Comédia teatral “Antes do Ano Que Vem”, com Mariana Xavier, estreia em Pelotas

Espetáculo será apresentado no Theatro Guarany amanhã às 20h e comemora Dia Internacional da Mulher         

Por Beatriz Gomes          

                  História transcorre no dia do Ano Novo e personagens transmitem ensinamentos valiosos sobre a vida            Foto: Divulgação

É noite de Ano Novo quando Dizuíte, a faxineira que trabalha na Central de Atendimento aos Desesperados (CAD) – uma espécie de Centro de Valorização da Vida (CVV) – está se preparando para terminar seu serviço e ir passar o réveillon com a família. De repente, ela se vê obrigada a assumir a posição da psicóloga que não aparece para trabalhar. A demanda de ligações em noites como essa é grande, já que a virada de ano costuma ser aquele momento de fazer reflexões e planos para o futuro, o que pode despertar conflitos internos. Enquanto aconselha as pessoas desesperadas com sua sabedoria popular, Dizuíte transmite ensinamentos valiosos sobre a vida. Esse é o pano de fundo da comédia teatral “Antes do Ano Que Vem”, estrelada pela atriz Mariana Xavier, que estreia amanhã (dia 8 de março) no Theatro Guarany em Pelotas.

Mariana Xavier se desdobra no palco para dar vida a sete mulheres totalmente diferentes entre si nesta produção dirigida por Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos. Esse é o primeiro monólogo da carreira da atriz. Ela interpreta a faxineira Dizuíte e as outras “desesperadas” que ligam pedindo ajuda ao CAD. “O maior desafio na hora de interpretar sete personagens é conseguir fazer com que o público enxergue essas sete mulheres, sendo que não tem troca de cenário, não tem troca de figurino, não tem adereço, não tem nada. É tudo só no corpo e na voz. (…) É muito legal porque o público costuma sair muito bem impressionado sobre isso, falam: ‘Meu Deus, eu realmente enxerguei sete pessoas’ ”, conta.

Nessa breve temporada no sul do país, a atriz já passou por Porto Alegre e chega a Pelotas com a expectativa ainda mais alta, já que o público gaúcho a surpreendeu na adesão e carinho. “Foram apresentações lindas e emocionantes e eu espero que seja assim também em Pelotas e em Caxias do Sul”, diz.

Visitando pela primeira vez a cidade, Mariana conta o que conhece sobre Pelotas: “Eu escuto coisas lindas. Me disseram que a cidade é muito bonita, que eu preciso experimentar os doces de Pelotas e que é um povo muito acolhedor. Inclusive me falaram sobre uma expressão que eu acho que só se fala aí: ‘Merece’. Quando a gente diz ‘obrigada’, aí a pessoa fala ‘merece’! Eu achei muito bonitinho isso.”

Mariana Xavier apresentou seu espetáculo no Theatro São Pedro em Porto Alegre
Foto: Reprodução/Instagram @marianaxavieroficial

A atriz explica que estrear uma peça solo é um grande desafio. Mariana faz teatro desde os nove anos de idade e teve sua própria companhia. Ela afirma gostar muito da troca com outros atores e que chegou a ter dúvidas se de fato gostaria de fazer um monólogo. “[Tive dúvidas] do quanto eu ia ter prazer com isso, se eu ia me sentir muito solitária… Mas como são sete personagens, não parece que eu estou solitária em cena. É um espetáculo que tem uma conexão muito bonita e muito profunda com o público, então eu não me sinto sozinha em nenhum momento. Mas é realmente um grande desafio, porque você fica: ‘Meu Deus, se eu esquecer o texto, não tem ninguém pra me lembrar. Se acontecer alguma coisa de errado, sou eu sozinha ali no palco para resolver.’ Mas depois de um ano fazendo a peça, a gente já fica com um pouco mais de jogo de cintura para driblar as aventuras no teatro. Porque tudo pode acontecer sempre”, observa.

Mariana: “Nós, mulheres, somos empurradas socialmente para dar conta de tudo, para sermos infalíveis”    Foto: Divulgação

Estreando em Pelotas justamente no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Xavier ressalta que a comédia fala sobre a importância da escuta e do acolhimento, de olhar para as pessoas com mais amor e mais empatia, focando mais no que nos une do que no que nos separa. “E, principalmente, eu acho que fala sobre deixar de lado o uniforme de ‘Mulher Maravilha’. Porque nós, mulheres, somos empurradas socialmente para dar conta de tudo, para sermos infalíveis, para cuidarmos sempre dos outros. E, muitas vezes, a gente acaba esquecendo da gente. (…) Quando a gente divide as coisas, elas ficam mais leves”, conclui.

Fazer arte e promover a cultura no Brasil, principalmente no teatro, é quase sempre desafiador para a maioria dos artistas. Quando o assunto é a importância de receber o apoio e prestígio do público, principalmente em cidades do interior como Pelotas, a atriz ressalta: “Eu tenho dito que isso é uma via de mão dupla. Eu recebo muitas mensagens de pessoas do Brasil inteiro falando: ‘Ai, vem para tal cidade’, como se dependesse só da minha vontade, só da vontade dos artistas levar [os espetáculos]. E não é, é muito difícil, é tudo muito caro. As passagens e toda a estrutura são muito caras. Então não dá mesmo para ir a todos os lugares. Quando a gente chega numa cidade de interior como Pelotas é muito importante que as pessoas ajudem a gente a fazer valer essa empreitada, porque quando o público prestigia, essa fama da cidade se espalha e outros espetáculos acabam se sentindo estimulados a fazer essa viagem também, a encarar, ficam mais otimistas em relação a esse retorno. Então, quanto mais as pessoas vão, mais espetáculos vêm e mais as pessoas vão… É um sistema que vai se alimentando e que acaba sendo bom para todo mundo.”

Os ingressos ainda estão disponíveis no site Blue Ticket  e os valores variam de acordo com os setores. A classificação é de 12 anos, mas jovens de até 16 anos terão acesso somente acompanhados por um responsável legal.

Mariana Xavier finaliza fazendo um convite ao público pelotense: “Estou esperando vocês para uma noite inesquecível. Única apresentação, então aproveitem essa oportunidade, porque senão, depois, vocês vão ficar na vontade. (…) Vamos fazer dessa quarta-feira, desse Dia Internacional da Mulher, uma noite linda, cheia de arte, amor, alegria e reflexão. Estou muito feliz de me apresentar aí e eu tenho dito que o objetivo dessa peça é a gente sair do teatro se sentindo melhor do que quando a gente entrou. E eu espero poder proporcionar isso para vocês.”

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A que horas começa e quanto é o  valor do ingresso?

