Caio Blat e Maria Ribeiro estão “Entre Nós”, mais uma vez
Por Juliana Santos
“O amor é bandoleiro” diz a canção Na asa do Vento, de Caetano Veloso. A química do casal de atores Caio Blat e Maria Ribeiro parece traduzir o verso da canção, trilha do novo filme. Juntos, protagonizam Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos (2010), a atual novela de horário nobre global, Império, e agora o drama roteirizado e dirigido por Paulo Morelli, Entre Nós (2014).
A narrativa conta a história de sete jovens que no verão de 1992 enterraram cartas escritas por eles, no jardim de uma casa afastada. Dez anos depois, crescidos e com uma enorme tragédia que abalou todos do grupo, eles se reencontram, na mesma casa, para ler o conteúdo das cartas.
Entre nós é a tragédia de um jovem escritor que cometeu um grande erro. No histórico inicial que o filme traz, incomodam as atuações, onde atores fingem ter dez anos a menos para seus personagens. Esses minutos iniciais parecem qualquer capítulo genérico da novela Malhação, mas são cruciais para o plot de confrontação da trama e para o aprofundamento de cada personagem.
A fotografia obscura, junto dos enquadramentos big close estão presentes, com os cenários simples e ricos de conteúdo. O filme todo parece ocorrer na mesma casa e no mesmo jardim. A química entre os personagens na fase adulta é admirável. A produção foi indicada a cinco prêmios em três festivais diferentes e um internacional. Entre as categorias gratificadas: Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Ator, vencido por Caio Blat.
A massa do cenário audiovisual nacional investe cada vez mais em blockbusters de comédia e biografias de artistas, já que esses gêneros são os que melhor captam verba. Mas, vez em quando, podemos ver uma produção, no caso desta, co-produzida pela Globo Filmes, fora do catálogo comédia e biografia e que alegre aos críticos.
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Além de Caio e Maria Ribeiro, Carolina Dieckmann, Paulo Vilhena e o gaúcho Júlio Andrade estão na trama distribuída no Brasil pela Paris Filmes, Downtown Filmes e 02 Play. Essa é mais uma produção nacional que talvez não será tão reconhecida pela temática. O cinema nacional, que “muita gente desconhece”, como diz a letra de Caetano trilha do filme, está esperando o preconceito dos brasileiros sumir para investir em trabalhos incríveis da sétima arte, que só esperam captação.
Assista ao trailer: