ELIS

Por: Graça Vignolo de Siqueira

Sinopse: “Cantora desde a infância, Elis Regina Carvalho Costa (Andreia Horta) entra na vida adulta deixando o Rio Grande do Sul para espalhar seu talento pelo Brasil a partir do Rio de Janeiro. Em rápida ascensão, ela logo conquista uma legião de fãs, entre eles o famoso compositor e produtor Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado), com quem acaba se casando. Estrela de TV, polêmica, intensa e briguenta, a “Pimentinha” não tarda a ser reconhecida como a maior voz do Brasil, em carreira marcada por altos e baixos.”

Eu cantei todas as músicas junto. Confesso. E acredito que a maioria da plateia no Cineflix do Shopping Pelotas também.

Eu sempre gostei de Elis. Oscilava meu gosto por ela, tanto quanto ela oscilava na fama e na crítica. Sentia orgulho por ela ser gaúcha. Embora não concordasse com seu estilo de vida, em que se entregava, cada vez mais, ao vício. O filme, dirigido por Hugo Prata, com a ótima Andreia Horta, nos leva ao início da carreira de Elis, na adolescência e todas as dificuldades pelas quais passou com seu pai, inclusive problemas financeiros.

A trajetória percorrida por Elis teve vários momentos bons e ruins. E esses são retratados no filme. Suas angústias, insatisfações com o rumo da indústria musical, o problema com os militares, os homens errados que amou e as alegrias em ser mãe por três vezes.

Além das lindas canções do filme, a voz é a original da cantora, o maior presente é o resgate que Andreia fez de Elis. Quem só a viu em fotos não verá diferença na tela. Quem a assistiu em entrevistas ficará boquiaberto com o gestual idêntico.

A preparação levou três meses, em oito horas diárias. Não só cortou o cabelo como incorporou aquele sorriso aberto, com as gengivas à mostra e os olhos arregalados. Perguntada se tentou imitá-la, a atriz respondeu que: “Dificilmente conseguiria, mesmo se me propusesse. O momento de libertação total é quando entendo que todo mundo sabe que eu não sou a Elis. O mais importante é como a gente se encontra, o que ela faz comigo e o que eu faço com ela”.

O filme também mostra todos os homens da cantora. Ela vivia em um ambiente masculino, cercada por seu pai Romeu Costa (Zécarlos Machado), o coreógrafo Lennie Dale (Júlio Andrade), o produtor Luís Carlos Miele (Lúcio Mauro Filho), o cartunista Henfil (Bruce Gomlevsky), o produtor musical Nelson Motta (Rodrigo Pandolfo) e os maridos Ronaldo Bôscoli, com quem teve João Marcello, e César Camargo Mariano (Caco Ciocler), com quem teve Pedro e Maria Rita.

Com eles teve relação de amor e de dor. E sempre os enfrentou. Até não querer mais. Até se abater pela depressão e vício.

É um filme bonito, com linda trilha sonora e com alguns momentos tristes e reais. Contudo, vale a pena assistir.

Nora 9,5.

Trailer:

“>

 

 

Comentários

comments

Você pode gostar...