Escritora promove oficina on-line de escrita criativa

A professora Patrícia Silveira realiza “Projeto Livro”, que ocorre na internet a partir desta semana     

Por Victória Silva    

Nesta terça-feira, dia 16 de julho, a dramaturga, escritora e professora Patrícia Silveira dá início à oficina on-line de escrita criativa “Projeto Livro”. Vencedora da categoria principal do Prêmio Açorianos de Literatura 2023, “Livro do Ano”, e da categoria “Dramaturgia”, com a coletânea de quinze textos teatrais “Liberdade”, a autora propõe um espaço para compartilhar conhecimentos, inspirações e técnicas com aqueles que desejam transformar suas ideias em palavras. O curso, que ocorre de julho a setembro, é voltado tanto para iniciantes quanto para autores que já publicaram.

 

      Patrícia conquistou dois prêmios na cerimônia do Prêmio Açorianos de Literatura 2023: “Livro do Ano” e “Dramaturgia” por “Liberdade”       Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

 

Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) com especialização em Escrita Criativa, Patrícia é uma escritora versátil. Transitando entre a literatura, principalmente a poesia, e o teatro, ela é autora dos livros “Caminho para Luamar” (Editora Patuá), “Em um tempo aberto”, “Camille no exílio” (ambos publicados pela EdiPUCRS), “Estranhas ficções de tempo, morte e utopia” (Editora Buqui) e “Liberdade” (Concha Editora). Este último é resultado de um trabalho em conjunto do Coletivo As DramaturgAs, do qual Patrícia é colaboradora e idealizadora.

Na coletânea “Liberdade”, ela assina o texto dramatúrgico “Galeria Cassandra”, que mergulha na fonte da mitologia grega e da literatura ocidental, trazendo uma nova interpretação de figuras femininas icônicas das tragédias teatrais. Os outros textos são escritos pelas integrantes do coletivo, que atualmente conta com 15 membros.

 

Patrícia traz sua experiência no mercado literário para a oficina              Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

 

A oficina “Projeto Livro” abordará desde a criação da narrativa e da sinopse até a escolha do título e o processo de publicação. As aulas, em formato virtual, serão ministradas de forma interativa, desenvolvendo exercícios práticos e discussões em grupo, além de muita leitura. Serão oito sessões ao vivo, com encontros semanais de duas horas, toda terça-feira, às 19h, pelo Google Meet. O curso começa nesta terça-feira, 16 de julho, e terminará na terça-feira, 3 de setembro.

“Eu vejo que a minha paixão é o processo de criação, é pensar caminhos para o trabalho de escrita. Sempre me voltei para isso”, compartilhou Patrícia. “É um trabalho, às vezes, muito solitário”.

Foi pensando nisso que surgiu a oficina, visando promover essa troca de experiências. “Poder estar com pessoas que estão voltadas para isso, enriquece muito o nosso universo, poder pensar em outras formas, outros exemplos, outras referências”, disse Patrícia. “Vou falar o que é pesquisa em arte, como que uma pessoa que escreve se organiza. Tudo isso eu vou expor de forma bem livre, trazendo espaço para a subjetividade, porque a arte trabalha com questões subjetivas”.

As inscrições são realizadas através da plataforma Sympla, com número de vagas limitado. O custo para participar da oficina é de R$ 680,00. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo perfil da escritora no Instagram

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Encerramento do Diário Popular de Pelotas: Um adeus a 133 anos de história

Um dos mais antigos jornais do Brasil, interrompe suas atividades, marcando o fim de uma era na comunicação regional         

Por Vanessa Oliveira          

 

Fundado em 1890, o Diário Popular de Pelotas foi o principal jornal diário da Região Sul. Uma triste notícia foi o anúncio de sua última edição no dia 12 de junho. Ao longo de 133 anos, cobriu eventos históricos importantes, crises políticas e mudanças sociais significativas. No seu início, teve como destaque a publicação de textos do escritor João Simões Lopes Neto. Tornou-se uma referência por acompanhar atentamente, por mais de um século, as rotinas e novidades nos âmbitos social, político, econômico, cultural e esportivo da cidade de Pelotas e região.

Testemunha da história, o Diário Popular foi até este ano o jornal mais antigo do Rio Grande do Sul e o terceiro do Brasil com circulação diária ininterrupta. Sua trajetória está diretamente ligada ao desenvolvimento de Pelotas e região. Circulou em todos os municípios da Zona Sul do Estado. Sua versão online alargou o seu alcance, com a cobertura dos principais fatos da região, do Estado, do Brasil e do mundo. Contou com a maior equipe de jornalistas profissionais do sul do Estado, produzindo conteúdos sobre as cidades, economia, política, segurança, agronegócio, esportes, cultura e entretenimento.

