Aumentam os investimentos na educação
Brasil supera países de primeiro mundo quando o assunto é gastos na educação.
Por Yasmin Benedetti
A educação é tema alvo quando o debate é a distribuição de renda no Brasil. Implementar o dinheiro de forma correta, afinal como muitos dizem “pagamos impostos para isso”, é o desejo de todo brasileiro. Nos últimos dados levantados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresentava um aumento significante quanto aos seus gastos com a educação.
De acordo com dados do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), os gastos com a educação têm aumentado no Brasil desde o ano de 2000. O aumento pode ser visualizado na tabela de estimativa percentual de investimentos públicos total em educação (tabela abaixo). Para tal análise são considerados gastos com instituições de ensino, bolsas estudantis, programas de apoio, além de gastos públicos sociais.
Segundo relatórios da OCDE, o Brasil possui um dos maiores índices quando o assunto é educação. A média da OCDE quanto aos gastos com a educação é de 5,6%, média na qual o Brasil já ultrapassa com 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB), um aumento de quase 1% referente aos anos anteriores. O governo tem melhorado seus investimentos com a educação, chegando a padrões mundiais na proporção de renda. Contudo, a estagnação econômica que o país está sofrendo pode desacelerar esta evolução.
Em entrevista para a agência Em Pauta, o professor do Centro de Letras e Comunicação da UFPel, André Antonelli, diz não notar tanto a atenção do governo com a educação. Ele acredita que há um problema de mau gerenciamento do governo quanto às verbas para este setor, e diz não ter notado diferença na universidade dentro dos últimos dois anos em que está atuando como educador universitário.
“Temos problemas com infraestrutura […]. Não temos biblioteca apropriada. Os professores não têm gabinete para trabalharem […]. E acredito que não seja um caso tão diferente das outras universidades. Essa falta de estrutura acaba afetando o aluno”, salienta o professor.
Além dos problemas estruturais presente nas universidades, a proporção de gastos por aluno também ainda é pequena. Segundo dados da OCDE, o Brasil está em penúltimo lugar entre os países avaliados, incluindo Estados Unidos, Canadá, República Tcheca, e outros. O Brasil apenas perde para a Colômbia neste quesito. Segundo relatório da OCDE, o Brasil gasta em média quase sete mil por estudante a cada ano.
O país vem há anos investindo em educação, mas ainda deixa a desejar quando o assunto é investir no aluno. Os problemas com o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), em pauta nos últimos meses, asseguram as dificuldades econômicas que o país vem enfrentando e, assim, influenciando todos os setores, em especial o da educação. A questão no momento é averiguar como a economia irá se desenrolar no próximo semestre, esperando que hajam investimentos. Afinal, o conhecimento adquirido é o bem mais valioso.
Relatórios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE):
Panorama da Educação: Indicadores da OCDE
Mais informações em:
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)