11º Simpósio de Arte-Educação promove semana de aprendizados sobre cultura e equidade entre gêneros em Rio Grande

O evento reuniu estudantes, artistas e educadores para reflexões, atividades práticas e apresentações artísticas que celebraram as conquistas das mulheres no campo cultural

Por Maria Clara Goulart / Em Pauta

Durante a última semana de setembro, os rio-grandinos tiveram a oportunidade  de aprofundar os conhecimentos sobre expressões culturais e equidade entre  gêneros.  O 11º Simpósio de Arte e Educação aconteceu entre os dias 25 e 28 de setembro, na Escola de Belas Artes Heitor Lemos (EBAHL). Com o tema “Protagonismos de Mulheres nas Artes”, foram realizadas diferentes atividades que celebram as conquistas das mulheres no campo cultural.

O Simpósio foi promovido pela EBAHL, em parceria com a Prefeitura Municipal do Rio Grande, através da Secretaria Municipal de Educação (SMEd), e com o Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). 

Participante posa com escultura no 11º Simpósio de Arte-Educação (Foto: Divulgação/ EBAHL)

O evento teve como objetivo estimular reflexões acerca da arte e das práticas pedagógicas relacionadas ao seu processo de ensino-aprendizagem, promovendo a interação entre profissionais da educação básica e superior, educadores populares, estudantes, artistas, produtores culturais e todos aqueles que compartilham interesse na educação, nas artes visuais, na dança, na música e no teatro.

Para a estudante, Camila Braz, que participou do Momento Cultural com uma apresentação de ópera, o evento também foi uma oportunidade de aprofundar seus conhecimentos. “Foi muito bom. Consegui perceber que as pessoas que estavam lá, todas muito engajadas com a área das artes, estavam ali querendo fazer uma troca e aprender mais um pouco, além de também apreciar a Escola de Belas Artes do município. Depois disso, eu ainda fiz uma oficina de canto com uma professora da UFPEL e ela foi maravilhosa, foi muito enriquecedor, eu aprendi muito. É uma experiência que esses aprendizados eu vou levar pra vida, com certeza”, diz Camila. 

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“Eu acho muito importante porque a comunidade consegue conhecer essas mulheres artistas, dar visibilidade a elas e ao trabalho maravilhoso que elas fazem e é também uma oportunidade para se inspirar com a história de vida delas”. Ela comenta também que por muitos anos este espaço havia sido negado às mulheres e que atualmente se sente muito feliz em poder enaltecê-las. 

De acordo com a coordenadora do evento, Lucilaine Oliveira, essa edição do simpósio foi de extrema satisfação para todos os envolvidos. Ela comenta que as diferentes atividades reuniram não apenas os estudantes e professores da área, mas também profissionais e acadêmicos da FURG, UFPEL e UFRGS que participaram ativamente da ação. “Além disso, fechamos com chave de ouro com apresentações artísticas e culturais de estudantes e professores da EBAHL, bem como do Coral Feminino do Conservatório de Música da UFPEL”, comenta.

Lucilaine comenta também que nem o mau tempo impediu que o evento pudesse cumprir com seus objetivos e engajar aqueles que o prestigiaram. “Apesar da chuva, tivemos um número significativo de participantes que marcaram presença entre os dias de evento o que possibilitou uma riquíssima troca de experiências e aprendizados entre todos os envolvidos”.

Clara Bouchet realiza oficina “Explorando corporalidades na argila: como o corpo feminino foi moldado?” (Foto: Arquivo pessoal/ Clara Bouchet)

Ainda, para Clara Bouchet, estudante de Artes Visuais e ministra da oficina “Explorando corporalidades na argila: como o corpo feminino foi moldado?”, a experiência  de comandar a atividade foi  profundamente empoderadora para todas as mulheres envolvidas. “Ficamos imersas em um ambiente de conexão e auto expressão, onde mulheres de diferentes gerações e mentalidades puderam compartilhar reflexões, sentimentos e histórias pessoais de maneira aberta e acolhedora”, diz a estudante.

A oficina criada por Clara tinha como objetivo criar um espaço seguro e inclusivo para que as mulheres pudessem explorar sua relação com seus próprios corpos, questionar padrões estéticos impostos pela sociedade e, acima de tudo, promover o empoderamento feminino através da conversa aberta com todas as mulheres presentes por meio de conversas e uma atividade prática de esculpir seus próprios corpos em argila. 

“Queríamos conectar a arte com questões de gênero, pressão estética e autoestima. O propósito era incentivar a reflexão crítica sobre as influências sociais e culturais que moldam nossa percepção corporal e, ao mesmo tempo, capacitar as participantes a abraçar a diversidade de corpos femininos, reconhecendo a beleza na autenticidade”, relata Clara.

Bouchet ainda comenta que ficou surpresa com a participação ativa das mulheres envolvidas na atividade, visto a sensibilidade do assunto. Ela conta que todas demonstraram um comprometimento profundo com o processo, desde as apresentações até a atividade de modelagem em argila. A atividade prática permitiu que cada uma explorasse seus corpos de uma forma única e artística, proporcionando uma oportunidade valiosa de autoconhecimento enquanto conversavam sobre o tema da oficina e do evento.

“Foi notável como cada mulher se expressou de maneira única por meio da arte da modelagem, e isso gerou uma atmosfera de respeito e apoio mútuo. Acredito que todas saíram da oficina com uma sensação de união.”

Por fim, ela relata já poder ter presenciado o resultado da atividade “Para o simpósio, essa oficina trouxe uma dimensão prática e emocional às discussões acadêmicas, destacando a importância da conversa entre as mulheres e da valorização da diversidade de corpos, que são temas cruciais no contexto atual de nossa sociedade que muitas vezes não debate acerca desse tema. No final, saí da oficina com um sentimento de trabalho cumprido”, finaliza Clara.

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