O XIX SEUR, com realização em 2025, apresenta as temáticas da Geografia da Fome e das Paisagens Alimentares. CLIQUE AQUI PARA VISITAR O SITE DO EVENTO
Para a Geografia, compreender a fome implica analisar as desigualdades socioespaciais que a estruturam e os modos como ela se manifesta nos territórios. A leitura geográfica das paisagens alimentares – que inclui desertos, oásis e pântanos alimentares – é fundamental para revelar injustiças, disputas e estratégias de resistência, contribuindo para o avanço de práticas e políticas de superação da fome e construção da soberania alimentar.
Apesar das muitas rupturas nas políticas públicas e das oscilações conjunturais, a fome permanece como uma tragédia social e moral em nossa sociedade. A pandemia da COVID-19 evidenciou e aprofundou esse cenário. O II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19 no Brasil (Rede PENSSAN, 2022) revelou que mais de 33 milhões de pessoas estavam em situação de fome em 2022, praticamente o dobro em relação aos números de 2020. Ainda segundo o levantamento, 58,7% da população brasileira vivia com algum grau de insegurança alimentar naquele momento. Mesmo com eventuais atualizações, trata-se de um quadro alarmante, cuja urgência e relevância não podem ser ignoradas.
A fome, nesse contexto, não pode ser tratada como mera anomalia no sistema econômico ou como falha momentânea na gestão social. Ao contrário, ela deve ser compreendida como expressão estrutural das formas de reprodução da sociedade capitalista, marcada por desigualdades históricas e permanentes.
Partimos da crítica à concepção tradicional que reduz a alimentação a uma simples necessidade biológica, desconsiderando seu caráter profundamente social, cultural e político. Neste sentido, as práticas alimentares são abordadas como expressões da vida humana em sociedade, e não como instintos naturais isolados. Assim, o próprio conceito de segurança alimentar é revisitado, com atenção aos seus limites enquanto política pública frente à complexidade do problema da fome.
Em sua 19ª edição, o evento traz como tema “Geografia da Fome: Paisagens Alimentares, Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional”, com o objetivo de analisar as dimensões espaciais da produção, circulação e consumo de alimentos, bem como as desigualdades socioeconômicas que estruturam e perpetuam a fome em diferentes escalas.
O I SEUR, realizado em 2005, tratou do espaço eminentemente local, com ênfase para os estudos da cidade de Pelotas, com o tema do comércio e do consumo, foi também o I Colóquio Internacional sobre Comércio e Consumo Urbano (I CISCCUrb).
O II SEUR, em 2006, foi mais amplo e manteve o foro internacional com a realização conjunta do I Colóquio Internacional Sobre as Cidades do Prata, com a ampliação das atividades do laboratório e o estabelecimento de variados convênios e parcerias.
Novamente no III SEUR, em 2007, com o II CISCCUrb, a temática retomou o comércio e o consumo, discutindo amplamente as potencialidades urbanas na área de estudo.
O IV SEUR, em 2008, e o II Cidades do Prata retomaram a discussão histórica com um amplo relatório dos estudos promovidos no extremo sul do Rio Grande do Sul e uma discussão teórica e metodológica internacional sobre a Geografia Histórica.
O V SEUR, em 2009, organizado com o apoio da FAPERGS (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul), manteve a perspectiva internacional com a realização do III CISCCUrb e contou com a presença de convidados de destacada atuação nacional e internacional, foram organizados com a realização de conferências, apresentação de painéis, sessão de apresentação de comunicações livres e de pôsteres e oficinas práticas. O objetivo dessa dinâmica foi o de proporcionar a ampliação do debate sobre os temas abordados e o estabelecimento de um fórum privilegiado de discussão entre pesquisadores e demais interessados.
Novamente no VI SEUR, em 2010, retornou a discussão sobre as Cidades do Prata no evento organizado com a participação da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) Campus de Jaguarão, quando a temática discutida se centrou sobre o universo da “Fronteira”. O III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE AS CIDADES DO PRATA – “Relações de Fronteiras”, abordou a fundamentação histórica, teórica e metodológica, com estudos relacionados ao contexto histórico dos séculos XVII a XIX; análise das relações entre Portugal e Espanha, o Antigo Regime e o processo de exploração colonial; análises dos estudos da Geografia Urbana e Geografia Histórica, com ênfase para os aspectos teóricos e metodológicos.
No VII SEUR e I Colóquio Internacional de Educação do Campo e Ensino de
Geografia, a Educação do Campo, em 2011, foi o tema central permitindo ampliar a discussão na área do ensino de Geografia, um dos focos da existência do laboratório.
