Um pouco de História:
O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (MCNCR) tem suas origens em coleções particulares de Carlos Ritter, doadas à Escola de Agronomia pela sua esposa em 1926.
Com a incorporação da Escola à UFPEL, o museu foi aberto ao público em 21 de maio de 1970, com sede no então prédio da reitoria, localizado em frente ao Mercado Central. Após oito anos em funcionamento, o museu é fechado, sendo reinaugurado apenas em 1988. Nesse período de fechamento (1978-1988), o acervo foi se deteriorando com o tempo, devido às condições inadequadas do local no qual foi armazenado. Tendo em vista essa situação, em 1982 o acervo passou por um processo de restauro, ocupando a sala que havia servido de biblioteca para a FAEM.
O museu foi inaugurado em 15 de setembro de 1988, na rua Felix da Cunha, 464. Contudo, o prédio não oferecia as condições de segurança necessárias, e dois anos depois, o Museu instalou-se em uma casa na rua Marechal Deodoro, 823, onde permaneceu até 2010. O museu realizava intensas atividades, além da exposição, com cursos de herpetologia, palestras sobre meio ambiente e preservação, acidentes com animais peçonhentos, educação ambiental, psicologia animal e avicultura, atendendo a cursos da UFPEL e da UCPEL. Também eram realizados atendimentos a prontos-socorros e clinicas, quanto a animais peçonhentos. Nessa época o museu possuía espécimes vivos de cobras e aranhas, expostos ao público e utilizados por instituições interessadas.
Após ter de sair da casa na rua Mal. Deodoro, por problemas estruturais, o MCNCR mudou-se para edificação na rua Barão de Santa Tecla, 576 onde permaneceu por nove anos. Hoje sua sede está localizada no Centro Histórico de Pelotas (Praça Coronel Pedro Osório, 01).
Sobre a reinauguração:
O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter da Universidade Federal de Pelotas foi reinaugurado em 13 de maio de 2019 no Casarão 1 da Praça Coronel Pedro Osório, na esquina da Félix da Cunha. Com várias atividades, o ato contou com a presença de um grande público, além de autoridades e familiares de Carlos Ritter.
Na cerimônia, o diretor do Museu, professor João Iganci, falou sobre o desafio de repensar o Museu ao assumir a direção em 2018, destacou o trabalho colaborativo com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento e salientou que “além da casa nova, o Museu terá novas exposições, novos olhares”, destacando a localização privilegiada e a proximidade com os demais Museus da Universidade, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo e o Museu do Doce.
Já o representante da Sociedade dos Amigos do Museu Carlos Ritter, fundada no dia 9 de maio de 2019, professor Roberto Hofmeister Pich, discorreu sobre a honra que sente em prestigiar a inauguração do Museu, tanto pelo fato de ser trineto de Ritter, como pelo fato de ser pelotense e, assim, ter orgulho da história que é contada pelo Museu. “É fundamental lembrar que além de cientista natural, Carlos Ritter era um industriário e empreendedor do ramo da cerveja. Além disso, era um líder comunitário e foi fundador da comunidade São João”, observou.
A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Marli Pires Morim, parabenizou as pessoas envolvidas na mudança e a equipe do Museu pela conquista. A pesquisadora ressaltou que além de testemunho do passado as peças expostas também permitem entender o presente. “Museu é memória, mas também é vida. Cada objeto exposto é único e em cada um deles existe uma história”, destacou.
O diretor do Instituto de Biologia, Luiz Fernando Minello, atentou para o fato do Museu estar voltando a ativa com força total. Segundo Minello, o Instituto de Biologia está realizando uma renovação nos serviços entre eles o Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre (NURFS), que já reabilitou cerca de 30 mil animais, o Herbário Pel e o Horto Botânico.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, Francisca Michelon, salientou a localização dos três museus da UFPel, “no coração da cidade”, chamando a atenção para a simbiose entre o acervo e o Casarão que foi restaurado para receber o Museu. Destacou também a alegria em participar do trabalho realizado para a mudança do Museu, “seja lá qual o trabalho a ser concretizado, se for feito com amigos é muito gratificante”, disse.
O vice-reitor, Luís Amaral, parabenizou os envolvidos no trabalho e destacou a importância dos museus na formação da comunidade acadêmica, bem como da população de Pelotas e região. “É uma satisfação para Universidade poder oferecer aos pesquisadores e à população de Pelotas e dos municípios vizinhos um acervo como este”, comemorou.
Após a cerimônia, ocorreu o descerramento de uma pintura representando Carlos Ritter e uma homenagem aos servidores do Museu através da entrega de uma placa para o servidor mais antigo da unidade, Adair da Fonseca. Na sequência, aconteceu a apresentação do projeto musical “Canção dos Bichos: rock & natureza”, produzido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte por meio do apoio técnico da Gestão Ambiental da BR-116 e BR-392. A iniciativa é uma ferramenta educativa e de entretenimento que tem como objetivo instigar a empatia e efetividade da comunidade pela biodiversidade local.
Foram inauguradas naquele dia três exposições, sobre aves, a coleção de borboletas, de Ceslau Maria Biezanko, e a novidade, um diorama expondo animais taxidermizados empalhados, em um ecossistema de bioma Pampa.
O Museu possui um acervo com mais de três mil itens, incluindo animais taxidermizados, insetos, fósseis, documentos históricos de Carlos Ritter e de Ceslau Biezanko.
Fonte: Portal UFPel
O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter reabriu aos visitantes na manhã do dia 10 de março de 2022
Após dois anos com as portas fechadas para o público externo, o Museu reinaugura a exposição sobre o Legado de Carlos Ritter e da família Ritter para a indústria cervejeira do Rio Grande do Sul. A exposição tem caráter histórico, explorando algumas das ações de Ritter na cidade de Pelotas, e foi organizada dentro das programações da Semana Nacional de Ciência & Tecnologia em 2020.
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