A Copa é das Zebras, mas os protagonistas são os Gigantes

Por Mateus Bunde

Semifinais de Copa do Mundo é onde se separam os meninos dos homens. Numa Copa repleta de zebras (Colar link da matéria sobre as zebras), os protagonistas foram, como sempre, os gigantes. Dez títulos mundiais e nove vice-campeonatos, presença maciça destes poderosos do futebol mundial na reta final da competição futebolística mais importante do planeta.

 Alemanha, Argentina, Brasil e Holanda. Todos possuem uma grande história entrelaçada em Copas do Mundo. A Alemanha já fez final com Argentina, em 1990, na Itália. Também contra a Holanda, em 1974, na sua casa, além do Brasil, na edição asiática do mundial, em 2002. O país sede tem sua rivalidade em Copas do Mundo contra a Holanda, protagonizando confrontos históricos em 1974, 1998 e 2010. Já a Argentina conquistou seu primeiro título mundial sobre a Holanda, na sua casa, no ano de 1978. E sem esquecer, é claro, do clássico Brasil e Argentina, que já se enfrentaram na Copa de 1990.

A história destes quatro países já preencheria um Best seller com histórias que vivenciaram nos mundiais. E, em 2014, mais um capítulo será escrito. Um possível confronto entre Brasil e Argentina na final, enche as expectativas dos sulamericanos em desbancar a superioridade monetária dos europeus. As semifinais prometem.

Veja como estão as seleções para esta semifinal:

            ALEMANHA

Löw parece ter encontrado o time ideal. Créditos: Divulgação/Abola

Löw parece ter encontrado o time ideal. Créditos: Divulgação/Abola

Joachin Löw parece ter encontrado seu time ideal no confronto de quartas-de-final contra a França. Lahm deslocado para a lateral direita, Khedira na volância e Klose como o centroavante enfiado pelo meio. Diferentemente do esquema com o falso nove, Thomas Müller, e Lahm, inexplicavelmente, jogando de volante. Além, é claro, do desmanche da criticada linha de quatro zagueiros que compunham a defesa.

O que a Alemanha melhorou?

O 4-3-3 montado por Löw devolveu o bom futebol alemão praticado nas eliminatórias e na Euro 2012. Khedira dá a sustentação no meio-campo para a liberdade de Schweinsteiger atacar. Lahm volta à lateral-direita onde desempenha a função que o credenciou a melhor do mundo do setor. Müller tem qualidade de goleador, mas não o mesmo faro de gol que Klose – que busca ultrapassar Ronaldo, como o maior artilheiro em mundiais.

O que a Alemanha precisa melhorar?

Özil vem sendo o oposto do que a Alemanha precisa. Lento, apático e fora do jogo. O meio-campista do Arsenal vê sua vaga ameaçada por André Schürrle, que dá gás novo para a Alemanha sempre que entra nas partidas. Mario Götze corre por fora nessa disputa, por ainda não ter feito uma grande apresentação no mundial.

 

         ARGENTINA

Sabella deposita suas esperanças no comando do craque Messi.

Sabella deposita suas esperanças no comando do craque Messi.

 

Liderada por Messi, a Argentina não apresentou um futebol de encher os olhos nesse Mundial, até agora. Com muita efetividade, a equipe de Sabella busca em seu craque, Lionel Messi, a sustentação para a equipe que perdeu uma das referências do time, o jogador Angél Di María, que não jogará mais no Mundial.

O que a Argentina melhorou?

Higuaín foi a estrela do jogo contra a Bélgica, eleito o melhor em campo. Foi decisivo, fez o que um centroavante tem que fazer. No esquema de Sabella, num 4-2-3-1, o atacante-referência precisa estar participando ativamente do jogo, com movimentação para abrir espaços para que, o centralizado Messi, penetre a área adversária. Foi o que fez o camisa 9 no jogo que classificou a Argentina às semifinais, após 24 anos.

O que a Argentina precisa melhorar?

