A arte e os artistas da Princesa do Sul
Evento divulga artistas independentes da cidade de Pelotas
Por Giéle Sodré
No dia 13 de Agosto, a tarde, aconteceu a Lado B na praça Coronel Pedro Ósorio. Uma feira livre de arte com inscrições de vários artistas locais. No total, foram 31 bancas anunciadas e a feira ocorreu com o apoio do curso de Artes da Universidade Federal de Pelotas, tendo uma participação em peso dos alunos do curso nas bancas, enchendo a praça de arte e cultura.
A feira tem a intenção de mostrar e apoiar os artistas locais, oferecendo espaço para vendas e para a exibição de suas artes. Stela Kubiaki, mestranda em artes visuais, diz que a feira é mais um tipo de vitrine para a arte, a venda pode não ocorrer naquele momento, mas mostrando o trabalho se conhece o artista e sempre acaba tendo algum contato de trabalho, fazendo com que as pessoas contratem o artista para uma encomenda posteriormente. Stela, além da venda e comissão de sua arte, também dá cursos de aquarela online e presenciais e faz artes para eventos, cartões e logos.
Já Pedro Roque fala sobre as experiências na feira. De acordo com o dono da Punk Roque, a feira é uma troca de experiências onde sempre se pode conversar com pessoas novas e ver as reações ao seu trabalho. Com uma fala despretensiosa e divertida, Pedro combina com sua arte, cheia de referências nostálgicas misturadas com o atual, trazendo as experiências da infância para uma perspectiva bem mais identificável para quem já cresceu. E o encontro do passado com o presente faz sucesso, diverte e chama atenção, assim como as piadas e brincadeiras que acompanham nas conversas com o público.
Além da arte digital também era possível encontrar bordados, bolsas, trabalhos gráficos, esculturas, acessórios e vários outros trabalhos manuais diversos com seus respectivos artistas. E obviamente, alguns artistas novatos em vendas também.
Melissa Araújo, vinda de Mostardas, licenciada em artes visuais, cresceu na fazenda da família e estava em sua primeira feira. Com quadros, prints e adesivos que expressavam a ligação com a natureza, disse que se sentia nervosa de mostrar sua arte ou vendê-la, mas recebeu incentivo de outras artistas e decidiu tentar, demonstrando a importância da cena dos artistas locais.
Inclusive, as artistas que Melissa fala são as meninas da Tecla Gráfica, Camila Cuqui e Rafaela Inácio, artistas, tatuadoras e donas de uma gráfica caseira focada em publicações, zines e livros, tendo impresso uma parte das mercadorias dos outros artistas da feira. As duas são telas de artes e apoiam os outros artistas da comunidade, uma prova da diversidade das produções e de todos os seus produtores.
Além disso outros artistas também se aventuram por outros meios, Jahan entregava cartões de seu projeto “Santa Tecla”, apresentando QR codes a todos que os pegassem. O código leva ao acesso de uma pasta onde se encontra um mapa com sete marcações de locais que Jahan tinha como importantes durante sua vida na rua Barão de Santa Tecla. O objetivo é fazer um mapa das “marcas e cicatrizes” daquela área delimitada por ele, construir algo em conjunto com todos que puder alcançar com a informação e o projeto, sendo que aqueles que acessam o código também podem marcar, adicionar, anotar ou apagar coisas desse mapa. Um projeto, como o próprio artista diz, “feito para perder o controle”.
A feira tem previsão de continuar ocorrendo, possivelmente no primeiro final de semana do mês e conta com a divulgação dos próprios artistas, tanto os já divulgados aqui como outros que possam se interessar, à espera do público para apreciar e apoiar a arte independente em Pelotas.