“Felicidade por um fio” e a autoaceitação do cabelo cacheado

Por William Engel       

Streaming lança comédia romântica com crítica sobre padrões de beleza e sobre autoestima

O filme “Felicidade por um fio” é uma comédia romântica dirigida por Haifaa al-Mansour e lançado pelo sistema de streaming Netflix em setembro de 2018. O drama conta a história de Violet Jones, que desde pequena é ensinada por sua mãe a manter a perfeição para fins de ser aceita na sociedade racista que a mãe mesma já vivenciara quando pequena.

Essa perfeição é demonstrada com o cabelo da personagem, que segundo a mãe, deve estar sempre alisado e impecável. Assim, todos os dias, a mesma alisa o cabelo da filha, desde pequena, a fim de se encaixar num padrão de beleza eurocêntrico. A menina então cresce com uma visão ultrapassada de perfeição e mantem essa rotina de alisamento todas as manhãs.

Até que um dia, após uma desilusão amorosa e beber muito com suas amigas, a mesma decide passar pelo “big chop”, para fazer a transição dos cabelos alisados e assumir os cacheados. Raspa a cabeça e, após um surto, entra em uma onda de aceitação e transição capilar. Essa mudança deixa a personagem mais bonita, leve e mais corajosa para com as mudanças e desafios em seu trabalho e sua vida amorosa.

              Imagem emocionante em que Violet Jones (Sanaa Lathan) raspa seu cabelo após uma enorme desilusão amorosa      Foto: Divulgação

O filme traz uma visão muito importante sobre autoaceitação e de como os meios de comunicação estão em constante mudança de acordo com a sociedade. A personagem principal, quando resolve aceitar seus cachos, acaba não ajudando somente a si mesma, mas a filha de seu novo parceiro Will, que também passa por momentos de aceitação após um comentário maldoso de Violet.

Outro ponto importante no filme é como a indústria cultural e meios de comunicação em massa são responsáveis sobre os padrões de beleza. Assim como responsáveis por essas mudanças. Vemos exemplos disso nas produções recentes do streaming Netflix, que traz produções coerentes, representativas com as minorias e todos os tipos de pessoas.

O filme tem 98 minutos e conta com as seguintes classificações: 3,9/5, na crítica dos usuários do brasileiro Adoro Cinema, e nota 6,4/10, no Internet Movie Database (IMDB), site de crítica cinematográfica americano. Com essas notas e o enredo do filme, é uma obra que vale muito a pena conferir.

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