 

Publicação do Instagram oficial do Diário Popular

 

Ao longo destes 133 anos, passou por inúmeras mudanças. Em abril de 2020, por exemplo, teve uma reformulação gráfica e ganhou cor em todas as páginas, quando os públicos já acompanhavam as notícias tanto no impresso quanto no formato digital. Enquanto no impresso a população tinha acesso a informações exclusivas, no site e nas redes – com mais de 215 mil seguidores – foi privilegiada a instantaneidade. Nesse momento, foi acertado um acordo operacional com a Gráfica Uma, do grupo RBS, que imprime os jornais Zero Hora e Diário Gaúcho. O Diário Popular desativou a sua rotativa própria e passou a usufruir do equipamento da nova parceria.

Um dos principais motivos para o encerramento do jornal inclui questões financeiras significativas. Em carta à comunidade publicada no Diário Popular, Virgínia Fetter, diretora-superintendente do Jornal escreveu: “A pandemia de 2020 agravou ainda mais a situação, mas continuamos lutando por nossos leitores… O jornal impresso é um documento valioso e caro. Além disso, enfrentamos desafios ambientais complexos, como as crises climáticas no Rio Grande do Sul”.

Os jornais do Rio Grande do Sul precisaram fazer adaptações difíceis devido à maior enchente já registrada no Estado. Os veículos gaúchos ampliaram as coberturas, reforçaram as edições digitais e liberaram os acessos, sem exigência de pagamento de assinaturas na ocasião.

Devido às enchentes, que atingiram centenas de cidades gaúchas, diversos veículos impressos do Estado tiveram dificuldades para a impressão e entrega das versões físicas, como foi o caso do Diário Popular. Suas edições em papel deixaram de circular desde o dia 6 de maio, quando o parque gráfico da RBS, onde vinham sendo impressas, foi obrigado a paralisar seus serviços. O próprio jornal Zero Hora, da RBS, teve de encontrar alternativas com a colaboração de outras empresas. Também houve dificuldades para a entrega das assinaturas do Diário Popular, pois muitas regiões estavam alagadas em Pelotas, em função da cheia da Lagoa dos Patos.

 

Redação funcionou na rua Quinze de Novembro no bairro Centro de Pelotas

 

Segundo Lucas Kurz, ex-editor do jornal, o anúncio do encerramento foi realizado primeiramente para os gestores da redação e, três horas depois, para toda a equipe, marcando um momento significativo na história do jornalismo local. Ele acredita que a mudança no consumo de notícias, com migração para plataformas digitais não tenha sido um dos motivos que afetou o jornal, já que o Diário Popular também oferecia edições digitais.

Para Lucas, o legado do Diário Popular de Pelotas para o jornalismo local e regional é vasto. “O DP foi o primeiro rascunho de boa parte da história. Quase todos os fatos relevantes da história do município foram registrados por lá. Para o jornalismo, certamente, foi o lar de formação de muitos talentos e um fiscal atento às questões de relevância da região,” descreve. Trabalhar em um jornal com uma história tão rica e longa foi qualificado por Lucas Kurz como uma “vivência espetacular”.

 

A história e a contribuição do Diário Popular para a comunidade de Pelotas permanecerão como um testemunho de sua importância e impacto duradouro

 

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Curso “Feltro em Histórias” promove integração entre literatura infantil e costura

Atividades ocorrem na cidade do Rio Grande com parceria da loja Art’Evidência e a Secretaria de Município de Cultura, Esporte e Economia Criativa      

Por Victória Silva        

 

A proposta do curso é criar bonecos e fantoches de feltro, a partir de histórias infantis    Fotos: Victória Silva

 

Explorar a criatividade e as habilidades de cada participante para dar vida a histórias infantis através da costura em feltro é o objetivo do curso “Feltro em Histórias”. A proposta é que, ao final das atividades, os inscritos confeccionem bonecos e fantoches de feltro, que serão exibidos em uma mostra pública e, posteriormente, doados para instituições ou projetos sociais da cidade. Esta realização é resultado de uma parceria entre a loja Art’Evidência e o Setor de Literatura da Secretaria de Município de Cultura, Esporte e Economia Criativa (SMCEEC) da Prefeitura Municipal do Rio Grande. Tem o apoio da Câmara do Comércio da Cidade do Rio Grande.

No dia 13 de junho, a Câmara do Comércio da Cidade do Rio Grande deu início às atividades da primeira turma do curso. Haverá quatro encontros no total, programados também para os dias 11 de julho, 15 de agosto e 12 de setembro, sempre das 9h às 11h45min. Entre uma sessão e outra, os participantes recebem orientações das coordenadoras da oficina, Carla da Silva e Isabela Sartori, artesãs da Art’Evidência, ao lado de Luciana Gepiak, responsável pelo Setor de Literatura da SMCEEC.

Esta é a segunda colaboração entre o grupo rio-grandino de artesãs e a Prefeitura. A primeira ocorreu com o projeto “Historiar: ler e bordar”, iniciado em novembro de 2022, focado na interpretação da literatura escrita por autoras mulheres por meio do bordado livre.