Excepcionalmente em 2012 foi organizado isoladamente o IV Colóquio Internacional Sobre As Cidades do Prata, em colaboração com a Licenciatura em Gestión Ambiental y Urbana da Universidad Nacional de Lanús, Argentina, cuja temática foi: “Bacias Hidrográficas: Natureza e Sociedade. O VIII SEUR, em 2012, retoma a temática platina com a organização do V Colóquio Sobre As Cidades do Prata, se propôs discutir o tema da “Integração Regional”. Foi organizado com a realização de conferências, apresentação de painéis, sessão de apresentação de comunicações livres e de pôsteres e oficinas práticas. O V Colóquio Internacional Sobre as Cidades do Prata: “Integração Regional” foi organizado conjuntamente com o Centro de Documentação Histórica do Rio da Prata e do Brasil, de Rivera, no Uruguai, como um evento dedicado a discutir as relações existentes no processo de integração regional nas faixas de fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai. Trata-se de uma dedicação regional com a “metade” sul do Rio Grande do Sul na qual se inserem as instituições envolvidas. A parceria entre as instituições foi uma afirmação da atuação destas instituições brasileiras com o apoio dos parceiros uruguaios e argentinos.
Em 2013, retornou a temática com a realização do IV Colóquio Internacional Sobre
Comércio e Consumo Urbano, juntamente com o IX SEUR. Assim, se retornou, também, a ideia de manter intercalada a temática do SEUR, dedicando um ano para os estudos das Cidades do Prata e outro para o comércio e consumo urbano.
O X SEUR, em 2014, retoma a temática platina com a organização do VI Colóquio Sobre As Cidades do Prata, e se propõe a discutir o tema da “Geografia, Cultura e outros recortes Temáticos Regionais”. Com a participação prevista de conferencistas parceiros do Uruguai e da Argentina, foi organizado com uma programação que prevê a realização de conferências, apresentação de painéis, sessão de apresentação de comunicações livres e de pôsteres. O objetivo dessa dinâmica é o de proporcionar a ampliação do debate sobre os temas abordados e o estabelecimento de um fórum privilegiado de discussão entre pesquisadores e demais interessados. O VI COLÓQUIO INTERNACIONAL AS CIDADES DO PRATA: GEOGRAFIA, CULTURA E OUTROS RECORTES TEMÁTICOS REGIONAIS conta com a organização conjunta do Centro de Documentação Histórica do Rio da Prata e do Brasil, de Rivera, no Uruguai, como um evento dedicado à discutir as relações existentes no processo de integração regional nas faixas de fronteira entre Brasil,
Em 2015, foi realizado o XI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS, juntamente com o V Colóquio Internacional sobre Comércio e Consumo Urbano e o I Colóquio sobre Cidade e Cidadania. Com isso o laboratório inaugurou uma nova frente de atuação na extensão, voltada para o planejamento urbano em áreas de especial interesse social.
Já em 2016, foi realizado o XII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS, juntamente com o II Colóquio sobre Cidade e Cidadania.
No ano de 2017 o XIII SEUR, manteve a temática dos Movimentos Sociais Urbanos e discutiu a produção da casa e da moradia nas cidades brasileiras.
Em 2018 o XIV SEUR, manteve a temática dos estudos urbanos.
E, 2019, comemorando as 15 edições do SEUR e contendo em sua base a temática “15 anos de estudos urbanos e regionais”, nos dias 26, 27 e 28 de junho, os debates em foco permearam as discussões de gênero no espaço urbano com as palestrantes Dra. Mariana Barbosa de Souza (UEPG) e Me. Tuize Rovere (UNISC). Ainda em celebração dos 15 anos do SEUR, a temática do evento também voltou-se para própria produção sobre o espaço urbano e regional produzida no Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais, tendo como foco as pesquisas, projetos e perspectivas dos professores vinculados ao LEUR, Dr. Sidney Gonçalves Vieira, Dra. Giovana Mendes de Oliveira, Me. Dione Dutra Lithnov, Dr. Robinson Santos Pinheiro, Dr. Tiaraju Salini Duarte e Dr. Rogério Amaral Pereira. As discussões permearam as Geografias do Comércio e do Consumo, da Nova Economia e a relação com a sustentabilidade, os estudos de Geografia e Literatura, as discussões que envolveram a Geografia Política e as Territorialidades e, chegamos até às reflexões sobre Geografia das Religiões e a relação com o espaço urbano.
No ano de 2020, no XVI SEUR, o evento comemorou os seus 16 anos. A proposta para a edição foi discutir a Geografia relacionando a análise urbana às temáticas regionais, ambientas, culturais, econômicas, políticas e de ensino. Neste sentido, foi possível contar com a presença de todas e todos que se interessam pelas temáticas, independentemente da área científica que estudam. Acreditamos que a diversidade de linguagens nessas discussões enriqueceram os debates.
Em 2021 o XVII SEUR se dedicou a analisar “os estudos urbanos e regionais: desafios contemporâneos”. A temática tem por finalidade analisar as perspectivas atuais diante do panorama de incertezas no qual nos encontramos. Por certo que a tendência geral da sociedade aponta para muitas permanências, em termos sociais, políticos e culturais. Entretanto, a grave crise sanitária imposta pelo COVID-19 inaugurou um quadro de rupturas, capazes de promover alterações profundas nos pensamentos e nas ações da sociedade que, via de consequência, introduziram mudanças também na organização do espaço.
As discussões propostas para o evento pretendem debater as permanências e as rupturas existentes na contemporaneidade, como forma de melhor compreender o papel da Geografia na organização socioespacial do mundo contemporâneo, entendendo as novas lógicas, formas, funções, estruturas e processos que compõem nossa realidade.

