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Projeto de Pesquisa _ Para sair da grande noite

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Para sair da grande noite: uma abordagem transversal das relações entre experimentalismo, tecnologias e geopolítica no campo da arte

Coordenador(a): Felipe Merker Castellani
Grupo de Pesquisa vinculado: Corpo-imagem-som: pesquisa artística e práticas experimentais
Ano de criação do projeto: 2020

Sobre
As mais diversas tecnologias atuam nos diferentes ambientes artísticos como ampliadores dos espaços operacionais e conceituais com os quais os artistas lidam. Cada um a sua maneira: a invenção da imagem cinematográfica, ou o desenvolvimento dos computadores pessoais, por exemplo, originaram novos campos problemáticos para a criação artística, repletos de uma série de relações particulares entre o fazer artístico e seus suportes, entre público e obras e entre arte e sociedade. Nas últimas décadas, testemunhamos uma vertiginosa aceleração no desenvolvimento das tecnologias comunicacionais, levando-nos a uma proliferação de novos veículos de comunicação e novas formas de organização coletiva e política. A aparente liberdade apresentada na democratização do acesso à informação, oculta na opacidade de sua superfície as origens e os atores que as disseminam, a coleta de dados e sua monetização e os custos material e humano necessários para a produção de dispositivos tecnológicos, como os smartphones. A proliferação de lixo eletrônico, causada pela obsolescência programada e disputas territoriais pelo controle de áreas ricas em recursos naturais, são sintomas aparentes desse custo e afetam de maneira contundente os países do Sul Global. Nestes países, o desenvolvimento tecnológico cria em ao redor de si mesmo um complexo jogo tanto de causas, quanto de possibilidades de implementação de novos colonialismos digitais, materiais e epistêmicos. O presente projeto tem como objetivo analisar a maneira pela qual as práticas artísticas experimentais (musicais, sonoras e visuais) tornam visíveis e ressignificam o custo humano e material da tecnologia, a precarização da vida humana e o surgimento de novas formas de opressão em ambientes digitais. Desenhando linhas de fugas e rotas alternativas a um passado colonial que insiste em se fazer presente na contemporaneidade, possibilitando assim, a constituição de um olhar descolonizador do campo das artes sonoras e visuais. Para tanto, faz-se necessária a construção de operadores conceituais transversais, a partir de diferentes áreas do conhecimento, além da própria arte. Dentre as interseccionalidades que compõem tal campo problemático destacamos aquelas referentes à filosofia, aos estudos culturais e decoloniais e à geopolítica. Espera-se como resultado da abordagem proposta a criação de ferramentas analíticas e de obras que forneçam chaves de leituras a produção artística experimental atual.

E-mail: felipe.castellani@ufpel.edu.br
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