E foi no “Historiar: ler e bordar” que surgiu a ideia de usar feltro, conforme explicou Carla da Silva: “O projeto com o feltro surgiu de uma ideia de uma aluna do projeto do bordado. A gente sempre quer relacionar o artesanato com a literatura, que é o propósito do projeto. Escolhemos, a princípio, para este ano, histórias infantis”.

 

Nesta primeira edição, as histórias infantis são as referências para o artesanato em feltro

 

“A expectativa é que todo mundo consiga interagir”, disse Isabela Sartori. Para ela, trabalhar com feltro é mais fácil do que com bordado, o que explicaria o interesse maior pela oficina.

Durante a primeira sessão, as participantes tiveram uma aula introdutória e também um momento para se apresentar. Elas conheceram uma variedade de livros infantis, os quais foram usados como referência na criação das personagens, sendo esse primeiro encontro dedicado à elaboração dos moldes para a costura.

 

Participantes utilizaram o primeiro encontro para confeccionar os moldes para a costura das personagens

 

Entre os participantes está Maristela Bueno, artesã e costureira, também integrante do projeto “Historiar: ler e bordar”. “A Carla [da Silva] é uma amiga de anos, ela me convidou para este grupo. Pouco trabalhei com feltro, já fiz alguma coisinha, mas pouco trabalhei. E o que me interessa é que é um grupo de pessoas que trocam ideias. Acho que vai ser bem legal este curso, estou gostando muito”.

O curso “Feltro em Histórias” é gratuito e com vagas limitadas. Para obter mais informações e checar a disponibilidade de vagas, o contato pode ser realizado por meio do e-mail setordeliteraturarg@gmail.com ou pelo telefone (53) 32312842.

 

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Evento cultural para ajudar comunidades atingidas pela enchente em Pelotas neste sábado

O “Solidariedade na Rua” acontece na Praça Coronel Osório no dia 8 de junho com música, oficinas, venda de alimentos e feira de adoção de animais

 

 

Para amenizar as graves dificuldades por que passam aqueles atingidos pela enchente, o movimento Solidariedade na Rua, fomentado por sindicatos e movimentos sociais, promove um evento cultural neste sábado, dia 8 de junho, em Pelotas. Contará com atrações musicais, oficinas, atividades, feira de adoção de animais e banquinhas para exposição e venda de itens, como livros, alimentação e bebidas. Toda a renda dos itens comercializados será revertida para as ações em apoio às pessoas atingidas. O evento ocorre na Praça Coronel Pedro Osório, com início às 10h e final previsto para às 17h.

Hellena Vieira, uma das organizadoras, diz que a ideia é a fortalecer as ações solidárias. “A gente lançou esse evento para dar visibilidade e mostrar o trabalho da sociedade civil organizada, dos sindicatos, dos movimentos sociais, dos coletivos e partidos”, explica. A organizadora destaca, ainda, a importância da busca por recursos. “Apesar de as coisas, aos poucos, estarem voltando ao normal, as pessoas que foram atingidas vão demorar um tempo para se restabelecerem e a gente vai precisar tanto de fundos, quanto de comida para auxiliar essas pessoas”, afirma.

 

                      Missão humanitária na Colônia Z-3 com união da Defesa Civil Municipal de Pelotas e Angra dos Reis/RJ                Foto: Gustavo Vara/Prefeitura de Pelotas

 

O evento tem apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), 8M Pelotas, Instituto Mario Alves (IMA) e Armazém do Campo. A arrecadação de fundos será feita a partir da venda de livros do IMA e de alimentos e bebidas doados e preparados por voluntários. Ao longo do dia, haverá uma banca para recebimento de doações de materiais de higiene pessoal, limpeza e ração para animais domésticos.

Hellena destaca a importância e as diferentes razões que levaram o movimento a promover o Solidariedade na Rua. “A gente está com essa expectativa de arrecadar mais fundos, além de ter um espaço para ajudar os animais a serem adotados e, no meio de tudo isso, promover essa ação cultural”, anuncia.

Mais detalhes do Solidariedade Pelotas estão sendo divulgados nas redes sociais no Instagram, no TikTok  e no Facebook

 

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Apresentação do filme “A Queda do Céu” em Cannes fortalece cinema indígena

Documentário apresentado no festival francês com base no livro de Davi Kopenawa marca produção com perspectiva genuína em constante crescimento       

Por Vanessa Oliveira                  

A câmera na mão de um indígena é uma arma poderosa. Ela não só captura imagens, mas também histórias identidades e resistências. Ao filmar nossa própria história, nós, povos indígenas reescrevemos o passado e moldamos o futuro” (Takumã Kuikuro, cineasta indígena).

