Brasil fica com a medalha de prata no futebol feminino

Após 16 anos, a seleção volta à final olímpica, mas esbarra nos EUA e acaba ficando com a medalha de prata.

Por Antonio Berndt

Jogadoras da Seleção Brasileira com a medalha de Prata – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Neste sábado (10), Brasil e Estados Unidos se enfrentaram pela medalha de ouro no estádio Parque dos Príncipes, em Paris. Pela terceira vez, a seleção feminina de futebol ficou com a prata, tendo as americanas como algozes novamente, repetindo os feitos nas decisões de Atenas, em 2004, e Pequim, 2008. Com o placar mínimo de 1 a 0, americanas bateram as brasileiras, adiando o sonho do ouro inédito para o Brasil mais uma vez. 

O jogo 

A seleção brasileira teve as melhores chances de gol na primeira etapa, surpreendendo a seleção dos EUA. Logo no primeiro minuto, a atacante Ludmila recebeu a bola na área, mas o chute saiu fraco, nas mãos da goleira Naeher. Ludmila marcou aos 15, em jogada individual, mas após revisão no VAR, o gol foi anulado por posição de impedimento no inicio da jogada. O Brasil seguiu atacando e aos 20 minutos, em um lance polêmico, Adriana foi derrubada na área, e mesmo após a revisão no VAR, o pênalti não foi marcado. Sobre esse lance, na saída de campo após o jogo, o técnico Arthur Elias disse que a marcação da penalidade poderia ter mudado a história do jogo. Nos acréscimos do primeiro tempo, a atacante Gabi Portilho, voltou a assustar e obrigou a goleira adversária a fazer uma grande defesa.

No segundo tempo, as americanas voltaram com um ritmo mais forte, impondo seu jogo de pressão, e logo aos 11 minutos, em um lançamento nas costas da defesa brasileira, Mallory Swanson entrou livre na área e chutou na saída da goleira Lorena. Fazendo aquele que seria o momento de ouro da grande decisão. Após o gol, o técnico Arthur Elias promoveu algumas mexidas, e o Brasil tentou pressionar, mas sem sucesso diante da forte marcação americana. A melhor chance do Brasil no segundo tempo foi uma cabeçada de Adriana, mas novamente a goleira americana fez uma grande defesa e impediu que as brasileiras fossem além da prata.

Gabi Portilho disputando a bola com adversária – Foto: Luis Robayo/AFP

Pós Jogo

Na saída de campo, após a derrota, o sentimento era de valorização do futebol feminino brasileiro e volta por cima, depois da conquista da medalha de prata em uma campanha que começou mal e terminou recheando a torcida de orgulho e esperança para o futuro.

Gabi Portilho, destaque da seleção na fase eliminatória da competição, valorizou a conquista da medalha de prata, e disse que essa medalha “valia ouro”, e que essa conquista tem que servir de visibilidade e crescimento para o jovem grupo do Brasil.

A capitã na ausência de Marta, Adriana, foi na linha de Gabi Portilho, e relatou que agora era medalhista olímpica e que para as mulheres sempre será mais difícil e que um dia a medalha de ouro irá chegar um dia. Ela ainda reclamou da não marcação de pênalti no primeiro tempo. Já o técnico Arthur Elias agradeceu as jogadoras por acreditarem no que ele propõe, e ressaltou que sente muito orgulho de suas comandadas.

Técnico Arthur Elias conversa com todo o grupo após o jogo – Foto: Jack Guez/AFP

Despedida de Marta

Em seu último jogo em Olimpíadas, Marta ficou no banco de reservas e entrou apenas no segundo tempo, logo após o gol dos Estados Unidos. Aos 38 anos, ela se despede com sua terceira medalha de prata e 13 gols marcados nas seis edições de Jogos Olímpicos que disputou, desde Atenas, 20 anos atrás. Marta é a segunda maior artilheira da história da competição.

Em tom de despedida, Marta relatou que a conquista da prata é uma retomada para o futebol feminino da seleção, após resultados ruins em competições anteriores. Marta ainda ressaltou que o grupo é jovem, e tem muito a oferecer e conquistar, e que na Copa do Mundo de 2027, que será no Brasil, ajudará fora de campo.

Arthur Elias que consolou Marta após o apito final, ressaltou a felicidade de treinar uma jogadora desse nível, e que Marta tem o tamanho necessário para mudar de opinião e disputar a Copa do Mundo ainda como jogadora. 

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