternativo (Jean Pyerre) e evitou que os bons laterais do adversário, Juninho Capixaba e Leonardo Gomes, apoiassem com qualidade.
O técnico interino do Brasil, Gustavo Papa, ainda não perdeu. Em três jogos, venceu um e empatou dois.
O grande dilema de Papa será dar efetividade ao ataque rubro-negro. Discípulo de Rogério Zimmermann, o time de Gustavo Papa se defende bem, mas cria poucas chances, pois não tem criatividade no meio. No jogo contra o Grêmio, Daniel Cruz, aberto pela direita, foi protagonista dos melhores momentos do Xavante. Pará se desprendeu algumas vezes na lateral e Branquinho deu movimentação no meio. De resto, o Brasil se utilizou de cruzamentos na área, principalmente na bola parada. Consequentemente, se continuar criando poucas chances de gol, terá que ser efetivo nelas.
Daniel Cruz foi o melhor do Brasil, mas Bruno Aguiar, Branquinho, Carlos Eduardo e Pará tiveram boas atuações.