Renato Zanotta

Resposta: O espetáculo começa às 20h, mas o Theatro Guarany abre as suas portas a partir das 19h. Os ingressos custam de R$ 33,60  a R$ 89,60. Podem ser adquiridos no link do site Blue Ticket disponível acima no texto.

4ª edição do Anima Soul tem sucesso de público no Horto Municipal do Cassino

Mais de três mil pessoas passaram pelo evento no dia 5 de março        

Por Daniel Costa        

O concurso de cosplay recebeu mais de 40 inscrições             Fotos: Richard Furtado/Prefeitura Municipal do Rio Grande

 

Os amantes do universo geek e da cultura oriental tiveram encontro marcado no Horto Municipal do Cassino, no domingo, dia 5 de março. A 4ª edição do Anima Soul recebeu mais de três mil pessoas e contou com músicas, animações e gastronomia para proporcionar uma experiência imersiva capaz de trazer as diferentes culturas do outro lado do mundo para serem vivenciadas aqui.

O Anima é um evento gratuito que movimenta o comércio e o turismo, trazendo caravanas de fãs de outras cidades da região para Rio Grande. A edição contou com a tradicional Feira Geek, composta por mais de 10 lojas e expositores, Concursos Cosplay e Kpop (dança coreana) e shows regionais. A Ala Indie foi mais uma atração, com oficinas teóricas, práticas de desenho e dança, Arena Gamer, Random Play Dance no Espaço Pop The K, Arco e Flecha, área de Swordplay e três Salas Temáticas (Harry Potter, Kpop, e sagas literárias pop).

Adriana Falcão, organizadora do Anima Soul, falou sobre a importância desta realização para a cidade do Rio Grande. “O nosso evento é uma alternativa de lazer para crianças, adolescentes e famílias. E mais que isso, o Anima vai além, nós movimentamos o comércio local. Cada vez mais comerciantes da cidade têm participado, movimentando a economia através das vendas dos expositores e lojistas, além de ser uma porta de entrada ao turismo, já que muitas caravanas vêm de outras cidades para prestigiar o evento”, salienta.

Os personagens de Dragon Ball Z são um dos mais procurados pelo público

“Nosso objetivo é trazer essa cultura de longe para cá. A parte majoritária do nosso público são os adolescentes, aquele público que normalmente fica mais no seu quarto em casa, e ver eles se planejando e estarem extremamente felizes por estarem lá é muito gratificante”, concluiu Adriana.

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Freedom Cia. de Dança é destaque no Prêmio Desterro em Florianópolis

Grupo rio-grandino conquistou duas vitórias e dois terceiro lugares na competição     

Por Tais Carolina e Joanna Manhago    

Coreografia “Akash Lord Ganesha” conquista primeiro lugar em Danças Populares Conjunto Adulto        Fotos: Divulgação

 

A Freedom Cia. de Dança foi destaque no Prêmio Desterro que ocorreu na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, de 28 de janeiro a 5 de fevereiro. O grupo rio-grandino foi classificado para o evento com oito coreografias. Quatro foram premiadas, duas com a primeira colocação e duas com o terceiro lugar. As vitórias foram conquistadas nas categorias de Danças Populares e Danças Urbanas.

O diretor da Cia., Giovane Mackmillann, falou sobre esta conquista e sobre os desafios encontrados ao longo do caminho. A Freedom existe há mais de 11 anos e não conta com nenhum tipo de patrocínio para sobreviver. Os membros pagam uma mensalidade simbólica que é utilizada para a realização dos figurinos, cenários e outros gastos.

Mackmillann explica que o principal apoio financeiro, e quase único, que o grupo recebe é da comunidade rio-grandina, que se faz presente tanto no momento de prestigiar espetáculos, auxiliando na compra de ingressos, como na compra de rifas e contribuição nos “pedágios” realizados pelos membros da equipe. Mesmo com as dificuldades financeiras, o grupo representou a cidade e região em um espetáculo reconhecido que conta com a participação de grupos de todo o País.

“Nossa jornada nunca foi tranquila, mas saber que temos o nosso público é a garantia que estamos vivos. E esse sopro de vida nos trouxe cinco troféus de Santa Catarina. Estamos com o nosso nome em destaque lá para cima, nosso grupo e nossa cidade são reconhecidos em cada lugar por onde passamos. Ainda que não tivéssemos vencido, isso não importa, nossa caminhada responde por nós”, afirma o diretor.

As oito coreografias que a Freedom levou para a competição foram apresentadas em diferentes dias, mas foi no dia 5 de fevereiro que a vitória veio. A Cia. conquistou o primeiro lugar nas Danças Populares Júnior (coreógrafos Giovane Mackmillann e Andrius Mieres); primeiro lugar na categoria Danças Populares Adulto (coreógrafo Giovane Mackmillann); terceiro lugar nas Danças Urbanas Júnior (coreógrafo Rogério Seven); e terceiro lugar nas Danças Populares Duo (coreógrafo Giovane Mackmillann). Além disso, o grupo foi indicado ao destaque pelo desempenho nas Danças Populares e eleito o melhor conjunto nesta categoria.

O terceiro lugar de Danças Populares Duo Adulto ficou para “Saraswati”

Esta foi a primeira vez que o dançarino Rogério Seven atuou como coreógrafo em um evento desse porte. Ele produziu duas coreografias na modalidade Jazz Funk. Mesmo que uma delas não tenha conquistado o pódio, os dançarinos atuaram com uma excelente performance. Ao ser questionado sobre como se sente com a vitória na categoria juvenil, Seven frisa: “É um sentimento de dever cumprido, sendo a primeira vez como coreógrafo num evento tão grande”.

“Foi a primeira vez que o grupo atuou em Danças Urbanas fora do Estado do Rio Grande do Sul. Primeira vez que enviei coreografias para serem avaliadas e as duas sendo selecionadas para o Palco Competitivo. A vitória já veio antes, o que chegou depois foi mais uma recompensa pelo nosso esforço”, conclui Rogério Seven.

“Axé De um Grito de Dor à Religiâo do Amor” venceu o  primeiro lugar em Danças Populares Conjunto Juvenil

Trajetória

A vitória no Prêmio Desterro tem um significado imenso para a Freedom, foi nesta competição que o grupo se lançou fora do Rio Grande do Sul, em 2017. Na ocasião, não ganhou premiação, mas foi o começo. “Foram tantas dificuldades, entre elas, percebemos o quão preparados são os grupos de fora, a grande maioria patrocinados ou com ajuda das suas prefeituras, e nós lá, com a cara e a coragem. Não pegamos pódio, mas ali se plantava a sementinha do querer mais”, diz o diretor Giovane.

