Teatro revive história

Reportagem de Douglas Dutra –

Grupo de Artes Encenação realiza city tours temáticos no centro de Piratini –

O grupo reúne voluntários comprometidos com a valorização do passado histórico do município

A cidade de Piratini, com menos de 20 mil habitantes, no interior do Rio Grande do Sul, é um museu a céu aberto. A 350 km da capital, a cidade, que foi testemunha ocular dos acontecimentos da Revolução Farroupilha, abriga um vasto patrimônio arquitetônico e cultural.

Agregando a esse patrimônio, o Grupo de Artes Encenação revitaliza a memória dessa história. É formado por mais de 20 pessoas, em sua maioria amadores, comprometidos com a defesa do legado da primeira capital farroupilha. Realiza representações teatrais em locais históricos da cidade, oferecendo city tours temáticos aos turistas e à comunidade piratiniense.

O grupo foi formado em 2014 e contou desde o início com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Associação de Turismo Jovem Tur.

Para Francieli Domingues, uma das fundadoras do grupo, o Encenação é uma oportunidade de formar um elo com o passado e dar vida às figuras históricas da epopeia farroupilha. Para ela, o Encenação também é a chance de “apresentar ao turista um produto único, visto que o grande impulsionador do turismo é o diferencial”. “Estávamos fabricando uma experiência emocionante, queríamos que a nossa cidade ganhasse nova forma e redescobrisse o século XIX para receber o turista,” relata.

O roteiro das apresentações é feito em maior parte por Silvia Garcia, diretora do grupo, em parceria com todos os outros membros. Ela destaca que, assim que o roteiro é feito, são consultadas as condutoras de turismo, para que se siga a Linha Farroupilha, uma rota que demarca os principais pontos do centro histórico da cidade.

“Nós temos a ajuda dos professores da UFPel, mas de forma coletiva criamos roteiros e dirigimos, tenho muita felicidade em dizer que ajudo na criação de textos”, diz Francieli.

Os atores são decididos conforme sua semelhança e afinidade com as personagens. Silvia, no entanto, diz que nenhum ator possui papel fixo, o que permite que se remaneje os atores caso alguém fique indisponível.

O membro do grupo Eduardo Lessa lembra que todos são bem-vindos e bem recebidos no Encenação. “É um trabalho sério e com muitos compromissos, mas, ao mesmo tempo, é divertido, tanto atuando como nas reuniões”.

Apesar de ter o apoio institucional de órgãos municipais, o grupo enfrenta algumas dificuldades. Para Silvia, o maior desafio é “a busca por atores realmente comprometidos com a arte, especialmente homens. Outra dificuldade é o reconhecimento do nosso trabalho pela comunidade”.

Entre os planos para o futuro do grupo, Silvia destaca o interesse de “atuar junto às escolas públicas municipais e estaduais levando a disciplina de artes cênicas, motivando as crianças a estudarem a história de uma maneira mais divertida”. Ela também destaca que a atuação ajuda na desenvoltura física e social dos pequenos.

A meta para 2017 é criar subgrupos do Encenação, realizando atividades artísticas em diversas escolas.

Enquanto isso, Francieli sonha mais alto: “Nosso grupo pretende, acima de tudo, bem representar nossa cidade, cruzar fronteiras em nome da arte, temos já novos roteiros para começarmos a trabalhar, deverá surgir algo que envolva demais artes e culturas, de repente algum musical”.

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Os interessados em agendar um city tour com o Encenação podem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pelo telefone (53) 3257-3278.

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