 

Cartaz do Filme A Queda do Céu, selecionado para estreia em Cannes. Foto: Aruac Fillmes

 

Nos últimos anos, a produção cinematográfica indígena tem ganhado crescente visibilidade, destacando-se como uma voz autêntica e indispensável dentro do panorama cultural global. Filmes produzidos por cineastas indígenas oferecem uma perspectiva interna e genuína sobre suas comunidades, rompendo estereótipos e preconceitos frequentemente perpetuados por produções externas. Esses cineastas utilizam o cinema não apenas como uma ferramenta de expressão artística, mas também como um meio de preservação cultural e resistência política, afirmando suas identidades e reivindicando direitos e reconhecimento. Um dos marcos recentes de reconhecimento da cinematografia com temáticas e criações indígenas foi a exibição do filme “A Queda do Céu”, na Quinzena dos Realizadores, dia 17 de maio, no Festival de Cannes, na França.

A visibilidade da produção cinematográfica indígena não só enriquece o cenário cultural, mas também contribui para uma maior inclusão e representação das diversidades étnicas no cinema mundial. Este movimento abre caminho para uma indústria cinematográfica mais plural e democrática, na qual todas as vozes têm a oportunidade de serem ouvidas e celebradas.

Os filmes indígenas abordam uma ampla gama de temáticas que refletem as experiências, lutas e aspirações das comunidades indígenas. Essas temáticas são essenciais para a compreensão das complexidades culturais e sociais enfrentadas por esses povos.

Filmes como “A Queda do Céu” e “A Flor do Buriti’ exemplificam essa tendência, trazendo à tona narrativas que antes eram marginalizadas ou distorcidas.

“A Queda do Céu”, apresentado no Festival de Cannes em 2024, é um documentário dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. O filme aborda a Amazônia e os indígenas Yanomamis e é centrado na festa de Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami. A cerimônia reúne centenas de parentes falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e, assim, colocá-lo em esquecimento. Essa produção foi baseada no livro homônimo de Bruce Albert e Davi Kopenawa.

 

Davi Kopenawa, xamã yanomami e autor do livro “A Queda do Céu”          Foto: Bruno Kelly/ Amazônia Real

 

No ano passado, “A Flor do Buriti”, de Renné Nader Messora e João Salaviza, recebeu o Prix D’ensemble na mostra “Um Certo Olhar” em Cannes. Esse filme fala da resistência do povo Krahô do norte de Tocantins. Sônia Guajajara, atualmente ministra dos Povos Indígenas, participa do longa.

 

 

Além dos grandes festivais internacionais, há um crescimento significativo de festivais dedicados exclusivamente ao cinema indígena, como o Festival de Cinema Indígena de Gramado, que oferece uma plataforma crucial para cineastas indígenas apresentarem suas obras e conectarem-se com audiências locais e internacionais.

A produção cinematográfica indígena contemporânea está em plena expansão, com um crescente reconhecimento e apoio local quanto internacionalmente. Esse movimento não apenas enriquece o panorama cinematográfico global, mas também fortalece a identidade cultural e a voz política das comunidades indígenas, permitindo-lhes contar suas próprias histórias de forma autêntica e impactante.

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Artistas gaúchos se mobilizam para enfrentar efeitos das enchentes

Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões, Associação dos Músicos e Casa do Artista Riograndense fazem campanhas     

Além das milhares de pessoas que terão de reconstruir suas casas, histórias e vidas, várias instituições culturais do Estado, que buscam justamente resguardar o passado e as identidades da coletividade, estão sofrendo com os danos causados pela enchente. É o que acontece em Porto Alegre, com o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que teve de realizar uma operação para garantir a segurança das obras do seu acervo, e a Casa de Cultura Mário Quintana, uma referência para a exibição de filmes de arte, que teve avarias com as inundações nas suas salas de cinema. Também os artistas estão sofrendo diretamente. Para tentar amenizar a gravidade do momento vivido, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões, a Associação dos Músicos e a Casa do Artista Riograndense lançaram propostas voltadas ao setor.

Representativo do que enfrenta a área da produção artística, é o Circo Ronaldo D’Itália, que é o lar e o local de trabalho de um grupo de artistas. Ficou com toda a sua estrutura debaixo d’água, no bairro Mathias Velho, na cidade de Canoas, onde faria uma temporada de apresentações. Não só os artistas tiveram de refugiar em abrigos e casas de amigos, mas ainda o seu próprio público está sofrendo destes problemas.

 

Inundações começaram a atingir Casa de Cultura Mário Quintana no dia 3 de maio

 

A campanha Contrate um Artista foi iniciada pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões (Sated-RS). A proposta é que organizadores de eventos de outros estados trabalhem com artistas gaúchos enquanto a enchente e os seus efeitos prosseguirem, pois a maioria dos shows e espetáculos vem sendo cancelada na região.

O Sated está criando um cadastro no seu site para que os artistas do Rio Grande do Sul possam ser contatados por empresas de fora do Estado que queiram   participar da campanha. O sindicato também está angariando doações por Pix através da chave 90.747.635/0001-40 (CNPJ).

