Comerciantes locais investem em alternativas para enfrentar a crise econômica em Rio Grande
As ferramentas digitais, aplicativos de delivery e lives têm sido grandes aliadas neste momento
Por Marianna Bertoldi
A Rua 24 de Maio é uma das principais vias de comércio na cidade do Rio Grande. Com muitos estabelecimentos comerciais ao longo da via, costuma ser um local de intensa movimentação de clientes. Entretanto, há algum tempo, este cenário sofreu mudanças. Diversos prédios comerciais e lojas já não estão mais funcionamento, além de muitos destes locais vazios estarem cercados de placas de “aluga-se”, tornando algumas quadras, que antes eram agitadas, um pouco mais serenas.
Este é o reflexo de algumas consequências da crise econômica que afeta o Brasil como um todo, e que agravou-se, principalmente, durante os tempos de pandemia, de 2020 a 2021. Aluguéis caros, redução de horários e equipes, popularização das compras online, são alguns dos fatores que aumentam a dificuldade dos comerciantes locais para sobreviver nesses momentos difíceis.
Apesar de tudo isso, muitos comerciantes encontraram algumas medidas e soluções para atrair novos públicos de vendas, manter o padrão de vendas e não perder contato com clientes frequentes. A empreendedora, Leonilda Pavan, é dona de uma boutique de roupas há 35 anos no centro de Rio Grande. Ela conta que durante todos estes anos trabalhando no comércio local, já enfrentou outras crises, porém é sempre um período delicado. Em relação ao momento atual, ela diz que “não está sendo fácil mas estamos tentando fazer uso da internet redes sociais, fazendo algumas lives e promoções. Mas, com certeza, o que mais gosto é do atendimento presencial, sempre é uma excelente troca”.
Assim como a empreendedora Leonilda, muitos outros gerentes e lojistas tiveram que buscar maneiras de manter o comércio ativo durante e após a pandemia da covid-19. As ferramentas digitais como WhatsApp, Instagram, aplicativos de delivery, foram as estratégias mais usadas e que trouxeram bons resultados.
Quem conta um pouco mais sobre isso é Cecília Fontoura, estudante e funcionária de uma loja em Rio Grande. Cecília diz que começou a trabalhar na loja ainda no final de 2020, onde haviam mais restrições quanto ao isolamento social e atendimentos presencias, então a ideia de fazer lives com as peças da loja surgiu. “Começamos a observar a tendência das lives”, comentou, “percebemos que precisaríamos de mais ajuda, só duas pessoas não dariam conta. Precisávamos planejar como iríamos nos posicionar na internet e mostrar nossas peças”.
Segundo ela, a iniciativa fez toda a diferença pois hoje em dia, embora o movimento na loja física já tenha voltado, as lives continuam a ser feitas porque alcançam diferentes públicos e, até mesmo, pessoas de outras cidades. Outra questão importante foi a parceria e o envolvimento com influenciadores digitais da cidade, que participam junto nas lives e trazem novo público para o comércio. “Ganhamos várias clientes novas e um público bem diferente através do Instagram”, ressaltou.
Sobre o recuperação econômica do comércio na cidade, o presidente da CDL Rio Grande e São José do Norte, Marcelo Valente, aponta que “a CDL vem acompanhando o momento do mercado. A pandemia do COVID-19 ainda tem muitos reflexos, o que acaba tornando essa recuperação econômica mais lenta”. Apesar das evidentes dificuldades, o presidente da CDL tem uma visão otimista para o comércio local no próximo ano. “Acreditamos que com o processo de retomada completa da economia neste segundo semestre, teremos um ano de 2023 promissor”, complementou.