Baixe o Plano Museológico do MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS CARLOS RITTER – IB/UFPel – 2024 – 2028, na integra.
Missão: Conservar, documentar, pesquisar, comunicar e popularizar o patrimônio da área das ciências naturais, ou áreas correlatas, buscando o estímulo de forma dialógica à reflexão e ao pensamento crítico da sociedade com relação à importância da conservação da biodiversidade.
Visão: Ser uma referência para a pesquisa, conservação e divulgação da biodiversidade do bioma Pampa se caracterizando também como um centro de difusão da importância da conservação da biodiversidade e educação ambiental.
Valores:
- Compromisso com o meio ambiente;
- Compromisso com a dimensão social buscando cooperação com os diferentes setores e grupos sociais;
- Responsabilidade e ética no tratamento e salvaguarda das coleções sob tutela do Museu;
- Respeito à diversidade de públicos e comprometimento com a comunidade da Costa Doce;
- Gestão transparente e participativa com a valorização da equipe de trabalho.
Programa Institucional
Em razão de ser um museu da UFPel, o MCNCR se configura como uma instituição pública ligada ao governo federal. Isso reverbera em questões relacionadas à administração, como dotação orçamentária e contratação de funcionários, pois o museu se submete às normas que estão estabelecidas na instituição.
Com relação aos documentos que chancelam o seu funcionamento, não foi encontrado o documento de sua criação, havendo apenas o Estatuto da UFPel como documento que indica a criação do museu na instituição. Já a sua vinculação foi estabelecida por decisão do Conselho Universitário (CONSUN) da UFPel em reunião realizada em 26/11/1991, que vinculou o museu ao Instituto de Biologia, caracterizando-o como um órgão suplementar desta unidade.
O MCNCR é gerido por um chefe e um subchefe, professores do Instituto de Biologia, eleitos por votação direta. Os cargos de chefia são temporários e desenvolvidos em paralelo às demais atividades docentes. O museu possui um Conselho Técnico que se reúne esporadicamente, conforme há demandas. O quadro de funcionários do museu é constituído por quatro servidores e conta com o apoio técnico de um biólogo do IB uma vez por semana. Toda a gestão do museu segue o Regimento Interno da instituição, que foi reestruturado recentemente e passa pelas instâncias superiores de aprovação da Universidade.
As principais colaborações do museu se dão com professores da própria UFPel, mas outros professores de instituições parceiras também desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao museu. O museu tem sido parceiro da Prefeitura Municipal de Pelotas em atividades culturais relacionadas ao município.
O museu está instalado em ótima localização, em um prédio histórico que valoriza as ações de comunicação realizadas pela instituição. Entretanto, trata-se de um prédio alugado, não possuindo sede própria. Além disso, o prédio necessita de algumas adaptações para melhor comportar as atividades realizadas.
Programa de Exposições
O MCNCR possui três exposições de longa duração, dois espaços para exposições temporárias e realiza exposições itinerantes esporadicamente. As exposições de longa duração são as seguintes:
- Conheça e preserve o bioma pampa: localizada no hall de entrada do MCNCR, essa exposição é apresentada através de um diorama com a representação do bioma pampa, composto pela vegetação e animais típicos da região. Essa exposição é acompanhada de um pequeno texto de apresentação que versa sobre o tema.
- Salão das Aves: A sala principal do museu abriga uma grande exposição de acervo ornitológico. A exposição não possui nome, mas a sala é denominada Salão das Aves. Parte do acervo está exposta em onze vitrines (cerca de 400 aves), e outra parte está exposta na parede sobre pequenos suportes de madeira (um para cada ave), formando um cladograma que mostra a evolução das aves. As aves que estão nas vitrines são acompanhadas de legenda, e o cladograma é complementado com uma plotagem na parede que possui um pequeno texto de apresentação.
- Ceslau Maria Biezanko: um colecionador de insetos: No corredor há a exposição sobre Ceslau Maria Biezanko, que foi professor e pesquisador da área entomológica na Faculdade de Agronomia da UFPel. Em exposição encontram-se diversos lepidópteros dentro de caixas entomológicas, e há uma plotagem na parede com um pequeno texto sobre o professor.