Está sendo promovida uma ação de solidariedade pela Associação de Músicos do Rio Grande do Sul (Assmurs). Os artistas que ainda conseguem dar prosseguimento à sua agenda de shows nacionais ou que, de alguma maneira, consigam se reinventar, estão sendo convidados a ajudar aqueles que passam por maiores dificuldades. Conforme a entidade, cerca de 30 mil músicos vivem no Estado.

A Casa do Artista Riograndense (Rua Anchieta 280, bairro Glória, em Porto Alegre) que oferece moradia para aqueles com idade avançada, está coletando doações de cestas básicas. Contatos podem ser feitos pelo Instagram.

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KIKI: O Sagrado Ritual da Resistência do povo indígena Kaingang

Celebração está sendo retomada desde 1970 e é uma poderosa manifestação da cultura, ancestralidade e força espiritual        

Por Vanessa Oliveira      

O Kiki é um ritual sagrado de culto aos mortos realizado pelo povo indígena kaingang, que habita principalmente as regiões sul e sudeste do Brasil. No período pré-colonial, esse ritual envolvia cânticos, danças, bebidas, uso de instrumentos musicais e era conduzido por líderes espirituais conhecidos como “kuiâs”. Tinha como objetivo fornecer a quem falece uma boa transição ao numbê (o mundo dos mortos). Entretanto, com a colonização do Brasil, o ritual foi interrompido devido à catequização forçada dos indígenas. Na década de 1970, os kaingangs da região Sul e do estado de Santa Catarina, principalmente, retomaram o ritual como forma de resistência cultural e identitária. Por muitos anos a cerimônia deixou de ser realizada.

No ritual, são feitas pinturas pelos corpos e rostos dos que irão participar. O Kiki demonstra a associação das metades kamé e kairu. Cada metade possui motivos faciais específicos: os kamé pintam-se com “riscos” e os kairu com “pontos”. Uma metade realiza a cerimônia para o falecido da metade oposta. Kamé sempre vai na frente do kairu. Ele é considerado o “mais forte” para se relacionar com os espíritos.

Segundo a pesquisadora Juracilda Veiga, no seu artigo “Cosmologia Kaingang e suas práticas rituais”, uma vez desencadeado o processo da realização do ritual ele não pode ser interrompido até o seu final. As etapas são: coletar os alimentos necessários, derrubar o pinheiro, colocar a bebida para fermentar, chamar os convidados e realizar a festa. A preparação da bebida usada no ritual leva mais de 10 dias e é preparada dentro do tronco de um pinheiro. Os rostos são pintados, definindo-se duas metades: kamé e kairu. Os rezadores kuiâs e auxiliares vão à mata escolher a árvore. Lá eles cantam para enfraquecer o espírito do pinheiro que servirá à cerimônia. Isso corresponde à ideia geral de que o espírito sustenta o corpo ou a vida.

 

 

Kuiâs praticando o ritual em torno do cocho com a bebida Kiki na Aldeia Condá  (2011)     Foto: Jaisson Teixeira Lino

 

Vinícius Casemiro da Silva Trindade, jovem indígena da Aldeia Condá, nunca participou do ritual e só conheceu a história contada pelos mais velhos da comunidade. Ele relata que, nessa cerimônia, havia danças e cantos pela perda de seus anciãos da aldeia, também havia bebidas como uma forma de homenagear os mortos. “É proibido levar crianças para essa festa, pois as almas das crianças são muito fracas para participar. Quando uma criança adoece, os pais da criança devem chamar repentinamente pelo nome indígena da criança até ela voltar ao seu próprio corpo”, descreve.

Jorge Kagnãg Garcia foi um dos últimos kuiâ (líder espiritual) kaingang da Terra Indígena de Nonoai onde realizava o ritual. O ancião faleceu aos 102 anos de idade, no dia 9 de janeiro deste ano, deixando importantes ensinamentos culturais para todo o povo kaingang.

 

Jorge Kagnãg Garcia (ancião do povo Kaingang)        Foto: Billy Valdez/memoriaterritorioeperseguicao.wordpress.com/

 

A neta de Jorge, Marizete Jakaj Garcia, recorda: “O ritual acontecia todos os anos. O processo de preparação da bebida durava 10 dias e era feita somente pelos kuiâs. Era fermentada e, no último dia, era servida para os membros da comunidade, uma quantia específica para cada um, conforme a sua marca “clânica”. O ritual é cheio de regras, a bebida é feita de flores, mel, entre outras ervas medicinais que só o ancião sabia e não podia revelar”.

Claudemir Moreira Vaz, terapeuta ocupacional da Aldeia Indígena Serrinha localizada no município de Ronda Alta (RS), relata que: “A bebida continha um teor alcoólico, além disso, os mais antigos contam que quando a aldeia ou várias aldeias apresentavam grande número de enfermidades – epidemias – e mortes frequentes, fazia o kiki, consumia e chamava os mortos/espíritos para fazer uma limpeza na aldeia. Outros dizem que se tomava para conversar com os que já se foram, são vários contos sobre o kiki,” afirma.

