Confira a programação da 17ª Primavera dos Museus em Pelotas

Evento anual acontece de hoje a 24 de setembro e trará semana com atividades especiais em busca de fortalecer laços entre museus e sociedade    

Por Beatriz Gomes     

 

O município de Pelotas receberá a 17ª edição da “Primavera dos Museus”, iniciativa anual que é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), e acontece entre os dias 18 e 24 de setembro. Na cidade, as atividades acontecerão em locais como o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), o Museu do Doce e o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter.

Com o tema “Memórias e Democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”, a semana promete promover reflexões acerca da construção da democracia com a participação de agentes historicamente invisibilizados ou marginalizados. O IBRAM destaca a ideia de que as memórias desses grupos desempenham papel crucial na compreensão de suas lutas por direitos e igualdade e evoca a importância de que os museus e instituições culturais detentoras e promotoras da memória, da cultura, e das artes, contribuam para a valorização das memórias desses grupos historicamente excluídos.

Nesta edição, o Instituto vem questionar: “Onde estão essas pessoas nos museus? Que acervos representativos de suas culturas eles preservam? Como eles são apresentados para a sociedade e como os museus contribuem para seu reconhecimento e valorização? Quem os museus ouvem quando tratam de pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas?”. A décima sétima edição também busca incentivar a participação do público nas atividades promovidas pelos museus, além de criar espaços de reflexão e diálogo acerca de temas pertinentes à sociedade contemporânea.

 

O Museu do Doce é uma das instituições participantes

HISTÓRIA

A primeira edição da Primavera dos Museus, com o tema Meio Ambiente, Memória e Vida, ocorreu em 2007 e contou com a participação de 300 museus e 874 eventos na programação. O evento geralmente acontece no início da estação da primavera em todo país e a cada ano o IBRAM lança um tema diferente que orienta as ações dos museus, com o propósito de fortalecer os laços entre essas instituições e a sociedade, promovendo, divulgando e valorizando os museus brasileiros, bem como ampliando o número de visitantes.

Segundo informações disponíveis no site do Ministério da Cultura, a participação dos museus teve um aumento médio de 18% ao ano desde a primeira edição e aumento médio de 21% ao ano no número de eventos cadastrados.

Este ano, a edição contará com 805 participantes e 2.533 atividades em todo território nacional, e a programação da região sul, cidade por cidade, está disponível para consulta neste arquivo em pdf.

A Universidade Federal de Pelotas (petconservacaoerestauro@gmail.com – fone (53) 3284-5523) promove no dia 22 de setembro, das 14h às 16h, a ação educativa “As Fachadas Contam Histórias”. Será  um passeio pelo Centro Histórico de Pelotas, realizando uma leitura iconográfica e iconológica dos elementos que compõem as fachadas dos casarões ecléticos. O início do passeio será na Praça Coronel Pedro Osório, no Centro da cidade.

Confira abaixo alguns dos eventos programados para Pelotas:

Local: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter- UFPEL. Praça Coronel Pedro Osório, 1 – Centro, Pelotas – RS

26/09/2023 – 13h às 17h

OFICINA – “O colorido das plantas secas”: a atividade buscará demonstrar os diferentes usos de plantas desidratadas, alinhando conhecimentos botânicos e criatividade.

Promoção: Herbário Pel – fone  (53) 9812-15855

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Local: Secretaria Municipal da Cultura de Pelotas (Secult) – Pr. Cel. Pedro Osório, 2 – Centro, Pelotas – RS. Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG)

13/09/2023 a 28/09/2023

EXPOSIÇÃO – Exposição alusiva aos 60 anos da irmandade Pelotas (Brasil) – Suzu (Japão)

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Local: Museu Leopoldo Gotuzzo, Praça 7 de Julho 180, defronte o Mercado Central

fones (53) 3284-4319 (53) 3284-4318

29/04/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – Leopoldo Gotuzzo: de 1904 a 1971

31/08/2023 a 21/10/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – Fluxos nos Espaços em Tempos Pandêmicos

Coletiva fotográfica

31/08/2023 a 30/09/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – 4º Festival Internacional de Videodança do Rio Grande do Sul (FIVRS). Exibição de videos na Galeria Luciana Reis e no jardim do MALG.

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Local: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (Praça Coronel Pedro Osório, 01, bairro Centro)

Fone (53) 3284-4324

01/09/2023 a 28/10/2023 – 13h às 18h30

EXPOSIÇÃO – Comunicação em organismos não humanos

18/09/2023 a 23/09/2023 – 13h às 18h

VISITA MEDIADA – Visitas mediadas no Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter

22/09/2023 – 13h30 às 17h

OFICINA – Memória e democracia no caminho África às Américas: a importância das aves para os povos tradicionais de matriz africana e a salvaguarda da memória através do biólogo e dos museus de ciências.

23/09/2023 – 17h às 18h

APRESENTAÇÃO – Apresentação musical

23/09/2023 – 14h às 17h

EXPOSIÇÃO – Mostra dos projetos do Instituto de Biologia/UFPel

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Local: Museu Diários do Isolamento (MUDI) Rua Almirante Barroso, 1202, bairro Centro (mudiufpel@gmail.com)

18/09/2023 e 19/09/2023

AÇÃO EDUCATIVA – Roda de conversa com a participação de estudantes indígenas e quilombolas da UFPel sobre vivências e impactos da pandemia em suas vidas, individualmente e na dinâmica de seus grupos sociais.

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Local: Museu do Doce da UFPelPraça Coronel Pedro Osório, 8, bairro Centro

Fone (53) 3284-4322

22/09/2023 – 16h às 18h

ENCONTRO – Tradições doceiras e ancestralidade africana

23/09/2023 – 17h às 18h

LANÇAMENTO – Lançamento da marca 10 anos do Museu do Doce da UFPel

23/09/2023 – 14h às 17h

OFICINA – Tema: Tambor de sopapo: a batida afro pelotense

Ministrante: Mestre Griô Dilermando Freitas

Organização: PET Conservação e Restauração – UFPEL

(Sopapo é um instrumento típico da cultura afro pelotense)

23/09/2023 – 14h às 19h

OUTROS – Feira Criativa – feira de produtos quilombolas, LGBTQIA+, indígenas e apresentações artísticas

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Local: Núcleo de Estudos sobre Memória e Patrimônio em Lugares de Sofrimento – Avenida Almirante Barroso, 1202, Centro. 

Fone (53) 32844309

19/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

A Museologia de memórias traumáticas e o trabalho no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas com Ana Paula Brito.

Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

19/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

Musealização de memórias traumáticas: o Museu Sankofa Memória e História da Rocinha e o tempo das remoções, com Fernando Ermiro.

Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

20/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

As estátuas também renascem: monumentos e outros objetos memoriais em homenagem a Marielle Franco e a João Cândido, com Lilian Alves Gomes. Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

20/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

“La memorialización de la Organización Feminista Popular en el contexto del Movimiento Social de mujeres en Colombia”, com Isabel Cristina Bernal Vinasco. Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com.

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Besouro Azul: Um Novo Herói e a Celebração da Representatividade Latina

Bruna Marquezine e Xolo Maridueña são as estrelas da produção da DC Comics lançada neste ano       

Por Gabriel Belfagger        

 

Jaime Reyes aceita seu novo papel como super-herói protetor de sua comunidade  Imagem: Divulgação

 

O mundo dos filmes no Universo dos super-heróis cresceu com mais um mocinho da cena. O filme “Besouro Azul” da DC Comics, chegou como uma produção que introduz o personagem Jaime Reyes, um jovem recém-formado que volta para casa cheio de expectativas, mas sua vida muda drasticamente quando ele encontra uma misteriosa e poderosa biotecnologia alienígena, um escaravelho azul, que o transforma no herói Besouro Azul. A trama do filme explora a jornada de Jaime Reyes ao aceitar seu novo papel como um super-herói e proteger sua comunidade.

O “novo” herói da DC Comics ganhou vida nas telonas com elementos que celebram a cultura latino-americana. O filme não apenas entrega ação emocionante, mas também explora temas profundos que tocam a identidade e o orgulho latino. O filme destaca-se por trazer uma representatividade latina significativa para o cenário de Hollywood de várias maneiras. Apresenta um elenco diversificado, com atores como Bruna Marquezine e Xolo Maridueña, que representam a riqueza da cultura latino-americana. Isso permite que espectadores latinos se identifiquem com personagens que refletem suas origens; incorpora elementos da cultura latino-americana, como música, tradições familiares e valores, enriquecendo assim a narrativa com aspectos autênticos e relevantes.

Acabou recebendo apoio significativo da comunidade latina e de organizações que defendem a representatividade e a diversidade no cinema. Isso demonstra a importância do filme na promoção da inclusão e, além disso, o envolvimento de talentos latinos na produção e promoção do filme destaca a presença e o potencial desses artistas em Hollywood. A produção tem chamado a atenção do público, tanto pela sua representatividade quanto pelo entretenimento de alta qualidade.

 

Bruna Marquezine tem sido elogiada por sua atuação nesta produção recente    Foto: Divulgação

 

E por falar em representatividade latina, Bruna Marquezine, presente no elenco, nos mostra ainda a força disso no filme. Após ser convidada pelos produtores, Bruna compartilhou sua reação emocionada em várias ocasiões, inclusive postou em suas redes sociais o vídeo em que recebeu o convite. A atriz revelou que chorou quando foi convidada e ficou grata pela oportunidade.

De acordo com Bruna Marquezine, a audição foi um processo desafiador, e ela estava determinada a conquistar o papel da personagem Jenny Kord, que faz parte do universo da DC Comics. A atriz também compartilhou detalhes sobre sua primeira reunião com o par romântico no filme, Xolo Maridueña que interpreta o papel principal, destacando o entusiasmo em trabalhar no projeto. A participação da atriz no filme representa um importante passo em sua carreira, marcando sua estreia em um filme de super-herói e abrindo portas para oportunidades internacionais.

A bilheteria do filme “Besouro Azul” tem gerado diferentes respostas em sua trajetória. Durante sua estreia, o filme arrecadou impressionantes US$ 98 milhões a nível mundial, marcando uma forte abertura nas bilheteiras e indicando um potencial sucesso. No entanto, a recepção nas bilheteiras brasileiras foi mais modesta, com o filme encerrando sua primeira semana com uma bilheteria de R$ 1,4 milhões. A participação da atriz Bruna Marquezine na produção despertou interesse, mas o filme enfrentou a concorrência de outros títulos como “Talk to me” (“Fale comigo”), filme de terror dos diretores Danny Philippou e Michael Philippou.

A recepção ao filme “Besouro Azul” entre críticos e fãs tem sido mista. Críticos estrangeiros têm avaliado o filme de forma variada. Alguns elogiaram a atuação de Bruna Marquezine, destacando sua contribuição ao filme. A crítica, Zoë Rose elogiou a atuação da brasileira e mencionou a possibilidade de vê-la como Lara Croft em futuros projetos. No entanto, outros críticos estrangeiros apontaram críticas à química do casal protagonista.

O diretor do filme “Besouro Azul,” Angel Manuel Soto, tinha altas expectativas para o lançamento do filme. Ele lutou para que o longa-metragem fosse lançado nos cinemas em vez de estrear exclusivamente em plataformas de streaming, como estava inicialmente planejado. Soto acreditava que o filme tinha potencial para ser uma experiência cinematográfica especial e queria que o público tivesse a oportunidade de assisti-lo nas telonas. Essa decisão de lançar o filme nos cinemas reflete a confiança do diretor no projeto e sua aspiração de que ele fosse bem-recebido pelo público.

Soto afirmou que o filme terá uma continuação. Ele demonstrou entusiasmo quanto ao futuro do Universo Estendido da DC (DCU) e mencionou planos para explorar mais a história do Besouro Azul e seu universo. Embora detalhes específicos sobre a sequência não tenham sido revelados, a confirmação do diretor sobre a continuação sugere que a franquia está em crescimento.

Além disso, Bruna Marquezine, que desempenhou um papel importante no filme, também indicou a possibilidade de seu retorno à franquia em futuros projetos da DC. A confirmação da continuação e o interesse dos membros do elenco em retornar para novos filmes são indícios positivos para os fãs do Besouro Azul, que podem esperar mais aventuras do super-herói nos cinemas.

 

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“Satolep” de Victor Ramil: Uma jornada literária e reflexiva na identidade regional

Em seu livro, o cantor, compositor e escritor evoca a Pelotas presente no imaginário de todos que já conheceram a cidade

Por Fabiano Stéphano Roux Cordeiro Lautenschläger   

   

 

Publicado em 2008, o livro “Satolep”, escrito pelo cantor, compositor e escritor pelotense Victor Ramil é uma obra de destaque na literatura contemporânea brasileira. Conhecido tanto como músico quanto como escritor, Victor Ramil é reconhecido por suas contribuições criativas e inovadoras no cenário da música popular brasileira. Seu envolvimento com a música desde a adolescência moldou sua abordagem artística, e temas como o regionalismo têm sido explorados em suas composições de maneira original. Ramil lançou seu primeiro álbum, intitulado “Estrela, estrela”, aos 18 anos de idade, e, desde então, tem sido aclamado por sua contribuição para a cena musical brasileira.