Há ainda no museu outros elementos expositivos que também se caracterizam por permanecerem por períodos mais longos em exposição, como no hall de entrada, em que há um quadro representando Carlos Ritter, patrono do museu, acompanhado de um texto de apresentação, o esqueleto de um golfinho nariz de garrafa pendurado no teto do corredor e um mosaico de insetos e três caixas envidraçadas de aves que pertenceram à Ritter. Há outros elementos expositivos na escadaria que leva ao andar superior e, também, no andar superior, mas estas partes não são abertas ao público, que, em geral, apenas acessa o local para fazer uso da sala de aula localizada nesse pavimento. Os espaços expositivos necessitam de melhorias para que o acervo seja melhor comunicado ao público.
O museu conta ainda com as salas de exposição temporária 01 e 02, que recebem exposições variadas, frequentemente utilizadas para atividades da comunidade acadêmica. Além disso, é bastante comum a participação do MCNCR em atividades externas, levando um pouco do que ocorre não só no interior do museu, mas também o que ocorre no âmbito da universidade para atividades que extrapolam os muros do seu local físico.
.Programa Educativo e cultural
Tendo em vista a temática do museu, o principal assunto tratado nas atividades de ação educativa desenvolvidas pelo MCNCR se relaciona com as ciências naturais, buscando esclarecer questões e aproximar a sociedade de tópicos como a importância da biodiversidade e da preservação ambiental. No entanto, o museu tem buscado promover ações mais integradoras que dialoguem com as diferentes questões sociais buscando desempenhar um papel mais ativo nos dilemas atuais que envolvem a sociedade.
O MCNCR conta com visitas mediadas realizadas por alunos de diversos cursos da UFPel que fazem estágio obrigatório ou que atuam como extensionistas voluntários, o que se caracteriza como uma excelente forma de estabelecer um diálogo com público visitante buscando difundir a narrativa com a qual o museu trabalha.
O fato de o MCNCR ser um museu universitário facilita o desenvolvimento de atividades educativas, tendo em vista que professores e alunos utilizam com frequência os ambientes da instituição, e o próprio Museu também é receptivo às propostas que chegam das diferentes áreas do conhecimento que se utilizam do espaço.
Além disso, o MCNCR promove exposições, participa de eventos e desenvolve atividades em datas comemorativas, sempre buscando manter um caráter socioambiental, estando alinhado com o objetivo do museu. Essa variedade de ações permite maior contato com um público variado, buscando fazer com que o discurso seja difundido de forma mais ampla.
Programa de Pesquisa
Os museus são locais propícios para a realização de pesquisas, visto que “as coleções e acervos, enquanto suportes de informação são fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas nas diferentes áreas de conhecimento” (BRUNO, 1997, p. 49). Isso se torna ainda mais evidente nos casos dos museus universitários. Além disso, há ainda a pesquisa de público, que se configura como um importante instrumento para avaliar a quantidade, o perfil e a recepção do público com relação às atividades propostas pelo MCNCR. Em razão disso, as atividades de pesquisa realizadas no MCNCR foram divididas em três modalidades: as pesquisas internas do museu, que servirão para coletar informações que irão subsidiar as exposições (tanto as novas quanto as de longa duração), as pesquisas realizadas por pesquisadores externos e as pesquisas de público.
Programa Socioambiental
Embora a principal função dos museus seja caracterizada pela coleta, salvaguarda e comunicação dos bens patrimoniais, o compromisso das instituições museológicas contemporâneas com a sociedade reverbera na necessidade de uma atuação mais proativa com relação aos problemas que permeiam a atualidade. Sendo assim, os desafios com relação ao meio ambiente devem ser debatidos dentro desses espaços, independente da tipologia do museu. No entanto, os museus de ciências naturais como um todo, por suas características particulares, possuem uma aproximação maior com o tema, o que proporciona um grande potencial para o desenvolvimento de ações de educação ambiental. A partir do acervo do museu e das exposições realizadas é possível abordar a questão socioambiental, buscando ter um impacto social com relação ao assunto que é muito relevante da atualidade.
O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter reabriu aos visitantes na manhã do dia 10 de março de 2022
Após dois anos com as portas fechadas para o público externo, o Museu reinaugura a exposição sobre o Legado de Carlos Ritter e da família Ritter para a indústria cervejeira do Rio Grande do Sul. A exposição tem caráter histórico, explorando algumas das ações de Ritter na cidade de Pelotas, e foi organizada dentro das programações da Semana Nacional de Ciência & Tecnologia em 2020.