Em 2018, a Cia. participou do maior festival de dança do mundo, em Joinville. Lá também não teve pódio, mas a participação foi importante para que o grupo percebesse como era a movimentação no cenário nacional. Em 2019, a Freedom voltou a participar do Prêmio Desterro, em Floripa, alcançando a segunda colocação em Danças Populares. “Uma vitória gigante para um grupo de garagem”, frisa o diretor.

Durante a pandemia da Covid-19, a Freedom deu uma pausa nas atividades. Ela retornou em 2021 e participou novamente do Festival de Dança Joinville, lá, conquistou o tão sonhado primeiro lugar. “Ninguém acreditava, uma mistura de risos e choros tomou conta de todos, lembranças que me arrepiam até hoje. Entramos em 2022 com a responsabilidade maior ainda, em defender o título do ano anterior, mas não deu, foi por pouco, levamos o vice-campeonato. E tão logo chega 2023 e, de novo, o Prêmio Desterro, aquele mesmo que nos lançou para a cena nacional da dança”, finaliza.

A criação coreografada de  “Na Frequência” foi o terceiro lugar de Dancas Urbanas Conjunto Juvenil

Prêmio Desterro

O Prêmio Desterro – 12º Festival de Dança de Florianópolis, foi realizado de 28 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023. O respeito ao artista e o bem-estar de cada participante são os pilares do Festival. A missão é fomentar a excelência com a alta competitividade, com a Mostra Comentada e com os workshops, além do incentivo através de diversos prêmios.

O Festival possui algumas formatações próprias que incentivam a competição em si (beneficiando a plateia), mas com foco no desenvolvimento e plasticidade de bailarinos que possivelmente estarão no mercado da dança. Outra novidade nesta edição foI a Cena Comentada, realizada no mesmo palco onde ocorreu a competição.

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Escolas de Samba e Blocos no Carnaval de Pelotas

Prefeitura e Associação das Entidades Carnavalescas promovem desfiles entre 24 e 26 de fevereiro, 17 de março, e os blocos de rua animam a cidade com programação em várias datas

Por Kaique Cangirana       

A Prefeitura Municipal de Pelotas, junto à Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) divulgaram as datas para o Carnaval na Cidade. O evento tradicional vai ocorrer nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro.  As escolas do Grupo Especial não irão desfilar nestes dias, quando se apresentarão na Passarela do Samba as bandas, blocos burlescos e escolas de samba mirim. O Grupo Especial realizará um desfile único em 17 de março

Os ingressos para o desfile que ocorre na Passarela da Rua Conde de Porto Alegre nos dias 24, 25 e 26, podem ser adquiridos na Banca 37 do Mercado Central de segunda a sexta das 9h às 17h30min. Os ingressos estão à venda desde o dia 14 e estão limitados a 2.600 lugares. O ingresso individual custa 13,00 reais por noite, enquanto o passaporte para as três noites custa 28,00 reais.

O Grupo Especial fará um desfile único na Passarela no dia 17 de março. A Prefeitura custeia 50 por cento do valor para montagem das passarelas e fica ao encargo das entidades carnavalescas contribuir com o restante. A montagem da estrutura para o Carnaval está prevista entre as ruas Doutor Cassiano e Barão de Butuí, segundo André Muller, diretor de Manifestações Culturais da Secretaria de Cultura. A Prefeitura disponibilizará 350 mil reais para organização. O desfile das campeãs acontece na mesma data na noite do dia 17 de março e seu ingresso será solidário. 

Os desfiles estão com datas marcadas para entre os dias 24 e 26 de fevereiro e dia 17 de março em Pelotas

 

Blocos de Rua

Os blocos que já haviam iniciado a folia desde o início de fevereiro, também terão sua programação estendida desde o sábado dia 18 de fevereiro até o início de março. Confira as datas:

Sábado 18 de fevereiro

Cordão do Ponto Chic – Rua 7 de Setembro,309  – 13:00 às 18:30

Jacaré da Lagoa – Segue da Rua 15 de Novembro,602 até a Av. Bento Gonçalves – 14:00 às 17:00

Língua Maldita –  Segue da Rua 15 de Novembro,602 até o Mercado Público – 14:00 às 16:30

Bloco Saca Rolha – Segue da Rua 15 de Novembro,602 até o Mercado Público – 16:00 às 19:00

 

Domingo 19 de fevereiro

Bloco dos Lunáticos – Em frente ao Food Hall Quartier – 17:00 às 22:00

Banda Jardim Av. Amazonas até a Praça Aratiba – 16:30 às 19:30

Bloco do Mapa Segue da Rua 15 de Novembro,602 até a Av. Bento Gonçalves 13:30 às 18:30

Batucantada – Rua Coronel Alberto Rosa (Quadrado) – 18:00 às 20:00

 

Terça 21 de fevereiro

Bloco do Bonde – Em volta da Praça Coronel Pedro Osório – 11:00 às 15:00

 

Sábado 4 de março

Tira Corda do meu Bloco – Segue da esquina da Rua 15 de Novembro com a Praça Coronel Pedro Osório até o largo do Mercado Público – 18:00 às 20:00

 

Domingo 12 de março

100 limites dos Simões – Esquina da Rua 7 de Abril com a Rua Barão de Iguatemi – 17:00 às 21:00

 

Mobilidade Urbana e Segurança

O transporte público será desviado somente nos pontos em que os blocos estiverem passando e o monitoramento será feito pela Prefeitura. O secretário de Transportes e Trânsito, Flávio Al-Alam, afirmou que a Secretaria vai sinalizar os pontos de bloqueio e auxiliará no percurso seguro durante a passagem dos blocos nas ruas. Os horários dos ônibus não serão alterados de acordo com o site do Prati Pelotas.

Respeito e Ação Humanitária

Em suas redes sociais, a Prefeitura de Pelotas publicou normas de boa convivência entre os participantes deste Carnaval. A medida tem como objetivo a diminuição e prevenção da poluição urbana, brigas, acidentes, assédio sexual e manifestação de preconceitos.

A Prefeitura também divulgou a campanha “Bloco do Sangue Bom” como projeto humanitário para doação de sangue promovido pelo Hemocentro de Pelotas (HemoPel) na avenida Bento Gonçalves, 4569. As doações podem ser feitas de segunda a sexta das 7:30 às 17:30, mas nos dias 20 e 21 de fevereiro, o HemoPel não funcionará. 

Economia e comércio

A Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana definiu que os vendedores ambulantes podem se cadastrar até amanhã, dia 17 de fevereiro, para comercializar durante o desfile na passarela do Carnaval de Pelotas. A Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), divulgou um formulário com regras e informações para as instalações dos espaços de comercialização. A falta de patrocinadores dificultou a organização, forçando a Assecap a solicitar parte do custeamento do evento pela Prefeitura.  