No entanto, o autor expandiu seu horizonte artístico e iniciou sua carreira como escritor em 1995 com o lançamento de seu primeiro livro, intitulado “Pequod”. Essa obra, que chegou a ser publicada na França, serviu como ponto de partida para suas reflexões sobre identidade sul-rio-grandense. Suas experiências pessoais, incluindo o período vivido no Rio de Janeiro durante a década de 1980, levaram-no a questionar a posição do Rio Grande do Sul em relação ao resto do país e a explorar as questões identitárias decorrentes desse contexto.

A cidade de Pelotas, localizada no Rio Grande do Sul, desempenha um papel central nas composições musicais e nos escritos de Victor Ramil. No entanto, ele retrata a cidade de forma adaptada, o que se evidencia no anagrama “Satolep”, título de seu segundo livro publicado em 2008 pela editora Cosac Naify. Nessa obra, Ramil cria uma narrativa que mergulha nas memórias do autor e nas reflexões sobre a identidade sul-rio-grandense.

 

 

                   Ramil oferece ao leitor uma experiência que vai para além da narrativa convencional                                    Foto: Marcel Ávila / Prefeitura de Pelotas

 

“Satolep” apresenta uma trama que gira em torno de Selbor, um fotógrafo que sente a necessidade de retornar à sua cidade natal após anos de afastamento. O livro é caracterizado por capítulos curtos intercalados com mini ficções relacionadas às 28 fotos de Pelotas que adornam suas páginas. Através dessa estrutura narrativa engenhosa, Ramil oferece ao leitor uma experiência única, que vai além da narrativa convencional.

A abordagem do autor em “Satolep” transcende a mera descrição dos personagens e mergulha na própria cidade como protagonista. Ramil analisa meticulosamente a cidade, revelando suas nuances e refletindo sobre a natureza da identidade coletiva e individual. Como observado pelo autor, na época de lançamento, em 2008, “Satolep” “não é um livro qualquer, está muito além da valsa velha que embala nossa atual literatura, mas ao inventar um ritmo, uma milonga, por mais universal que seja, é natural que encontre algumas resistências”.

A atmosfera melancólica e a névoa que paira sobre Satolep contribuem para uma sensação de incerteza e transitoriedade. A cidade é explorada como um espaço físico e metafórico, onde as memórias e os sonhos se encontram. Essa abordagem é refletida por Ramil quando escreve: “Satolep é apenas um nome. Não existe cidade, gente, rua. […] Satolep não existe no presente. Existe em meu e em seu passado”.

 

Interação entre palavra escrita e fotos antigas provoca uma sensação de nostalgia

 

Ramil utiliza fotografias antigas da cidade para complementar sua narrativa, estabelecendo um diálogo entre o texto e as imagens. Essa interação entre a palavra escrita e a imagem fotográfica evoca uma sensação de nostalgia e reforça a imersão do leitor na atmosfera de Satolep.

“Satolep” é uma obra literária marcante que transcende as fronteiras da literatura convencional. Victor Ramil demonstra sua habilidade artística ao criar uma narrativa que desafia os padrões estabelecidos. A intercalação de fotografias antigas com o texto amplifica a experiência do leitor, proporcionando uma reflexão profunda sobre questões de identidade, memória e a efemeridade da vida.

Com seu estilo narrativo poético e reflexivo, Victor Ramil oferece uma contribuição significativa para a literatura contemporânea brasileira. “Satolep” representa uma jornada literária que explora os limites da ficção, desafiando conceitos estabelecidos e abrindo caminhos para novas formas de expressão artística. Esta obra merece ser apreciada como um testemunho da criatividade e sensibilidade de Victor Ramil, além de sua capacidade de retratar a complexidade da identidade regional e sua relação com o tempo.

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Satolep…na névoa da noite do lançamento dessa obra, eu estava lá no teatro cheio 7 de abril… Peguei autógrafo, fiz foto de regata cor do arco-íris. O livro dei de presente, com dedicatória, a foto o orkut engoliu, mas ficou em mim a UFPel e os laços… Satolep também é um lugar no meu imaginário ; aportuguesei o nome de meu filho, “Dioukim”.

Francesca Batista de Azevedo

Centro Tradições Gaúchas Coronel Thomaz Luiz Osório prepara-se para concorrer em diversos festivais

CTG promoveu ensaio aberto e contou com apresentações das invernadas Adulta, Mirim e Juvenil, com o intuito de arrecadar recursos visando as competições estaduais       

Por Leonardo Cardoso e Pedro Barcelos      

Invernada adulta em sua apresentação no ensaio aberto      Foto: Pedro Barcelos

 

No dia 30 de agosto, no CTG Coronel Thomaz Luiz Osório, localizado no bairro Fragata, em Pelotas, promoveu o ensaio aberto da invernada adulta. O Centro de Tradições Gaúchas, fundado no dia 2 de maio de 1968, tem como intuito cultivar a tradição nativista do Rio Grande do Sul, em suas diversas expressões de arte. Houve um jantar para receber a comunidade em seu galpão. Além da Invernada Adulta, a Mirim e a Juvenil apresentaram-se durante o evento, mostrando suas temáticas escolhidas para este ano.

O evento, a Invernada Adulta, faz parte das preparações durante o ano para diversas  competições pelo Estado, como é o caso da fase inter-regional do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart). Trata-se da competição classificatória para o maior evento de arte amadora da América Latina, o Enart, que acontece em Santa Cruz do Sul.

Após o sucesso que foi o ensaio aberto, o CTG partiu em busca do seu grande objetivo ao competir na inter-regional. Com a terceira colocação na competição, os Dragões do Rio Grande, como são conhecidos, conseguiram a tão sonhada vaga para o Enart. Assim, o CTG Coronel Thomaz Luiz Osório está pronto para representar Pelotas na maior competição do Estado, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de novembro, no Parque da OktoberFest, em Santa Cruz do Sul.

Estímulo para a juventude

O principal motivo da realização do ensaio aberto foi, além de dar oportunidade para a comunidade e os amantes pela cultura gaúcha apreciar sua arte tradicional, a de arrecadar recursos para o deslocamento e a hospedagem na cidade de Capão da Canoa, sede da Inter-regional deste ano.

Participar do Enart é um sonho para qualquer integrante de CTG, pois além da dificuldade da classificação, é a coroação de todo trabalho feito dentro das entidades tradicionalistas, como é o exemplo deste centro de tradições. Todo o trabalho é feito com a ajuda de muitos voluntários e a participação assídua de crianças e jovens. Mario Heidrich, capataz do CTG, registra: “Hoje o CTG conta com cinco invernadas, desde a Invernada Mirim até a Invernada Xiru, então, nosso foco são os jovens, são as crianças. O que a gente utiliza de estratégia para manter eles aqui, dentro do CTG, motivados, é a questão de eles estarem em equipe e trabalharem pelo grupo. O CTG, hoje, tem muitos objetivos, a gente faz muitas apresentações na comunidade, e também participa de competições estaduais. A última Juvenil foi no Juvenart, a Mirim no Festmirim, a Xiru em outubro está indo para o Festxiru, e a Adulta está indo para a classificatória do Enart, que acontece em novembro na cidade de Santa Cruz do Sul”.

