Tem gaúcho no Grammy sim!

Reportagem de Larissa Moraes e Lucas Pereira –

O cantor e compositor Ian Ramil venceu Grammy Latino na categoria melhor álbum

Premiado com o trabalho Derivacivilização, Ian Ramil considera que o rock é uma forma de protesto

Os cantores gaúchos Ian Ramil e Thiago Ramil foram indicados ao Grammy Latino desse ano. Ian foi designado ao prêmio de Melhor Álbum de Rock em Lingua Portuguesa, juntamente com as bandas Versalle, Scalene, Bogarins e Jay Vaquer. Já Thiago representou o estado na categoria Melhor Álbum Pop de Música Contemporânea em Língua Portuguesa juntamente com Tiago Iorc, Marisa, Céu e Larissa Luz. Ian Ramil venceu o Grammy Latino na categoria de melhor álbum de rock em português com o disco Derivacivilização, lançado em 2015 pelo selo Escápula Records. Ian e Thiago são familiares dos cantores pelotenses Kleiton, Kledir e Vitor Ramil.

Além deles, outros grandes nomes da música nacional se reuniram no dia 17 de novembro em Las Vegas, nos Estados Unidos. Djavan, Elsa Soares, Martinho da Vila e Arlindo Cruz foram indicados a um dos maiores prêmios mundiais. Elza Soares levou o melhor álbum de música brasileira e Martinho da Vila ficou com o prêmio de melhor álbum de samba.

A música “Vidas pra contar”, de Djavan, foi escolhida a melhor em língua portuguesa. Paula Fernandes venceu como melhor álbum de sertanejo e a cantora Céu ganhou na categoria música contemporânea, com o álbum Tropix. Almir Sater, Renato Teixeira e Hamilton de Holanda também saíram com prêmios.

A reportagem conversou com Ian Ramil, antes das premiações serem divulgadas, e ele já começou dizendo que se sente lisonjeado: “Muito legal concorrer ao lado de pessoas já renomadas na música. Uma honra muito grande”. Ian já fez a abertura de shows de muitos artistas, inclusive o último em Pelotas foi o de uma das cantoras premiadas no Grammy, Elsa Soares.

Questionado sobre a semelhança do som dele com o de seu primo, Ian concorda e discorda ao mesmo tempo: “Acho que são muito parecidos e muito diferentes. Parecidos no sentido de que nos expressamos artisticamente de maneira muito livre, seguindo nosso impulsos criativos, respeitando nossas personalidades; e diferente porque somos pessoas completamente diferentes.”

O cantor de 31 anos tem dois discos gravados pela Escápula Records, o Derivacivilização vem pós o disco IAN, que segundo ele é um protótipo para o ‘Deriva’: “Deriva é um álbum muito mais consciente, composto em um período de um ano e gravado num momento onde eu já tinha mais domínio do que eu estava fazendo e logo de onde eu queria chegar sonoramente”.

Muitas músicas do álbum são em forma de protesto, como as canções Artigo 5° e Coquetel Molotov. Ian considera que o rock é sim uma forma de manifesto e isso pode ter influenciado os votantes da premiação: “Não saberia dizer. Acho que a crueza dele, a essência rock que ele tem, talvez tenha chamado a atenção dos votantes do Grammy Latino. Hoje em dia é tudo muito limpo e bonitinho. O rock não é assim, Deriva é rock”, finaliza o cantor.

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