A busca por reconectar os mais velhos das comunidades kaingangs com o ritual completo do kiki, aliada ao desejo dos jovens, como o de Vinícius e Marizete, de vivenciarem essa tradição ancestral, ressalta a importância da preservação cultural e da transmissão intergeracional de conhecimento.

Este anseio não apenas fortalece a identidade, mas também enriquece a compreensão e valorização das práticas culturais indígenas, promovendo um diálogo intercultural e significativo em nossa sociedade.

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Do palco para o cinema: Teatro dos Gatos Pelados participa de filme gravado em Pelotas

“Passaporte Memória”, uma produção da Atama Filmes de Porto Alegre, teve algumas gravações na cidade e contou com a participação de 12 alunos do Colégio Pelotense no elenco       

Por Felipe Boettge       

 

Equipe do filme Passaporte Memória selecionou estudantes que praticam artes cênicas     Foto: Divulgação/Atama Filmes

 

Com a passagem da produção de “Passaporte Memória” um filme produzido pela Atama Filmes e dirigido pelo diretor Décio Antunes, a cidade de Pelotas e o Colégio Municipal Pelotense foram escolhidos como cenário para algumas de suas locações, em uma das etapas de gravação, devido à sua arquitetura. O filme também terá cenas gravadas em Porto Alegre e em Paris. Para o filme, foram feitas diversas seletivas e entrevistas, convidando atores de toda a cidade. Dentre esses, 12 alunos do Colégio Pelotense tiveram papéis dentro da produção, com Gabriel Ferreira, de 16 anos, realizando o papel do protagonista na sua juventude. Além dele, os outros alunos participaram como figurantes e em outros papéis dentro da produção.

O Teatro dos Gatos Pelados, atualmente, é uma iniciativa do LADRA, o Laboratório de Dramaturgia do curso de Teatro da UFPel, que, em conjunto com o Colégio Municipal Pelotense e o professor de História e coordenador do grupo, Joaquim Dias, coordena o grupo de teatro desde 2021. Existiu primeiramente em formato de EAD e, a partir de 2022, presencialmente, com duas turmas. Uma com alunos mais novos pela manhã e outra com adolescentes pela tarde, possuindo em média 29 estudantes frequentando o grupo entre as duas turmas.

O número de participantes varia muito conforme a época do ano ou a situação escolar dos alunos, como nos conta o professor Joaquim: “No final do ano, acaba diminuindo [a quantidade de alunos], mas tem muitas variáveis, como quem pega o programa Jovem Aprendiz, quem está estudando pro IFSul, está preocupado com o PAVE ou o ENEM e, aí, a gente respeita. A ideia é ser uma atividade extracurricular, mas que não atrapalhe a vida estudantil e profissional deles”.

 

Alunos e professores do Teatro dos Gatos Pelados unidos pela paixão dos palcos    Foto: Divulgação

 

Teatro do Colégio Pelotense desde 1905

Historicamente, o teatro no Colégio Municipal Pelotense é algo que surge desde muito cedo, com registros desde 1905. A atividade teatral sempre fez parte da escola. Mas, só a partir de 1963, a formação de um grupo mais forte e estruturado aconteceu através do Grêmio Estudantil da época. Dessa forma, o teatro teve nesse período a sua época de ouro, com alguns dos momentos de maior reconhecimento e participação em festivais municipais, estaduais e nacionais até 1973, chegando até mesmo a ser premiado. Porém, o grupo acaba sofrendo várias interrupções e intervalos durante os anos até se desfazer em 2002. Apesar de ainda haver algumas iniciativas nesse sentido através de festas juninas ou trabalhos escolares.

Dessa maneira, a presença de teatro nas escolas e na vida desses alunos desde cedo cumpre um papel incrível para a socialização e autoconhecimento. Algo acontece em conjunto com a UFPel e conta com a vitalidade das professoras que fazem parte do projeto para uma maior conexão com os estudantes e com as suas dificuldades e anseios. Bárbara Nunes, estudante da UFPel e professora do Teatro dos Gatos Pelados, acrescenta: “É sempre muito rica a maneira como cada adolescente aprende e se expressa. Eu sou a que mais puxa eles, mas eu vejo uma evolução dos alunos que permaneceram desde quando eu comecei a dar aula, como que eles evoluíram tanto no teatro como pessoa”. Algo que também foi reforçado pelos alunos entrevistados foi a importância da consciência corporal que se adquire e que, com certeza, eles levarão para toda sua vida, para além da prática do teatro.

A conexão com os colegas e as professoras é essencial para a permanência, assim como o amor pelo teatro. O ambiente teatral é um dos maiores atrativos para os alunos, que se consideram como uma família, valorizando cada experiência nas aulas e peças que realizam juntos. Com tudo isso, o grupo também funciona graças à união e amizade que os alunos criam uns com os outros durante o seu tempo ali.