Não é questão de melhorar, mas encontrar. Di María é uma baixa significativa, e Agüero volta de uma lesão delicada que o afastou dos jogos das oitavas e quartas de finais, além de não ter mostrado a que veio no Brasil. O técnico argentino pode usar, além de Aguëro, três variações táticas diferentes para substituir o jogador do Real Madrid. O primeiro seria a entrada de Palacio, para acompanhar Higuaín no ataque e recuar Lavezzi. Outra mudança seria a entrada Enzo Pérez para jogar mais centralizado, liberando Messi de recompor o meio-campo. E a terceira alteração seria a entrada de Ricky Álvarez na posição de Di María, aberto pela direita – função tática que este cumpriu no jogo contra a Nigéria.

       BRASIL

Felipão quebra a cabeça para decidir substituto de Neymar. Créditos: Divulgação/FIFA

Felipão quebra a cabeça para decidir substituto de Neymar. Créditos: Divulgação/FIFA

 

Com Neymar fora da Copa, o técnico Luiz Felipe Scolari quebra a cabeça para achar o substituto do camisa 10 brasileiro. Com as ausêncais de Neymar e do capitão Thiago Silva, no confronto com a Alemanha, cabe a David Luiz assumir o posto de “líder” da equipe.

O que o Brasil melhorou?

No primeiro tempo do confronto contra a Colômbia, pode-se ver uma Seleção mais vibrante, marcando pressão e tomando conta da posse de bola, assim como foi na Copa das Confederações de 2013, que rendeu o título aos canarinhos. Outro fator de destaque foi o volante Fernandinho, que anulou as ações do craque colombiano, James Rodriguéz. Assegurando, de vez, seu lugar entre os onze titulares da equipe.

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O que o Brasil precisa melhorar?

A intensidade de jogo durante os 90 minutos. A seleção brasileira fez excelentes primeiros 45 minutos, porém, na segunda etapa, parece que sofreu um apagão geral. A pressão da equipe colombiana foi total. Blitz formada na área brasileira e o desespero até o apito final. A compactação das linhas de meio campo e um maior controle da bola são fatores importantes para a seleção trabalhar para o jogo contra a Alemanha.

       HOLANDA

Louis Van Gaal tem, no seu setor ofensivo, creditada a esperança da conquista do inédito título. Divulgação/AFP-Images

Louis Van Gaal tem, no seu setor ofensivo, creditada a esperança da conquista do inédito título. Divulgação/AFP-Images

Após o drama das quartas de final contra a zebra Costa Rica, a Holanda tem a motivação ao seu lado e a inspiração de um dos craques desta Copa do Mundo: Arjen Robben. O jogador de 30 anos caminha para seu último mundial em alto nível. Após parar em Casillas, na final de 2010, na África do Sul, Robben busca espantar a fama de Cavalo Paraguaio, ou melhor, Cavalo Holandês.

O que a Holanda melhorou?

As entradas de Depay e Kuyt no time holandês deram mais vitalidade e qualidade à atual vice-campeã do mundo. Depay, jogador jovem, rápido e viril. Deu agilidade ao lado esquerdo do ataque holandês e, além de tudo, auxilia, o já trintão Sneijder, a recompor o setor defensivo. Já o versátil Kuyt entrou no lado direito para não sair mais. Auxiliando Robben para tabelas e descidas na linha de fundo, é uma grande válvula de escape no esquema de Louis Van Gaal.

O que a Holanda precisa melhorar?

A Holanda parece mais frágil com seu esquema 3-5-2. O clássico 4-3-3 holandês parece funcionar melhor, sacando o zagueiro Martins Indi e instituindo De Guzmán no time, para formar a linha de quatro defensores com De Guzmán, De Virj, Vlaar e Blind, deslocando Kuyt para o meio-campo. Porém, com a ausência do cabeça-de-área, De Jong, fora da Copa, o técnico holandês pode preferir um esquema que aproxime a linha de meio campo e a linha defensiva.

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