Copa América e Mundial Feminino de futebol entram na fase semifinal
Por Luís Artur Janes Silva
Se o Brasil perder para a Argentina, Tite pode deixar a Seleção. Imagem: Pedro Martins/ Mowa Press
Nesta terça-feira (02), teremos o início da fase semifinal da Copa América, principal competição continental do Hemisfério Sul do planeta, que está sendo realizada aqui no Brasil. Ao mesmo tempo, na França, as quatro melhores seleções de futebol feminino começam a definir a Copa do Mundo da categoria. Na Copa América, a semifinal reunirá brasileiros, argentinos, peruanos e chilenos. Enquanto isso, na Copa do Mundo Feminina, teremos o encontro de Inglaterra, Estados Unidos, Suécia e Holanda, um verdadeiro duelo entre Europa e América do Norte. Para os fãs do esporte bretão, os próximos dias serão de altas emoções.
COPA AMÉRICA – BRASIL X ARGENTINA (02 de julho – 21h30)
O maior duelo do futebol mundial iniciará a fase semifinal da 46ª edição da Copa América. Brasil e Argentina, que decidiram a competição em 2004 e 2007, voltam a se encontrar, depois de 12 anos, na luta por uma vaga na grande decisão.
Os gigantes da América do Sul não estão no melhor momento de suas histórias e, por isso, a vitória é essencial no confronto desta terça. Para o Brasil, uma desclassificação diante do maior rival, pode significar a demissão do técnico Tite, que desde a Copa do Mundo do ano passado, vem sofrendo com as más atuações da Seleção.
Assim, o Brasil aposta no atacante Éverton, como o grande diferencial da equipe. O arisco e veloz jogador, autor de dois gols na Copa América, carrega as esperanças de milhões de torcedores, que mesmo sem ver uma Seleção brilhante, ainda assim, acreditam na passagem à final do torneio.
Além de Éverton, o técnico Tite espera contar com o irregular Philippe Coutinho, dois gols na Copa América, mas que está devendo desde a estreia da Seleção. Caso o ataque não resolva, a segurança defensiva será garantida pelo volante Casemiro, o protetor da zaga, que ainda chega à frente de maneira esporádica e, mais atrás, o goleiro Alisson, talvez o melhor do mundo na sua posição. Ambos são os pilares do sistema defensivo que não foi vazado na Copa.
Enquanto isso, a Argentina vive o dilema de ter ótimos jogadores de ataque, que não conseguem render de forma coletiva. Pior que isso, além de não ter uma linha ofensiva entrosada, os argentinos sofrem com uma defesa insegura, que não foi capaz de evitar a derrota no jogo de estreia do torneio, quando a Argentina caiu diante da Colômbia (0x2).
Mesmo com atuações pífias, a equipe comandada por Messi, um dos maiores jogadores de todos os tempos, garantiu a vaga nas quartas de final ao vencer o Catar (2×0), na última rodada da fase inicial. Nas quartas, nova vitória diante da Venezuela (2×0), na única partida com gols desta etapa.
Para vencer o Brasil, a Argentina conta com o talento quase sobrenatural de Messi e com o faro de gol do atacante Lautaro Martinez, dois tentos anotados na Copa América.
COPA AMÉRICA – CHILE X PERU (03 de julho – 21h30)
O confronto entre o atual bicampeão da Copa América (2015 e 2016) contra a maior surpresa da competição. Assim pode ser definido o encontro entre Chile e Peru, que jogarão a segunda semifinal da Copa América.
Os favoritos chilenos, iniciaram com pinta de tricampeões, goleando o Japão (4×0) e passando pelo Equador (2×1). Com a classificação garantida, a seleção comandada por Reinaldo Rueda perdeu para o Uruguai (0x1), na última rodada da fase inicial do campeonato. Esta derrota, fez com que os chilenos tivessem que enfrentar os colombianos nas quartas de final do campeonato, no encontro entre duas equipes que tinham a real pretensão de roubar o protagonismo de Brasil, Argentina e Uruguai na Copa América.
Após um confronto equilibrado, que terminou num empate sem gols, o Chile venceu a Colômbia nos pênaltis e passou às semifinais. Para vencer o Peru, garantindo a terceira final continental consecutiva, os chilenos confiarão no faro de gol e no poder de decisão dos seus craques, Alexis Sánchez e Vargas.
Enquanto isso, o Peru vai desempenhar o papel de zebra nesta semifinal. Após surpreender a favorita seleção uruguaia nas quartas de final, os peruanos querem cometer mais um crime na Copa América.