 

Professoras Bárbara Nunes, Marina Lima e Nicole Gonzáles  estimulam os talentos teatrais dos estudantes  Foto: Divulgação

 

Escolha do Colégio e seleção de atores

A escolha pela produção cinematográfica da cidade e do Colégio Municipal Pelotense se deu muito graças à arquitetura da cidade e do interior da escola, o que combina com o proposto pela narrativa. Um processo que se iniciou no meio do ano passado e que levou quase todo o ano de 2023, até que as filmagens ocorressem e fossem finalizadas. Enquanto isso, a possibilidade de participação dos alunos não era certa, todos precisaram enviar vídeos de teste e passar posteriormente por uma seletiva. Esse foi o caso de Gabriel Ferreira, o escolhido para o papel de protagonista, “O momento da espera foi muito longo, teve um intervalo entre gravar e enviar um vídeo, e mais outro, até saber. Eu mandei o vídeo pensando, vai que uma hora precisem de alguém como eu, nunca me veio uma expectativa muito alta. A gente mandou os vídeos para que depois houvesse uma seletiva, eu achei que nem iria para essa fase, que tinha mandado o vídeo à toa.”

 

  Gabriel Ferreira, que fará personagem protagonistas do filme. em destaque durante a peça “O Mago Mustafá”  Foto: Divulgação

 

Enquanto os alunos esperavam por alguma notícia ou resultado, os professores souberam antes dos escolhidos e tiveram que controlar as expectativas enquanto preparavam os alunos até o momento em que os resultados pudessem ser divulgados. “Sempre deixamos algumas coisas bem claras para eles, que isso era uma oportunidade, que não dependia só de talento deles ou se eram bons atores ou não. O cinema é uma questão mais de estereótipo, características, da parte física mesmo. Além de que o cinema é muito diferente do teatro, eles não vão fazer teatro [diante das câmeras]”.

Com tudo isso posto para os jovens, uma grande quantidade de alunos foi selecionada e isso causou uma enorme felicidade dentro do grupo. Não só oferecendo uma experiência única para os alunos, mas também o reconhecimento para os professores e o grupo em si. Como conta o coordenador e professor da escola, Joaquim Dias: “Se conseguíssemos um aluno, já era uma vitória. Conseguimos doze, então fantástico, melhor ainda.”

Sendo assim, com todos os aprendizados e experiências que o teatro proporcionou e seguirá fazendo para esses alunos, uma coisa é garantida, eles seguirão envolvidos com a quinta arte, a dos palcos. Seja como espectadores ou atores, todos os alunos se mostraram interessados em continuar com a arte em suas vidas. Como nos conta Gabriel: “No início eu achava que não, mas eu vi uma peça esses dias e o talento das pessoas expressando aquilo que eu acho muito massa. Se eu não continuar fazendo, vou continuar acompanhando. Mas, com certeza, eu vou continuar fazendo.”

Agora, em recesso escolar, as atividades do Teatro dos Gatos Pelados retornarão com a volta das aulas do Colégio Municipal Pelotense. A partir daí, o grupo estará aberto para todos aqueles alunos que desejam ingressar e também estará de portas abertas durante as exibições de suas peças para que a comunidade os visite e conheça o seu trabalho.

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Shopping Pelotas recebe exposição fotográfica “Mulheres Pelotenses”

A atração é gratuita e fica exposta no centro comercial até o final do mês de março         

Por Eduarda Caruccio        

 

Desde o dia 8 de março, o Shopping Pelotas promove a exposição “Mulheres Pelotenses”. Aberta ao público até o dia 31 de março, a amostra fotográfica celebra o Dia Internacional da Mulher, contando a história de oito importantes figuras femininas da cidade.

A exposição é gratuita e pode ser visitada durante o horário de funcionamento do shopping (das 10h às 22h, de segunda a sábado, e, das 11h às 22h, nos domingos e feriados).

Alguns dos nomes que são homenageados na exposição são: a DJ Helô, a prefeita Paula Mascarenhas e a jornalista da RBS Alice Bastos Neves.

Com imagens que transmitem força, feminilidade e poder, as fotos mostram mulheres ocupando cargos importantes na cidade. A exposição evoca no observador uma sensação de orgulho e reconhecimento através da evolução que as mulheres conquistaram nas últimas décadas no âmbito profissional.

 

A DJ Helô é uma das homenageadas

    A DJ Helô é uma das homenageadas     Foto: Eduarda Caruccio

 

Entre as  visitantes da exposição, Mayla Alves considerou a mostra importantíssima para a sociedade em que vivemos. “Além do empoderamento feminino no geral, exposições assim servem para homenagear e enaltecer mulheres que têm grande destaque na sociedade”, disse. “O Dia Internacional das Mulheres celebra incontáveis lutas conquistadas ao longo do último século, além de conscientizar e alertar a sociedade sobre os grandes problemas de desigualdade de gênero, pois a mulher, por grande parte do mundo ainda é vista como inferior”, explanou.