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Rio Grande volta a contar com sua Corte de Carnaval após três anos

Pela primeira vez o município tem uma Soberana da Diversidade e hoje ocorre a abertura oficial das festas momescas na cidade         

Por Daniel Costa         

 

Rei Momo Ronaldo da Silva Coelho; Soberana da Diversidade, Laryssa Martha Baldez e Princesa Lara da Silva Vasconcellos     Fotos:  Raquel Thormann

 

O Carnaval representa uma das maiores festividades do Brasil e é marcada pelo tradicional clima de alegria nas ruas. Quem foi à Sociedade Amigos do Cassino (SAC) na terça-feira, dia 14 de fevereiro, compartilhou esse ambiente de folia no evento para a escolha da Corte do Carnaval 2023/24 de Rio Grande. Na ocasião, 14 candidatos e candidatas concorreram aos postos de Rainha, 1ª e 2ª Princesa, Rei Momo e Soberana da Diversidade.

Vanessa Ferreira Gregório, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Nós de Casa, é a nova Rainha do Carnaval. A 1ª e a 2ª Princesa são, respectivamente, Vitiele Correa Vieira, da Sociedade Recreativa Esportiva Acadêmicos da P1, e Lara da Silva Vasconcellos, da Kimbra Cia de Dança. O Rei Momo é Ronaldo da Silva Coelho, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Nós de Casa. A Soberana da Diversidade eleita é Laryssa Martha Baldez, da ALGBT Rio Grande.

Evento foi idealizado pela Prefeitura do Rio Grande, através das secretarias de Cultura e do Cassino, cujos representantes aparecem à esquerda na foto, Sandro Boka e Bira Lopes, respectivamente, ao lado da Soberana da Diversidade, Laryssa Martha Balde, da Miss Trans Global,  Natasha Cardoso e a princesa Vitiele Correa Vieira

       

O evento representa o retorno do tradicional Carnaval de Rua no Balneário Cassino, que não ocorria desde 2020. A Corte escolhida para o biênio 2023/2024 faz história ao contar pela primeira vez com uma Soberana da Diversidade, ampliando a representatividade nas festas carnavalescas. A faixa foi entregue para Laryssa pela Miss Trans Global,  a rio-grandina Natasha Cardoso, 

Os jurados do evento foram: 

– Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Luis Henrique Drevnovicz;

– Secretária de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, Luciane Compiani;

– Secretário do Cassino, Sandro Boka;

– Diretor do Teatro Municipal do Rio Grande, Bira Lopes;

– Diretora da Academia Art & Manhas, Dóris Ramis;

– Miss Integração da Agenda Binacional BR/UR, Erika Marques;

– Miss Trans Global, Natasha Cardoso.

 

Toda alegria de Vanessa Gregório, Rainha do Carnaval Rio-grandino, desfilando após sua coroação

 

Abertura oficial do Carnaval Rio-Grandino

Hoje, dia 16 de feveriro, a Corte eleita será apresentada oficialmente à comunidade rio-grandina durante a abertura oficial do Carnaval e Mostra Carnavalesca com as escolas de samba da cidade, que ocorre a partir das 19h no Multipalco do Cassino.

O Carnaval do Balneário Cassino começa na sexta-feira (17), com o desfile de 14 blocos carnavalescos na Avenida Rio Grande, e se estende até a terça-feira (21), onde quatro escolas de samba encerram a festa mais tradicional do país.

Confira a programação completa dos desfiles carnavalescos no Balneário Cassino

17 de fevereiro – Sexta-feira às 19h

  • Bloco do Zé
  • C.A Lendários do Mar
  • Chokolat
  • Garrafão Folia
  • Tokitô
  • Unidos da Capadócia
  • Os Boêmios
  • Lambe
  • Dime Magalhães e Amigos
  • Vem Suando que eu te Enxugo
  • Eu amo a minha Sogra
  • Treta & Trago
  • 37,5 Não é febre
  • É ou não é

 

18 de fevereiro – Sábado às 20h

  • Os Sem Limite
  • Novo Avante
  • Fiateci
  • Nokodum
  • Os Fora da Casinha
  • Misscangalha
  • Estrelas da Noite
  • Os Boêmios.com
  • Bando de Loucos
  • Bafo da Onça
  • Eu amo a minha Sogra
  • Pagode do Bolinha

 

19 de fevereiro – Domingo às 21h

  • Lambe
  • C.A Lendários do Mar
  • Unidos da Capadócia
  • Vem Suando que eu te Enxugo
  • Dime Magalhães e Amigos
  • Treta & Trago
  • É ou não é
  • 37,5 Não é Febre

 

20 de fevereiro – Segunda-feira às 20h

  • Os Sem Limites
  • Estrelas da Noite
  • Nokodum
  • Garrafão Folia
  • Miss Cangalha
  • Chokolat
  • Os Fora da Casinha
  • Unidos da Capadócia
  • Tokitô
  • Os Boêmios.com
  • Vem Suando que eu te Enxugo
  • Dime Magalhães e Amigos
  • Bafo da Onça
  • Bando de Loucos
  • Eu amo a minha Sogra
  • Pagode do Bolinha 

 

21 de fevereiro – Terça-feira às 19h

  • Bloco do Zé;
  • C.A Lendários do Mar;
  • É ou não é
  • Bloco da Marilú

 

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Novos hábitos colocam em questão tradição doceira

Os doces de Pelotas são considerados parte do patrimônio cultural imaterial da região, mas também coexistem com tendências globais      

Por Isabella Barcellos         

Os sabores simbolizam os marcos, as tradições e as mudanças culturais    Foto: Isabella Barcellos

 

A passagem do tempo transforma nossas vidas por completo, tanto no individual quanto no coletivo. Portanto, algumas grandes tradições se transformam ou são perdidas com o avanço dos anos. Com a grande adesão do público às tendências globais de alimentação, hábitos locais como o consumo de doces finos podem se tornar obsoletos? Essa pergunta ganha um sentido muito especial no contexto cultural de Pelotas, em que os doces simbolizam as diversas mudanças que a cidade passou ao longo da sua história.

História marcada por hábitos gastronômicos

Entre tantos títulos que uma cidade pode receber, Pelotas (localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul) foi agraciada com um título açucarado: A cidade do doce. E grande parte do patrimônio local é, direta ou indiretamente, relacionado a este título. O princípio deste legado começou com o ciclo do charque: As condições geográficas da cidade e o trabalho intenso da mão de obra escrava alavancaram o desenvolvimento econômico da região com a produção de charque. Em uma sociedade enriquecida, doces como camafeu e fatia de Braga, vindos das tradições portuguesas, passaram a ser preparados e oferecidos em comemorações, jantares e saraus.