São realizados diversos eventos no CTG para que os jovens sigam integrados. Heidrich salienta que são feitos esforços, para que não desistam,  por exemplo, por questões financeiras. Quer motivar a permanência, cultivando a tradição. “É estar com os colegas, brincando, correndo, se divertindo, essa é finalidade do CTG, estar com a família, com os amigos, com os colegas e cultivar a tradição”, diz.

Danças tradicionais

No ensaio, os dançarinos apresentaram algumas danças tradicionais gaúchas, como: o caranguejo, a havaneira marcada e a quero-mana.

Caranguejo: a dança é uma manifestação cultural brasileira de raízes açorianas que se assemelha ao minueto. Foi muito difundida pelo Brasil, e há registros dela desde o século XIX. Em roda, os dançarinos praticam movimentos de dança semelhantes ao “caminhar” do animal caranguejo, repetindo até finalizar a música.

Vídeo: Leonardo Cardoso

Quero-Mana: É uma dança de salão, que se realiza em pares enlaçados, que formam dois círculos concêntricos: um de homens e outro de mulheres. Tem características do ciclo do minueto, com passos comedidos e mesuras. A dança consiste em uma série de evoluções dos pares, que se aproximam e se afastam, giram e se cumprimentam. Um dos movimentos mais característicos da dança é o chamado “três passos curtos e rápidos”, que os pares executam ao avançar um para o outro.

Vídeo: Leonardo Cardoso

Havaneira Marcada: é uma dança que tem origem na habanera, um ritmo musical de Cuba. A havaneira chegou ao Brasil através dos imigrantes açorianos, que adaptaram a dança ao estilo gaúcho. É uma dança de salão que se realiza em pares enlaçados, formando dois círculos concêntricos: um de homens e outro de mulheres. A dança consiste em uma série de passos e giros, marcados pelo toque da gaita.

Vídeo: Leonardo Cardoso

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“Noites Alienígenas”: o ser humano e a fuga da realidade

O grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2022 chegou recentemente no catálogo da Netflix       

Por Jaime Lucas Mattos         

                                      Filme conquistou cinco kikitos no ano passado                               Imagem: Divulgação/Vitrine Filmes

Vencedor de diversos prêmios no 50º Festival de Gramado (2022), na Mostra Competitiva do Festival Guarnicê de Cinema (2022) e na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2022), “Noites Alienígenas” é um filme produzido no estado do Acre que retrata as sensibilidades de uma região pouco explorada pelo audiovisual brasileiro.

O longa-metragem conta a história de um grupo de personagens, em especial três jovens – Rivelino (Gabriel Knoxx), Sandra (Gleici Damasceno) e Paulo (Adanilo) –, que levam a vida na periferia de Rio Branco, e são impactados pelo conflito entre facções criminosas e pela violência urbana, que, nos últimos dez anos, quase triplicou o assassinato de crianças e jovens no Estado do Acre.

A vitória deste filme em diferentes festivais e mostras de cinema deu luz a uma produção que representa um enriquecimento cultural de uma região pouco explorada e conhecida pelo restante do País.

O Acre tem uma história muito rica. Depois de muitas disputas pelo domínio da área, travadas entre os bolivianos, peruanos e os brasileiros que viviam no território do Acre, o Brasil adquiriu a região em 1903, através de um tratado assinado com a Bolívia.

Por ser uma região agregada ao território nacional “recentemente” (e que foi elevada à categoria de estado apenas em 1962), tem sofrido um apagamento na memória popular e sofre muito preconceito, ganhando um espaço praticamente nulo para contar suas histórias no contexto nacional.

Gabriel Knoxx e Gleici Damasceno em cena     Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

“Noites Alienígenas” apresenta uma história que se distancia do eixo Rio-São Paulo, mas que explora e retrata uma realidade que dialoga com as realidades de outras regiões do País. A criminalidade é retratada no filme como pano de fundo para a narrativa, atravessando a vida dos personagens de maneiras distintas.

Os jovens representados no longa-metragem não têm muita perspectiva de futuro, mas sentem que a vida que levam é desconfortável e incômoda. Essa necessidade de fugir de seus espaços é explorada pela narrativa de diferentes maneiras. Há personagens que “encontram” a fuga nas drogas, no tráfico, na religião, nos sonhos de estudo. Mas essa fuga ainda não é suficiente, pois mesmo assim estão em lugares desconfortáveis e incômodos. Então, que fuga eles estariam buscando?

Questão da dependência química é tratada através do personagem de Adalino  Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

A proposta de fuga para o desconhecido dialoga com o título do filme, usando o “alienígena” como metáfora para a fuga e para o desconhecido. Ninguém sabe se o “alienígena” vem para o bem ou para o mal, mas ele muda tudo na sua visão do que é a vida. Esse paralelo dialoga com a vida desses jovens, que estão perdidos em uma vida e em uma localidade que não projeta alguma perspectiva além da criminalidade.

Para acompanhar o título e dar múltiplos significados à narrativa, “Noites Alienígenas” insere o realismo mágico como parte da trama, explorando-o nos diálogos, nas alucinações, nos rituais indígenas e no jogo de luzes. O realismo mágico pode parecer deslocado na trama, pois ele não faz parte do cerne da narrativa, mas do seu entorno. No entanto, apesar disso, ele tem a sua função significativa na história.

A filmagem contrasta com o realismo mágico e transmite a ideia de realidade da vida, com o uso da câmera em movimento, não apenas fixa, como é feito na maioria dos filmes mainstream.

Chico Diaz e Gabriel Knoxx em uma das primeiras cenas       Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

O elenco caminha muito bem com a narrativa. O grande destaque vai para Chico Diaz, que atua muito bem e entrega um diálogo magistral em uma das primeiras cenas, o qual resume a ideia por trás dessa história. Outros destaques no promissor elenco jovem vão para Gabriel Knoxx, Adalino e Kika Sena. Gleici Damasceno também está muito bem para o seu primeiro trabalho no cinema.

O maior destaque talvez seja para o diretor Sérgio Carvalho, que consegue apresentar, em apenas uma hora e meia, uma narrativa que discute uma problemática social – a criminalidade – e que pensa e repensa os motivos, os sonhos e os desejos de uma juventude que se sente perdida em um local incômodo – seja ele físico ou sentimental.

Equipe de “Noites Alienígenas” no palco do 50º Festival de Gramado           Foto: Divulgação/Edison Vara

 

Vale lembrar que “Noites Alienígenas” ganhou cinco prêmios no Festival de Cinema de Gramado do ano passado, nas seguintes categorias: Melhor Filme; Melhor Filme pelo Júri da Crítica; Melhor Ator, com Gabriel Knoxx; Melhor Atriz Coadjuvante, com Joana Gatis; e Melhor Ator Coadjuvante, com Chico Diaz.