Veja vídeo: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (@museucarlosritterufpel) • Fotos e vídeos do Instagram
Sobre a reinauguração:
O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter da Universidade Federal de Pelotas foi reinaugurado em 13 de maio de 2019 no Casarão 1 da Praça Coronel Pedro Osório, na esquina da Félix da Cunha. Com várias atividades, o ato contou com a presença de um grande público, além de autoridades e familiares de Carlos Ritter.
Na cerimônia, o diretor do Museu, professor João Iganci, falou sobre o desafio de repensar o Museu ao assumir a direção em 2018, destacou o trabalho colaborativo com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento e salientou que “além da casa nova, o Museu terá novas exposições, novos olhares”, destacando a localização privilegiada e a proximidade com os demais Museus da Universidade, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo e o Museu do Doce.
Já o representante da Sociedade dos Amigos do Museu Carlos Ritter, fundada no dia 9 de maio de 2019, professor Roberto Hofmeister Pich, discorreu sobre a honra que sente em prestigiar a inauguração do Museu, tanto pelo fato de ser trineto de Ritter, como pelo fato de ser pelotense e, assim, ter orgulho da história que é contada pelo Museu. “É fundamental lembrar que além de cientista natural, Carlos Ritter era um industriário e empreendedor do ramo da cerveja. Além disso, era um líder comunitário e foi fundador da comunidade São João”, observou.
A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Marli Pires Morim, parabenizou as pessoas envolvidas na mudança e a equipe do Museu pela conquista. A pesquisadora ressaltou que além de testemunho do passado as peças expostas também permitem entender o presente. “Museu é memória, mas também é vida. Cada objeto exposto é único e em cada um deles existe uma história”, destacou.
O diretor do Instituto de Biologia, Luiz Fernando Minello, atentou para o fato do Museu estar voltando a ativa com força total. Segundo Minello, o Instituto de Biologia está realizando uma renovação nos serviços entre eles o Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre (NURFS), que já reabilitou cerca de 30 mil animais, o Herbário Pel e o Horto Botânico.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, Francisca Michelon, salientou a localização dos três museus da UFPel, “no coração da cidade”, chamando a atenção para a simbiose entre o acervo e o Casarão que foi restaurado para receber o Museu. Destacou também a alegria em participar do trabalho realizado para a mudança do Museu, “seja lá qual o trabalho a ser concretizado, se for feito com amigos é muito gratificante”, disse.
O vice-reitor, Luís Amaral, parabenizou os envolvidos no trabalho e destacou a importância dos museus na formação da comunidade acadêmica, bem como da população de Pelotas e região. “É uma satisfação para Universidade poder oferecer aos pesquisadores e à população de Pelotas e dos municípios vizinhos um acervo como este”, comemorou.
Após a cerimônia, ocorreu o descerramento de uma pintura representando Carlos Ritter e uma homenagem aos servidores do Museu através da entrega de uma placa para o servidor mais antigo da unidade, Adair da Fonseca. Na sequência, aconteceu a apresentação do projeto musical “Canção dos Bichos: rock & natureza”, produzido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte por meio do apoio técnico da Gestão Ambiental da BR-116 e BR-392. A iniciativa é uma ferramenta educativa e de entretenimento que tem como objetivo instigar a empatia e efetividade da comunidade pela biodiversidade local.
Foram inauguradas naquele dia três exposições, sobre aves, a coleção de borboletas, de Ceslau Maria Biezanko, e a novidade, um diorama expondo animais taxidermizados empalhados, em um ecossistema de bioma Pampa.
O Museu possui um acervo com mais de três mil itens, incluindo animais taxidermizados, insetos, fósseis, documentos históricos de Carlos Ritter e de Ceslau Biezanko.
Fonte: Portal UFPel
Endereços anteriores
Em sua trajetória institucional o museu e passou por diferentes sedes ao longo da sua história. Primeiro esteve no prédio da antiga Escola Eliseu Maciel – LICEU (em frente ao Mercado Público), em 1978 fica fechado até 1988, quando reabre ao público na Rua Félix da Cunha. Posteriormente sua sede esteve nos seguintes endereços:
Rua Marechal Deodoro de 1990 a 2010;
Felix da Cunha, 464
Rua Barão de Santa Tecla de 2010 a 2019;
Praça Coronel Pedro Osório (atual).