Arte de uma vida
A exposição de arte “Janelas”, coordenada pela Professora Carla Borin do grupo da Maturidade Ativa do SESC/Pelotas, ficou em cartaz dos dias 13 de Novembro à 1º de Dezembro na Galeria Cultural do IFSul
Por Vanessa Centeno / Em Pauta
O projeto do SESC/Pelotas, Maturidade Ativa, manteve a exposição de arte “Janelas” em cartaz entre os dias 13 de novembro e 1º de dezembro na Galeria Cultural do IFSul. O grupo é coordenado por Adriana Velásquez da Silva, e foi implementado no SESC há 20 anos.
Neste projeto são desenvolvidas várias atividades para idosos acima de 50 anos, com o objetivo de oferecer ações voltadas à promoção do envelhecimento ativo em todas as dimensões: saúde, segurança e participação social. Essas atividades são realizadas através de 5 diretrizes, entre elas o protagonismo do idoso, oferecido por meio da oficina de pintura em tela. O projeto é aberto para o público geral, e já conta com 129 participantes, enquanto no grupo e na oficina de tela são 13 cadastrados.
A professora que ministra esta oficina é a artista plástica e visual Carla Borin, também professora de pintura, com especialização e mestrado pela UFPEL em poéticas visuais.
Arte para experimentar e vivenciar processos em pintura
Como já dito anteriormente, o objetivo da Maturidade Ativa é um envelhecimento saudável, para isso, é preciso construir um novo olhar para o mundo e para as relações de afeto e convivência. Ou seja, ter uma saúde expandida.
Além disso, o projeto ajuda a lidar com as emoções, principalmente neste ciclo de doenças no período pós-pandemia. Seja por meio da expressão artística ou pela interação social que, muitas vezes, se transformam em terapia. Isso nos ajuda a lidar com as mudanças e transformações do tempo, estimulando e exercitando corpo e a mente tendo como direcionamento a experimentação através do campo da arte.
A exposição ‘’Janelas’’ apresenta uma abertura do olhar de cada participante através da escolha das imagens, respeitando os gostos, os desejos e o jeito de pintar de cada um. Abrir o tempo da maturidade, ativamente, com a pintura da experiência de cada um em todos nós.
A artista plástica Carla Borin explica que: “Através da pintura a saúde emocional e física, assim como a parte motora dos participantes, melhora, e o desenvolvimento das percepções também.” Essa evolução se dá graças à oficina proporcionada dentro do projeto, que coloca diversas pessoas da mesma faixa etária para conviver e trocar experiências.
A professora comenta que é muito gratificante ver o trabalho desenvolvido e como isso ajuda na vida dos participantes. Para Borin, isto é algo satisfatório, que a faz sentir um carinho seus alunos pelo acolhimento que ela recebe com o grupo. Ela também leva conhecimento ao grupo: “Eles discutem textos, falam da vida dos artistas, de como eram, falam o que está acontecendo na cidade.”
É esta convivência de mestre com alunos que provoca um impacto na vida dos integrantes do grupo, fazendo com que eles se sintam em casa, acolhidos. Os alunos passam a ter empatia e amor ao trabalho desenvolvido, que proporciona experiências tão incríveis.
Para o seu Sérgio Pereira, de 70 Anos, a arte não tem idade. “É muito bom ser produtivo em todas as idades. A pintura nos leva a um risco, a colocar uma expressão interior, seja colorida ou mesmo monocromática, o importante é fazermos e deixarmos para a posteridade”, expôs ele.
Já Vânia Lamas disse que o grupo de pintura é um trabalho gratificante. Que saber que “podemos produzir algo que gostamos e que, de alguma forma, possa tocar as pessoas”. Ela destaca que no grupo, uns aprendem muito com os outros. “Dividimos não só a pintura, mas a vida, a amizade e a solidariedade. Sou muito grata por tudo que passamos durante o ano e durante o tempo que estamos juntos, sempre faço questão de agradecer a todos”, declarou Lamas.
Carla ressaltou que tem alunas que estão neste projeto desde 2016, e não querem parar as oficinas de pintura, elas se inscrevem novamente todas as vezes que podem. Esse amor é fruto dos pequenos gestos, da atenção, e da motivação que lá encontram, algo que faz a diferença na vida daqueles que integram o grupo.
A professora relata que um de seus alunos lhe disse que nunca imaginou que poderia pintar um quadro, mas que hoje ele olha para sua tela em branco e diz “eu posso”. A artista vê isto como algo positivo, uma forma de empoderamento que é inserido no cotidiano deles.
Como participar do Grupo Maturidade Ativa do SESC/Pelotas
As inscrições para participar das oficinas de pintura abrem somente em fevereiro. O projeto inclui algumas reuniões, geralmente às quintas-feiras, no auditório do SESC. Durante as reuniões há palestras que abordam o tema da maturidade e outros tópicos de interesse para esse público. Maiores informações podem ser obtidas na secretaria do SESC e através do WhatsApp (53) 98414-0302.