Brasil se despede da temporada 2018 no seu estádio sem vencer o Guarani

Diego Miranda, um dos destaques do Brasil após o retorno de Rogério Zimmermann, disse estar feliz por ter marcado o primeiro gol com a camisa do Xavante. Foto: Luís Artur Janes Silva.

Por Luís Artur Janes Silva

Sábado, 17 de novembro, a chuva volta a dar as caras na cidade de Pelotas, afugenta parte do público, causa pane elétrica, mas não evita o derradeiro jogo do Xavante na cidade de Pelotas nesta temporada de 2018. Já garantido na Série B do ano que vem, o Brasil enfrentou o Guarani de Campinas, em partida válida pela penúltima rodada da Segundona Nacional. O empate de 1 a 1 acabou sendo injusto para o rubro-negro, que mesmo não atuando bem, teve uma chance incrível para vencer a peleja, que foi perdida pelo centroavante Michel.

PRIMEIRA ETAPA

Os primeiros quinze minutos de jogo foram sonolentos e certamente decepcionaram os corajosos torcedores que enfrentaram a constante chuva para assistir o embate entre Brasil e Guarani. O Xavante teve mais posse de bola, mas ambas as equipes concentraram suas ações na meia cancha, amarrando o andamento da partida.

A letargia inicial deu espaço à emoção aos 17 minutos, quando Itaqui arriscou um chute de longa distância, a bola bateu em Wallace Pernambucano e sobrou na entrada da grande área para Diego Miranda, que emendou sem chances para o goleiro Agenor. O primeiro gol de Miranda com a camisa do Brasil foi um prêmio merecido ao atleta que deu o toque de criatividade ao meio campo xavante após a chegada de Rogério Zimmermann. Mas a alegria da molhada torcida rubro-negra, que sentia o cheiro da quarta vitória consecutiva, durou apenas três minutos. Aos 20 minutos, Éric investiu pela esquerda, cruzou rasteiro e Rafael Longuine, o artilheiro bugrino concluiu, também rasteiro e sem chances para Pitol, garantindo a igualdade que se manteria até o final da partida.

Mesmo nervoso pela reação do Guarani, o Brasil ainda dominou as ações até os trinta minutos do primeiro tempo, chegando com relativo perigo aos 26 e 28 minutos. No primeiro lance, Itaqui cobrou falta e Agenor mandou para escanteio. Enquanto isso, na segunda jogada, o pouco inspirado Wallace Pernambucano encostou para Alex Ruan, que bateu e o goleiro do Bugre quase aceitou o chute despretensioso do lateral xavante.

Depois da meia hora de jogo, o Guarani passou a dominar a partida, atacando preferencialmente pela sua ala esquerda. Éric e Romário se aproveitaram da pouca consistência defensiva da meia cancha xavante, do fraco poder de marcação de Lourency e da insegurança de Sciola e fustigaram os jogadores de contenção do rubro-negro. Aos 37 minutos, Denner chutou de longe, tentando aproveitar-se do campo pesado e quase surpreendendo Pitol. Na parte final do primeiro tempo, a equipe campineira também começou a utilizar sua ala direita de ataque, apostando nas investidas do lateral Kevin, mas não conseguiu ameaçar a meta do Xavante.

SEGUNDA ETAPA

No segundo tempo, o Brasil voltou determinado a incomodar o sistema de defesa do Guarani e teve o domínio da partida até os 25 minutos desta etapa. Marcando melhor no meio e contando com outra boa atuação de Wellinton Júnior, responsável pela força de ataque, o Brasil amassou o cansado Guarani, que começou a sentir o gramado molhado.

Embora não tenha mostrado a mesma criatividade e ímpeto ofensivo das últimas jornadas, ainda assim, o Brasil teve duas oportunidades para garantir a vitória. Aos 14 minutos, após uma confusão na área, originada por uma cobrança de falta de Itaqui, a bola sobrou para Leandro Leite, que sozinho e na frente do gol, colocou a pelota para fora. Erro perdoável para o volante, que não tem o cacoete do atacante.

Aos 24 minutos, o Guarani conseguiu a primeira investida de perigo contra o gol de Pitol, após o chute de William Oliveira, que o goleiro xavante mandou para fora. Mas no minuto seguinte, o Brasil teve a chance capital do jogo. Wellinton Júnior puxou o contra-ataque e resvalou quando ia entrar na área, mas recuperou-se foi à linha de fundo e cruzou na medida para Michel, que havia substituído Wallace Pernambucano. O atacante ficou na cara do gol e com Agenor batido, apenas encostou na bola, que caprichosa, foi para fora. Michel acabara de perder o gol mais feito do ano na Baixada e a torcida agradecia o fato do rubro-negro já ter decidido sua permanência na Série B, pois se aquele lance fosse essencial na definição do destino do Brasil na competição, certamente o atacante estaria com os dias contados no Bento Freitas.

Depois disto, o entusiasmo do Xavante arrefeceu e o Guarani equilibrou as ações, concentrando a maioria das jogadas no setor de meio campo. Assim, o jogo caminhou morno até o final, pois os atletas começaram a sentir a parte física, desgastada com a correria no gramado pesado, que ficou pior com a chuva constante. Tudo isto, fez com que o jogo se encaminhasse para a igualdade no seu resultado final.

Depois deste empate, o Brasil completou sua participação no estádio Bento Freitas nesta Série B do Brasileirão. Nos 19 jogos em que foi mandante, o rubro-negro obteve sete vitórias, cinco empates e foi derrotado outras sete vezes. Para se ter uma ideia da fraca campanha do Xavante na Baixada, basta dizer que nos últimos cinco compromissos que o Brasil teve no Bento Freitas, venceu apenas um. Assim, o rubro-negro ocupa a 11ª posição na tabela de classificação do campeonato, somando 47 pontos e terminará a competição atuando na cidade de Goiânia, na qual enfrentará o Goiás, que ainda luta por uma vaga na Série A de 2019. Esta partida acontecerá no próximo sábado, dia 24, e começará às 17h.

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