Se ficou interessado em conferir, o filme está disponível no catálogo da Netflix.

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Banda Jota Quest realiza show em Pelotas no dia 19 de setembro

Grupo mineiro estará presente na capital do doce com sua tour em comemoração aos 25 anos de carreira na véspera do feriado do Dia do Gaúcho        

                                                   Por João Victor Fagundes e Renan Ferreira        

 

Banner promocional da tour “Jota25”                                          Imagem: Divulgação

 

A banda Jota Quest anunciou em fevereiro deste ano sua tour em alusão aos 25 anos de carreira, que contará com apresentações por diversas cidades do Brasil, incluindo Pelotas. A banda passará pela Princesa do Sul no dia 19 de setembro, véspera do feriado do Dia do Gaúcho. O show será realizado no Centro de Eventos da Fenadoce (Av. Pinheiro Machado 3390), com abertura às 20h.

Formada em meados de 1993 em Belo Horizonte (MG), a banda originalmente chamava-se “J. Quest”, uma abreviação de um famoso cartum chamado Jonny Quest, criado na década de 60 e popularmente conhecido até os dias de hoje. No entanto, em entrevista ao programa Faustão na Band, o vocalista Rogério Flausino explicou o motivo da mudança na grafia e na pronúncia do nome da banda, que antes usara a fonética inglesa quando referiam-se a banda (Jay Quest). Segundo Rogério, logo no início da carreira, eles planejavam regravar a música de Tim Maia “Dance enquanto é tempo”, entretanto precisaria da autorização de Tim, que detestava falar com qualquer gravadora que tentasse contatá-lo. Foi aí que Rogério conseguiu o número particular de Tim a fim de pedir a autorização, e, ao realizar a ligação, o grande astro da música nacional, além de permitir a gravação, “abrasileirou” o nome da banda, sugerindo que  o grupo se chamasse Jota Quest daquele momento em diante.

Reunião de talentos

O Jota Quest é composto por um grupo talentoso de músicos que contribuíram para a rica tapeçaria musical da banda. Rogério Flausino, vocalista e um dos membros fundadores, traz uma voz cativante e versátil para as músicas da banda. Além dele, a habilidade do guitarrista Marco Túlio Lara em criar riffs memoráveis e solos envolventes é fundamental para o som característico do grupo. O tecladista Márcio Buzelin adiciona camadas melódicas e atmosféricas às músicas, enquanto PJ, o baixista, e Paulinho Fonseca, o baterista, formam a base rítmica sólida que sustenta as composições. A jornada musical do Jota Quest é uma história de sucesso, perseverança e reinvenção constante. Com sua mistura única de gêneros musicais, hits inesquecíveis e integrantes talentosos, continua a ser uma força influente na música brasileira.

 

Repertório do show reúne “músicas para cantar junto”, ou seja, os grandes hits da banda  Imagem: Instagram / Ique Esteves

 

Diversidade sonora e estilo único

O som do Jota Quest é notável por sua habilidade de transcender fronteiras musicais. A banda mistura elementos de pop, rock, funk e música eletrônica, criando um estilo que é simultaneamente enérgico e envolvente. Essa diversidade sonora não apenas tornou o Jota Quest um nome familiar, mas também permitiu que eles se reinventassem a cada álbum, mantendo sua música fresca e relevante ao longo dos anos.

Explorando os maiores hits

Os maiores sucessos do Jota Quest traçam um mapa musical que captura a diversidade de influências que a banda incorpora. Entre esses sucessos está “Dias Melhores”, uma canção que se tornou um hino otimista e que, desde o lançamento, se mantém presente em playlists de todos os cantos do país. “Na Moral” é outro hit notável que explora as raízes do funk e do groove, adicionando uma camada de modernidade à mistura. E quem não se lembra de “O Vento”? Faixa que cativou os ouvidos de várias gerações com sua pegada envolvente e contagiante.

 

                           Faixas como “Dias Melhores”, “Amor Maior” e “Dentro de Um Abraço” são hits populares da banda              Imagem: Instagram / Jp Sofranz

 

 Jornada musical marcada por hits e diversidade sonora

No cenário musical brasileiro, poucas bandas conseguiram deixar uma marca tão duradoura e eclética quanto o Jota Quest. Desde sua formação nos anos 90, o grupo mineiro conquistou fãs e espaço nas paradas com uma mistura única de pop, rock e elementos eletrônicos, tornando-se uma verdadeira referência na cena musical nacional. Com uma carreira que abrange décadas e uma coleção impressionante de hits, o Jota Quest continua a fazer história e a atrair novas gerações de ouvintes.

Ingressos para a Tour de 25 anos da banda em Pelotas

Os ingressos podem ser adquiridos através do site Blue Ticket com preços a partir de R$160,00.

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Participação dos alunos da UFPel destaca-se no 51º Festival de Cinema de Gramado

Na edição ocorrida em agosto, diversos curtas-metragens de alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Pelotas se fizeram presentes em um dos maiores eventos cinematográficos do Estado e do País       

Por Felipe Boettge e Jaime Lucas Mattos   

 

                   Ana Ambrosano e Denis Souza com o prêmio de melhor desenho de som pelo curta Carcinização                               Foto: Divulgação/Edison Vara/Agência Pressphoto

 

Em sua 51ª edição, o Festival de Cinema de Gramado apresentou em sua programação quatro curtas-metragens dirigidos e realizados por estudantes e egressos de dois cursos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação. Os filmes exibidos, e que concorreram a prêmios, foram “Aurora”, de Bruna Ueno; “Carcinização”, de Denis Souza, “Combustão Espontânea”, de João Werlang e Pedro Bournoukian; e “Tremendo Trovão”, de Rubens Anzolin. Com a presença dos filmes no festival, a universidade também disponibilizou transporte para levar os alunos, membros das produções e outros estudantes até a cidade de Gramado durante o festival.

A exibição dos curtas no festival aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto, nos primeiros dias do evento. A premiação do Troféu Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas foi realizada no dia 13 para condecorar os curtas-metragens gaúchos. Dos quatro filmes realizados por alunos ou ex-alunos da UFPel, um deles foi premiado.

“Carcinização”, dirigido por Denis Souza, recebeu o prêmio de melhor desenho de som. Responsáveis pelo desenho de som no filme, foram destacados Ana Ambrosano e Mariana do Prado. Ana Ambrosano, que estava no festival, disse que não esperava ser premiada: “Foi uma surpresa muito feliz, a sensação é indescritível, eu não lembro dos cinco minutos que se passaram ali depois de ouvir o meu nome, dá vontade de sentir de novo”. O diretor contou que também ficou surpreso, mas feliz porque se destacaram justamente na parte da produção em que eles tiveram bastante cuidado.