Mas a seleção peruana terá muitas dificuldades para passar pelo Chile, sobretudo, devido ao seu fraco poder ofensivo. Mesmo contando com o atacante Guerrero, os peruanos fizeram apenas três gols na Copa América, todos anotados na única vitória do time na competição, obtida ainda na primeira fase, contra a Bolívia (3×1). Nas quartas de final, contou com uma fraca atuação do Uruguai, segurou-se na defesa e levou o jogo para os pênaltis, quando acabou derrotando a Celeste e garantindo o enfrentamento diante do Chile.
Mesmo tendo poucos fãs fora de seu país, a seleção do Peru espera fazer história, despachando o Chile e candidatando-se à final do torneio, tentando repetir os anos de 1939 e 1975, quando abocanhou o troféu continental.
Rapinoe é a melhor jogadora da seleção dos Estados Unidos. Imagem: AFP
COPA DO MUNDO FEMININA – ESTADOS UNIDOS X INGLATERRA (02 de julho – 16 horas)
O encontro entre a melhor seleção de futebol feminino do mundo e uma das potências ascendentes do esporte. Este é o resumo de Estados Unidos e Inglaterra, que abrem a fase semifinal do Mundial de Futebol Feminino.
Mesmo que a Inglaterra tenha sido a terceira colocada no último Mundial e tenha uma campanha perfeita nesta Copa (5 vitórias em cinco jogos), ainda assim, os Estados Unidos têm um leve favoritismo no confronto. Esta vantagem se deve ao fato de que as estadunidenses, três vezes campeãs mundiais e atuais detentoras do título, possuem mais tradição que as inglesas, mas também porque tem um elenco de maior qualidade.
Lideradas por Rapinoe, Morgan e Horan, os Estados Unidos também venceram os cinco jogos que disputaram no Mundial. Além disso, aplicaram a maior goleada da Copa (13×0) na Tailândia e eliminaram a França, anfitriã da competição. Mais que isso, nas fases decisivas do campeonato, Rapinoe anotou os quatro gols das estadunidenses, nas vitórias diante da Espanha e da França, constituindo-se no diferencial de um time que já é muito bom.
Para a Inglaterra, que está no seu quarto Mundial consecutivo, vencer os Estados Unidos seria a maior façanha de sua história. Missão difícil, mas não impossível, diante do crescimento do English Team, percebido nos últimos quatro anos. Assim, as súditas da Rainha apostam no faro de gol da artilheira White, que balançou as redes em cinco oportunidades neste Mundial e carrega os sonhos de uma jornada épica das inglesas.
COPA DO MUNDO FEMININA – HOLANDA X SUÉCIA (03 de julho – 16 horas)
Assim como as estadunidenses, as suecas também participaram de todas as Copas do Mundo femininas (7), conseguindo um vice-campeonato (2003) e dois terceiros lugares (1991 e 2011). Além disso, conquistaram a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, derrotando o Brasil na semifinal. Ou seja, tradição não falta as suecas, que sonham passar pelas holandesas, para finalmente conquistar o mundo diante de Estados Unidos ou Inglaterra.
Única semifinalista que perdeu uma partida durante a Copa do Mundo, a Suécia superou-se nas quartas de final, quando bateu a favorita Alemanha, fazendo dois a um, de virada. Animadas pelo triunfo quase inesperado, diante das carrascas históricas, as suecas esperam contar com a atuação inspirada de sua principal atacante, Blackstenius, para azedar a Laranja holandesa.
No outro lado, a Holanda é o país do momento no futebol feminino. Disputando o seu segundo Mundial, as batavas, atuais campeãs da Eurocopa, tornaram-se febre na sua pátria e atraem grandes públicos nos estádios em que atuam. Mais que um fenômeno popular, a Holanda mostrou um futebol consistente, que levou o time ao triunfo nas cinco partidas que disputou.
O auge da campanha holandesa aconteceu nas oitavas de final, quando eliminaram as atuais vice-campeãs mundiais (Japão), derrotadas pelo placar de dois a um. A vaga na semifinal foi garantida com um tranquilo dois a zero sobre a Itália. Contando com um conjunto coeso, a Holanda acredita no poder de fogo de suas artilheiras, Miedema (3 gols) e Martens (2 gols), para fazer história na Copa do Mundo e, quem sabe, ganhar o troféu que os homens de laranja foram incapazes de conseguir nas três finais de mundiais em que estiveram presentes.
