Bolsa fecha em alta nesta quinta-feira, mesmo após rebaixamento da Fitch
por Yasmin Vierheller Benedetti
Na última quinta-feira a Fitch, agência de classificação, reduziu a nota do Brasil de BBB para BBB-, mas manteve o grau de investimento. Mesmo com o impacto negativo na imagem brasileira, a IBOVESPA fechou em alta pela AMBEV, Vale e Petrobras, desconsiderando o rebaixamento anunciado.
O rating do Brasil teve forte impacto nos últimos dias na Bolsa, fechando com queda, mas encerrou o pregão em alta na quinta, mesmo com o medo de um novo rebaixamento pela Fitch. De acordo com o site InfoMoney*, o benchmark, pesquisas para comparação nas ações de cada empresa, da Bolsa brasileira subiu 0,96% a 47,159 pontos; com um volume negociado de cerca de 15 bilhões.
No mês passado, a Standard and Poor’s (S&P) trouxe instabilidade, provocando uma reação de rebate na bolsa, levando o governo a anunciar um aumento nos pacotes de tributos para 2016, além de bloqueio nos gastos, começando por cortes no próprio setor governamental.
O selo de bom pagador, designado pelas empresas de classificação, é expressivo. Alguns países como os Estados Unidos, apenas aplicam seus investimentos em títulos de países com nota considerável pelas agências. A conceituação e imagem é relevante, pois é a partir da nota de risco que as empresas avaliam futuras perdas e ganhos, e decidem se é válida a aplicação.
A desestabilização político-econômica é fator significativo no contexto do cenário brasileiro, respectivamente, deste modo as empresas que compõe o Índice BOVESPA. O Brasil gasta mais do que arrecada, a dívida pública é maior do que o PIB. Às medidas tomadas pelos governantes ainda não são suficientes para aliviar a situação. A falta de controle da presidente com a Casa, a diminuição do apoio dos partidos ao governo, a crise econômica, a alta da inflação, o aumento na taxa de juros; demonstram a vulnerabilidade da política econômica interna do país. Deste modo, o Brasil passa a ser visto como irresponsável no cenário internacional.
No momento, apenas resta aguardar a estabilização da política interna, a definição do impeachment e a situação de Eduardo Cunha (PMDB) na Casa. E no cenário econômico, se a Fitch irá de fato rebaixar em mais um nível a classificação do país e como o mercado reagirá diante de tantas incertezas.