Em formato de animação, “Carcinização” fala sobre um trio de amigos – Liz, Mari e P1 – e as mudanças que estão acontecendo em suas vidas, especialmente na de P1, que decide virar um caranguejo – situação que dá nome ao curta. “Eles conversam sobre esse sentimento de tentar se adequar, e seguir seu próprio caminho enquanto apoiam o P1 nessa jornada de participar do processo de carcinização”, resume o diretor Denis Souza.

 

                                         Denis Souza, diretor de Carcinização, apresentando o curta no palco do festival                                   Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

Dentre os outros três filmes pelotenses que disputaram os diversos prêmios do Troféu Mostra Gaúcha de Curtas, “Tremendo Trovão” trata de lembranças de um acidente sofrido pelo diretor Rubens Fabricio Anzolin e os impactos causados em sua vida. Já o curta “Aurora”, dirigido por Bruna Ueno, é uma animação de uma patinação artística ao som de uma música no piano. “Havia muito tempo, antes mesmo do início do projeto, que pensava em fazer algo contemplativo, que despertasse um lado mais emocional. Acredito que a combinação da dança com a música abre brecha para isso, então foi o caminho que escolhi, buscando desenvolver e capturar a expressividade desse cenário”, conta a diretora.

Por ser uma animação em rotoscopia, técnica que consiste em criar sequências animadas desenhando as imagens quadro a quadro, tanto facilidades quanto dificuldades poderiam ser encontradas no caminho. “As facilidades surgiram ao escolher trabalhar com animação tradicional, utilizando papel, grafite e giz pastel. Isso me proporcionou conforto, além de ter sido um processo muito proveitoso! Por outro lado, enfrentei um desafio ao lidar com várias pilhas de papel que precisavam ser escaneadas, cortadas e montadas, especialmente considerando que estava realizando esse processo por conta própria”, contou a diretora Bruna Ueno.

Dividido em três pequenos atos e com uma grande equipe envolvida na sua realização, o filme “Combustão Espontânea”, dirigido por João Werlang e Pedro Bournoukian, conta a história de três pessoas que estão presas aos seus cotidianos extremamente repetitivos e que alimentam um desejo de se libertar dessas realidades, mesmo que de formas inusitadas.

O diretor Pedro Bournoukian relata que a equipe usou principalmente locações internas para gravar o filme, e que elas tiveram uma função especial, que é a de usar “esses ambientes claustrofóbicos, buscando enclausurar os personagens em suas rotinas, algo que é essencial para o entendimento do filme”. Segundo Werlang, as locações utilizadas em Pelotas foram um apartamento, o Parque Tecnológico e a Igreja Cabeluda, como é popularmente conhecida, além do Calçadão da cidade.

 

 Pedro Bournoukian e João Werlang, diretores de Combustão Espontânea, no palco do Festival de Gramado                  Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

O diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”, Matheus Tozeto, falando sobre sua função no filme, contou que fez um storyboard com os diretores para ordenar a composição das cenas, e que, a partir disso, pode guiar-se nas gravações. “Foi o período da produção no qual fiquei encarregado por operar a câmera e por tomar decisões quanto à iluminação das cenas, sempre junto dos diretores João e Pedro”, recorda Matheus.

Enquanto a maior parte da equipe do filme é do curso de Cinema e Audiovisual, alguns atores são do curso de Teatro. Eles vivenciaram novas experiências com o audiovisual, criando uma conexão que engrandece e agrega á experiência e à passagem dos alunos dos dois cursos pela Universidade, algo que é apoiado e incentivado pelos professores. ”Já tive uma professora que me liberou de uma aula que eu tive à tarde para eu poder gravar. Eles são bem compreensivos em relação a isso, porque é muito importante que a gente tenha o intercâmbio entre os cursos de Teatro e Cinema”, relata a aluna Cândida Canielas.

No entanto, o apoio da Universidade não se limita a esse tipo de situação, uma vez que se reconhece o valor não só na execução e participação dos projetos, mas também na presença nos festivais e premiações, como é o caso do Festival de Cinema de Gramado. Para auxiliar os estudantes, a UFPel disponibilizou transporte para eles e os membros das equipes das produções envolvidas se fazerem presentes no evento, algo que foi essencial para que eles tivessem não só a experiência da viagem, mas pudessem estar juntos de suas produções no maior palco do cinema brasileiro. “[O transporte] facilitou a vida de muitos de nós, pois para muitos seria inviável estar presente se não fosse esse apoio. Essa também é uma forma de incentivar os alunos”, relata Milena de Castro, atriz de “Combustão Espontânea”.

 

          Milena Vaz, Cândida Canielas e Kelvin Marum Machado, do elenco de “Combustão Espontânea”             Foto: Acervo pessoal/Milena Vaz

 

A importância do festival para o cinema gaúcho é grande, tendo em vista os holofotes que o festival está proporcionando tanto para a divulgação, quanto para o reconhecimento do que é produzido em escopo local e universitário.

 

“No caso do cinema gaúcho, o festival oferece uma oportunidade para exibir e celebrar o trabalho local, permitindo que nós possamos compartilhar nossos trabalhos e perspectivas regionais com um público mais amplo” (Bruna Ueno, diretora de “Aurora”).

 

“Acho que é um festival muito importante, principalmente quando se trata de difundir o cinema gaúcho. Ele aproveita esse status de um dos festivais mais famosos do Brasil, ao qual pessoas de todos os cantos do Brasil vêm para apreciar os filmes, e abre espaço para exibição de produções feitas aqui no Estado” (João Werlang, um dos diretores de “Combustão Espontânea”).

 

O espaço que o festival oferece proporciona um encontro e debate entre produtores gaúchos com o de todas as outras praças do Brasil, criando conexões e servindo como um berço de novas ideias e inspirações que terão impacto nas carreiras dos cineastas e também em toda a indústria de uma forma geral. Essa promoção de encontros entre produtores se faz muito importante para as obras locais, e também em relação à autoestima e à confiança que cercam essas equipes, que, muitas vezes, podem sentir-se menosprezadas e deixadas de lado, uma vez que estão deslocadas dos centros de maior produção audiovisual, o eixo Rio de Janeiro-São Paulo.

Dessa maneira, a existência do Festival de Gramado, das amostras gaúchas e da presença dos produtores locais, “é uma forma de nós, gaúchos, mostrarmos que, mesmo não estando no centro das produções audiovisuais, estamos criando e trabalhando em cima de obras incríveis”, reforça Milena Vaz. Além disso, é um espaço para a troca de conhecimentos e de receber reconhecimento pelos seus trabalhos, como relatou Denis Souza: “Conheci muita gente da área e é bem gratificante ver o nosso trabalho sendo reconhecido num festival desta escala”.