Concomitantemente, o Brasil passava por uma forte política de imigração europeia promovida pelo governo imperial. Imigrantes da Alemanha, Itália, França e Espanha foram a maioria na construção de colônias da antiga Pelotas. Tanta diversidade cultural contribuiu para o surgimento de novas tradições que resultaram na criação de doces únicos para o patrimônio imaterial da cidade.

Segundo o Dossiê de Registro da Região Doceira de Pelotas e Antiga Pelotas, após “o fim do período áureo das charqueadas, os doces finos saíram do interior dos casarões e ganharam o espaço público da cidade, principalmente para, junto aos doces coloniais, tornarem-se fonte de renda de muitos pelotenses”.

         O morango é um ingrediente mais recente dos doces  e também um produto relevante da agricultura da região hoje      Foto: Prefeitura de Pelotas

 

A atualidade e suas demandas

Com o passar dos anos, o consumo de guloseimas com derivados de leite (leite condensado e doce de leite, por exemplo) ganhou popularidade no território brasileiro. Além disso, os produtos ultraprocessados passaram a fazer cada vez mais parte da rotina para grande parte da população, o que por consequência também distorce os conceitos de sabor e a qualidade da alimentação (tanto em nutrientes quanto em variedade cultural). Os doces coloniais, antes amplamente consumidos, passaram a ser substituídos por biscoitos, chocolates, sorvetes e, recentemente, até mesmo sobremesas estrangeiras como brownies e cookies ganharam mais popularidade entre os jovens.

O mercado pelotense passou a se adaptar às demandas do público com rapidez. Em um primeiro momento, os ingredientes tradicionais eram os seguintes: Ovos, açúcar, amêndoas, nozes, coco, pêssego e ameixa. Atualmente, os balcões das docerias e cafeterias oferecem cada vez mais opções que se utilizam do leite condensado como ingrediente básico: Bombons de brigadeiro, branquinho, chocolate, com confeitos multicoloridos e as conhecidas “trouxinhas” de diversos sabores. E, para além dos novos sabores, o tamanho dos doces aumentou consideravelmente, ocupando mais e mais espaço nas vitrines.

A partir destas informações, pode-se concluir que são muito poucos os doces que podem ser considerados tradicionais pela tradição pelotense. Em 2006, um processo conduzido por empreendedores pelotenses (com apoio do SEBRAE/RS) definiu 15 doces consagrados como tradicionais: amanteigado, beijinho de coco, bem-casado, broinha de coco, camafeu, doces cristalizados de frutas, fatias de Braga, ninho, olho-de-sogra, papo de anjo, pastel de Santa Clara, queijadinha, quindim, trouxas de amêndoa e panelinha de coco.

Bombom de morango é um dos preferidos

 

 

O polêmico sucesso de vendas

Um doce que dispensa apresentações aos pelotenses é o bombom de morango. Sucesso de vendas na Fenadoce e em todas as confeitarias da cidade, sua presença é requisitada em grande parte das comemorações locais. Entretanto, a partir dos dados já citados, podemos chegar a uma simples conclusão: O Bombom de Morango não é um doce tradicional. O morango, o leite condensado e o chocolate só foram incorporados na confeitaria local a partir da demanda do público e da produção local.

O morango é um fruto de origem europeia que muito se beneficia do clima subtropical sul-brasileiro para o cultivo em maior escala. E, atualmente, Pelotas é o quarto maior produtor do fruto no estado do Rio Grande do Sul. Dezenas de famílias se beneficiam diretamente do cultivo e colheita anual, contando com a ajuda de organizações como a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Emater, Embrapa e do Sindicato de Trabalhadores Rurais. Em 2022, seis edições da Feira do Morango foram contabilizadas pela cidade, rendendo lucros aos produtores e frutos de boa qualidade para os consumidores.

O estado de tradição, por si mesmo, implica em moldar e categorizar determinadas práticas. Em entrevista ao diretor do Museu do Doce, Roberto Heiden, o professor Fábio Cequeira explica as peculiaridades das receitas modernas perante a tradição. Ao ser perguntado sobre o bombom, ele questiona: “O que pensar disto, como pesquisador que se defrontou com o caráter genuíno das tradições doceiras: de modo ranzinza, negando a validade das preferências atuais? Ou pensando, sim, que o novo cabe dentro do sentido de uma cidade doceira?”.

O professor também pontua: “Passadas algumas décadas, novas pesquisas falarão do ‘bombom de morango’ – que, na verdade, exagerando um pouco, encontra-se à venda em qualquer shopping center do país – como patrimônio cultural, pois, na ‘cidade doceira’, assim agora reconhecida, o antigo, que se quer salvaguardar, precisa do novo, para lhe garantir um sentido de pertença ao tempo, sem o que qualquer salvaguarda é nula.”

A proprietária da confeitaria Imperatriz Doces Finos desde 1996, Maria Helena Jeske, afirma a preferência do público por misturas de sabores: “O público hoje em dia gosta muito da mistura de sabores: Por exemplo, o quindim tradicional é feito de gemas, açúcar e coco. Atualmente, temos quindins de morango, kiwi, leite condensado […] Sempre trazendo essa mistura com algo novo que está nascendo no mercado com algo já conhecido”.

Maria Helena Jeske está atenta às preferências do público     Foto: Isabella Barcellos

A resposta do tempo

Pode-se concluir que, apenas com a passagem do tempo é possível determinar se doces criados mais recentemente prevalecerão nas vitrines e no imaginário popular enquanto outros caem no esquecimento. Se o patrimônio por um lado prevalece intacto, as demandas populares se transformam a cada dia. Há 10 anos, alguns dos doces tradicionais poderiam ser vistos como antiquados, mas, atualmente, são apreciados por sua composição simples e livre de laticínios pelo público vegano ou até mesmo por quem tem predileção por doces “mais naturais”.

Maria Helena ressalta a permanência dos doces tradicionais na memória coletiva: “A novidade se mostra importante para nós do mercado. Sempre tem aquele jovem que busca por um sabor diferente, mas ele nunca deixa os doces tradicionais de lado por saber que tem algo por trás dele […] As empresas costumam apresentar como ‘carro chefe’ estes doces tradicionais”.

