Documentário da UFPel no Canal Brasil
Reportagem de Vitória Trescastro –
“Casa de Pompas” estreou dia 13 de outubro na televisão –
![](https://i0.wp.com/wp.ufpel.edu.br/artenosul/files/2016/12/casa-de-pompas_t104227.jpg?resize=615%2C345&ssl=1)
O entrevistado Loir Louzada conta com naturalidade no filme o dia a dia dos serviços funerários
Um dos belos prédios que mais desperta a curiosidade de quem passa na Praça Coronel Pedro Osório, no centro de Pelotas, não é muito grandioso como outras construções históricas ali perto. Inclusive, é um tanto mórbido pelos caixões e fotografias antigas. Esse prédio é a Empreza de Pompas Fúnebres Moreira Lopes, que fica na rua Félix da Cunha, quase esquina com a Deodoro. O cachorro chowchow na entrada, que mais parece um leão negro, talvez colabore para o clima de mistério do local. O documentário “Casa de Pompas” conta um pouco da história de Loir Louzada, dono da empresa, que foi passada de pai para filho. A obra foi produzida por alunos da UFPel e estreou no Canal Brasil dia 13 de outubro. Feito para uma cadeira da faculdade, o filme foi orientado pela professora Cintia Langie. Nasceu da curiosidade de conhecer o local, como nos contou uma das diretoras, a estudante carioca Bruna Fortes. “A ideia de fazer o documentário veio realmente da curiosidade de conhecer o lugar e também pela informação de que a casa de pompas fúnebres seria a funerária mais antiga em funcionamento do Brasil! A partir daí, fomos pesquisar, conhecemos o seu Loir e gravamos o doc”, disse.
Com duração de 10 minutos aproximadamente, o documentário é, basicamente, uma conversa com o proprietário do local, que revela alguns aspectos da “vida de quem veste quem morre”. Quem fez a exibição do filme foi o programa Pausa pro Café, do Canal Brasil, através de um edital lançado pela produção, que apresenta e fomenta a discussão sobre o cinema universitário brasileiro. Com o trabalho selecionado, os diretores Bruna Fortes e Gabriel Paixão foram ao Rio de Janeiro gravar a entrevista.
A diretora também conta que as histórias envolvendo mortes e sepultamentos de “Seu Loir” os deixavam assustados, mas ao mesmo tempo encantados, o que colaborou para a ambientação misteriosa do doc. “Acho que essa atmosfera nos foi apresentada com a personalidade do Seu Loir, seu dia a dia e suas histórias. Reflete um pouco do que passamos em set com ele e as curiosidades que nos contava”, disse. A diretora ainda conta que, mesmo o tema sendo um tabu em nossa sociedade, a gravação foi tranquila, e acabou mudando a forma como eles próprios encaravam a morte. “O que talvez tenha nos parecido mais bizarro foi a própria rotina do seu Loir, ele tinha sempre afazeres mórbidos para os dias e ao mesmo tempo isso se naturalizou de tal forma que ainda assim ele é uma pessoa vivaz e um super contador de histórias”, explicou.
Além dos diretores, o filme teve a participação de Adriana Yamamoto e Mateus Neiss na pesquisa, roteiro de Francine Müller, direção de fotografia de Lucas Neris, direção de arte de Eduarda Jacobs, som de Guilherme M., edição de Jacqueline Almeida e Marcos Hass, finalização de Isis Lamas, produção de Jacob Mattos, e teve como orientadora a professora Cintia Langie. A arte de divulgação é da Camila Cuqui. O filme é distribuído pela Maga.
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