 

“O Festival de Gramado, ao apresentar categorias específicas voltadas ao cinema gaúcho, valoriza e incentiva a produção audiovisual no Estado” (Matheus Tozeto, diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”).

 

Espera-se que as produções nascidas na UFPel continuem ganhando holofotes no festival em todas as futuras edições, tendo em vista que é um grande evento para que os alunos ganhem notoriedade no ramo da sétima arte. A próxima edição do Festival de Gramado acontecerá entre os dias 9 e 17 de agosto de 2024.

 

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Banda Misto Quente cativa público com tributo aos Mamonas Assassinas

Show aconteceu quarta-feira no bar Johnnnie Jack e trouxe lembranças bem-humoradas       

Por Yan Freitas e Yasser Hassan        

 

A banda Misto Quente divertiu o público recordando dos sucessos do grupo paulista

 

O palco do bar Johnnie Jack, em Pelotas, foi tomado por palhaçadas, nostalgia e música de qualidade na noite desta quarta-feira, dia 30 de agosto. Em uma performance de tributo ao grupo Mamonas Assassinas, a banda Misto Quente surpreendeu a todos com um show irreverente, bem-humorado e quase beirando o absurdo, feito justamente para demonstrar a fidelidade ao show original da banda que fez história no Brasil.

A energia contagiante do vocalista Moisa foi acompanhada por arranjos perfeitos da banda, com Matheus Bastos na guitarra, Giuliano Cardoso no teclado, Mateus Dilelio na bateria e Junior Barboza no baixo. Além disso, a segunda voz de Giuliano que, por vezes, formava uma dupla com Moisa, funcionava perfeitamente. Ainda mais na performance da música “Vira-Vira”, na qual o tecladista imitava com perfeição a voz estridente de “Maria”, enquanto o vocalista fazia a voz grave de Manoel, em uma fantasia típica de português.

 

Grupo se fantasia com os mesmos figurinos dos Mamonas Assassinas

 

Aos fãs de carteirinha, a apresentação foi um prato cheio, mas o grupo não parava por aí. Com covers de outros artistas, partindo de Chitãozinho e Xororó até Michael Jackson, a banda apresentou um repertório extenso e diversificado, que nunca perdia aquela pitada de humor.

Entre sentimentos de alegria e saudades que a banda Misto Quente aflorou no público do Johnnie Jack, o principal, sem dúvidas, foi a nostalgia. Tanto para aqueles que buscavam reviver a sensação de ver os Mamonas Assassinas, como para aqueles que já nasceram sem essa chance.

“Eu escuto Mamonas desde que me conheço por gente. A primeira música que eu ouvi na vida foi do Mamonas, eu os via nos programas de TV quando já tinham morrido”, disse Kauê Duarte, fã de carteirinha da banda, que nasceu no mesmo ano do acidente fatal com o grupo.

 

O vocalista Moisa teve a ideia de fazer um tributo aos Mamonas

 

A ideia da Banda Misto Quente, de trazer de volta Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Sérgio e Samuel Reoli, partiu de uma iniciativa do vocalista Moisa em seus tempos de faculdade. “Ele era fã desde moleque, até que encontrou na faculdade de Música um doido que topou montar um tributo com ele”, disse o tecladista Giuliano Cardoso.

 

Show é voltado tanto para quem curtiu como para quem ainda não era nascido na época dos Mamonas

 

Acima de tudo, a aproximação da banda com o público provém de um mesmo sentimento, a saudade. Ao incorporar os queridos “Mamonas”, o grupo transpõe a sensação de se sentir vivo, e mostra que a morte nunca será capaz de apagar a história.

 

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“Rolê Daora”, o novo evento da Prefeitura de Pelotas

Primeira edição trouxe atrações musicais e faz parte do Programa de Convivência Urbana      

Por Aline Souza e Brenda Leal       

    Prefeita quer  mobilizar as pessoas e conscientizar para uma melhor convivência urbana       Foto: Rodrigo Chagas

 

No dia 21 de agosto, a Prefeitura de Pelotas anunciou a criação de um novo evento de lazer para o público da cidade. Atrelado à aprovação da Lei do Silêncio, sancionada pela prefeita Paula Mascarenhas no dia 18 de agosto, que determina normas gerais de preservação e garantia ao sossego público, foi lançado o “Rolê Daora”. Sua primeira edição ocorreu no dia 23, com a intenção de dar continuidade em diversas partes do município.

“Nós vamos constituir, organizar e lançar o Programa de Convivência Urbana, porque é mais do que simplesmente coibir a perturbação do sossego público. Trata-se de mobilizar as pessoas, sensibilizá-las e conscientizá-las para uma convivência urbana mais saudável”, disse a prefeita, em matéria publicada no site oficial da Prefeitura.

O novo evento visa propiciar atrações de entretenimento aos jovens em um horário que não perturbe os moradores da cidade. A primeira edição ocorreu no dia 23, trazendo atrações musicais como o pocket show de Henry Oppelt, que ocorreu na esquina da rua Dom Pedro II e Gonçalves Chaves.

Henry é um artista local, de 33 anos, que atua com shows e produção de eventos na cidade há mais de 20 anos. O seu endereço no Instagram  conta com mais de 12 mil seguidores e ele é sucesso não só em Pelotas, mas também nas cidades vizinhas.

 

Entre as atrações musicais da primeira edição esteve o pocket show de Henry Oppelt      Foto: Rodrigo Chagas

 

“Pelotas é uma cidade que se orgulha da nossa vida noturna e da cultura de movimentação de pessoas vindas de todos os lugares do país. Obviamente, essas pessoas costumam se encontrar na noite em busca de diversão e festa e isso é muito bacana. Mas, tem local e hora para tudo, e a ideia é que a gente possa unir a diversão ao respeito, pois a cidade precisa ser um lugar para todos, tanto àqueles que gostam de festa e quanto aos que gostam de descanso. Com flexibilizações, criamos uma cidade inclusiva, mais alegre, segura, equilibrada e saudável”, destacou a prefeita Paula.

O local do evento no dia 23 é simbólico: é onde se concentram os principais e mais frequentados bares da cidade, no entorno da Universidade Católica de Pelotas. Nesta parte, os jovens costumam ocupar as ruas, principalmente nas quartas-feiras, um dos motivos para a Lei do Sossego ter começado a ser discutida pela Câmara de Vereadores.

No Instagram Oficial da Prefeitura, foi publicado que a rua Gonçalves Chaves trata-se só da primeira região contemplada com o “Rolê”, dando a ideia de que o projeto pode se expandir para outros locais e seguir acontecendo periodicamente.

