Texto de Camila Porto
Cinema – Crítica
O Brasil deve suas primeiras empresas cinematográficas por volta de 1930, que produziam o gênero chanchada, filmes que predominam o humor ingênuo, burlesco, de caráter popular. O cinema nacional cresceu mesmo foi na década de 1960, com o chamado “Cinema Novo”. O lançamento do filme “O Pagador de Promessas”, escrito e dirigido por Anselmo Duarte, é considerado o marco inicial da prosperidade cinematográfica nacional, o filme foi premiado com a Palma de ouro no festival de cinema de Cannes. No ano passado foi lançado o excelente documentário Cinema Novo, com imagens de arquivo de vários filmes que marcaram a época e constituem grandes momentos do cinema brasileiro.
Os filmes deste período retratavam a vida real, enfatizando a pobreza, a miséria e os problemas sociais. A perspectiva era critica, contestadora e cultural. Ganham destaque aqui filmes como “Terra em Transe” do diretor Glauber Rocha.
As décadas de 1970 e 1980 são marcadas pela queda na qualidade do cinema nacional, as críticas aos problemas sociais são deixados de lado para dar espaço às obras de consumo fácil, temáticas banais e de cunho sexual, caracterizadas como pornochanchada. Alguns cineastas não seguiram essa tendência e seguiram produzindo filmes de maior caráter artístico e social, como “Vai trabalhar Vagabundo”, de Hugo Carvana, e o famoso “Dona Flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto. Ainda em 1973, o Brasil cria o Festival de Gramado, realizado anualmente na Serra Gaúcha. O troféu, conhecido como “kikito” é uma figura risonha, esculpida em bronze, que virou um símbolo da produção brasileira e latino-americana.
A chegada da década de 1990 marca a diversidade de produção. O cinema passa a ser um produto rentável. Neste momento, as produções brasileiras procuram atender todos os gostos. Comédias, dramas, política e filmes de caráter policial são produzidos no país. Com políticas de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil começa a produzir filmes que geram grande bilheteria. E o filme nacional que teve a maior bilheteria de todos os tempos foi Tropa de Elite 2 (2011) com público de 11 milhões de pessoas. Há vários títulos para todos os gostos, do mais requintado, como a biografia da psiquiatra Nise da Silveira, responsável pela valorização das artes como forma de terapia, ao mais popular, como as comédias com atores da TV Globo.
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