Existe espaço de sobra para a experimentação e degustação de novos sabores envolvendo a cultura doceira, ainda que o patrimônio imaterial permaneça catalogado como se encontra hoje. O que se ressalta importante é conscientizar a população (tanto em cenário local quanto nacional) o que são os doces coloniais e de que eles são feitos. Na entrevista citada, Fábio Cerqueira explica que o status de patrimônio afeta a percepção pública, “tanto no sentido de haver uma preocupação maior em preservar formas tradicionais de produzir os doces, como também em passar a ser mais crítico com a relação ao abandono de antigas receitas, tão somente porque o gosto atual, ou as imposições do mercado assim determinam.”.

Nesse cenário, a existência e a manutenção do Museu do Doce se fazem cada vez mais necessárias. Só é possível conscientizar a população sobre esse passado a partir de intervenções educacionais e políticas públicas de apoio à cultura. A tradição doceira pelotense conta sobre a história do extremo sul rio-grandense em cada detalhe, desde a vinda dos primeiros charqueadores, até a participação de afro-brasileiros e imigrantes em sua produção manufaturada e, por fim, sobre o desenvolvimento econômico regional.

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“053” é novo single de Perazo e Dizéro

“053 só falo uma vez, nois sabe quem é, nois sabem quem fez”

Vídeo musical pode ser conferido no YouTube

Rio Grande é a cidade natal dos artistas Matheus Perazo  e Dizéro, que criaram juntos a faixa “053. Este número faz referência ao código de telefone do município mais antigo do Rio Grande do Sul, na região Sul do Estado, em que os músicos residem até hoje. A composição tem o objetivo de trazer o sentimento de representatividade musical para o Estado. A vontade é evidenciar todo o potencial artístico e de resistência que existe na região, que, por muitas vezes, é mal representada dentro da cena do rap brasileiro, contribuindo para que haja uma exclusão da produção artística de vários artistas negros do Estado.

Além das questões de identificação, “053” traz o estilo clássico do hip-hop em um instrumental com sample, contrastando com um BPM alto, uma bateria rápida e 808s potentes, misturando o clássico e o atual para trazer uma sonoridade nova.

                        Matheus Perazo e Dizéro iniciaram parceria depois do evento Rap Contra o Frio                                      Fotos: Pâmela Rodrigues/Divulgação

 

Matheus Perazo, além de rimar na faixa, também marca autoria na produção do instrumental e pela mixagem e masterização de forma independente. Dizéro é conhecido na cena rio-grandina pela criação do evento Rap Contra o Frio, que ganhou sua sétima edição em 2022. A atividade busca fomentar a curadoria de artistas da região, oferecendo espaço para apresentação musical, de dança e grafitti, contemplando os quatro elementos do hip-hop.

Em “053”, Dizéro e Matheus Perazo deixaram que as rimas fluíssem em um embate constante com o instrumental, em que as viradas se tornam desafiadoras para qualquer MC. O videoclipe foi dirigido pela empresa de audiovisual Polvo, trazendo a cidade de Rio Grande em uma estética mais direta, com o evento de rap Batalha do Cassino.

Os dois músicos começaram a trabalhar juntos em 2022. “053” é a sua segunda parceria, a primeira foi em “Aurora”, a música tema do 7º Festival do Rap Contra o Frio.

Matheus defende proposta musical que valoriza hip-hop da região Sul        Foto: Pâmela Rodrigues

Matheus Perazo comentou a produção em conjunto com Dizéro em entrevista para o site Arte no Sul:

Arte no Sul – O que motivou a parceria?

Matheus – Eu já conhecia o trabalho do Dizéro antes de começar a trabalhar efetivamente com rap. Ele é da “velha escola” do rap rio-grandino. O ano de 2022 foi quando nós tivemos o primeiro contato por conta do festival Rap Contra o Frio, em que eu fui contratado para fazer a gravação das vozes para a música tema “Aurora”, e que, posteriormente, para a minha surpresa, motivou o convite para fazer parte do som como MC. O processo de criação, com tantas pessoas envolvidas, desde a produção ao videoclipe, (foram pelo menos 10 pessoas!) é bem extenso e, consequentemente, fez com que a gente tivesse contato quase que diariamente. Isso fez com que nós nos identificássemos um com o outro e tivéssemos vontade de continuar trabalhando juntos após a conclusão de “Aurora”, como de fato aconteceu. Eu enviei o instrumental de “053” para ele e Dizéro retornou com a letra pronta no mesmo dia. O resto é história.

Arte no Sul – As letras falam de quem tem dificuldades de conquistar um espaço no meio social e artístico?

Matheus – “053”, acima de tudo, fala sobre autoestima pra quem é do Sul. O rap é o gênero mais consumido no mundo e no Brasil e ele é protagonizado por artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo, ou como nós chamamos: “O eixo”. Eles têm o protagonismo, uma maior facilidade para chegar em evidência por ter uma estrutura estabelecida. E é normal que alguns artistas usem isso como referência para a própria produção artística, o que, na minha opinião, é uma estratégia de alto risco. “053” é uma música que em sua essência diz: “Nós não precisamos ser eles para sermos ouvidos”. Nós, aqui do Sul, temos nossa própria maneira de se comunicar e é aí que mora nossa maior potência, nós somos diferentes deles, e isso é bom.

Arte no Sul – Quem de fato está sendo representado na música, os cantores de rap ou o público que houve rap?

Matheus – Primeiramente o hip-hop no sul do Brasil. Em segundo lugar, as pessoas daqui.

Arte no Sul – Como tem sido o contato de vocês com o público?

Matheus Pelo fato de que o Dizéro está morando em Pelotas e eu em Rio Grande, ainda não conseguimos fazer uma apresentação da música juntos, então nos últimos três shows que fiz, fiz sozinho. Mas tem sido bem legal a receptividade, tanto em show quanto online, muita gente de fora da minha bolha veio falar que gostou muito do som e do clipe.

Arte no Sul – Como a gravação de um clipe soma para manter ou aumentar a conexão com o público?

Matheus – Tenho pra mim que um videoclipe é uma ferramenta para ampliar os sentidos das obras. O videoclipe de “053” carrega uma estética de imagem “crua” e, muitas vezes, até um pouco nostálgica, gravado inteiramente pelas ruas de Rio Grande, reforçando ainda mais a nossa ligação com o lugar de onde viemos.

Arte no Sul – Como vocês batalham para manter a autenticidade do rap rio-grandino?

Matheus – Sendo nós mesmos. Rio grande é uma potência artística muito forte, em vários segmentos, mas que por falta de incentivo e de estrutura, os artistas acabam tendo sua voz diminuída. Projetos como o Rap contra o frio e produções como “053” são necessárias pra pensar novas alternativas para a construção de uma arte que fale mais da gente.

 Para mais informações sobre os próximos lançamentos de Matheus Perazo acompanhe as redes sociais, no Instagram:  e Youtube.

