Em 04 de junho de 1918, um grupo de cidadãos pelotenses amigos da arte e da música, fundaram a instituição que teve, em 18 de setembro do mesmo ano, o início de suas atividades com o ensino do piano, violino, canto, teoria e solfejo, ficando desta forma, esta data como o marco da fundação do Conservatório de Música de Pelotas, sendo a primeira instituição oficial fundada especialmente para o ensino da música na cidade; a segunda entidade no gênero a ser fundada no Rio Grande do Sul, e a quinta no Brasil.
O compromisso do Conservatório de Música com a promoção da cultura e a construção da cidadania permeia suas atividades desde a fundação. Como tomou para si a tarefa de promoção e organização dos concertos que se realizavam na cidade, tanto dos alunos da escola como de artistas convidados, a trajetória do Conservatório de Música é parte indissociável da própria história da música na cidade.
Desde sua criação, o Conservatório de Pelotas foi a única instituição para o ensino musical com atividade ininterrupta na cidade, e seu salão de concertos é um dos mais antigos no Brasil em atividade , que hoje encontra-se interditado .
A situação econômica e a tradição cultural e musical da cidade de Pelotas entram em consonância com o projeto de “interiorização da cultura artística”, idealizado por José Corsi e pelo professor Guilherme Fontainha (1887-1970), então diretor do Conservatório de Música de Porto Alegre, instituição fundada em 22 de abril de 1908.
Desde então, o trabalho de diretores, professores, funcionários e comunidade em geral, tem sido no sentido de manter esta honrada instituição em pleno funcionamento, prestando serviços e oferecendo sempre o que há de melhor em termos de música à comunidade.
Ao longo de sua história, foram várias as diretorias que conduziram as atividades desenvolvidas no Conservatório. Dentre elas, foi notável o trabalho realizado pelo ex-diretor Milton de Lemos. No período de 1923 a 1954, o grande mestre reuniu seus esforços através da Sociedade de Cultura Artística (órgão do qual foi fundador) trazendo a Pelotas artistas consagrados no Brasil e no mundo. Grandes nomes como Arthur Rubinstein, Magdalena Tagliaferro, Guiomar Novaes, Andrés Segóvia, Francisco Mignone, entre outros, aqui se apresentaram e contribuíram para firmar e levar a imagem cultural de Pelotas para fora do Estado.
O Conservatório de Música completa este ano 98 anos de atividades ininterruptas no ensino, na pesquisa e extensão.
A importância do Conservatório de Música de Pelotas já foi atestada quando, em 26 de julho de 2004, foi promulgada a Lei nº 12.133 que o declarou integrante do Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul.
Também relevante observar que o Conservatório de Música de Pelotas foi uma das unidades que contribuíram para a existência da Universidade Federal de Pelotas, em 1969.