Atypical: o típico por uma outra perspectiva

Por Luma Costa      

Série traz problemas de jovem autista e de comunicação em família em história divertida

 “Atypical” é uma comédia dramática que conta a história de Samuel Gardner, um adolescente de 18 anos com transtorno do espectro autista e os desafios que enfrenta para se encaixar socialmente, entretanto se engana quem espera mais um drama infanto-juvenil clichê. Mais do que abordar dramas cotidianos da adolescência, como sexualidade, relacionamentos e dúvidas em relação ao futuro desconhecido, “Atypical” traz em seu enredo a vida comum de uma família com problemas de comunicação.

A série estadunidense estreou em 2017, teve sua quarta e última temporada lançada em 2021 e se tornou, sem dúvida nenhuma, um dos clássicos da plataforma de streaming Netflix.

O núcleo principal da trama é formado por Sam, sua irmã mais nova Casey, sua mãe Elsa e seu pai Doug, e a história tem início quando Sam decide que está na hora de começar a namorar, uma decisão que desencadeia uma reviravolta na estrutura e rotina familiar.

                 Os protagonistas da história são  Sam (Keir Gilchrist), sua irmã mais nova Casey (Brigette Lundy-Paine)                    Foto: Divulgação

Os personagens principais são todos bem construídos em suas tramas individuais e coletivas, e se desenvolvem ao longo das quatro temporadas ao lidarem com questões (por vezes complexas) do cotidiano, como adaptação, rejeição e estereótipos. “Atypical” foge do senso comum de mocinhos e vilões e nos apresenta personagens reais, com qualidades, defeitos e dificuldades.

Talvez o que conquiste o público seja exatamente isso: a sensibilidade com que a obra trata e traz à tona assuntos e discussões pertinentes, introduzindo-os às rodas de conversa do público jovem sem torná-los massantes. Desta forma, desde os amantes de comédia romântica até os aficionados por drama, “Atypical” é uma obra para todos os públicos.

Ao longo das temporadas, nos apaixonamos pelos Gardner’s, vibramos a cada conquista de Sam, torcemos por Casey, e, principalmente, entendemos os erros e acertos dos personagens. Inevitavelmente, uma hora ou outra, nos identificarmos com suas questões.

Em relação à representatividade, a série chegou a ser criticada em suas temporadas iniciais pela falta de inclusão, mas buscou sanar o problema realizando alterações no roteiro e adição de novos núcleos, além de inserir pessoas com autismo na produção e elenco da obra.

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