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UFPel sedia Mostra Itinerante de Filmes Etnográficos Prêmio Pierre Verger

Produções de curta e longa-metragem podem ser vistas no Cine UFPel ou nos canais do Youtube do Leppais e do Labome       

Por Larissa Schneid Bueno   

 

 

Até esta quinta-feira (31 de agosto), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estará sediando a Mostra Itinerante de Filmes Etnográficos Prêmio Pierre Verger (edição 2022), com organização do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Produção em Antropologia da Imagem (Leppais), em parceria com o Laboratório das Memórias e das Práticas Cotidianas (Labome).

Os filmes etnográficos representam olhares sobre o mundo e têm como definição clássica a documentação fílmica das ações humanas, para que as atitudes das pessoas e suas características culturais sejam ali representadas e interpretadas.

As obras podem ser acompanhadas gratuitamente a partir das 14h por todos os públicos no Cine UFPel, localizado na Rua Lobo da Costa, 477, em Pelotas/RS, ou pelos canais do Youtube do Leppais e do Labome por meio de uma transmissão online.

A mostra, trazida pela professora de Antropologia da UFPel e organizadora da itinerância, Claudia Turra Magni, começou no dia 3 de agosto e, ao todo, conta com quatro sessões compostas por filmes de curta e longa-metragem. Entre os destaques, estão as obras “Auto de Resistência” (2018), “Nossas mãos sagradas” (2021), “Alagbedé” (2021), além do “Canto de Família” (2020), “Carlos Caps Drag Dance” (2022) e “Cybershota” (2022), que ainda serão exibidas.

Para o professor de Cinema da UFPel e coordenador do Cine UFPel, Roberto Cotta, é fundamental que existam iniciativas que tragam à comunidade filmes etnográficos inéditos ou poucos exibidos na cidade, proporcionando uma diversidade de experiências culturais ao público que, muitas vezes, vê o seu reflexo nas telas através desses filmes.

“Através do contato com as obras, o espectador pode refletir a respeito da realidade mostrada, bem como criar relações com suas próprias experiências. Além disso, o debate virtual promovido após as sessões permite um diálogo estreito com os cineastas que realizaram os filmes”, pontuou.

 

Prêmio faz homenagem a  Pierre Verger, que eternizou a cultura baiana em suas fotos Foto: Mário Cravo Neto/UFBA

 

Prêmio Pierre Verger

O prêmio surgiu em 1996, no ano da morte do fotógrafo, etnólogo, antropólogo, escritor e pesquisador francês, Pierre Fatumbi Verger, nascido em 1902. Pierre viajou por cinco continentes realizando um trabalho fotográfico baseado no cotidiano e nas culturas populares, até chegar a Salvador (BA), onde viveu grande parte de sua história.

“Lá, ele construiu uma história significativa, não apenas de pesquisa em antropologia, mas também de envolvimento com as comunidades de religiões de matriz africana. Na Bahia, existe a Fundação Pierre Verger Galeria, localizada no Centro de Salvador, cidade em que o artista morou por muitos anos. A fundação possui uma coleção com mais de 60 mil fotografias de Pierre Verger e também organiza mostras e eventos”, disse Claudia.

No campo das pesquisas antropológicas na América Latina, o Prêmio Pierre Verger, promovido pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA), é um dos principais festivais competitivos de obras fílmicas, fotográficas e gráficas, que acontece a cada dois anos durante a Reunião Brasileira de Antropologia.

“Por ocasião da primeira edição do concurso de filmes etnográficos, que ocorreu em 1996, justamente em Salvador, Bahia, durante a reunião de antropologia, foi decidido nomear esse concurso em homenagem a Pierre Verger. A partir de 2012, começou-se a possibilitar que essas obras premiadas circulassem, itinerando por outras regiões do país, tanto no âmbito acadêmico quanto em centros culturais, galerias e, desde a última edição, também em outros países além do Brasil”, conta Turra.

A mostra também possibilita a formação dos estudantes e estimula a realização de trabalhos finais, na articulação entre ensino, pesquisa e extensão, sendo uma vitrine da produção antropológica brasileira em termos de filmes, fotografias, desenhos e outras formas de imagens.

“O concurso não apenas retrata o que está sendo feito de mais novo e recente no âmbito acadêmico, mas também estimula a produção dentro das universidades e dialoga com a produção fora desse ambiente. Por exemplo, neste ano, temos obras produzidas por cineastas indígenas em colaboração com pesquisadores da antropologia”, destaca a professora.

Em todas as edições do concurso, existe uma comissão organizadora composta por especialistas do campo, além de uma comissão julgadora que convoca cineastas, fotógrafos, e outras pessoas ligadas à área da antropologia. O resultado dessa produção expressa todo o interesse da antropologia em termos de diversidade cultural através de obras que percorrem diferentes culturas e comunidades identitárias dentro e fora do Brasil.

Impacto Cultural

Ao falar sobre o impacto cultural que a mostra causa nos alunos e professores da UFPel, e na comunidade, a antropóloga destaca o quão importante é que a universidade seja mais plural, estando aberta a novas perspectivas e indo além do que já demonstra.

“Ela deve dialogar com outros saberes tradicionais e outras formas de compreender o mundo. Por isso, é importante que os filmes não sejam apenas veículos de divulgação do conhecimento, mas também que incorporem processos de conhecimento das diversas culturas. Acredito que isso é o que temos visto por meio de produções apresentadas nessa mostra. Acho que ela contribui para a compreensão da diversidade cultural, não apenas da sociedade brasileira, que é extremamente rica, mas também para harmonizar diferentes perspectivas de mundo”, enfatizou.

Entre os alunos que participam do processo de exibição dos filmes está o estudante de Cinema e Audiovisual da UFPel e editor de vídeos, Maycol Paixão Bastos, que através da sua atuação como bolsista no projeto de extensão do Cine UFPel teve essa oportunidade.

Maycol relata que o processo está sendo proveitoso e inovador, visto que a mostra acontece no espaço físico da universidade e no espaço virtual, agregando “resistência para o patrimônio cultural de nosso país”. Na sua perspectiva, esse tipo de ação faz com que a comunidade dê mais atenção às obras selecionadas, ampliando o destaque das obras independentes nacionais.

Além disso, ele abordou a defasagem do cinema brasileiro em relação à distribuição e exibição de filmes, que, muitas vezes, não são assistidos e, por consequência, não são comentados nem percebidos pelo público.

“As discussões geradas sobre os filmes geram reconhecimento sobre as subjetividades envolvidas e, por conseguinte, fortalecem sua existência e memória. A mostra significa uma grande oportunidade para que esses filmes venham a ser recebidos pela comunidade e possam ser mais esmiuçados pelos debates promovidos em seguida das exibições. Cada um deles tem suas peculiaridades, mas há de se perceber que são olhares cuidadosos que se lançam sobre diferentes nuances da humanidade. Para mim, eles significam memória, afeto, política e existência”, finalizou.

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