Ficha técnica do clipe “O53”:

Produção: Polvo

Roteiro, direção e montagem: Jean Amaral e Matheus Perazo

Fotografia: Pâmela Rodrigues

Música:

Voz: Matheus Perazo e Dizéro

Produção musical: Matheus Perazo

Captação de voz: Matheus Perazo

Mixagem e masterização: Matheus Perazo

Dizéro batalha por cena musical em Rio Grande                 Fotos: Pâmela Rodrigues

 

Veja a letra de “053”:

Matheus Perazo

Ame ou odeie, hoje não faz a menor diferença

Sempre soube que eu era diferente

Dona Ana sabe, desde nascença

Flow com febre, espalhei a doença

Assisto vocês e parece reprise

Novo Drake, Novo Thug, Novo yeezy

Olha meu bolso, deve ter uns 20

Mão fechada não recebe o prato,

Colher, faca ou garfo, nem senta com nois

Na mistura, Dizéro e Perazo

Resto tá abaixo igual água e óleo

Meu estilo é sempre ofensivo,

Eles se ofendem, só jogo no ataque

Ambidestro, escrevo com as duas

Uma é Hiroshima, outra Nagasaki

Faço por quem representa a cultura, a vera

Não por quem atrás da tela, é novela, o clone

Pelas crianças e pelos líderes fora da cela

Eu colei na tua área e nem sabem teu nome

Essa é por quem honra a terra das calçadas frias

E faz a chapa esquenta mesmo abaixo de zero

Quem chega junto e também sabe que é a nossa vez

Levanta o braço e grita alto zero cinco três

Refrão

Matheus Perazo e Dizéro

053, só falo uma vez

Nós sabe quem é, nós sabe quem fez

053, só falo uma vez

Nós sabe quem é e não foi vocês (2x)

Dizéro

(Dizéro a cem baby, made in cdn, yeah, okay)

Sem pressa andando na fé

Me inspiro em todo céu azul (céu azul)

Meu império continua em pé

Essa fita é tipo deja-vu

Desses deja-vu eu ja vi

Visão slow tipo Pimp C

Muitos caras derrubando prédio

Morrendo na praia, falsos Mc’s

Passam os dias, passam as semanas

Todos eles tão atrás de fama

O problema de quem foca em grana

Se não bate as nota, bate neura e drama

Essa parada me fez forte

Pra nos pegar tem que ter sorte

Proteja a cabeça com a Tork

Perazo no beat é tipo Storch

Elevando a potência

Na pura malevolência

Essa porra é minha essência

Fonte de resiliência

Eu boto fé na ciência

Cultura me fez elevar a vivência

Cruzando os dedos, metendo a sequência

Que nós vai vencer com talento e insistência

Eles não mandam tão bem

Não fazem isso também

O fato é que isso vai além

Do que ganhar alguns bens

Eu também quero uma Benz

Mas quero mais do que bens

Se tiver bom para nós

Então aí tudo bem (É isso)

Refrão

Matheus Perazo e Dizéro

053, só falo uma vez

Nós sabe quem é, nós sabe quem fez

053, só falo uma vez

Nós sabe quem é e não foi vocês (2x)

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Retorno aos palcos após a pandemia

Cantora Julie Schiavon traça novos planos para 2023        

por Tatiane Meggiato       

 

Julie Schiavon prepara-se para novas gravações

Julie Schiavon prepara novas gravações musicais

Atualmente com 25 anos, a artista pop pelotense Julie Schiavon já sabia desde seus cinco anos de idade que a sua vida estaria voltada para os palcos. A artista contou que, apesar de saber o que queria desde a infância, foi com a ajuda e apoio da família que, aos 13, começou a fazer aulas e apresentações e, desde 2017, canta profissionalmente.

Neste ano pós-pandemia, Julie conseguiu se reinventar, mas ela mantém as suas referências bem claras. “Eu sinto muita afinidade com o Pop e o Rhythm and Blues (R&B), são os gêneros que eu cresci ouvindo e que construíram minhas maiores referências musicais, mas também sou fã de Trap e de qualquer estilo que se conecte com a minha alma, sabe? Meu estilo favorito é o sentir! [risos].”

Outro aspecto importante que Julie destacou sobre sua carreira foi o fato de ser mulher em uma profissão que o sexo masculino predomina tanto ainda. A artista destacou pontos negativos como a falta de credibilidade, ser questionada quanto à sua capacidade, além de estar exposta a assédios.

“Não somos levadas a sério e ainda criticadas quanto a nossa firmeza em defender o que acreditamos. Diferente dos homens que, muitas vezes, são, inclusive, ovacionados por serem agressivos”, observa.

Sobre a pandemia e este período de retomada, Julie contou que a crise veio logo quando estava começando a fazer a sua agenda de shows individuais. A artista lembra que, no início, como para todos os artistas, foi muito angustiante. Mesmo com tudo isso, ela foi muito privilegiada em relação aos seus trabalhos na internet. Conseguiu usar o tempo para manter e ampliar a sua rede de público. Como ela já gravava no modo home office, pode seguir com seu trabalho, além de obter novos contatos com produtores que jamais imaginava.

“Minha maior dúvida [durante a pandemia] era se, na retomada dos eventos, eu conseguiria fazer shows novamente. E, hoje, no finalzinho de 2022, posso dizer que sou muito grata e realizada com as oportunidades que tive no decorrer do ano!”

Julie conta que a retomada aos palcos não foi fácil, que não gosta nem de ver os vídeos das primeiras apresentações pós-pandemia. Mesmo com os resultados alcançados, a reconexão com a energia do palco, depois de tanto tempo longe, não foi fácil nem imediata. O preparo vocal precisou ficar em dia com a retomada das aulas de canto apenas no início deste ano.

Agora, Julie busca principalmente dar continuidade ao seu trabalho. “Espero de coração que a gente não precise enfrentar novamente aquele cenário pandêmico, mas meu plano atual, na verdade, é concluir alguns projetos musicais que tenho produzido há um tempo e que são minhas grandes apostas para me inserir de fato no mercado musical”, diz.

Sobre os planos para 2023, Julie Schiavon está otimista, com dois projetos de gravação a caminho. Um deles será com o produtor musical e engenheiro de mixagem Kass e o outro com uma de suas maiores inspirações que é o Dj Micha, um dos maiores talentos da nossa região. “Já estou animadíssima para soltar estes sons para o mundão e dar mais este passo na minha trajetória! Muito obrigada pelo papo e por me permitir compartilhar um pouquinho de mim e do meu trabalho!”, despede-se a cantora.