Luiza Elena de Oliveira gostou muito da exposição. “Manifestos assim são de relevante importância pela sua expressividade artística”, disse. Luiza considera que a exposição retrata o crescimento e a evolução feminina, notabilizando principalmente as personalidades pelotenses em seus âmbitos profissionais. “Vimos com orgulho todo o reconhecimento da força das mulheres externado em um dia especial, dedicado a elas”, destacou.

Eloisa Neves avaliou que a exposição é de suma importância. “Alguns anos atrás, isso não seria possível”, observou. A importância dessas manifestações no seu ponto de vista é realmente homenagear e potencializar a força das mulheres, trazendo assim visibilidade a oportunidade a todas. Pensa que o Dia das Mulheres e a mostra fotográfica carregam consigo um objetivo e uma importância, que ao seu ver é, além de prestigiar as mulheres, lembrar que somos capazes e que estamos aqui, lembrar a história para que ela não se repita.

Dia Internacional da Mulher

Oficializado pela Organização das Nações Unidas na década de 1970, o Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa que simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Essa mobilização política foi ganhando cada vez mais força ao longo dos séculos XX e XXI.

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Renascença: o famoso samba do Mercado Central de Pelotas

O movimento cultural das rodas de batucada segue trazendo alegria para a região   

Por João Miguel Rico Donini    

 

 

Grupo retomou em 2014 tradição das rodas de samba nos mercados públicos       Fotos: Reprodução/YouTube

 

Um grupo criado de uma forma rápida, sem compromisso, feito porque gostam de estar juntos, o Renascença se tornou referência em Pelotas. Em fevereiro de 2014, houve um concurso para grupos vocais e eles tiveram a ideia de se inscrever. O nome foi decidido em cinco minutos, pois, quando já há algo predestinado, tudo se torna mais fácil. E o concurso acabou sendo pretexto para uma nova ideia de Maninho, um dos integrantes, que disse: “Vamos voltar a fazer o samba no Mercado Central de Pelotas!”. Assim, foi retomada a tradição das rodas de samba dos mercados que ocorrem em várias outras cidades, pois são ambientes cercados de atividades de todos os tipos e de fácil acesso. Assim, foi possível proporcionar acesso ao cidadão pelotense que queria curtir um bom samba.

Eles fizeram a primeira roda. Na segunda, os “problemas” começaram a aparecer, quando faltou gente para tocar e precisaram ir atrás de última hora. Aí perceberam que precisavam de mais pessoas, chamaram e tiveram a sorte de encontrar mais adeptos do samba raiz! Desde então, a história foi se expandindo.

O grupo Rena, como também é conhecido, nunca buscou fazer uma roda de samba para lotar. Eles fazem para eles, regados à alegria, alegria tão grande que contagia a todos que passam!

 

Grupo cultiva a paixão pelo samba de raiz e preza as amizades criadas com a música brasileira

 

Na sua trajetória alguns desafios foram encontrados. Tauê Azevedo, um dos fundadores, comenta: “Nós sempre buscamos incentivar o gosto pelos sambas que nós ouvimos no carro, que são sambas genuínos, do lado b, lado c. Assim, conseguimos trazer as pessoas para o nosso lado, com uma ideia de amizade, de união, com muito sentimento”.

Sempre que há desafios, também há recompensas, Tauê também falou um pouco sobre isso: “A recompensa é juntar esse tanto de gente que é identificada conosco. É ter família, amigos, música boa, poder viver o dia que tem o samba do Renascença, e, quando encerrar o dia, poder ver a repercussão, que sempre tem sido muito positiva.”

O futuro também já está em pauta no Renascença. Há um projeto esperando aprovação pela Lei Paulo Gustavo, em que a ideia é ter uma roda de samba por mês, em lugares históricos de Pelotas. Mas o principal plano é seguir juntos, seguindo com o samba, pois o que mantém o Renascença é isso, a união e amizade, buscando levar alegria a todos, já que, como disse, Darlan, outro integrante do grupo, no making off do DVD do grupo: “A gente é um monte de gente, apaixonado por gente, no mesmo lugar!”

O grupo se apresenta com 10 a 12 integrantes. No dia 26 de fevereiro, em apresentação no bairro Laranjal, estiveram na roda de samba: Robert Veiga, Maurel Duarte, Francisco Teixeira, Xana Gallo, Nei Silveira, Júlio Cavalheiro, Vinícius Tavares, Matheus Goularte, Arcenan Brum, Rodrigo Bandeira, Flávio Júnior e Carlos Henrique.

Contate o grupo pelo Facebook e Instagram e veja um das rodas de samba apresentadas no Mercado Público de Pelotas:

 

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