Lojistas avaliam Feira do Livro após dois anos de pandemia

Livreiros comentam desempenho dos 18 dias do evento em cenário de retomada presencial e com alta dos preços no mercado literário       

Por Ana Garrafiel       

Na terça-feira (dia 15 de novembro), a Feira do Livro de Pelotas encerrou sua 48ª edição após 18 dias de evento. A estrutura do projeto, montada na praça Coronel Pedro Osório, coração da cidade, contou com 13 livreiros, expositores, tenda cultural, cafeteria e um palco destinado a atividades literárias.

Após dois anos sem a realização do evento e um aumento em quase todos os setores da economia – mas especialmente o literário – os lojistas estavam ansiosos e com expectativas sobre como seria o retorno de um dos mais tradicionais acontecimentos culturais de Pelotas. Para Nilo Ramm, responsável pela livraria Prazer de Ler, o movimento atendeu às expectativas e se destacou em relação às edições anteriores: ‘’Foi bom, alguns dias, houve bastante movimento, outros nem tanto. Mas o movimento foi melhor [que os outros anos]’’.

Já para João Pedro Vieira Alves, vendedor da livraria e papelaria Feito de Letras, a procura foi inferior comparada às edições passadas e deixou a desejar – mas ele vê uma razão para isso: ‘’O movimento foi bem fraco. O preço dos livros aumentou muito. As editoras colocaram preços muito altos – não sei se foi por conta da inflação ou tudo que está acontecendo pós-pandemia’’.

João também destaca que a estrutura da Feira diminuiu, tirando algumas coisas que antes eram um atrativo a mais para o público, como a praça de alimentação. ‘’Antes tinha um setor de alimentação enorme, tinham mais livrarias também, mais opções. Tivemos que adquirir mais produtos dentro da banca para ver se vendíamos mais coisas, pois os livros em si as pessoas estão achando muito caros’’, complementa.

Giuseppe Viscardi, da livraria Vanguarda, também aponta a ausência da parte com as lanchonetes como fator influenciador para o baixo movimento: ‘’Precisamos levar em consideração algumas coisas também. Esse ano não tivemos a praça de alimentação, não teve shows… algumas coisas influenciam’’, analisa. Ele também destaca os dias de chuva e a eleição como motivos que possam ter ‘’atrapalhado’’ o movimento, além do avanço do digital: ‘’O pessoal que realmente gosta de livros sempre busca. Hoje em dia também temos uma concorrência muito grande com a internet como um todo, e o mercado de livros acaba sendo um dos mais afetados’’.

Apesar disso, Giuseppe avalia o retorno como bom e produtivo, considerando o momento atual. ‘’Colocamos uma meta bem agressiva que tentamos atingir e faltou um pouco. Mas acho que, para uma retomada, foi bom sim’’, finaliza.

Apesar dos descontos, feira teve procura abaixo do esperado   Foto: Ana Garrafiel

 

Os favoritos do público

Dentre as diversas bancas e inúmeras opções de títulos e gêneros literários, o público deixou seu gosto bem claro para os lojistas.

Na livraria Prazer de Ler, o destaque foi para os livros e artigos infantis. Na parte adulta, a preferência foi pelos gêneros de guerra e suspense.

Na livraria e papelaria Feito de Letras o gênero infantil também teve grande destaque, juntamente com romances LGBTQIA +, os livros da editora DarkSide e leituras espíritas. Já os romances de época e obras acadêmicas, como das áreas de Filosofia e Sociologia, não tiveram tanta admiração do grande público.

Para a livraria Vanguarda os queridinhos foram os autores locais e alguns best-sellers adolescentes.

                                              Best sellers tendem a provocar maior interesse dos leitores                          Foto: Gustavo Vara/www,pelotas.com.br

Você pode acompanhar os lançamentos e as promoções de livros das livrarias nas redes sociais! Seguem os links para três livrarias de Pelotas no Facebook.

Prazer de Ler 

Feito de Letras 

Livraria Vanguarda 

 

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