Veja no YouTube, o vídeo “Anos 2000”:

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Bodies, Bodies, Bodies: terror satiriza geração Z

Filme lançado pela produtora A24 recria tradicional slasher, mas com uma pitada de humor e crítica social sobre a geração das redes sociais         

Por Helena Isquierdo          

Amandla Stenberg (Sophie), Maria Bakalova (Emma), Chase Sui Wonders (Bee) e Rachel Sennott (Alice) no filme de Halina Reijn    Fotos: ©A24/Divulgação

 

Traduzido para o português como “Morte, Morte, Morte”, o filme longa “Bodies, Bodies, Bodies”, de Halina Reijn, conta com 95 minutos de duração que equilibram terror e humor, enquanto satirizam o universo da “geração Tik Tok”. Quando o roteiro do filme surgiu, a ideia era manter o tradicional estilo envolvendo jovens sendo mortos e um assassino misterioso à solta. Mas não espere isso desta produção. O gênero de terorr slasher, em que as vítimas são geralmente mulheres ou adolescentes mortos por ataques violentos, é repaginado e trata de assuntos atuais.

No início, tudo parece rotineiro aos nossos olhos. Um grupo de jovens ricos de 20 e poucos anos se reúne durante uma tempestade para passar o final de semana em uma mansão – claro que afastada da cidade. Começamos conhecendo a história de Sophie (Amandla Stenberg), uma jovem em recuperação da sua dependência química, que após meses longe dos amigos leva a namorada Bee (Maria Bakalova) para o encontro tão planejado entre o grupo. Por ser a única personagem que destoa do restante do grupo, Bee nos causa dúvidas e desconfianças ao longo do filme.

O grupo de amigos que se encontram na mansão é formado por Jordan (Myha’la Herrold), Emma (Chase Sui Wonders), Alice (Rachel Sennott) e David (Pete Davidson). Além disso, também conhecemos o namorado de Alice, Greg – um homem mais velho e desconhecido por todos.

Poster de “Bodies, Bodies, Bodies”     Imagem: A24/Divulgação

Mas a história só começa, mesmo, quando desavenças e brigas levam Sophie a sugerir um jogo de detetive: as luzes se apagam enquanto o assassino da rodada persegue suas vítimas, que podem ser “mortas” através de um toque. Sempre que alguém é morto no jogo, as luzes se acendem e os sobreviventes precisam descobrir quem foi o assassino. Mas enquanto todos estão fugindo do tal “assassino”, o rumo da brincadeira é alterado quando um amigo aparece morto de verdade.

É nesse momento que o caos começa e o ego de cada personagem vem à tona. Afogados em futilidades, o grupo não entra em acordo e encontra como solução mais fácil um acusar ao outro.

A trama resulta em situações que acontecem apenas porque os personagens estão envolvidos em um universo raso e não conseguem dar a devida importância ao caos que estão vivendo. A vontade de mostrarem-se superiores uns aos outros cria a armadilha perfeita para o destino de cada um que está na história.

Enquanto tentamos descobrir quem está mentindo, e responder a tradicional pergunta do “Quem matou?” compreendemos a acidez e a perspicácia do roteiro ao retratar os jovens da geração Z. Em meio ao terror, sangue e tragédia, o filme satiriza a geração tão obcecada pelas redes sociais. A preocupação com status, e assuntos como cancelamento, toxicidade e a problematização excessiva de tudo são expostos no filme. A linguagem das mídias sociais é presente o tempo inteiro, trazendo, inclusive, uma das cenas mais cômicas e marcantes do filme. A produção tem como peça-chave a crítica à Geração Z, já que todo o enredo é criado a partir de diálogos que só serão absorvidos pelo público que está inserido nesse meio. Apenas quem está dentro desse universo compreende as piadas e as pistas deixadas nas entrelinhas. Sentimos raiva dos personagens, ao mesmo tempo que nos identificamos com eles.

Sophie e Bee buscam a verdade por trás das mortes
Foto: A24/Divulgação

O enredo pode até começar simples. Apresenta um jogo entre jovens e uma sequência de mortes trágicas. Ao longo do filme, as histórias de cada personagem se entrelaçam, e a cada momento acreditamos e desconfiamos de alguém diferente. O conflito cria um ambiente que, o tempo inteiro, é tenso e nos deixa ansiosos para a revelação final. E o que poderia ser monótono, termina de forma surpreendente, gerando uma pitada de inconformismo para o espectador. No final, a mensagem para quem assiste pode transmitir uma sensação semelhante a que cada vítima sentiu com o seu desfecho.

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Fenadoce escolhe nova corte para 2023

Cerimônia elegeu as três novas Baronesas que irão representar a Feira no próximo ano   

Por Micael Carvalho      

Formam a corte eleita de Baronesas da 29ª Fenadoce, as candidatas Kayane Medina Teixeira, representando a Empresa Sertec Serviços Técnicos Contábeis, Larissa Dias Lima, representando a Empresa Óptica Bella Vista e Martaneli Gonçalves de Bittencourt, representando a Empresa Goldee Colchões              Fotos: Michel Corvello

 

Na noite do dia 30 de novembro, foi realizada a cerimônia de escolha da nova corte da Feira Nacional do Doce, no Centro de Eventos de Pelotas. O evento, idealizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Pelotas, teve a participação de 15 candidatas, das quais, três irão representar a 29ª edição da Fenadoce no ano de 2023.

Após as duas primeiras etapas do concurso, compostas por oficinas, atividades em equipe e entrevistas com as candidatas, as participantes realizaram desfiles com trajes finos e casuais.

 

O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz, cumprimentou as candidatas vencedoras

 

O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz, parabenizou a organização pela realização do evento e destacou a importância das eleitas como Baronesas da Fenadoce. “Nós sabemos a importância que a Fenadoce tem para Pelotas, sendo reconhecida nacionalmente como a Feira do Doce. Desde já estendo meus cumprimentos à corte que deixa a Fenadoce hoje e desejo sucesso às novas soberanas, visto que são elas que levam o nome da Feira e da nossa cidade para diferentes lugares do Estado e do País”, destacou o vice-prefeito.

Os representantes do Executivo Municipal e do conselho gestor do CDL, Daniel Centeno, realizaram a entrega de presentes para as Baronesas que se despedem da corte. Desde a última edição, o concurso deixou de premiar as escolhidas como rainha e princesas, passando a instituir a percepção de equidade entre as soberanas elegendo-as como Baronesas da Fenadoce.

A 29ª edição da Feira Nacional do Doce acontece entre os dias 2 e 18 de junho de 2023, no Centro de Eventos Fenadoce. Na sua programação, as atrações artísticas e culturais são sempre um destaque.

 

A cerimônia de escolha ocorreu no dia 30 de novembro no Centro de Eventos de Pelotas

 

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