A conquista do voto feminino no Brasil completa 92 anos

Conheça um pouco da história da conquista do voto feminino no Brasil e acompanhe relatos de mulheres que não abrem mão do seu direito de votar e comentam a importância desse poder em mãos.

Vanessa Ferreira / Em Pauta

Depois de mais de 90 anos da conquista por igualdade de cidadania no Brasil, as mulheres hoje colhem os frutos do direito de votar e exercer sua função de igualdade nas urnas.O Brasil teve muitas mulheres que lutaram para que essa conquista chegasse até toda a população nos dias de hoje; algumas mulheres no passado lutaram para que os direitos fossem iguais para todas. Mulheres que lutaram e lutam até hoje pelos seus direitos. Sim, hoje temos mulheres que exercem funções que há longos anos atrás eram ocupadas somente por homens. Mas a desigualdade persiste. Mesmo que as mulheres estudem mais e ocupem as mesmas funções que os homens, quando se trata de salário não é igual ao do homem, é inferior.

Pâmela ressalta a importância do voto feminino

Para Pâmela da Silva 33 anos, que é mãe e estudante na UFPEL onde cursa atualmente Gestão Pública, a luta das mulheres pela participação nas eleições de maneira ativa abriu portas para tantos outros feitos.

Uma das frases que muito mencionada depois de alguns anos de luta é: lugar de mulher é onde ela quiser! Estamos rompendo barreiras ainda nos dias atuais, mas ganhamos visibilidade e aos poucos conquistamos nosso espaço – afirma Pâmela.

Segundo o (IBGE) existe uma tendência geral de aumento da escolaridade das mulheres em relação aos homens.A pesquisa de 2019 revelou que entre os homens com 25 anos ou mais de idade, 15,1% têm ensino superior completo. Já entre as mulheres com 25 anos ou mais, 19,4% completaram o ensino superior no Brasil.

Tem quem comece bem cedo a exercer sua cidadania. A estagiaria Eduarda Neves Lourenço, estudante de curso técnico de Agropecuária no IFSul-Cavg Agropecuária começou a votar com 18 anos, e hoje com 19 anos, já pensa no exemplo desta atitude para as futuras gerações.

`Para mim, a mulher poder votar é muito importante, isso gera um exemplo imenso para as crianças. Mostra que mesmo se tu for mulher, tu pode tudo. Eu acho demais! Desde pequena meu sonho era votar e ser igual a minha mãe, minha vó e minha tia. Então fico feliz de ver que essa evolução aconteceu, que as mulheres não desistiram de lutar pelos seus direitos dentro da sociedade – explica Eduarda.

Eduarda estuda Agronomia e batalha pelos direitos das mulheres

A conquista do voto feminino

As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Vargas chefiava o governo provisório desde o final de 1930, quando havia liderado um movimento civil-militar que depôs o presidente Washington Luís. Uma das bandeiras desse movimento (Revolução de 30) era a reforma eleitoral. O decreto também criou a Justiça Eleitoral e instituiu o voto secreto.

Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.

Foi na conturbada década de 1920 que diversos movimentos de contestação à ordem vigente surgiram. Em 1922, por exemplo, houve importantes acontecimentos que colocavam em xeque a República Velha, entre eles a Semana de Arte Moderna, o Movimento Tenentista e a fundação do Partido Comunista do Brasil. Nesse contexto, ganhou força o movimento feminista, tendo à frente a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz, que fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher – um grupo de estudos cuja finalidade era a luta pela igualdade política das mulheres.

Rosamar ressalta o papel histórico do voto feminino

Posteriormente, Bertha Lutz criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, considerada a primeira sociedade feminista brasileira. Essa organização tinha como objetivos básicos: “promover a educação da mulher e elevar o nível de instrução feminina; proteger as mães e a infância; obter garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino; auxiliar as boas iniciativas da mulher e orientá-la na escolha de uma profissão; estimular o espírito de sociabilidade e cooperação entre as mulheres e interessá-las pelas questões sociais e de alcance público; assegurar à mulher direitos políticos e preparação para o exercício inteligente desses direitos; e estreitar os laços de amizade com os demais países americanos.

Uma destas mulheres é Rosamar Oliveira Duarte formada em Pedagogia e atualmente Educadora Social. Ela relata que como cidadã e mulher é muito importante o voto devido a grande luta histórica para a mulher votar exercer seu direito.

Hoje a mulher tem a oportunidade de escolher seu voto, como cidadã. Como a pessoa vai exigir políticas públicas, deveres e direitos se ela não votou em ninguém e não escolheu a pessoa que ela quer que a represente na urna?- indaga Rosamar, para quem é muito importante exercer a cidadania.

Cíntia Beatriz considera a importância de poder escolher seus representantes

Para Cíntia Beatriz Oliveira 45 anos, funcionaria pública e que atualmente cursa Pedagogia na UFPEL a importância do voto feminino é que temos influência no poder de voto e decidir quem queremos que nós representar no poder legislativo.

Quem não regularizou seu título ou precisa transferir é importante se informar no site de TSE, onde é possível fazer esses serviços: https://www.tse.jus.br/servicos-eleitorais/servicos

Em Pelotas o cartório eleitoral abre seu atendimento a partir do meio dia até as 19hs e os serviços do título estarão disponível até dia 8 de maio.

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